Dia seguinte
Kopi House, 24 de dezembro, 11h23.
Ao terminar de colocar o último enfeite vermelho com detalhes dourados na árvore de natal, dou alguns passos para trás, ficando junto dos outros meninos e do dono do estabelecimento, que ficara maravilhado com a visão.
— Nunca em todos os anos que vigiei este lugar, tive uma árvore tão bem montada. — o Sr. Choi Min-sik se pronunciou e curvou um pouco de seu corpo até meu ouvido, começando a cochichar, ou pelo menos tentou — Namjoon nunca levou muito jeito para isso. — abri um sorriso, tentando o máximo possível segurar a risada ao perceber a cara de insatisfação vinda de Nam, mas que apenas revirou os olhos.
O local estava meio vazio, mas mesmo assim ainda tinham algumas pessoas sentadas em mesas tomando nossa especialidade. Toda a equipe Kopi House estava ao redor da grande árvore, sem conseguir tirar os olhos dos enfeites brilhantes que foram dados por Choi.
Toda a cafeteria estava enfeitada, com o digno clima de natal. Um longo tinsel natalino fora preso nas extremidades do teto. Tecidos vermelhos fora sobrepostos em cada uma das mesas do local, juntamente de pequenas plantas que levavam minúsculos enfeites, todas fazendo uma pequena imitação da famosa árvore de natal. Luzes de pisca-pisca foram adicionadas em diversos cantos, dando um ar de brilho e ao mesmo tempo deixando o local mais aconchegante. E por fim, a magnifica árvore, cuja qual havíamos acabado de montar.
Estávamos desde a hora em que chegamos até este momento enfeitando tudo para o grande dia. Atrasamos um pouco em todo o processo, já que tudo isso deveria ter sido feito dias antes, mas não estávamos ligando para isso, e sim em como tudo estava grandioso.
— Todos fizeram um ótimo trabalho, meus parabéns. — nosso chefe se vira em nossa direção e abre um largo sorriso. — Eu imagino que tenham que passar essa época especial com suas famílias, então hoje vocês poderão sair mais cedo e... puxa, quase me esqueci! Papai Noel deixou um presentinho para cada um de vocês na sala dos funcionários, feliz natal! — ele passou suas mãos em cada uma de nossas cabeças, logo seguindo na direção da porta de saída, que do outro lado apresentava uma guirlanda totalmente enfeitada. — Até outro dia, pequenos!
Acenamos em sua direção depois de agradecermos por tudo, e deixamos que Tae fosse até a nossa salinha para trazer os presentes, afinal, não poderíamos deixar o balcão sozinho.
Quando ele retornou, nos assustamos com o tamanho das caixas de presentes. Taehyung parecia totalmente enrolado ao carregar três caixas grandes até nós, então no mesmo momento fomos até ele, ajudando-o. Cada caixa tinha uma cor diferente: verde, vermelho e amarelo.
Sobre cada uma delas era visível um cartão com nossos devidos nomes, deixando marcado qual presente iria para quem.
Eu fiquei com a caixa verde, Namjoon com a vermelha e Tae com a amarela. Quando abri o presente, entrei em estado de choque.
Todos havia recebido o mesmo presente, algo que poderia ser considerado bem caro para se dar a simples funcionários.
Um kit de vinho, contendo duas garrafas e duas taças. Todos nós nos entreolhamos e começamos a rir do que estávamos presenciando.
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Kopi House, 04:00pm
Já estávamos todos prontos para deixar o trabalho. Taehyung carregava uma mala de rodinhas, e só depois de um tempo, consegui fazer Namjoon entender que ele passaria alguns dias em minha casa.
Com muito esforço eu tentei, porém não consegui fazer com que meu presente entrasse na minha bolsa, não obtive sucesso.
Todos nós tivemos que carregar as imensas caixas, porém quem mais se prejudicou com isso foi o pequeno Tae por ter que carregar duas coisas ao mesmo tempo.
Namjoon se despediu de nós após trancar a porta e todos nós nos desejamos um feliz natal. Ele seguiu o caminho contrário, e nós andamos até meu apartamento.
— Eu ainda não acredito que nós somos namorados. — Taehyung fala, logo as gargalhadas de nós dois começaram a se espalhar pelo ar.
— Como seu pai reagiu ao saber que iria passar o natal comigo? — olhei rapidamente para ele após tirar o foco da calçada.
— A princípio, ele ficou extremamente bravo, acho que pelo fato de não ter dito nada sobre ter uma “namorada”, mas depois ele ficou feliz, primeiro que na cabeça dele se eu dormir fora de casa significa que eu estarei com minha vida sexual ativa com uma garota, coisa que ele vai poder espalhar a vontade entre os coleguinhas sujos dele e mostrar que não sou um “viadinho”. — ele abaixa a cabeça por um momento, e logo volta a falar — E segundo que ele vai poder comer tudo que tinha lá em casa sozinho. Resumindo, tomar toda a cerveja e os restos de comida da semana.
Suspiro apenas por lembrar que não havia preparado nada. Taehyung iria comemorar o natal comigo e eu nem ao menos havia comprado algo pronto para comermos.
— Tinha esquecido que era natal... — solto uma risada fraca, voltando a olhar para frente — Espero que não se importe, mas eu não preparei nada, sabe, uma ceia. — digo meio receosa e decepcionada comigo mesma.
— Ya, nem se preocupe com isso, não ligo mesmo. Acho que esse vai ser o melhor natal de todos, só por poder passar longe do meu pai, não se preocupe com ceia. — ele sorri e para no meito do caminho. Paro junto a ele para entender o que o mesmo estava fazendo. Tae estava tentando passar a caixa de presente para debaixo do outro braço.
Ri de seu ato e resolvi então mudar de assunto.
— Mas então, como namorados agem? — rio novamente e o olho, percebendo-o tirar sua atenção da caixa para levá-la a mim, enquanto balançava o braço para tentar relaxá-lo.
— E eu vou lá saber? Nunca namorei. — solta uma risada nervosa, e então eu fico pensativa.
Não que eu nunca tenha namorado, mas foram coisas tão passageiras que poderia até mesmo dizer que não tive algo sério, então eu não sabia realmente como agir com um namorado se dependesse de meus conhecimentos adquiridos com relacionamentos passados, mas pelo menos poderia me basear em alguns eventos que já presenciei nas ruas.
Casais gostam de demonstrar seu apego e afeição pelo par. A maioria não demonstra afetos muito profundos, tais como beijos, mas sim algo mais simples e delicado, como um comum segurar de mãos.
— Talvez a gente deva andar de mãos dadas, já vi casais fazendo isso, talvez pareça algo mais natural. — digo enquanto voltávamos a andar. Percebo um balançar de cabeça vindo da parte dele, um balanço positivo.
Já estávamos próximos do prédio, o que me deixava extremamente contente por não precisar mais suportar o frio que fazia. Olho rapidamente para sua mão livre e aproveito o momento.
— Vamos ver como é. — digo e estendo minha mão em sua direção. Quando ele finalmente entende o que eu estava querendo dizer com aquilo, de forma cautelosa, Taehyung coloca sua mão sobre a minha, apertando-a.
As duas estavam com luvas não tão grossas, então era possível sentir, nem que fosse um pouco, o calor de ambas as mãos.
Começamos a rir do ato e finalmente entramos no prédio. O porteiro, por incrível que pareça, estava acordado e sorridente, com direito até a um chapéu vermelho de papai Noel.
— Feliz natal, senhorita! — ele fica um tempo analisando Taehyung, parecendo meio nervoso, mas logo volta a falar. — Para o senhor também! Que o natal de vocês seja repleto de paz! — abre um grande sorriso e retira seu chapéu para nos saudar.
— Para o senhor também! — Tae diz parecendo realmente muito animado com a situação — Muitas felicidades! — ele se curva para o porteiro com um sorriso maravilhoso estampado no rosto.
Sorrio para o porteiro e me curvo, também lhe desejando o mesmo. Subimos pelo elevador, e então olhei para nossas mãos, voltando a rir.
— Do que tanto você ri, huh? Tem que agir naturalmente, e não como se tudo isso fosse uma piada. — ele começa a rir comigo e por um momento nem percebemos que o elevador já estava aberto em meu andar.
— Tem gente que faz isso também. — entrelaço nossos dedos e rio mais ainda.
— Eu quero fazer isso com o Yoongi. — faz um biquinho fofo. Aproveito para bater com certa dificuldade na porta, já que não conseguiria pegar as chaves com nenhuma das mãos. — Isso faz cosquinhas, acho que são as luvas. — ele olhava para nossas mãos, e eu passo a fazer isso também. Ríamos igual a duas pessoas completamente patetas.
Alguns segundos se passaram e pude ouvir o barulho da chave destrancando a porta e logo a mesma sendo aberta. Hoseok sorria, até perceber a presença de outra silhueta atrás da porta.
Quase que instantaneamente, nós paramos de rir e ficamos sérios, sem dizer absolutamente nada.
Os olhos de Jung seguiram uma trilha completamente organizada: Olharam para Taehyung, para mim, nossas mãos unidas e por fim a mala de rodinhas que Tae segurava. Pude perceber seu maxilar trincar de maneira forte e ele manter a porta entreaberta. Sua cabeça se inclinou um pouco, e então, ele abriu um sorriso visivelmente forçado.
— O-Oi, Hoseok. — falei meio sem graça diante da situação, e percebi que Taehyung se encontrava indiferente. — Este é Taehyung, meu... — escuto a voz de Taehyung me interromper.
— Namorado, namorado da (S/n). — ele abre um sorriso totalmente perverso e se curva na direção de Hoseok.
Encaro Tae confusa, afinal, o que ele estava fazendo? Percebi Jung engolir em seco e olhar para mim. Seus olhos pareciam querer alguma informação, mas eu não conseguia entender exatamente o que ele queria.
— Bom saber. (S/n) nunca me disse que tinha um namorado. — ele fala curto e grosso, ainda olhando em minha direção — Permita que eu mesmo me apresente. — seu rosto se vira para Tae com uma feição totalmente forçada — Jung Hoseok. — ele curva seu corpo e eu me mantenho estática.
Um silêncio toma conta do local e percebo os dois se entreolharem.
— Vamos entrar, por favor. — solto uma risadinha fraca e totalmente sem graça.
— Desculpe minha falta de educação, entre. — Hoseok abre a porta por completo e deixa o caminho livre para passarmos.
Eu estava tentando entender o que estava acontecendo aqui. Por que diabos Jung sempre ficava estressado quando eu aparecia com pessoas diferentes perto dele? Primeiro Namjoon, agora o Taehyung?
Felizmente, eu me lembrava das coisas do dia anterior. Da situação completamente constrangedora com a conversa agressiva dos dois até o momento em que Hoseok havia conversado comigo no quarto. Já sabia que nada havia acontecido na noite do restaurante, coisa que me deixara mais tranquila. Logo após ele ter me explicado a situação, caí em um sono gostoso e consegui acordar no dia seguinte, no caso hoje, sem nenhum indício de ressaca, talvez um milagre de natal.
— Onde fica seu quarto, (S/n)? Vou colocar minha mala lá. — ele sorri de maneira fofa.
— Primeiro porta à direita, naquele corredor ali. — aponto para o local e ele assente com a cabeça, seguindo até o local.
Quando me viro, Hoseok parecia olhar para algum lugar da cozinha. Joguei minha bolsa no sofá e fui até ele segurando a caixa de presente.
— Vamos ter vinho nesse natal! — sorri contente e ele se virou para mim com uma expressão totalmente contrária a minha.
— Por que não disse que tinha namorado? – ele pergunta sério, me fazendo ficar da mesma forma.
Não sabia o que dizer, apenas abri a boca, mas nada conseguia sair dela.
— Disse que não tinha ligado ‘pra ninguém, achei que passaríamos o natal sozinhos. — ele respira fundo, ainda olhando em meus olhos – Por que não me disse nada?
Quando finalmente estava conseguindo criar coragem para falar algo, Taehyung aparece atrás de mim e começa a falar.
— Minha menina é um tanto esquecida, garanto que uma hora ela contaria. — ele abre um sorriso como aquele que mostrou para o porteiro, um sorriso um tanto quanto quadrado eu diria. — (S/n), você parece cansada, não acha melhor dormir um pouco? Posso me deitar com você. — ele fala a última frase no pé de meu ouvido, fazendo com que eu arregalasse os olhos e Hoseok olhasse com ódio na direção dele.
— O quê? – olho assustada em sua direção, com as sobrancelhas totalmente arqueadas. O que Taehyung estava fazendo?
— Eu vou pro meu quarto, vou deixar os dois bem à vontade. E, (S/n)... — Hoseok fala e gira seu corpo em minha direção. — Eu comprei um panetone, como eu não sei cozinhar nada, achei que pelo menos poderíamos entrar no clima do natal juntos, mas pode aproveitar com ele, eu comi algumas coisas e estou vendo que ficarei sem fome por um longo tempo. Aproveitem o natal. — ele diz, parecendo meio triste.
Quando começa a andar na direção do quarto, eu segurei seu braço com força, fazendo ele me olhar.
— Não... fica aqui com a gente. — digo um pouco nervosa e percebo ele se soltar de meu aperto com cuidado.
— Estou bem, podem ficar sozinhos. — Hoseok abre um sorriso, aparentemente falso, e percebo seus olhos brilhando.
Ele volta a seguir para o quarto e Taehyung fala algo antes que ele possa entrar no corredor.
— Ya! — Hoseok se vira pela última vez em nossa direção. Ele mordia o lábio com força, parecia estar evitando que algo acontecesse — Eu gosto de garotos. — Taehyung solta uma risada alta e coloca as mãos nos joelhos.
Percebo um olhar confuso, porém esperançoso, vindo de Hoseok.
— Como é? — ele pensa um pouco, mas volta a falar — Não precisa me dar satisfações da sua orientação sexual. — diz, voltando a postura de derrotado — Para que eu iria querer saber que você é bissexual?
— Você não entendeu. Eu só gosto de homens. — Tae tenta frisar isso, usando um movimento aleatório com as mãos, o que faz Jung ficar mais confuso ainda.
Eu estava perplexa. Não imaginei que Tae fosse fazer algo assim. Ele ria como um condenado da feição de Hoseok, enquanto o outro permanecia imóvel.
— Isso não faz sentido nenhum. Como pode namorar com ela e gostar de homens? — ele olha para mim atônito — Espera... (S/n), você é um... — o interrompo imediatamente.
— Não, não, não! Eu não sou um homem! — ele suspira aliviado e volta a olhar para Tae em busca de uma explicação.
— Ela é minha falsa namorada. Preciso dela para o meu pai achar que sou hétero, simples assim. — sua risada cessa aos poucos conforme falava, e Hoseok pareceu mais aliviado ainda.
A mão de Jung vai até a testa, enquanto ele olhava para o chão, tentando raciocinar o que estava acontecendo.
— A sua cara... foi a melhor coisa... – Taehyung se vira de costas, tentando segurar a risada, e no momento em que passei a olhar Hoseok, percebi ele passar a mão no rosto como se quisesse tirar algo dali.
— Ya... está chorando? — me aproximei preocupada, mas ele virou o rosto para outro lado.
— Chorando? Por que eu estaria chorando? — ele me olha como se fosse óbvio que nada estava acontecendo.
— Me diga a verdade! — digo firme, colocando minhas mão sobre seus ombros e olhando em seus olhos bem desenhados.
Ficamos um tempo nos olhando até que pude perceber uma leve vermelhidão ao redor de seus olhos, mas nada que fosse muito perceptível de longe.
— Por que está assim? – questiono.
— Não é nada... — ele abre um sorriso, não como os outros completamente falsos, mas um grande e verdadeiro — Fique tranquila, eu estou bem, muito bem agora. — ele passa um de seus dedos polegares sobre minha bochecha, alisando o local por alguns segundos.
— Então... – Tae se pronuncia, fazendo com que nós dois nos tocássemos de que estávamos muito tempo parados — Que horas vocês pretendem ir comer?
Nos separamos lentamente e Hoseok começa a falar.
— Eu pretendia comer lá pras oito, mas vocês decidem. — ele parecia realmente diferente. Antes estava completamente bravo ao conversar com Kim, mas agora parecia que eram colegas de longa data.
— Por mim tudo bem. — Tae abre um sorrisinho e anda até Hoseok, cochichando algo em seu ouvido, algo que eu não consegui escutar.
— O quê? O que você está falando? — me aproximo para tentar escutar, mas ele já havia acabado de falar. Jung sorria como uma criança que acabara de receber um presente de natal.
— Nada que precise saber. — Tae ri e segue até o corredor — Vou arrumar algumas coisas minhas no banheiro, e posso dormir no sofá se for melhor. Pelo que eu vi, sua cama é de solteiro, não sei como ele não desconfiou quando disse para dormirmos juntos. — riu baixinho.
— Fique na minha cama, eu durmo no sofá, pode ficar tranquilo. — faço um movimento com minhas mãos indicando para ele ir e ficar no quarto.
— Pode ficar no meu então (S/n), eu fico no sofá. — Hoseok se pronuncia, me fazendo negar repetidas vezes com a cabeça.
— Claro que não, não vou deixar você dormir nesse sofá!
— Eu já disse que eu durmo aqui e ponto final! — Taehyung diz.
— Mas... — ele me interrompe.
— Sem "mas", vocês ficam em suas camas confortáveis, não vou atrapalhar vocês de maneira alguma. — ele termina sua fala e confirmamos com a cabeça.
Talvez fosse melhor assim.
>>>
Meu apartamento, 08:13pm
Estávamos todos sentados ao redor da mesa da cozinha com chapéus vermelhos de papai Noel, observando atentamente o grande panetone de frutas cristalizadas que havia sido comprado por Jung.
— Esperem! Não cortem o panetone ainda. — digo sorridente, me levantando da mesa e correndo até a sala.
Os dois haviam ficado confusos com minha ação, mas logo entenderam o que havia acontecido: Eu havia trazido as caixas de presentes que meu chefe havia dado para mim e para Tae.
Abri minha caixa, retirando de lá uma taça para mim e para Jung, e uma das garrafas, enquanto Kim tirava apenas uma taça de seu kit.
Abri a tampa lacrada da garrafa e distribuí o vinho em temperatura ambiente em cada uma das taças.
Não havíamos comprado presentes pra ninguém, então não houve uma distribuição, por assim dizer, mas foi um momento alegre.
— Quem vai cortar o panetone? — perguntou um Taehyung eufórico.
— Quer cortar? Vá em frente. — disse, lhe entregando a faca que segurava.
Ele a pegou contente e foi cortando as fatias sem retirá-las de suas posições ainda. Quando finalmente achei que poderíamos começar a comer, ele segura uma de minhas mãos e a outra de Jung com certa dificuldade, devido a posição das cadeiras.
Sua cabeça apontou para a mão de Hoseok como se quisesse me dizer algo, e logo entendi que era para eu segurá-la. Quando fiz isso, formávamos uma rodinha ao redor do panetone bem cortado e Tae começou a falar.
— Primeiramente, eu gostaria de agradecer a você, (S/n), por me tirar daquele inferno durante essa data e me fazer perceber que o natal não é tão ruim quanto parecia. Segundamente, sei que ficou preocupada em relação a ceia, mas pode ficar tranquila, não me importo com isso, o importante é que estamos bem e temos a oportunidade de comer esse panetone bonitão. — ele ri e abaixa a cabeça — Um feliz natal para vocês e obrigado por me receberem bem, muito obrigado mesmo. Tem algo a falar? — ele intercala seu olhar entre nós e antes que eu pudesse dizer algo, o outro rapaz à mesa começa a se comunicar conosco.
— Eu gostaria de agradecer a (S/n) também por me receber tão bem por aqui nos meus primeiros dias, mesmo que eu estivesse meio tímido. — não pude deixar de sorrir enquanto o ouvia — E eu espero que esse seja o natal mais especial da vida de vocês, porque para mim está sendo muito bom. — ele termina e aperta nossas mãos com um pouco de força — Feliz natal!
E por fim, eu começo a falar.
— Qual é! Por que todo mundo está me agradecendo? Isso aqui é pra comemorar o nascimento de Jesus e não para me parabenizar a respeito das coisas boas que eu fiz. — começo a rir e os outro embarcam comigo – Bom, eu gostaria de agradecer por tudo que você tem feito aqui nesse apartamento Jung, você tem me ajudado muito, e eu não poderia deixar de te agradecer. — acariciei levemente sua mão com meu polegar, enquanto olhava sorridente para ele — E você, Taehyung, obrigada por ser um ótimo amigo, fico imensamente contente por te ajudar em relação as suas dificuldades, as quais eu imagino que irão melhorar, e muito.
Todos nós estávamos sorridentes, e também poderia dizer que felizes por estarmos juntos, mesmo sem os dois se conhecerem direito.
— Acho que é isso. Feliz natal! — termino e juntos levantamos nossas mãos unidas, enquanto ríamos baixinho.
— Vamos brindar isso! — Tae diz e separa nossas mãos, pegando em sua taça com o vinho. Eu e Jung fazemos o mesmo e todos estendemos as taças até o meio da mesa, fazendo com que o vidro delas se chocassem e fizessem um barulho gostosinho.
— Ao natal! — Hoseok diz alto e todos repetimos com ele.
Logo depois de darmos uma golada na bebida, todos pegamos um pedaço do panetone e nos deliciamos no clima festeiro de natal.
Aquele era um dia diferente para mim. O primeiro natal sem a família, mas com pessoas que eu realmente admirava muito, pessoas com quem gostaria de viver próxima pelo resto de minha vida.
Por mais dias como esse.
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