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História Mel e Canela - yaoi - Frágil


Escrita por: F_kk

Notas do Autor


Oi, meus amores! Chegay, morrendo de sono, mas chegay!

Bora!?

Capítulo 56 - Frágil


Fanfic / Fanfiction Mel e Canela - yaoi - Frágil

A dor na voz do Felipe era tamanha que chegou a atingir meu coração como uma punhalada da lâmina mais afiada. Ele me abraçou tão forte, como se não quisesse se afastar de mim um centímetro se quer. 

 

Eu fiquei imóvel, estático, sem saber como agir, paralisado por essa reação inesperada dele e enquanto eu me perdia em meio à essa confusão, senti uma gota cair sobre meu ombro e a respiração do Felipe ficou pesada, batendo fortemente contra meu peito. 

 

— Felipe… — saí de minha imobilidade, levando minhas mãos às suas costas e o abraçando. — Eu não vou te trocar…— falei, tentando acalma-lo, mesmo sem acreditar que a presença do Tiago seria motivo suficiente para ele reagir assim. — Eu não vou te deixar… Você é meu namorado. Eu amo você! Só você… 

 

Silêncio. 

 

Felipe permaneceu em silêncio por alguns instantes, até afrouxar o aperto de seu abraço e levantar seu rosto. Olhos vermelhos, alagados, como eu havia visto apenas uma vez. E foi naquele dia em que eu confessei tudo a ele e nós começamos a namorar. A primeira vez que me entreguei por completo a ele. 

 

— Vem comigo? Vamos conversar no meu quarto? — Ele pediu suplicante. 

 

— Não… Eu quero falar com o Tiago. Quero pedir desculpas… — ainda insisti. 

 

— Ele já teve ter ido junto com o fisioterapeuta. Por favor, vem comigo? — novamente aquela voz sôfrega. Novamente seus olhos alagados e uma dor excruciante o tomando. 

 

— Tudo bem… — suspirei, desistindo de resistir. 

 

Felipe me puxou pela mão, a passos largos, subindo rapidamente pela escada e chegando até o andar de cima. 

 

Eu o segui, ainda atordoado com tudo isso, incrédulo, atônito, angustiado. O que estava acontecendo com o meu Felipe? 

 

Quando chegamos ao quarto dele, estávamos ofegantes pela pressa de ter subido tão rápido e na mesma pressa, Felipe fechou a porta atrás de nós, me encarando assim que se virou. 

 

— Cadu, você não entende… Eu não posso te perder! Eu não posso ficar sem você, nem que seja por um minuto se quer! Eu tenho me esforçado tanto para ser um bom namorado, para te apoiar o tempo todo, para te dar amor e carinho sem nem ao menos pensar em mim, eu só não quero que você me deixe… Não agora… — novamente aquela voz de súplica. Palavras de dor que eu não entendia. 

 

— Então, está sendo um sacrifício ficar comigo? Você está fingindo tudo isso? —Fiquei confuso.

 

— Não! Não! De jeito nenhum! Eu amo você! — se desesperou e eu ainda não entendia.

 

— Então, você está tentando me chantagear? Está tentando usar nosso namoro para fazer eu me sentir obrigado a algo? Está usando isso para me impedir de falar com o Tiago? O que você quer de mim, Felipe? Quer que eu fique preso a você? — coloquei para fora todas as dores e impressões que eu estava tendo nesse momento. 

 

— Não, Cadu! Não é isso! Você… Você… Você só é tudo pra mim! Você é a minha força! Você que me faz feliz! Por favor, Cadu, não vá atrás dele! Eu preciso de você! — Me segurou pelos ombros, lágrimas escorrendo pelos seus olhos. 

 

Frágil. Felipe estava frágil. Estava perdido em meio a tantos sentimentos, que eu me recusava a pensar que isso era apenas uma crise de ciúmes por que ele viu o Tiago ajudando na sessão de fisioterapia com a avó dele. 

 

O que estava acontecendo com o meu namorado? Ele sempre foi tão forte e decidido. Sempre encarou tudo de frente e agora, o que era tudo isso? 

 

Eu não estava aguentando vê-lo assim, completamente transtornado e transfigurado em alguém que eu não conhecia! Ele não era ciumento, não era possessivo, não era agressivo, então o que era isso?

 

Dei um passo à frente, ficando a poucos centímetros de si, levei minhas mãos ao seu rosto e olhei no fundo daqueles olhos cor de mel, que me enfeitiçam, que faziam eu perder a razão, que não mereciam estão úmidos de lágrimas. Me aproximei ainda mais, o puxando para mim e então, meus olhos se fecharam e eu só senti os lábios do meu namorado se encontrando com os meus, lenta, delicadamente, suave como uma brisa de primavera nos envolvendo. Aos poucos, seus lábios macios se abriram e eu pude sentir sua língua vindo ao meu encontro, me desbravando, me invadindo. 

 

Suas mãos foram até a minha cintura, me segurando com força… Muita força e nosso beijo calmo foi acelerando, ficando mais intenso, mais agressivo. 

 

A necessidade um do outro era tão grande, tão forte… Meu Felipe… Meu namorado… O cara que fazia eu me transformar em alguém que eu não conhecia, em alguém que só o desejava e mais nada. 

 

Minha mente ficou em branco. Eu não me lembrava de mais nada, não pensava em mais nada, só no meu namorado me amando, me beijando, me seduzindo. 

 

O ar faltou, nossas respirações eram pesadas e o Felipe desviou seus lábios, descendo para meu pescoço, beijando e sugando minha pele, enquanto suas mãos apertavam ainda mais o tecido das minhas roupas. 

 

Eu não estava aguentando mais. Eu o desejava! O queria! Aqui! Agora! 

 

Desci minhas mãos pelo tronco do meu namorado e cheguei a barra de seu casaco, o puxando para cima, tirando tudo que o cobria e o deixando nu da cintura para cima. Elástico da boxer aparecendo, abdômen definido e eu envolvido nesse ar de luxúria. 

 

Felipe me encarou por uns instantes. Seus olhos vermelhos agora me olhavam com aquela expressão de predador prestes a devorar sua presa. 

 

Eu era sua presa. Eu queria ser sua presa. 

 

— Felipe, esquece de tudo e vem… — o chamei e claro que ele atendeu meu desejo. Ele sempre me obedecia quando eu pedia isso e instantaneamente arrancou minha blusa com a camiseta junto. 

 

Seus lábios foram descendo pelo meu tronco, lambendo e beijando toda minha pele lentamente enquanto ele se ajoelhava. Senti que todos os pelos do meu corpo se arrepiaram no constraste da sua saliva quente com o ar gelado, mas mesmo assim era delicioso. 

 

Ele já estava de joelhos a minha frente quando abriu minha calça, tirando meu membro já duro para fora e sem demora, o engoliu completamente, com fúria, com desejo, com tanta vontade que foi impossível reprimir meus gemidos. 

 

— Felipe… Ahh… — gemi, me esforçando para abrir os olhos e encontrando aquele rosto tão envolto em luxúria. Enquanto eu acariciava seus cabelos, ele continuava me engolindo por completo, em movimentos rápidos, de vai e vem. Seus olhos não se desviavam dos meus. — Meu amor… — sussurrei. 

 

Felipe se levantou lentamente, chegando novamente até a altura da minha face. 

 

— Eu te amo tanto, Cadu… — sussurrou. 

 

— Então, me mostre… — soou como uma provocação… E foi! E o Felipe não me decepcionou. 

 

Quase que instantaneamente, ele me jogou sobre a sua cama, caindo sobre mim e me atacando como uma fera ensandecida.  

 

Seus carinhos, seus beijos, suas mãos. Tudo que ele fazia me fazia gemer de prazer, de tesão, de loucura.

 

Em um momento que eu não soube dizer quando, estávamos completamente nus sobre aquela cama, apenas nossos corpos se apertando cada vez mais um contra o outro enquanto compartilhávamos os beijos mais lascivos e os abraços mais apertados. 

 

— Felipe… Por favor… Eu não aguento mais… — Implorei, desejando ser invadido enlouquecidamente por meu namorado. 

 

Eu não queria mais esperar. Não podia! Eu ansiava por seu membro me adentrando, me sentindo apertado ao redor de si. Eu precisava de seus movimentos me tomando em meio a loucura do amor que fazíamos. 

 

Eu precisava dele. Só dele. E tinha certeza que ele precisava de mim. 

 

Quando ele se soltou de mim, ficando de joelhos sobre a cama para pegar a camisinha e o lubrificante, não resisti e encaixei meu corpo por trás do seu, o abraçando carinhosamente. Minhas mãos em seu peito, acariciando seus mamilos, meu penis perfeitamente encaixado entre seu quadril, ali, aproveitando o aconchego do calor da sua pele. 

 

— Cadu, você quer assim? — senti o meu namorado estremecer, mas sem vacilar. Sua mão direita segurando o gel que ele tinha ido pegar na sua gaveta e sua mão esquerda sobre as minhas.

 

— Não… Só não quero me afastar de você. Não quero que você perca o tesão em mim… — respondi, enquanto beijava seu ombro. 

 

— Eu jamais vou perder o tesão por você, Cadu… — puxou uma das minhas mãos do seu peito e a levou até a sua boca, a beijando e depois colocando dois dedos meus em sua boca, sugando lentamente e me trazendo sensações ainda mais prazeirosas. 

 

Meu namorado. Meu Felipe. Do jeito que eu o amava. Só nós dois, ali, nos entregando completamente um ao outro. 

 

— Eu te quero, Felipe… Vem… — me esforcei ainda mais para falar, mas eu precisava… Eu precisava desse vazio dentro de mim sendo preenchido por ele! Precisava sentir seu corpo se chocando contra o meu enquanto ondas de prazer se espalhavam mais e mais. 

 

Me soltei de seu corpo e me virei de costas, ainda de joelhos sobre a cama e só esperei até que senti os dedos gelados pelo lubrificante me tocando por trás, enquanto a sua outra mão passou ao redor da minha cintura e chegou ao meu penis. 

 

— Não… Com a mão não… Eu quero você… — passei meu braço por trás de meu corpo e encontrei com seu membro duro, já com a camisinha e todo envolto em gel. 

 

O segurei com firmeza e o levei até meu quadril, o esfregando contra minha pele até encontrar o local onde iríamos nos conectar. 

 

Movi meu quadril mais um pouco para trás, sentindo sua glande macia me invadindo. 

 

— Cadu… Não precisa ter pressa… 

 

Eu sabia que o Felipe só falava isso para me tranquilizar, pra que eu parasse se eu estivesse com dor ou desconfortável. Acontece que eu não queria ir devagar! Eu queria ele, completo, absoluto, duro, grosso dentro de mim. 

 

— Só mais um pouco… — sussurrei, gemendo e aprofundando mais nosso contato. 

 

Seu carinho permanecia muito excitante. Beijos suaves no meu pescoço, uma mão masturbando meu penis e a outra me abraçando e beliscando meus mamilos. 

 

— Ah… Felipe… — Cheguei até o fim, meu quadril roçando em seu abdômen, seu penis completamente dentro de mim e ele fingindo que estava calmo.  Mentiroso! Ele se fazendo de calmo e eu também fingindo que acreditava, mas nem eu queria isso. — Me fode, Felipe… Me fode… — Resmunguei, deitando minha cabeça para trás, apoiada em seu ombro. Minha mão o ajudou e meu membro estava cada vez mais estimulado. 

 

E o Felipe começou a estocar, lentamente. Deliciosamente. 

 

Vai e vem, quase saindo, ficando quietinho e entrando novamente com toda força. 

 

— Felipe… Mais rápido… — supliquei. 

 

— Se eu fizer mais rápido, eu não vou aguentar… Eu estou com muito tesão… — respondeu, dando uma mordida no lóbulo da minha orelha. 

 

— Seu filho da… — Quase o xinguei. 

 

— O que? O que você iria dizer? — senti seu sorriso encostado em minha pele. — Fala, Cadu! Fala! 

 

Eu é que estava perdendo completamente a razão e quer saber? Foda-se. 

 

— Me fode, seu filho da puta! — vociferei e ele? Ele fez exatamente o que eu pedi. 

 

Ele me fodeu com toda sua força, segurando meu quadril, socando fundo seu penis em mim, arrancando mais gemidos vergonhosos do fundo da minha garganta. Vergonha? O que era isso mesmo? Não sei. Só sei que ele me puxava com força, suas mãos fazendo marcas em minha carne, até que eu não consegui mais ficar sobre os meus joelhos. 

 

— Felipe, eu não aguento mais… — confessei. 

 

— Deita… Deita, meu amor… — ele diminuiu o ritmo até pagar e se retirou calmamente de mim. Foi quando eu caí no colchão, me virando e ficando de frente para ele. Ofegando, cansado, mas cheio de tesão.

 

Felipe abriu bem meus joelhos, um para cada lado e conduziu seu penis novamente para meu interior. 

 

Ah, essa posição…

 

— Felipe… — o chamei mais uma vez, gemendo no prazer mais intenso que senti com ele estocando ainda mais rápido. — Me beija… eu quero se beijo…

 

Ele se deitou sobre mim, sem parar de me foder, beijando incontrolavelmente meus lábios, minha boca, sugando minha língua, lambendo e gemendo, numa mistura de insanidade e prazer. 

 

Força, cada vez mais força. Rápido e incontrolável. 

 

Gozei. Gozei derramando meu esperma entre nossos corpos depois de ser tão intensamente torturado por tanto prazer espalhando-se pelo meu corpo todo. 

 

— Cadu… — Felipe escondeu seu rosto entre meu ombro e meu pescoço, estocando com fúria. Eu sabia, estava na hora dele. — Eu te amo, Cadu… Te amo demais… Te amo tanto… Eu tenho tanto medo de te perder… Cadu… 

 

Em meio a essa confissão, senti seu penis jorrar dentro de mim. 

 

Era uma mistura alucinante de amor, prazer e desespero. Era como se o Felipe estivesse desesperado por mim, por ele, por nós dois. 

 

Senti meu ombro se umedecendo e eu não sabia dizer se era do suor do rosto do Felipe ou se eram novamente lágrimas. 

 

— Felipe.. Felipe… — senti seu corpo parar de se mover e desabar sobre mim, sua respiração tão pesada e cansada. — Felipe, meu amor…— o chamei mais uma vez, tentando puxar seu rosto para mais próximo do meu, mas ele resistiu, ele se escondeu, não deixando que eu visse sua face. — Felipe, por favor, olha pra mim… 

 

Fiquei angustiado com sua reação. Foi quando ele saiu lentamente de dentro de mim, se ajeitando ao meu lado na cama, mas ainda agarrado a mim, porém, dessa vez ele deixou eu ver seu rosto. 

 

— Felipe, eu te amo… — limpei as lágrimas que escorreram pelo seu rosto. — Não faz isso comigo… — segurei firme sua face, começando a distribuir beijos por toda ela. — Felipe, meu amor… Fala comigo…?!

 

Ele me encarava com aqueles olhos vermelhos vertendo água descontroladamente. Sua expressão extremamente consternada, lágrimas e mais lágrimas. 

 

— Felipe? — estava beirando o desespero. 

 

— Só me abraça, Cadu… Só me abraça… — ele afundou seu rosto em meu peito, me abraçando apertado, enroscando nossas pernas ainda mais e acabando com qualquer espaço que havia entre nossos corpos. Ele estava comigo, então tudo ficaria bem, não ficaria?  

 

Consegui me acalmar e respirar fundo, acariciando seu cabelo enquanto suas lágrimas me molhavam. Não sei quando tempo se passou, só sei que a única coisa que consegui fazer foi puxar um edredom sobre nós e nos aconchegarmos um no abraço do outro. 

 

Quando eu finalmente tomei coragem para o confrontar, suas lágrimas já haviam cessado. 

 

— Você vai me contar agora o que está acontecendo, se não, vou achar que você não confia em mim… — falei, com a voz doce e calma, afagando seu cabelo e prestando atenção em cada mínima expressão de sua face. 

 

Ele apertou os lábios, como se quisesse trancar sua boca para que não saísse palavra alguma. 

 

— Felipe, se você não quiser me falar, eu vou embora! — ameacei sair da cama, mas ele me abraçou mais apertado ainda. 

 

— Não vai… Fica!? — suplicou. — Eu… eu… 

 

Ele estava tentando falar, mas vacilava, hesitava. 

 

— Felipe, eu não quero que você esconda nada de mim. Você pode falar, que eu vou te entender! — tentei passar confiança. 

 

Ele suspirou pesadamente e então levantou seus olhos até os meus, pousando uma mão em minha face. 

 

— Eu sei que eu perdi o controle hoje. Me desculpe por isso. Admito que aquele cara não tem culpa de nada, mas eu acho que só de ver ele, eu explodi… — começou a explicar e eu senti sinceridade em suas palavras. Meu Felipe, que eu tanto amo, estava de volta. 

 

— E o que está aqui dentro que te fez explodir? — levei a mão esquerda a seu peito, sobre o seu coração. 

 

Silêncio. Ele não conseguia falar e eu comecei a pensar um milhão de coisas terríveis. Fiquei com medo, mas acho que o Felipe percebeu isso e finalmente conseguiu dizer. 

 

— É sobre a minha avó…— começou a falar. 

 

— Você não disse que ela estava bem? Estava se recuperando? — não entendi. 

 

— Mais ou menos. Para o derrame que ela teve, a sua recuperação está indo bem, mas ontem, o médico dela disse que ela jamais vai ficar como antes e talvez fique para sempre dependente de cuidados… — ele explicou. 

 

— Então, ela vai ficar morando aqui com vocês em definitivo? — perguntei, imaginando que fosse sobre isso. 

 

— Não. Ela quer voltar para Santa Catarina, mas lá, minhas tias não vão cuidar dela como minha mãe… — respondeu. 

 

— E você está preocupado por causa disso? — questionei. 

 

— Não… Na verdade, eu estou com medo que minha mãe queira ir morar lá… 

 

— Ela…!? Ela não deixaria vocês! — fiquei surpreso. Felipe era tão apegado a mãe. Eu simplesmente não conseguiria imaginar eles morando longe. Ou será que…?  — Vocês todos iriam para Santa Catarina? — senti meu coração acelerar, um medo enorme tomando conta de mim. 

 

— Não, Cadu! Não! Não é isso… — ele me deu um selinho, me acalmando. — Mas eu ouvi uma conversa do meu pai com a minha mãe e eu fiquei preocupado, por isso me ofereci para ficar essa noite com a minha avó…— referiu-se à noite anterior.

 

— Que conversa? — ainda não havia entendido. 

 

— Parece que meu pai e minha mãe não estão se entendendo bem nesses últimos tempos e estão escondendo isso de mim e da Malu… — falou com a voz triste. 

 

— Você acha que eles estão querendo se… — Felipe colocou o dedo indicador na minha boca, me silenciando. 

 

— Não fala… Por favor, não fala, eu não quero nem imaginar…

 

Agora eu entendi. Felipe estava tentando se fazer de forte e fingir que estava tudo bem, mas por dentro, ele estava que era preocupação pura  com os pais e com a irmã também.

 

— Você quer dizer que sua mãe pensa em ir para Santa Catarina com a sua avó? — perguntei quando ele tirou o indicador de minha boca.

 

— Mas se ela for, vai querer levar a Malu junto e eu ficaria com meu pai aqui… — vi seus olhos se enchendo de lágrimas novamente. 

 

Eu sei que ele não suportaria se separar da mãe e da irmã.

 

— Felipe, não fica assim. Pode ser que eles pensem melhor sobre isso… — tentei falar algo para acalma-lo enquanto secava suas lágrimas. 

 

— Eu nunca pensei que o casamento dos meus pais pudesse acabar e agora, parece que tudo está desmoronando. Eu estava tentando me segurar, fingir que não sei de nada. Não quero me meter nas decisões deles e nem tentar impor minha vontade, mas eu tenho muito medo que isso aconteça de verdade, que eles se separem. Tudo isso que está acontecendo, minha avó doente, eu vendo minha mãe se afastar do trabalho que ela tanto ama, os meus pais se distanciando a cada dia e ainda por cima, eu encontro aquele cara… Eu não aguentei, Cadu! Eu não aguentei por que eu estou com medo de perder a minha família e se eu perder você, eu não sei o que seria de mim… — falou com um desespero tão grande, uma angústia em sua voz, uma dor tamanha em sua alma, que eu me senti impotente. 

 

Impotente por não poder tirar essas dúvidas de seu peito. Impotente por não poder resolver os problemas dele, impotente por também não ser capaz de consola-lo. 

 

— Felipe, não importa o que aconteça, eu estarei aqui, com você. Acredita em mim, eu não vou te abandonar! — olhei profundamente em seus olhos. Essa era a verdade, a única verdade e nada mais era necessário. 

 

Ele esforçou-se para me mostrar um sorriso e me deu um selinho. Continuei aconchegando-o junto a meu peito e acariciando sua bochecha até que o vi caindo no sono em meus braços. 

 

O dia havia sido exaustivo, a noite anterior cuidando de sua avó também, a pressão que ele sentia ao saber que seus pais estavam prestes a se separar e não poder fazer nada era enorme. 

 

No fim, percebi que aquela explosão de ciúmes e raiva não foi direcionada ao Tiago, foi apenas um escape para tudo que ele estava passando. Felipe era alguém que sempre tentava controlar seus sentimentos e não deixar transparecer suas dores, se fazendo de forte a maior parte do tempo, mas eu o conhecia e sabia que seus momentos de fragilidade eram quando ele se mostrava mais vulnerável e agora eu estava com ele para ampara-lo e dar toda a força que ele precisava assim como ele fazia quando eu estava passando por esses momentos ruins. 

 

Esse sexo de hoje foi uma válvula de escape, tanto para mim quanto para ele. Quando eu o vi completamente fora de controle, percebi que algo estava errado, que meu namorado precisava de mim, precisava ter certeza do meu amor e por isso, resolvi beija-lo, mas com nós dois sozinhos, um beijo nunca é só um beijo. 

 

O protegi dormindo junto a mim, aquecendo seu corpo colado ao meu, velando seus sono e quando estava quase caindo no sono também, ouvi uma batida na porta. 

 

— Felipe, eu posso entrar? — era a voz da mãe dele. 

 

Meu estômago congelou, meu rosto ferveu. 

 

Eu havia esquecido que não estávamos sozinhos em casa e mesmo assim, fizemos tudo e mais um pouco… 

 

Vi os olhos do meu namorado se abrirem. Ele acordou. 

 

— Felipe? Cadu? Eu posso falar com vocês? — Lúcia chamou novamente. 

 

— Não, Felipe! Por favor, não! — implorei, olhando nos seus olhos sonolentos. Ele entendeu do que se tratava. 

 

— Daqui a cinco minutos, mãe! — Felipe se virou para a porta. 

 

— Tudo bem, eu só vim avisar que seu pai e a Malu chegaram. Daqui a pouco sua irmã vai querer subir aqui! — ela respondeu.

 

— Tá bom, mãe! Já vamos! — ele respondeu e ela deu um “ok”.

 

Nessa hora, eu só me escondi embaixo das cobertas, grudando meu rosto no peito do meu namorado. 

 

Eu nem me lembrava se o Felipe virou a chave ou apenas a deixou travada, mas se a mãe dele resolvesse girar a maçaneta, eu acho que desmaiava de vergonha. 

 

— Eu, Cadu, o que foi? — Felipe me perguntou rindo. 

 

— A sua mãe… Eu achei que ela fosse entrar… — confessei. 

 

— E você iria fingir que estava dormindo? — ele ria, fazendo carinho em mim. 

 

— Você teria alguma ideia melhor? — o provoquei. 

 

— Hum… Talvez você pudesse dizer a ela que já me acalmou na cama. Que nós fizemos um sexo tão gostoso e depois você me colocou para dormir. O que acha? — retrucou, se inclinando, apoiado sobre o cotovelo e avançando sobre mim. 

 

— Acho que eu tenho um namorado que é um belo de um sem-vergonha! — brinquei, vendo seu sorriso tranquilo. Era assim que eu queria que fosse. Sempre. 

 

Mas eu também sabia que não poderia protegê-lo de tudo que estava acontecendo e que deveríamos descer antes que a Malu nos flagrasse na cama e pior, completamente nus. 

 

— Vamos, Felipe! Quero tomar um banho! — fugi de seus braços e peguei minhas roupas pelo caminho. 

 

Foi um banho bem rápido mesmo e dessa vez, mas só dessa vez, Felipe não ficou me provocando e me dando carinhos indecentes, então conseguimos ficar prontos em menos de dez minutos. 

 

Quando voltamos para o quarto, notei que o Felipe ficou com o pensamento longe, talvez pensando sobre sua família, seus pais, sua avó, talvez refletindo sobre a nossa discussão ou nossa reconciliação, mas nem deu tempo de perguntar sobre o que era. No momento em que peguei meu celular na mão, ele vibrou. Uma mensagem. 

 

 


Notas Finais


Ah, meus amores, espero que vocês tenham entendido o Felipe. Claro que não vamos passar pano. Ele errou, explicou seus motivos e Cadu o perdoou, mas será que ele vai dar o braço e se desculpar com o Thiago.

E não querem que fiquem bravos com os pais do Felipe. Eles estão passando por momentos difíceis e não querem envolver os filhos antes da hora.

Quero muitos comentários, palpites e sugestões! E digam se gostavam do lemon 😉


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