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História Meeting You - Niki (ENHYPEN) - Chapter 09


Escrita por: EJ_ e Freeze-

Capítulo 9 - Chapter 09


Fanfic / Fanfiction Meeting You - Niki (ENHYPEN) - Chapter 09

— Por que não me disse que tinha um namorado?

Estou começando a aceitar a ideia da plaquinha escrita "Não namoro Nishimura Riki".

— Porque eu não tenho um. — Respondi.

— E quem é esse garoto sentado no meu sofá?

— Estamos fazendo um trabalho da escola. — Fechei o livro, impaciente.

— Sei. — Cemicerrou os olhos. — Eu só vim pegar algumas coisas que ficaram... Aqui. — Explicou e seguiu até às escadas, sumindo de nossas vistas.

— Ele parece um pouco assustador. — Disse Niki em um quase susurro.

— Não, ele não tá nem aí pra mim, nunca esteve. — Dei de ombros fitando o livro em minhas mãos.

Ouço a campainha ressoar.

Levanto em um sobressalto e ando até a porta; Abrindo-a.

Encontrei do lado de fora da casa, Steven. Os cabelos ruivos pareciam ainda mais bonitos em meio a pouca luz do sol. Os olhos azuis eram curiosos e ao mesmo tempo receosos, olhando diretamente para algo além de mim antes de fazer qualquer contato.

— O-oi.

— Confesso que fiquei com medo de que você não viesse. — Sorri aliviada e dei espaço para que o ruivo entrasse. — Senta aí. — Apontei a poltrona ao lado do sofá em que estávamos.

— Eai ner... Quer dizer... Steven? Acho que é isso.

O garoto permaneceu em silêncio.

— Escuta Steven, eu posso abrir as janelas se você preferir. — Sugeri atenciosa. Depois que soube dos traumas de Steven, achei melhor fazer o possível para que ele se sentisse confortável.

— Tá tudo bem... Não precisa. — Respondeu inquieto.

Steven mexia freneticamente uma das pernas. Impaciente. Talvez ele esteja desconfortável. Eu deveria fazer algo para melhorar o clima.

Antes que eu pudesse me pronunciar, meu pai apareceu novamente, assustando não só Niki, mas também Steven.

— Tem mais um? — Encarou o Ruivo.

— Olha... Se você já tiver pegado tudo que precisa, pode ir, está atrapalhando as coisas por aqui. — Disse vendo que eles não fariam nada certo com o meu pai por perto.

— E você vai ficar aqui sozinha? — Perguntou. — Com eles?

— É melhor você ir, minha mãe disse que chega mais cedo hoje. Você não quer encontrar ela, ou quer?

— Ela disse? — O mais velho alarmou-se. 

Eu sabia exatamente onde deveria atingi-lo.

— Disse sim. — Menti.

— Bom, então eu já vou indo. — Jogou uma mochila por cima do ombro. — Mas saibam que estou de olho em vocês. — Apontou os dois garotos. — Principalmente nesse loirinho aqui.

Apontou Niki. Esse que engoliu em seco. Em seguida caminhou até a porta, sumindo mais uma vez de nossas vistas.

— Sua mãe vai mesmo chegar mais cedo? — Indagou Niki sentindo o território seguro.

— Não, ela faz o possível pra não vir pra casa mais cedo. — Dei de ombros apanhando o livro em cima da mesa de centro.

— Ainda bem. — Suspirou aliviado. — Eu não me dou muito bem com adultos.

— É, deu pra perceber. — Sorri. — E você Steven, conhece a história em que vamos trabalhar?

— E-eu conheço.

— Você tá gaguejando ou é o sotaque? — Disse Niki com desdém.

— Fica quieto. — Bati em seu braço.

— Eu só fiz um comentário! 

— Bom, vamos começar.


(...)


Passaram-se cerca de trinta minutos. Steven e eu já havíamos feito grande parte do trabalho, enquanto Niki gastava todo seu tempo girando lápis na mão ou enchendo meu caderno com rabiscos de desenhos aleatórios.

Me pergunto o que ele realmente veio fazer aqui.

— Niki, será que você pode fazer alguma coisa de útil, por favor? — Indaguei sem paciência.

— Mas eu já tô fazendo. Quando eu ficar famoso você pode vender esse caderno por um bom preço! — Brincou.

— Argh, seu insuportável. — Murmurei impaciente. Niki nunca levava nada a sério. — Seu idiota.

Steven me olhou como se eu tivesse insultado o presidente da Coreia. Pra ele deve ser novo ver alguém xingar Nishimura Riki e sair ileso.

— Você fala como se fosse santa.

— Eu não sou uma aluna exemplar, mas sou mais santa que você, isso é certeza. — Retruquei.

— Não me faça rir Anna. — Me olhou com descaso. — Você sobe em mesas e enfrenta o diretor, não existe grande diferença entre nós.

— Ah, mas eu posso te dar mil e um motivos para sermos completamente diferentes. — Revidei na defensiva.

— Isso é verdade. Eu nunca fui preso, por exemplo. — Sorriu ladino. — Sabia que ela já foi presa? — Indagou para Steven, esse que voltou rápdamente o olhar em minha direção.

— E-eu nunca fui presa!

— Foi sim! Você me disse isso!

— Eu não fui presa seu imbecil! Eu só fiquei na delegacia até minha mãe vir me buscar!

— Alguma coisa você fez pra ir parar lá! — Frisou.

— Eu só fui pra lá porque... — Lembrei-me do acontecido. — Soltei alguns cachorrinhos que estavam sendo levados para uma clínica.

— E por que você fez isso?

— Bom... Naquela época, eu achava que cachorro-quente era realmente feito de cachorro. — Senti minhas bochechas queimarem pela vergonha.

— É sério? — Niki gargalhou.

— Eu tinha sete anos seu idiota!

Levei as mãos até o rosto, sentido o calor da vergonha. Niki realmente não perdoa, ele não perde a chance de zoar alguém. Olhei em volta e vi que até Steven esboçava um pequeno sorriso. Pelo menos fiz ele rir.

— Até você Steven? — perguntei entre o riso do Nishimura.

— Desculpa, é que v-você estava fofa. — Foi a vez do ruivo corar.

Sorri pelas palavras repentinas do garoto. Sentia que ele estava mais a vontade. E isso me deixava feliz.

Niki por sua vez acabou com a chacota e emitiu novamente uma face séria.

— Volta ao trabalho nerd. — O loiro ordenou.

— Niki. — Chamei sua atenção.

— Foi mal, força do hábito. — Ergueu as mãos no ar.

— Então é isso Steven, acho que terminamos. Já que esse garoto claramente não vai fazer nada — Niki sorriu como se fosse algo para se orgulhar —, Vamos apenas dar algo pra ele ler lá na frente.

— Eu sei fazer isso. — Apontou pra mim com o lápis em sua mão.

— Se não soubesse te mandaria de volta pro jardim de infância. — Revirei os olhos.

— Então e-eu já vou indo. — Steven se levantou.

— Será que você arruma alguma coisa pra comer? — Indagou Niki. Mais folgado impossível.

— Não dá, porque você vai embora também. — O puxei pelo braço, fazendo com que ele se levantasse.

— Mal educada, nem oferece nada pras visitas. — Reclamou.

— Você enche meu saco a manhã inteira e ainda quer comer? — O empurrei até a porta.

— Eu gastei meu precioso tempo e você ainda reclama?

— Como se tivesse feito algo de útil. — Retruquei. — Tchau Steven! — Acenei para o ruivo.

— Ah então pra ele você dá tchau? — Niki pergunta como se eu devesse satisfações à ele.

— Tchau. — Bati a porta.

É, talvez eu não tenha usado o pouco de educação que existe em mim, mas o Niki esgotou toda a minha minúscula paciência hoje. Me joguei no sofá, cansada. 

Vagueei os olhos pela mesa e encontrei o caderno que Niki rebiscou a manhã inteira. Peguei e o abri, folheando. Parei em uma folha que continha um desenho, olhando direito, até que se parecia comigo. Um sorriso involuntário se formou em meu rosto.

Fechei o caderno e devolvi à mesa. Me ajeitei para me deitar no sofá, mas senti algo incômodo. Me levantei para procurar o que era e vi o celular do Nishimura. Meus olhos foram de imediato à porta. Ele voltaria pra buscar?


(...)


Gastei o resto do meu sábado na frente da tv. Maratonei toda a série que eu vinha procrastinando. Levantei do sofá e caminhei até cozinha, sentindo dores na coluna. Ficar o dia inteiro naquele sofá com certeza não me faz bem.

Abri a geladeira e tirei uma garrafa de água; bebendo-a em seguida. Depois de todas as porcarias que comi não sinto a mínima vontade de jantar.

Retornei ao sofá, reclamando internamente pelas dores nas costas.

Antes que me sentasse, ouvi a campainha tocar.

Por favor que não seja o Niki. Minha mãe tá quase chegando.

Pedia intensamente para que não fosse o loiro enquanto caminhava até a porta. Mas parece que a sorte nunca está do meu lado. Era ele.

— Por favor, me diz que o meu celular tá aqui. — Pediu assim que eu abri a porta.

— Ele tá. — Respondi. — Por que não veio mais cedo? 

— Só dei falta dele agora.

— Você vive pendurado nesse celular e só lembrou agora?

— É que eu saí com os meninos e não procurei por ele. — Coçou a nuca.

— Eu vou pegar. — Dei as costas para buscar o aparelho.

Procurei em cima da mesa e não encontrei. Devo ter levado pro meu quarto quando fui guardar os materiais. 

Subi até meu quarto e encontrei o aparelho em cima da escrivaninha.

Dei um sobressalto ao ver Niki entrar no quarto.

— Tá fazendo o quê aqui?

— Eu ouvi alguém chegar e corri. — Respondeu pegando o aparelho em minha mão.

— Seu idiota, é a minha mãe! — Corri para fechar a porta do quarto.

— Acha que ela vai brigar?

— Brigar? Sabe o que acontece comigo se ela te pegar aqui?

— Não.

— Exato porque eu já era!

— Ela não deve ser tão ruim assim.

— Eu já disse pra não comer biscoitos em cima do sofá sua pirralha! Tá cheio de migalhas! Vem limpar essa sujeira ou vou esfregar sua cara nela até limpar! — Minha mãe gritava da sala.

— Pode ir se quiser. Mas vá por sua conta em risco. — Falei ameaçando abrir a porta.

— Quer saber, não é uma má ideia ficar aqui até ela ir dormir. — Andou alheio pelo quarto.

Graças a Deus eu limpei o quarto ontem depois que cheguei da escola. Uma mulher previnida é tudo.

— Essa é uma boa hora pra você revelar que é o homem aranha e pular pela janela.

— Ou eu posso dormir aqui.

— Quer saber, não importa, eu vou te jogar pela janela de qualquer jeito.

— Acha que ela vai demorar pra sair de lá? — Sentou no banco da escrivaninha.

— Tá brincando? Ela chega do trabalho e ainda fica naquele computador até tarde.

— Nesse caso, ferrou. 

— Eu vou lá tentar dar um jeito, fica aqui e-

— "Não meche em nada" — Imitou meu jeito de falar. — Eu já sei.

Respirei fundo controlando minha raiva interior e abri a porta, seguindo para o andar de baixo. Caminhei receosa até a cozinha, onde ela estava sentada na mesa, trabalhando naquele computador, como sempre.

— Mãe... Talvez seja melhor se você subir pra descansar, já tá tarde e-

— Não tá tarde, são só nove horas. — Me interrompeu sem tirar os olhos do computador. — E vê se limpa aquela sujeira antes de ir dormir.

Pensei em argumentar, mas certamente não serviria pra nada. Ela não vai largar essa droga de trabalho agora, nem tão cedo. Me virei e fui até o sofá, limpar a tal sujeira da qual ela falou.

Após terminar subi melancólica até o meu quarto. Eu vou ter que esconder o Niki até quando? Até ela resolver ir dormir? 

Abri a porta e adentrei o quarto. Caminhei em passos lentos até a cama, sentindo o olhar do loiro sobre mim. Me sentei e encarei um ponto inexistente pelo quarto.

— Eai, deu certo? — Perguntou Niki curioso.

— Claro que não. — Respondi chateada. — Você não pode mesmo pular a janela?

— Tá querendo me matar?

— Se ela te pegar aqui, quem morre sou eu. 

— E agora? — Se levantou e andou alheio até chagar à minha cama.

— Eu não sei. — Me deitei na cama.

— Já que vamos ficar aqui por mais um tempo, vamos fazer algo interessante. — Se deitou ao meu lado.

— Eu não te dei essa liberdade.

— Para com isso. — Se ajeitou. — O que dá pra fazer aqui.

— Por que você não fez nada comigo? — Indaguei repentinamente. Niki parecia não entender sobre o que eu estava falando.

— O que você quer dizer?

— Por que você trancou o Steven no sala de ciências sem ele ter feito nada de ruim pra você, mas me deixou continuar te tratando como bem quisesse?

— Sei lá. É divertido.

— Pra você é divertido ver o sofrimento das outras pessoas? — Talvez eu estivesse um pouco bêbada pelo sono, só talvez.

— É que... Eu...

— E eu? Qual é a diferença entre mim e os outros alunos?



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