História MEU AMADO INIMIGO (TaeKook) - Capítulo 11 - A Promessa.

  TAEHYUNG andava de fininho pela casa, não queria que ninguém o visse naquele estado deplorável. O ômega era um modelo famoso, já pensou se alguém o pegasse ou o fotografasse naquela situação? Bom, nada com que Taehyung se importasse. A verdade era que estava com medo de que alguém da família o visse daquele jeito, ainda mais depois de saberem que a culpa havia sido do alfa idiota. Com toda certeza iriam rir de sua cara.

E sua dignidade? Ficaria onde? Ninguém poderia o ver!

Mas infelizmente o Kim havia se esquecido de que ali era uma fazenda, e que na fazenda de seus avós, ninguém parava quieto em um só lugar.

— Senhor Jesus Cristo, o que aconteceu com você? — Taehyung deu um sobressalto pelo susto enquanto sua mãe se encontrava chocada ao ver a figura de Taehyung totalmente lamentável. O ômega estava inteiramente sujo, a roupa branca que usava apenas piorou sua situação.

Não havia uma parte sequer limpa no corpo do garoto.

— O seu queridinho aprontou comigo enquanto eu estava no chiqueiro dando comida para os porcos. — respondeu entre dentes. A raiva ainda não havia cessado.

Taehyung não estava com paciência, então antes que algum membro da família resolvesse questioná-lo, se virou para ir embora. Mas como o ômega nunca fora provido de sorte, após se virar deu de cara com Seokjin.

— Misericórdia! — exclamou ao ver Taehyung totalmente sujo de lama, só os olhos salvavam. Seu primo estava um pouco assustador. — O que diabos aconteceu com você? Parece que chegou no fundo do poço. — sorriu. — E eu estou falando no sentido literal da palavra.

— Aquele cretino do Jeon! Aquele alfa maldito fez com que eu escorregasse na lama e caísse um balde cheio de lavagem na minha cara! — cruzou os braços inflando as bochechas em sinal de descontentamento.

— Hum. — Taehyung olhou para Seokjin e viu o primo mordendo os lábios e respirando profundamente, estava claro que o outro queria rir.

E foi isso o que aconteceu, o ômega não se aguentou e começou a gargalhar altamente da cara de Taehyung, este que olhou descrente para Jin e negou com a cabeça. Taehyung não achara a menor graça naquilo, então simplismente bufou irritado e passou pelo primo, sumindo da vista de todos.

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Taehyung deu graças a Deus pelo banho já tomado, nunca havia demorado tanto tempo em um banho antes, estava mais do que tudo, aliviado. Aliviado por ter se livrado de toda aquela sujeira que estava impregnado em seu corpo. Por isso, ao sair do banho, colocou uma calça moletom cinza, uma regata branca e a parte de cima do moletom. Estava quase anoitecendo, e quando anoitecia na fazenda, fazia frio.

O ômega passou o pente por seus fios agora cheirosos e molhados, dando uma leve arrumada. Calçou uma meia da cor branca e uma pantufa simples no pé. Se olhou no espelho a sua frente antes de dar duas borrifadas de perfume em seu pescoço, e aplicar seus cremes faciais. Apesar de ter tomado banho e estar se sentindo totalmente limpo, a imagem do balde de lavagem caindo em seu rosto estava impregnada em sua mente.

Sem mais delongas, Taehyung saiu do quarto. Estava eufórico para visitar alguém muito especial para si. Mas antes, precisava comer, por isso, andou até a cozinha e mexeu nos armários de madeira a procura de algo. Tinha inúmeras coisas ali, mas gostaria de ser rápido, então optou por comer apenas um cereal.

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Os barulho dos salto de SunHee ecoavam pelo piso amadeirado abaixo de si. Mas logo cessou seus passos ao estar de frente a porta grande e negra a sua frente. Era o escritório de seu pai. 

— Papai? — chamou, após dar duas batidas de leve. Estava curiosa para saber do que se tratava, o mais velho raramente a chamava para algum assunto sério.

— Pode entrar, querida. — SunHee imediatamente entrou, fechou a porta atrás de si e se permitiu observar o local, não havia mudado muita coisa naquele escritório desde a última vez que entrara.

— O que aconteceu meu pai? O que era de tão urgente que gostaria de tratar comigo? — indagou enquanto se sentava de frente para o Kim.

— Ultimamente anda tendo muitos roubos de cavalos nas fazendas vizinhas. Graças aos céus não ocorreu nenhum roubo aqui, ainda. — acrescentou. SunHee ouvia tudo atentamente. — Todos os roubos ocorrem a noite, então eu andei investigando e tem um padrão. Todas as fazendas que foram roubadas foram uma seguida das outras. E de acordo com minhas contagens, se tudo estiver certo, o próximo roubo será aqui. — confessou. SunHee estava chocada, ninguém nunca roubava cavalos ou as fazendas vizinhas fazia anos.

— Meu Deus, pai. Já que o senhor tem tanta certeza que a fazenda será a próxima, não vai tomar nenhuma providência?

— Eu não nasci ontem, SunHee. É claro que já tomei as medidas necessárias, porém, os vigias que foram contratados por mim chegarão somente amanhã. Contratei os mais bem treinados, todavia, a tropa é de Seoul. Já está anoitecendo e são algumas horas para chegar a Busan. Então é provável que cheguem amanhã de manhã. — explicou. — O que eu estou querendo dizer filha, é que não tem ninguém para vigiar a fazenda está noite, estamos completamente vulneráveis. Já está escuro lá fora e para a segurança de todos é melhor permanecerem dentro de casa.

SunHee estremeceu, era tão ruim assim? Afinal, só roubariam cavalos, não é? Mas não poderiam confiar, se roubam cavalos, o que garante que não roubariam mais nada? E se resolvessem entrar na casa? Aquilo não podia acontecer! Tinha os garotos, os mais velhos, tinha Jin, o bebê...

— Reúna todos da fazenda e avise que permaneçam dentro de casa. Não quero ninguém do lado de fora.

— Ok.

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— Onde está Jin e Jimin, Sofia? — questionou Taehyung, geralmente os dois não saiam da cozinha roubando algo ou acabando com os bolos de chocolate da vovó Hannah. 

— Estão todos dormindo, senhor. Exceto sua mãe e seus avós. — respondeu a empregada. Sofia trabalhava na fazenda a muitos anos, Taehyung era apegado a mais velha. Gostava muito desta desde o dia em que a ômega o deu um enorme pedaço de bolo de chocolate escondido de sua mãe.

— Já disse para não me chamar de senhor, Sofia. Me faz parecer velho e você faz parte da família. Gosto que me chame pelo meu nome. — respondeu emburrado e Sofia sorriu.

— Tudo bem. Gostaria de ajuda? — perguntou. — se referiu a louça que Taehyung estava lavando.

— Não, está tudo bem. Já acabei, além do mais, vá para a casa descansar, já anoiteceu e seu horário de trabalho já acabou faz tempo.

— Ok. Então até amanhã. — disse dando as costas para o Kim.

— Até. — respirou fundo e secou suas mãos no avental que usava.

Estava na hora de visitá-la.

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Os olhos de Taehyung se encheram de lágrimas assim que o ômega avistou sua amada Esmeralda. Fazia muito tempo desde a última vez que a vira. Estava morrendo de saudades, o ômega a amava demais. Esmeralda estava presente desde a adolescência do ômega, Taehyung a amava demais...

Correu e abraçou o pescoço da égua que a tanto tempo sentiu falta. Esmeralda ao notar seu dono, ficara extremamente agitada, também tinha saudades do pequeno lobo. Taehyung se desvencilhou do abraço e pôs seus olhos coberto pela lente castanha na fiel amiga. Sua pelagem era branca, olhos claros, corpo bem cuidado, pelos macios e bem hidratados. Esmeralda era uma égua extremamente bela.

— Senti sua falta, velha amiga. — sorriu terno, ao ver Esmeralda escostar sua testa na dele, era a forma que a égua tinha de lhe dizer que também sentira sua falta.

Esmeralda desencostou do ômega e deu passos para trás, gostaria de analizar seu melhor amigo melhor. Passou os olhos pelas pantufas do Kim e negou com a cabeça, estava muito frio para o garoto estar usando uma pantufa! Deixou isso para lá e tornou a analizá-lo. Passou seus olhos pelo conjunto moletom e foi subindo chegando ao rosto escultural do outro. Sua pele estava macia, sua boca rosada e levemente volumosa, bochechas rosadas, talvez fosse pela falta de sol em seu corpo. Taehyung estava muito branco.

Esmeralda não gostava daquilo, amava a pele beijada pelo sol do amigo. E se dependesse dela, faria de tudo para tirá-lo de dentro da casa grande e fazê-lo tomar vergonha na cara e tomar um sol para que a pele de cor tão magnífica voltasse ao que era antes.

Olhou para os cabelos negros e cheios do ômega e sorriu ao ver quão bem cuidados estavam, o preto brilhava de uma maneira mágica. Continuou sua avaliação e colocou seus olhos no úntimo lugar que faltava. Os olhos.

— Ei, ei, o que foi? — Taehyung indagou ao ouvir a égua soltar um som que soou como reprovação.

Esmeralda não gostara nem um pouco do que viu. Não entendia a mania de Taehyung em querer esconder seus olhos. Eram lindos demais para que fossem ocultos por uma lente. Esperava seriamente que o Kim parasse de usá-las.

— Sabe, eu queria muito me transformar para que podesse te entender melhor, gostaria de conversar com você até de madrugada. Mas está ficando frio demais e não quero voltar pelado para dentro da fazenda. Então vamos ter que deixar isso para outro dia. — sorriu ao notar a compreensão no olhar da égua. — Então tá, acho que vou vol–

Taehyung rapidamente parou de falar ao notar um barulho estranho no estábulo. Franziu o cenho e tornou a olhar para égua.

— Esmeralda, espera aqui que eu já volto. — sussurrou, a égua soltou um relincho baixo para que ele não fosse, porém, Taehyung não deu atenção.

Andava com passos cautelosos ao local que havia feito barulho, se surpreendeu ao ver que vários homens seguravam Zeus, enquanto outros tentavam puxá-lo pela corda que estava amarrada em seu pescoço. Zeus era um cavalo forte, se não tivesse tantos homens o segurando, com certeza a essa hora estariam todos no chão.

Tentou se aproximar mais para ajudar o cavalo, porém, fora impedido por uma mão em sua boca, tentou se debater e dar uma cotovelada no cara que estava o segurando, todavia, seus braços e pernas foram segurados imediatamente por mais dois alfas. Estava ficando tonto, talvez fosse o álcool sendo inalado por si através do pano sendo pressionado fortemente em seu nariz.

A última coisa que enxergara foi Zeus tentando se soltar para ajudá-lo e na ação derrubando 5 dos homens, e Esmeralda desesperada dando coice na cerca de madeira para tentar sair de seu cubículo. 

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— Garotos, eu preciso falar com vocês. — avisou SunHee, ao chegar na sala. —Estavam todos na sala, alguns em pé e outros no sofá. — Escuta, o que eu tenho que falar é extremamente importante, peço que todos vocês me obedeçam, ok?

— Ok. — falaram em uníssono.

— Então, ultimamente anda tendo muitos roubos de cavalos nas cidades vizinhas, e essa fase da tem tudo para ser a próxima. Estamos sem proteção até amanhã de manhã e peço gentilmente que todos permaneçam em casa por essa noite. — avisou, resumindo exatamente tudo o que fora dito por Sungdoo.

Todos concordaram, exceto Jungkook que não estava prestando total atenção. O Alfa estava focado em procurar um certo alguém de cabelos negros e personalidade esquentada.

— Então, todos concor–

— Cadê o abusado? — interrompeu SunHee, ainda olhando os cantos da sala.

— Quem? — perguntou confusa.

— Taehyung. — respondeu, finalmente a olhando.

— Deve estar dormindo, ele–

— Taehyung não dormi essa hora Omma. Ele deve ter saído. — disse SunHee. —Meu Deus, esse garoto me dá tanto trabalho. — passou as mãos pelos cabelos longos, estava frustrada. — Jungkook, querido, você poderia ir ao estábulo por favor? Ele deve estar lá.

— Claro.

Apesar de Jungkook não ir com a cara de Taehyung, se preocupava com o ômega, foram criados juntos desde criança, era inevitável. E pelo o que pôde escutar, estava tendo muitos roubos aos redores das fazendas, seria melhor se certificar.

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Conforme Jungkook andava, passava seus olhos por todo o local, tudo estava tão lindo desde a última vez que se lembrava. A grama extremamente verde, as cercas pintadas de branco ao redor de alguns animais, as árvores tão verdes quanto a grama recém molhada, as diversas flores que o Jeon sabia serem de Hannah, e o imenso estábulo. Ah, Jungkook amava aquele espaço totalmente colorido.

Em passos rápidos e ansiosos, Jungkook entrou no imenso estábulo. Ficou ainda mais admirado, tudo continuava igual a antes, a pintura parecia ser recente, eram cores vivas e animadas. Sem deixar de reparar na beleza do local, o Jeon passou pelo corredor do estábulo olhando dentro de cada cubículo para observar os cavalos. Pelo o que pôde ver, estava tudo em ordem com todos, passou pelo último cubículo e viu o cavalo um pouco agitado. Franziu o cenho e abriu a porteira onde o animal estava.

Jungkook sorriu largo ao conhecer o cavalo, ou melhor, égua. Era fêmea, e ainda por cima, era a égua de Taehyung. O modelo costumava montar nela sempre que vinha a fazenda. Jungkook sabia que Taehyung tinha um apreço e um amor muito grande pelo animal. Assim como ele tinha com Zeus — seu companheiro de corrida, amigo, confidente e também cavalo. 

Falando nisso, Jungkook não havia visto Zeus pelo estábulo. 

— Ei garota, o que foi, hum? — se aproximou da égua, passando as mãos e fazendo carinho nos pelos macios e brancos da égua. — Por que está assim, agitada? — indagou, mesmo sabendo que ela não a entenderia a não ser que estivesse em sua forma lupina. Continuou fazendo carinho na égua enquanto passava o olho ao redor.

Taehyung não estava ali...

Não havia nada ali, então porque Esmeralda estava agitada? Franziu o cenho novamente e colou seu rosto ao da fêmea, como uma forma de dizer que estava ali. E por um momento, pensou que agitação toda era por conta de Taehyung. Esmeralda era esperta, certamente já havia sentido o odor de Taehyung pela fazenda. 

Talvez ela estivesse apenas animada.

— Isso tudo é por causa daquele idiota? — indagou Jungkook, sorrindo logo depois de ouvir um relincho de reprovação vindo da égua. — Tá, tá, me desculpe, não quis ofender seu protegido. — sorriu. 

Jungkook sentia falta de Zeus. Mas já que não tivera o prazer de ver seu amigo ali, deixaria para depois. Achou estranho não ver o enorme cavalo de pelagem negra e deveras malhado. Zeus era um cavalo lindo. Mas apenas deu de ombros, alguém deve tê-lo levado para passear. Jungkook olhou para a égua e pensou em se afastar, mas Esmeralda segurou na barra de sua blusa com os dentes, como uma forma de mantê-lo ali. A égua estava agitada de mais para Jungkook.

— Calma Esmeralda, eu vou chamar aquele idiota se é isso que você tanto quer. — estranhou quando Esmeralda não o soltou, pelo contrário, relinchou e se agarrou mais ainda ao Alfa. — Calma garota, eu prometo. Daqui a pouco eu trago ele.  

A égua não o soltou, continuou agarrada ao braço do empresário. Jungkook não estava entendendo mas nada. Se pelo menos estivesse em sua forma lupina...

— Esmeralda, você precisa colaborar. Tem que me soltar para que eu traga Taehyung. — sussurrou.

A égua continuou o encarando, e mesmo sem querer, soltou o alfa aos poucos.

— Eu vou trazê-lo. — sorriu, passando a mão uma última vez na égua. — Eu prometo.

A olhou uma última vez antes de dar as costas e ir atrás do Ômega abusado. 

Jungkook só não esperava que encontraria Taehyung a quilômetros dali, caído no meio da floresta, despido, e completamente desacordado...