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História Meu Anjo (Camren) - Fale a verdade


Escrita por: CamrenJu

Notas do Autor


Atendendo aos pedidos nos comentários do capítulo anterior: Pov Dinah e Mani!

Espero que gostem.

Capítulo 31 - Fale a verdade


Fanfic / Fanfiction Meu Anjo (Camren) - Fale a verdade

POV Dinah

Eu estou andando pra lá e pra cá no corredor de entrada há cinco minutos. Devo ter caminhado mais de um quilometro de tanta volta que eu dei aqui nessa casa.

Nervosa? Imagiiina!

É só a mulher que eu amo que está pra chegar, e é só uma declaração de amor que eu vou fazer pra ela...

AAH EU VOU TER UM TROÇO AQUI!

♪ Ding Dong ♪

Meudeusmeudeusmeudeusmeudeus!

Atende logo, criatura.

— Qual é a senha? — pergunto alto ainda com a porta fechada.

— Eu me curvo a vossa alteza Dinah Jane, mulher mais incrível do mundo — respondeu Mani no mesmo tom de voz que eu.

Não consigo conter o sorriso ao ouvir sua voz. 

— Abre logo, grandona!

Rapidamente abro a porta para me deparar com a mulher mais linda do mundo. Antes que eu pudesse puxá-la pra dentro, minha pequena pulou em cima de mim.

Não tem preço que pague a sensação de ter a pessoa que você ama em seus braços.

— Acho bom ter lembrado a senha, pequena — disse baixinho, pois ainda estávamos abraçadas.

Após ouvir minhas palavras, Mani se afastou do abraço sorrindo e respondeu:

— Como eu poderia esquecer? Mas fazia tempo que você não pedia a senha pra liberar a entrada. — Disse num tom divertido.

Fechei a porta, que tinha ficado aberta quando ela entrou, e falei olhando naqueles olhos que tanto amo:

— É que hoje eu tô nostálgica.

— Own — Mani disse enquanto apertava minhas bochechas.

Não é difícil entender o meu medo de me declarar. Nossa relação envolve confiança e intimidade que foram sendo adquiridas aos poucos durante esses 15 anos de amizade. Uma frase que sair da minha boca pode mudar tudo.

— Tá, grandona, vamo pedir pizza que tô com fome — disse Mani, me arrastando pelo mão até a sala.

A menor pegou o telefone fixo do gancho e se jogou no sofá, batendo pra que eu sentasse ao seu lado. Ficamos alguns minutos decidindo qual pizza pedir, e abrimos netflix pra colocar Grey’s Anatomy.

Antes mesmo de terminar um episódio, a campainha tocou denunciando a chegada da tão esperada pizza grande, metade pepperoni e metade marguerita. Fui buscar duas latinhas de coca na geladeira e devoramos tudo no sofá mesmo, em meio a conversas e risadas de coisas que só fazem sentido pra nós duas.

Quando terminamos de comer, colocamos as latinhas e a caixa de pizza vazia no chão, e tiramos o episódio do pause. Passaram-se mais alguns minutos e eu já tinha aceitado que não teria coragem pra contar. É muito mais difícil do que eu imaginei que seria.

Até que numa das cenas, um dos médicos da série fala pra outro:

“Quero que me prometa uma coisa. Se você amar alguém, fale a verdade. Mesmo se estiver com medo de não ser a coisa certa, mesmo se estiver com medo de causar problemas, mesmo se estiver com medo de que tudo desmorone… Diga, e diga alto.”

Não tem como não ser o destino me dando o empurrão que eu precisava.

E as frases ecoavam em minha mente.

Se você ama alguém, fale a verdade.

Fale a verdade.

Mesmo se estiver com medo.

Diga, e diga alto!

— Mani, eu sou apaixonada por você.

E as palavras saíram da minha boca sem que eu me desse conta.

Quando percebi o que tinha feito, arregalei os olhos enquanto virava minha cabeça na direção de Normani.

No rosto dela, uma expressão de choque. Eu a via abrindo e fechando a boca, como se quisesse falar, mas não conseguisse proferir as palavras.

Até que poucos segundos depois ela finalmente se manifesta:

— Ãn?

Sim, só isso.

—Eu sou apaixonada por você. — agora que já falei uma vez, repetir pareceu menos difícil.

— Dinah, não brinca com essas coisas — Mani disse aparentando nervosismo, se remexendo no sofá, ficando mais distante de mim.

— Eu não tô brincando. Eu sou apaixonada por você,  Mani, e acho que desde quando estávamos na faculdade. — um surto de coragem parece ter tomado conta do meu corpo.

 

POV Mani

O que ela tá dizendo??

— Dinah.. — o seu nome foi a única coisa que conseguiu sair da minha boca, e num pingo de voz.

— Mani, não foi fácil tomar coragem pra te dizer isso, então vou falar tudo que eu tenho pra te dizer antes que a coragem vá embora.

Ao dizer isso, ela levantou do sofá e se afastou um pouco, mas continuou falando olhando pra mim:

— Na primeira vez que te vi, lembro de ter pensado “meudeus que mulher linda!”, e depois quando nos aproximamos te achei mais bonita ainda. Não pelo seu corpo maravilhoso, ou por esse rosto perfeitamente desenhado e esse sorriso lindo e verdadeiro. Isso qualquer um nota ao olhar pra você. Mas eu te achei mais bonita ainda porque tive o prazer de conhecer o que passava na tua cabeça e no teu coração, tive o prazer de ser tua parceira e melhor amiga. Na verdade tenho o prazer de ainda ser.

Ela fez uma pausa, recuperando um pouco o fôlego perdido, enquanto lançava um olhar cheio de carinho pra mim.

E eu? Se antes eu só conseguia dizer seu nome, agora mais nenhuma palavra tinha força pra sair.

Dinah está se declarando pra mim.

A mulher que eu sempre amei está se declarando pra mim!

Pode ser só mais um sonho, como muitos que já tive com ela. Mas está tudo tão real...

Até que ela continuou, e seu tom de voz foi se tornando cada vez mais vulnerável a medida que ela falava:

— Mas Mani, foi você a primeira pessoa que me despertou sentimentos diferentes, que me fez realmente aceitar pra mim mesma minha bissexualidade. Eu sei que você não lembra, mas naquela festa da Engenharia, que tinha open de caipirinha de vinho e as meninas não puderam ir... naquela festa a gente se beijou. Você bebeu muito e por isso não lembrou no dia seguinte, mas eu nunca esqueci — ela terminou de falar e olhou pro chão, como se estivesse com medo de me encarar.

Ela lembra do beijo.

Ela lembra do beijo!

— Dinah, como eu poderia esquecer aquele beijo? 

Levantei do sofá enquanto falava, e parei a cerca de um metro dela.

— Voc..Você lembra ? — Sua voz falhou no meio da pergunta, e sua expressão era de completa surpresa.

— Claro que sim. Eu achei que você não lembrasse, Dinah, nós bebemos tanto aquela noite, e você sempre foi de esquecer as coisas depois de um porre. Por isso não falei nada, fiquei com medo de estragar nossa amizade que tanto significava pra mim. Que tanto significa pra mim!

Dinah parecia se recuperar do choque da notícia por alguns segundos, até que perguntou num tom de voz vacilante:

— Mas.. você.. você gostou? — Finalizou olhando diretamente nos meus olhos.

— Eu amei. — vi surgir no rosto da minha grandona o sorriso mais lindo do mundo.

Dois segundos depois senti o choque do seu corpo no meu, e em mais um segundo, a eletricidade da sua boca na minha.

Por favor, que não seja um sonho. Por favor, que não seja um sonho!!

 

Parece que o tempo parou, e só existe eu e ela nesse mundo. A maciez dos seus lábios, a delicadeza do seu toque, nossas línguas em perfeita sincronia.

Eu posso afirmar, sem dúvida nenhuma, que esse foi o melhor beijo da minha vida.

Quando o fôlego terminou, desgrudamos os lábios e grudamos nossas testas, encarando uma a outra enquanto sorríamos bestas.

Trocamos mais beijos e carinhos acumulados por 15 anos, até que resolvemos voltar pro sofá e conversar. Tínhamos muito o que falar uma pra outra.

Ela me disse que contou pra Lauren há alguns dias, depois pra Ally, mas quem deu o último empurrão pra ela se declarar hoje foi Mila.

Expliquei pra ela que no começo eu tentei lutar contra esse sentimento, porque não queria acabar com uma amizade linda que estava começando e que eu percebia claramente que seria daquelas que duram a vida toda.

Disse que comecei a namorar a Samantha pra tentar tirá-la da cabeça, mas não deu certo e por isso terminei.

Contei que teve um dia em que estava prestes a me declarar, mas que cheguei em sua casa e ela me disse que estava ficando com outra pessoa.

Dinah acabou contando que aconteceu o mesmo com ela. DJ iria se declarar pra mim alguns dias depois do beijo, mas eu comecei a namorar Samantha e ela se convenceu que o certo seria tentar me esquecer.

Admiti que sempre estava com alguma mulher porque era o jeito mais fácil de manter minha cabeça longe dela. Eu relutei um pouco pra contar que tinha vezes em que imaginava Dinah no lugar da mulher que eu estava ficando... é vergonhoso, mas já que estávamos dizendo tudo que não foi dito esses anos todos, eu contei. Acabou que ela admitiu que já aconteceu o mesmo com ela.

No final, percebemos que o destino não quis deixar a gente ficar juntar naquela época, e que depois de mais adultas acabamos deixando de lado a emoção e dando espaço total pra razão, que sempre dizia pra nós duas que não era certo arriscar uma amizade tão bonita.

Mas decidimos não ficar bravas com o destino que sempre colocou alguém no caminho, e nem com nós mesmas por não termos tido coragem de contar uma pra outra durante todo esse tempo.

Nada é por acaso.

Talvez não tivéssemos maturidade o suficiente pra nos relacionarmos naquela época. Talvez cada uma precisasse viver certas experiências pra perceber que podemos provar vários beijos e sentir vários toques, mas, no final, o melhor beijo e o melhor toque vão ser da pessoa que realmente amamos.

E já perdemos tempo demais, perdemos beijos e toques demais. Agora temos que compensar...

Depois de mais muitos minutos trocando carícias, com sorrisos maiores que os rostos acabamos adormecendo no sofá.

 

É... a vida é curta. Num momento você está no colégio descobrindo sua sexualidade, depois você está na faculdade, conhecendo pessoas de diversos lugares e estilos. E num piscar de olhos você tem 35 anos, e percebeu que deixou de aproveitar quinze deles ao lado da pessoa que você ama.

Fale a verdade. Mesmo se estiver com medo … Diga!

Não morra sufocado com as palavras que você não disse.  

Ao invés disso, viva... Viva com a certeza de que falou tudo de belo que está guardado no coração.  

Nunca é tarde demais. 


Notas Finais


Fale a verdade, pode valer muito a pena!


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