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História Meu amigo não tão imaginário - Meu presenteador não tão reconhecível


Escrita por: coly-unnie

Notas do Autor


YEEEEEE voltei, meu Deus, 50 favoritos, obrigada <3 vocês são uns xuxuzinhos.

Boa leitura!

Capítulo 2 - Meu presenteador não tão reconhecível


Fanfic / Fanfiction Meu amigo não tão imaginário - Meu presenteador não tão reconhecível

―... e aí, todo mundo sabia desse podre quando ele fez o discurso na formatura dele!

Os dois caíram na gargalhada, achei que morreriam de tanto rir. Eu tentei entender a graça, mas eu não consegui entender o porquê eles estavam rindo de, aparentemente, uma fofoca.

Era meu primo e meu amigo. Dois malucos...

Hoseok do terceiro ano dirigia para o colégio e aquela era provavelmente a terceira história que ele fofocava para o Tae, que adorava. Ambos no banco dianteiro e eu no traseiro, quieto e entediado. Fingia que nos meus fones de ouvido tocava alguma coisa só para não ter que conversar com eles. Tinha que ouvir os dois fofoqueiros tagarelando sobre rumores do colégio o caminho inteiro, insuportável.

Não me entendam mal ou achem que tenho uma personalidade ruim. Eu gosto muito dos meus hyungs, eles são muito essenciais na minha vida. Sem eles eu não seria feliz de verdade, os amo muito. Mas eles juntos é a definição de perigo. Taehyung só apronta. E Hoseok é do tipo que crê que devemos fazer tudo que queremos, porque um dia todos nós iremos morrer e não devíamos nos arrepender por não ter feito algo por medo. Imagina esse projeto de gente perto do Tae? Era cada confusão, que quando saiu no jornal que uma loja de conveniência havia sido incendiada por dois adolescentes, eu realmente pensei que pudesse ser obra dos meus hyungs.

― O que a gente vai aprontar hoje? ― Era como se Hoseok tivesse lido meus pensamentos e, para me assustar, tinha começado aquele papo alienado.

― Eu vou aprontar o que você quiser aprontar, hyung. ― Eu não podia ver o Tae, mas podia imaginar a feição dele pela voz mansinha que estava fazendo.

Acho que estava na hora de eu cortar o papinho dos dois.

― Droga, acabou a bateria. ― Bloqueei o telefone para guardá-lo na jaqueta, me aconchegando no banco do meio para ficar bem pertinho dos meus amigos.

― Ótimo, estávamos pensando no que aprontar hoje. Alguma sugestão? ― Tae dirigiu seu olhar para mim, mostrando-se ansioso pela minha resposta.

― Sugiro que a gente ache um lugar bom para assistir o jogo, assim como pessoas normais fazem. Pode ser? ― Os dois bufaram diante da minha resposta.

― Eu sei que por trás dessa personalidade de nerd tem uma mente brilhante e que pensa em inúmeras travessuras! Só não faz porque tem medo. ― Hobi começou a falar, já estávamos na rua do colégio. ― Libere sua pestinha interior!

― Não tem nenhuma pestinha no meu interior, e travessuras só são permitidas quando alguma casa não me dá doce no Halloween. Doces ou travessuras, as vadias escolhem. ― Os dois gargalharam alto. ― É serio, não criem uma confusão.

― Acho que você esqueceu que o meu sobrenome é confusão. ― Tae mordiscou os lábios, erguendo as sobrancelhas repetidas vezes.

― E eu me casei com Taehyung no crime. Meu sobrenome é confusão também. ― Hobi estava procurando uma vaga.

― São casados agora?

― No crime. Parceiros no crime, cara. ― Eu realmente não sabia o que aquilo queria dizer; resolvi deixar de lado quando os dois saíram do carro e eu tive que ir em seguida.

Conforme nos aproximávamos da entrada principal, mais pessoas apareciam. Grande quantidade delas eram desconhecidas por mim, tanto de rosto quanto de personalidade. Fiquei um pouco nervoso quando uns caras vestidos de dourado entraram gritando que o colégio Donghwa ― onde eu estudo ― ia ficar no chinelo porque os tigres eram melhores que as fadas.

Breve explicação: nós éramos as fadas porque Donghwa significava conto de fadas, o porquê eu não sei, mas eu gostava desse nome. E eles eram os tigres porque o significado de Sa Betuseu ― o nome do colégio deles ― era dente de sabre. Show. Fadas versus Tigres. No que ia dar eu não sei, mas fiquei curioso para descobrir.

― Minha barriga tá tremendo. ― Tanto eu quanto Hobi olhamos para o Tae, que agora acariciava sua barriga como se lá tivesse um bebê. ― Estou faminto. Faminto!

― Eu disse para jantar antes de sair, seu bosta. ― E eu tinha dito mesmo, mas ele insistia em dizer que queria comer Jjampon de uma barraca de rua, e o Hoseok colocou pilha, dizendo que no último jogo uma tiazinha estava vendendo por aqui.

― Jeongguk, você podia ir lá comprar, né? ― Acredita na cara de pau de Jung Hoseok? Eu? Comprar?

― Por que eu? ― Cerrei as pálpebras, cruzando os braços sobre o peito enquanto o Hobi procurava sabe-se lá o que em seu bolso.

― Porque eu vou pagar. ― Enfim, pegou sua carteira de couro. ― E porque eu vou deixar você comprar o que quiser com o meu dinheiro também. Desde que seja de comer.

― Ok. Me convenceu. ― Peguei a carteira, abrindo-a e sorrindo com a quantia alta. ― Você vai querer algo?

― Algo doce, pode escolher. ― Hobi sorriu, enquanto Tae cantarolava uma canção sobre macarrão apimentado.

― Tá bom. Eu já volto. ― Os dois confirmaram com a cabeça.

Afastei-me dos dois e fui procurar as barraquinhas de comida e me senti intimidado no meio de tanta gente, o fato deles serem do meu colégio não ajudou nada. Eu queria mesmo é me esconder para não ser abordado com um “Jeongguk, ei! Não era você o menino que ninguém nunca tinha visto fora da escola antes?” como havia acontecido duas vezes por dois garotos da minha classe. Frustrante.

Tinha um moço com uma barraquinha de Yaksik perto da entrada, e eu, que antes estava com vontade de comer o Hotteok da cantina, mudei de ideia. Yaksik, ah! Arroz doce com castanhas, canela e molho de soja. É gostoso demais, esse inclusive estava uma delícia.

Comprei Jjampon em uma marmita para o Taehyung. Jjampon é basicamente macarrão apimentado com verduras refogadas, camarão e caldo de carne de porco. O que a tia Yoona fez no feriado ficou uma delícia; se o de rua feito por uma idosa também era bom eu não sabia, mas como não seria eu quem iria comer, liguei o foda-se. Só espero que o Tae não vomite, ele sempre vomita quando come algo que não lhe agrada. E para o Hoseok, comprei apenas um pacote de Choco Pie mesmo.

De repente meu celular começou a vibrar repetidas vezes de dois em dois segundos, e eu fui forçado a dar-lhe atenção. Desbloqueei a tela e li as mensagens recentes do Hoseok:

 

“Cara, o Tae foi atropelado por uma bicicleta! Ele disse que está bem, mas tá passando mal, estou no carro, e vou levar ele para casa. Onde você está? Eu preciso que venha agora, ou eu vou ir! Tô com medo, ele parece mal de verdade.” Jung Hoseok 19:36

 

Arregalei os olhos, a mensagem tinha sido enviada há quase quinze minutos! Puts, eu fiquei tanto tempo assim procurando comida? Hobi já devia estar indo para o meu prédio, aish, ótimo! Estou preso nessa merda de colégio com uma marmita de macarrão apimentado e um celular com o sinal ruim, pois demorava mais de dez minutos para receber uma mensagem. E pra piorar, estava preocupado com meu primo.

 

“Hyung, só li agora! Eu não vou entrar no jogo, você já saiu? Vou me sentar no banco do estacionamento, volta pra me buscar depois, né?” Jeon Jungkook 19:54

 

Suspirei e fiquei feliz pela mensagem ter sido enviada, pelo menos para isso aquela bagaça de telefone servia. O estacionamento estava esvaziando cada vez mais. Já que o jogo começava às oito horas, todas as pessoas estavam entrando e os carros ficando. Sentei no primeiro banco que vi, e resolvi comer o macarrão do meu primo. E logo depois comi o chocolate do Hobi.

É, eu estava lá há quase trinta minutos e só podia comer e olhar o nada, porque todo mundo havia entrado no campo e eu estava no meio do estacionamento vazio. Completamente sozinho. A única coisa que eu podia fazer era ler um livro online pelo meu celular e rezar para o carro do Hoseok aparecer na minha frente, onde ele me levaria para a minha cama quentinha, que eu não quis sair desde que respirei pela primeira vez no dia de hoje.

— Alguma vez você já ouviu falar nesse tal de Justin Bieber?

Revirei meus olhos.

— Todo mundo sabe quem é o Justin Bieber.

Eu sabia o porquê dele ter vindo e perguntado do nada a respeito do Justin Bieber para mim. Era porque eu tinha adormecido na aula uma vez no inverno passado, e quando fui acordado, gritei que era para o Justin Bieber parar de me fazer cócegas. É, eu gritei isso. E depois disso, todo mundo pareceu notar que a capinha do meu celular, o meu papel de parede, o interior do meu armário e basicamente metade das minhas blusas tinham a cara do Bieber, ou pelo menos referências de suas músicas.

Foi aí que eu fui nomeado o maior fanboy do Justin Bieber de Seul.

— Não acho que você vá encontrar cinco pessoas ali que já ouviram falar sobre esse tal de Justin Bieber. E, a propósito, que tipo de sobrenome é esse? Tem a ver com o BIGBANG ou algo assim? Fantastic Bieber?

— É o sobrenome dele.

O garoto balança a cabeça e dá risada.

— Conheço muitos sobrenomes. Tipo Kim, Chen, Lee alguma coisa... Mas nada de Bieber.

— Você não pode chegar aqui e fazer piada com o sobrenome do Deus do pop! — advirto.

Mas depois, eu ri, mesmo contra a minha vontade porque ele também estava rindo. Eu não sabia o que o garoto de touca e máscara facial preta estava fazendo ali, cutucando meu lado fraco de fã do Justin Bieber. Mas ele não me parecia um valentão ou coisa do tipo. Então eu ri.

Ainda assim, a atenção que ele me dava me deixou confuso. Por que diabos ele estava aqui fora quando ninguém mais estava? Eu fiquei nervoso quando pensei um pouco sobre isso. Ele estava usando aquela máscara facial que cobria desde o nariz até o queixo. E estava enrolando em uma porção de agasalhos e até touca usava. Quem era aquele cara? Talvez um ladrão? Assassino? Hater de boylieber?

Mas quando eu realmente reparei nele, percebi que não deveria me preocupar. Ele era um tampinha. E não me parecia forte, mesmo que não fosse magricelo, parecia ser normal. E eu sou fortinho porque malhava com meu pai desde os quinze, poderia chutá-lo caso ele decidisse tentar algo.

Mas quando vi seu moletom com a estampa do nosso colégio Donghwa, percebi que ele era um aluno.

Então…?

Eu não era nenhum imbecil. Eu tinha dois melhores amigos, também tinha outras amizades ótimas que fiz no acampamento da igreja onde passei o verão. As pessoas gostavam de mim, mas elas não me conheciam de verdade. Na sala, eu era um aluno quieto. Não era de ficar levantando a mão para fazer perguntas, nem perturbava os professores. E eu vivia ocupado, passava boa parte do tempo estudando ou na academia por insistência do meu pai, e ainda participava de aulas teóricas com o pessoal da faculdade do Yoongi. Os alunos eram legais, mas costumavam me tratar como se eu fosse um colega. Só colega e não amigo. Era do tipo que ninguém resolvia se aproximar de verdade.

Então por que diabos ele estava falando comigo?

— O que você diria se eu tivesse um álbum autografado do Bieber? — Ele me fitou com um brilho no olhar.

— Ora, sem essa. Você não tem — respondi, empurrando-o com um pouco mais de força do que eu desejava.

Ele fingiu se chocar contra o a placa de “proibido estacionar aqui”. Depois passou as mãos pelas roupas como se tivesse tirando a poeira.

— Mas é verdade.

— É no mínimo falsificado — falei, vendo-lhe se sentar ao meu lado e abrir o zíper de sua mochila em seguida.

O álbum em formato de CD foi colocado sobre as minhas mãos e eu quase deixei meu celular cair quando reparei bem nele. Agarrei, vendo claramente o autógrafo do Justin Bieber.

— Não é falsificado.

— Não é falsificado?! — Olhei-o.

— Não é falsificado.

— Está falando sério? Espera aí. Como você conseguiu isso? — Eu estava quase berrando, e você entenderia o porquê se fosse completamente louco pelo Justin Bieber.

— Um amigo da família deu para o meu tio. Ele já trabalhou pra ele, era segurança. Minha tia me ouviu escutando Under the Mistletoe em 2011 e pensou que eu gostava dele, então pediu. — O desconhecido respondeu bem rápido, pareceu ter notado meu entusiasmo.

— Nossa! E é da melhor era! Que sorte a sua! — Eu ergui o CD na direção da lua, me casaria com ele se possível. Com o álbum, obviamente.

— Sorte nada, eu nem gosto dele. Eu prefiro o nosso pop coreano, isso aí é besteira para mim. — Deu de ombros.

— Porra! Então me vende! — Olhei-o, esperançoso.

Logo eu, o cara que julgava Yoongi por gastar uma grana preta em álbuns antigos estava ali, pronto para implorar de joelhos para ter o CD lançado em 15 de junho de 2012 autografado pelo Jesus canadense, Justin Drew Bieber. O “J” de Justin é o mesmo “J” de Jesus, notaram?

— Não. — Ele respondeu.

— Ah, por quê? Por que não? — Meus ombros caíram, poderia chorar a qualquer momento.

— Eu te dou. Pode ficar. — Ele deu um riso soprado.

— Sério mesmo? ‘Cê jura? — Eu provavelmente estava patético gritando de empolgação daquele jeito, mas quem disse que eu ligo? Eu ganhei o álbum autografado do melhor ídolo do planeta!

— Juro. Todo seu.

Eu queria sorrir, mas também queria chorar. Queria gritar de felicidade, mas não quis parecer mais esquisito do que aparentava, então eu só sorri e inclinei a cabeça repetidas vezes, agradecendo-o formalmente pelo melhor presente que eu já havia ganhado em toda a minha linda e patética existência.

— Obrigado, obrigado, obrigado! — E eu continuava, porque eu era doidinho da cabeça mesmo.

— Calma, não é nada demais! — Ele dava risada. — Senta aí, senta! — puxou-me pela minha jaqueta e me forçou a sentar novamente, dando um fim nos agradecimentos formais. — Eu só estive esperando por um fã dele para dar isso, e quando você ficou puto porque eu falei mal do sobrenome dele, eu tive certeza de que você era o cara certo.

— Cara, meu Deus, obrigado! — Eu sorri. Ai como eu estava animado! — E você, você é…

 

“Estou chegando. Espera na frente do estacionamento, porque a entrada tá lotada, eu não vou conseguir ir aí. Vem agora! O Tae está bem, mas eu ainda estou preocupado. Só vem logo ou eu vou te deixar aí.” Jung Hoseok 20:33

 

— Puxa vida, muito obrigado mesmo. Eu queria conversar mais, mas eu preciso ir para a entrada do estacionamento agora, se não eu perco a minha carona.

— Relaxa, vai lá. — Ele me observou levantar e estranhou o fato de eu não ter guardado o CD, pois perguntou. — Não vai guardar o CD?

— Não. Eu vou carregá-lo, é precioso. — Rimos juntos mais uma vez, enquanto eu abraçava o objeto contra o meu peito esquerdo. — Então… Tchau.

— Tchau. — Eu não podia ver seus lábios, mas eu tinha certeza de que ele estava sorrindo.

Porque… os seus olhos…

Familiar.

Saí em seguida, acenando uma última vez antes de caminhar apressadamente para onde Hoseok me esperava. E ele já estava lá. Ficou buzinando que nem um maluco quando me viu, gritou para eu correr e eu o fiz porque… porque sim.

Jung Hoseok irritado era um acontecimento raro. E assustava muito.

— Que parte do “Vem logo” você não entendeu? — Ele esbravejou assim que eu entrei, ligando o carro e queimando o pneu em seguida.

— Desculpa, eu estava me despedindo de uma pessoa. — Encolhi-me, puxando e colocando o sinto. — O que aconteceu com o Tae?

— Um cara atropelou ele! Um cara de bicicleta. ― Ele ralhou. ―  O cara é estúpido ou o quê? Por que ele estava pedalando em alta velocidade no meio de um bando de adolescentes? Que ódio! Odeio gente irresponsável. ― Apertou tanto o volante que o nó de seus dedos ficaram brancos.

― Ele chegou a se desculpar?

― Sim! Mas não adianta! ― Virou uma esquina. ― Ah… Eu gritei muito com aquele cara. Eu queria socar a cara dele!

― Você socou?

― Eu chutei a bicicleta dele. Espero que tenha quebrado.

― Hyung, não tinha necessidade. ― Encarei-o, mesmo com medo dele me matar por proteger quem atropelou o Taehyung. ― Sabe… No fundamental, o Tae atropelou um gatinho. Ele estava andando de bicicleta, voltando do colégio e tal…

― Um gatinho?

― É. Mas o gato não morreu, o bichano nem chegou a se machucar de verdade, mas o Tae ficou triste por um tempão. ― Talvez distraí-lo com uma história antiga fosse a melhor forma de acalmá-lo. ― Ele se sentiu muito culpado… Mesmo que tivesse sido sem querer.

― Aham…

― A situação é a mesma, você sabe. Pensa só. E se fosse o atrapalhado do Tae naquela bicicleta? Atropelando um estudante? O moço só estava distraído… É só você pensar bem. ― Olhei-o de lado, me aconchegando no banco.

― É… ― Ele fez uma pausa para colocar o seu sinto e suspirou. ― Hum… Talvez eu tenha exagerado. — Relaxou o corpo, deitando a cabeça no banco já que estávamos parados no sinal vermelho. — Espero que a bicicleta dele não esteja quebrada. — Esse sim era o Jung Hoseok que eu conhecia.

— Sim, hyung. Eu também espero. — Mostrei-lhe um sorriso ladino, que foi recebido com uma risada sem graça.

— Obrigado, Kook.

Depois disso o Hoseok me deixou em casa e entrou comigo no apartamento para ver o Tae. Ele estava na minha casa, e o Yoongi também, porque ficou preocupado ao saber que Taehyung foi atropelado. Taehyung estava na minha cama e, nossa, estava com uma aparência muito melancólica, tinha um monte de lenços sujos de sangue dentro de uma sacola no criado mudo, ele “segurava” seu nariz com um lenço também e seus olhos estavam vermelhos.

— O nariz dele sangrou e ele… Ele chorou muito. Mas eu não entendi o porquê. Não era pra doer tanto. Seu nariz nem está quebrado ou coisa do tipo. — Gi disse, enquanto o Tae se agarrou no meu travesseiro e virou o corpo na direção oposta. — Eu vou voltar a dormir agora que vocês chegaram. — E assim o Yoongi se foi.

— O que rolou? — perguntei.

— O moço me atropelou e eu caí com o rosto no chão, foi bem no meu nariz. — Tae fungou, seus ombros tremiam e eu podia sentir o clima ficar tenso mais uma vez. Era o Hoseok ficando puto de novo. — Estou com dor de cabeça. — Ele nos olhou sobre seu ombro, ou melhor, ele olhou para o Hoseok. — Hyung…

— Eu vou pegar um remédio para você, está bem? — Ele confirmou. — Cade minha mãe? E a tia?

— Todo mundo saiu pra casa da vó, só o Yoongi que ficou. — Vi seus dedos praticamente se arrastarem pelo colchão, assim como vi o Hoseok se aproximar. — Hyung… — E as mãozinhas trêmulas do Tae estavam sobre os dedos do Hobi. — Você está calmo?

— Estou sim. — Ambos estavam tão envolvidos nos olhares que eu consegui me levantar e sair do quarto sem chamar a atenção de nenhum dos dois.

Meu primo Tae sempre teve dores de cabeça e por isso todo lugar que ele passa e fica por mais de dois dias, deixa um tipo diferente de remédio para tal dor. Dipirona funcionava quando ele tinha doze anos, mas parou de surtir efeito depois de um tempo. Agora ele só toma Neosaldina. E tinha uma caixa cheia deste analgésico na minha cozinha porque Taehyung vivia na minha casa.

— A sua mãe ligou. — Virei-me para Hoseok, que saiu do quarto não sei quando, porque não vi. — Pelo jeito a senhora Kim está desmaiada de bêbada junto com o pai do Tae e todo mundo por lá tomou cerveja demais para poder dirigir de volta pra casa.

— Vão dormir por lá? — Ele assentiu.

— A sua mãe ficou desesperada e queria vir para cá, mas eu passei o telefone para o Tae e ele disse para ela que já estava melhor e que eles não precisavam se preocupar — contava baixinho. — Bem… Jeongguk… Eu estava pensando, e se…

— Pode ir para lá com ele. Eu não vou falar nada. — Eu me referia a casa vazia de Taehyung, onde Hoseok provavelmente tentaria me convencer de não contar sobre ele ter ido para lá à ninguém pois não seria nada demais. E talvez não fosse mesmo, mas eu o cortei antes dele começar porque estava um pouco cansado e queria dormir. Além de que uma explicação não era necessária.

— É só que eu fiquei muito assustado, eu fico assim quando alguém que eu gosto se machuca, eu fico mal, ou fico triste e- — interrompi.

— Relaxa, Hobi, não tem que explicar. É sério. — Coloquei o copo com água gelada sobre o balcão e o comprimido do Tae em seguida. — Dá o remédio para ele e faz ele comer alguma coisa. Tipo uma refeição de verdade, qualquer coisa pede para o Yoongi. Deve ter algo na geladeira dele.

— Tá. — Riu, envergonhado. — Valeu, eu vou ajudá-lo a ir até lá. — Levou consigo o comprimido e o copo, enquanto eu só pensava onde iria guardar meu novo CD autografado pelo Justin Bieber que o…

Que o… é…

Qual era o nome daquele garoto?

Foi aí que eu me dei conta que não tinha perguntado o nome do menino que havia me dado de graça, e sem nenhuma razão em especial, o melhor presente de todos os tempos. Ah que eu fiquei deprimido na mesma hora. Cara, ele era legal, eu queria fazer amizade com ele na segunda-feira! A questão era: como eu iria reconhecê-lo? Ele estava todo engasalhado, com uma touca que cobria todos os seus cabelos de uma cor ainda desconhecida por mim e ainda por cima usava uma máscara facial com estampa de ursinho. A única coisa que havia de fato conhecido era os olhos e as argolas nas orelhas. Eu já contei que metade dos garotos do colégio tem argolas nas orelhas? Não? Porque eles tem!

Aceitei que minha vida era uma merda e que minha única chance de fazer uma nova amizade tinha descido pelo ralo porque o meu primo “decidiu” ser atropelado. A única coisa que podia fazer era pedir para o universo colocar ele no meu caminho. Ou fazê-lo me procurar já que uma aproximação da minha parte era quase impossível.

Fui suspirando — lê-se quase chorando — para o meu quarto, observando entre a porta quase fechada os meus hyungs deitadinhos na minha cama. Era o Taehyung rindo baixinho, tendo uns carinhos em seu rosto por parte do Hobi, que também ria. Não sei como eles conseguem rir depois daquela confusão toda.

Um tempinho depois eles seguiram para o outro apartamento e eu tive minha casa só pra mim. Eu me deitei, mas eu não consegui dormir. Eu fiquei olhando para o CD entre os meus dedos, pensando no quanto aquele cara era legal e em como havia pessoas legais por aí que eu não conhecia. Às vezes eu viajava nos pensamentos desse jeito, ficava me perguntando se eu estou perdendo algo bom de verdade, se estou me privando demais, se tinha algo esperando por mim. Mas no fim eu acabava ficando entediado e dormindo.

Mas dessa vez será diferente. Digo, eu tô entediado e vou dormir, mas… eu vou encontrar aquele menino. Como que eu vou? Eu ainda não sei. Mas eu vou.


Notas Finais


playlist: https://open.spotify.com/user/nickuchanx/playlist/389snLNVQweLDQVpI9cEDQ
Doces ou travessuras, as vadias escolhem.

Jeongguk fanboy número #1 do Justin Bieber UHASUAKLQ quem será esse cara, hein?

Já vou lhes avisando que eu provavelmente voltarei antes dessa vez. Eu quis muito postar no meio da semana, mas como o combinado era domingo, aquietei. Então se eu aparecer dois dias antes, não estranhem, ok? É porque eu não aguentei huahauhaua. Mas posso vir apenas domingo também, veremos.

Um beijo grande e até logo!

Se quiserem outra história minha para ler, essa one-shot Kookmin saiu há um tempinho. Tá fresquinha. <3 LINK: https://spiritfanfics.com/historia/im-your-fanart-9803540


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