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História Meu Segredo com um Youkai - Cap. XXXVIII


Escrita por: Pifranco

Notas do Autor


A paixão me pegou, tentei escapar não consegui, nas grades do me coração, sem querer eu te prendiiiiiiiiiiiiii CHORA SESSHOUMARU DESGRACENTO!!!!!!

Gente, se liga na pessoa, vulgo eu, que deixa o personagem da tia Rumiko SUPER OOC, porque eu desfruto com prazer da minha liberdade poética!!!!! Sesshoumaru sofredor, a gente vê por aqui!!!!

Pessoal, bora lá!!!!

Sem mais,
Boa leitura!!!!

Capítulo 38 - Cap. XXXVIII


Fanfic / Fanfiction Meu Segredo com um Youkai - Cap. XXXVIII

 

O abraço de Ayame já beirava o abuso. Kagome percebeu as garras se arrastando pelos braços de Kouga, e nada carinhosa deu um solavanco na ruiva, se agarrando ai marido e fechando a cara para a loba. A situação era estranha, Shippou, Ginta e Hagaku estavam em silêncio, aparentavam cansaço sentados no chão, amontoados no corredor não muito largo que levava aos outros cômodos.

—Acho que podemos ir embora. — a morena pediu, estava mais calma.

— Certo, mas ela vai com a gente? — o príncipe lobo indicou a ex com o queixo.

— Estou aqui, podem falar comigo ao invés de cochicharem olhando para a minha cara! — irritada, Ayame acabou sendo rude mais uma vez.

Kagome juntou todas as suas forças, precisava do seu auto controle naquele momento, pois, se deixasse que os pensamentos homicidas tomassem forma em sua mente, o resgate à Ayame seria inútil, afinal ela mesma mataria a ruiva com toda a sua fúria.

— Ela vai com a gente, sim… — ignorando ao pedido da outra, Kagome prosseguiu. - Camila vai gostar de vê-la e também estaremos no templo, vovô deve ter notícias quanto as pesquisas que eu pedi que ele fizesse.

Kouga foi na frente, levando Kagome consigo segurando sua mão. Ao chegarem no corredor viram os outros youkais cochilando, e os mesmos foram abordados carinhosamente pelo moreno, presenteados pelos dolorosos chutes vindos do príncipe dos lobos.

— Vamos logo, esse lugar me dá arrepios!

— Já vai Kouga, o pior já passou! — Ginta pediu sonolento, evitando um bocejo.

— Andem seus inúteis! — rosnou o moreno, levando a mão à testa, irritado.

— Eu não sou inútil, nem lobo sou… — Shippou alfinetou, levantando-se do piso acarpetado e batendo a poeira do traseiro.

Kouga pareceu não perceber a provocação vinda do ruivo, ou não quis se estressar mais. O ambiente daquele apartamento era tenso, pesado, eles já não suportavam mais nem um minuto em contato com aquela massa de energia.

Apesar do sucesso da "missão", era estranho que nada tivesse aparecido ainda. Eles esperavam pelo menos algum tipo de luta, algo que os tentasse impedir de realizarem o salvamento de Ayame. A desconfiança era fato, contudo eles não se preocuparam com isso naquele momento, seguindo diretamente ao templo Higurashi. O percurso foi longo, silencioso e inquietante. Era notável o embaraço de Kouga por estar no mesmo lugar que Ayame e Kagome juntas, e era bem perceptível também o desconforto das garotas.

— Graças a Kami! — Kagome berrou, assim que Kouga estacionara o carro frente ao templo.

A jovem saiu do veículo e aguardava o marido, mas agradável surpresa lhe veio de presente. Seiji havia sentido o cheiro dos pais, e o pequeno hanyou lobo já estava no topo da escadaria, segurando a mão de Camila. A gestante chamava a atenção do pequeno repetidas vezes, pedindo para que o mesmo fosse mais devagar. Soltou a mãozinha miúda do filhote crescido, que correu como um foguete até a mãe, abraçando suas pernas e a encarando de baixo para cima com seus enormes olhos azuis.

— Mãe! — sorriu ele, a apertando carinhosamente. — Senti saudade…

— Own, meu amor, venha aqui! — Pegou-o no colo, enchendo o rostinho infantil com beijinhos estalados.

— Ei, filhão! — Kouga chamou o filho, sorrindo assim que o pequeno o viu.

— Pai! Pega eu!

O príncipe pegou o filho dos braços da Miko, colocando-o sobre os ombros em seguida. O garotinho hanyou ficara mais agitado ainda quando vira seus tios queridos, Ginta e Hagaku, se remexendo todo para que o pai o colocasse no chão, para assim, ir até eles e se acabe de tanto brincar. Os irmãos youkais eram dois bananas, mas isso não os impedia de serem amorosos e queridos pelos amigos e familiares.

— Certo, chegamos aqui... — Kagome deu de ombros, levando as mãos aos bolsos do jeans.

— O que foi amor, parece chateada? — o youkai-lobo a abraçou, cheirando o pescoço da esposa em seguida.

— Impressão sua. — disfarçou ela, incomodada com a insistência de Ayame em olhar para o seu filhote. — Aconteceu tanta coisa, que eu acabei esquecendo de ligar para a Yuka!

— Amorzinho, vai por mim… Se tivesse acontecido algo ruim, já estaríamos sabendo. — o moreno sussurrou ao ouvido da Miko, deixando-a arrepiada, mais uma vez.

Com o barulho das vozes vindas do quintal, Camila, Emi Higurashi e Souta, saíram do interior da moradia. A cena seguinte foi muito emocionante: A reencarnação de Rin, começou a chorar assim que viu Ayame. A ruiva foi em direção da pequena gestante, a abraçando e a acompanhando naquele pranto emocionado.

— Graças a Kami, Ayame-chan! Você está bem! — dizia a baixinha, na pontinha dos pés e empurrando sua barriga redonda de encontro à amiga.

— Baka! Eu me viro, não precisava se incomodar… — Soltou da mais jovem, segurando ambas as mãos pequeninas da amiga entre as suas.

— Ela não deu sossego, enquanto não fomos ver se estava bem. — Shippou contou, colocando o braço sobre os ombros de Camila.

— Eu agradeço, você é a minha única amiga… Mas vale por mil! — Ayame recolheu uma lágrima do próprio olho, discretamente, com a pontinha do dedo indicador. - Mas eu estava bem! Agradeço seu carinho, minha florzinha, mas não fique nervosa, onegai.

A ruiva foi surpreendente. Em meio aos seus problemas, ainda assim ela queria deixar a própria dor de lado, por carinho e zelo com Camila. Sabia que a baixinha estava sensível com a gravidez, e que qualquer emoção forte poderia fazer mal ao filhotinho que a pequena levava no ventre, sendo assim, deu olhares incisivos para todos os que estavam presentes em seu resgate, numa proibição silenciosa de contarem a verdade para a jovem que cabelos espetados. Imaginem como Camila se sentiria ao saber, que sua grande amiga de vidas passadas, estava sendo torturada e mantida em cárcere simplesmente por tê-la protegido? A culpa seria inevitável, e mais uma emoção negativa seria criada.

— Você está com fome? — Camila questionou, puxando Ayame pela mão. — Quer ir para a minha casa?

— Bebê, calma! — o youkai-raposa interveio, achando graça na ansiedade de sua fêmea. — Ayame ainda vai ficar com a gente, aqui no Templo… Precisamos conversar sobre algumas coisas e derrotar aquela coisa que causou tanto mal aos nossos amigos.

— Oh…

— Ei, miudinha, estou com fome sim. — a loba sorriu, sendo puxada para dentro da casa por Camila.

Os outros ficaram olhando àquela estranha interação. Ayame era amável e extremamente agradável com os amigos, sendo até difícil acreditar que ela era autora de diversas maldades contra os outros integrantes do grupo de amigos.

— Kagome, desculpe a Camila… Ela acabou ficando tão emocionada, que esqueceu de dar atenção à todos… — justificou Shippou, meio sem jeito.

— Não se preocupe, está tudo bem. Fico muito feliz em ver que Camila está feliz e em paz por saber que Ayame foi resgatada. — a Miko disse tranquila, sendo abraçada por Kouga. — Vamos esperar que ela se recupere, e então conversaremos sobre nosso ataque àquela coisa!

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Inuyasha estava em seu apartamento. O imóvel era pequeno e precariamente mobiliado, visto que o hanyou raramente ficava lá. Um sofá, mesa com duas cadeiras, geladeira, cooktop, no quartinho uma cômoda pequena, televisão e um futon. Só o realmente necessário se fazia presente no minúsculo apê. Sentado ao fazer uma refeição, o mestiço mexia em seu celular, caçando notícias do irmão e cunhada pelas redes socias. Nada. Continuava no escuro, sem saber se a jovem estava bem, evitando qualquer tipo de contato que pudesse prejudicar ainda mais a frágil relação dos dois.

O momento era a de autorreflexão, onde o hanyou questionava-se internamente, quanto ao seu próprio relacionamento com as outras pessoas e o mundo que o acerava. Nada parecia mais vazio, nem ao mesmo tempo tão complexo quanto os anseios do seu coração. A confusão de ordem era tão intensa, que o pobre híbrido não conseguia encontrar um modo de recomeçar a sua vida. Não sabia por onde deveria iniciar seus projetos, como se relacionar... Como ele poderia envolver-se com outrem, se não possuía equilíbrio nem mesmo para se aguentar sozinho? Esses momentos de pouca interação o estavam proporcionando um valioso aprendizado rumo ao conhecimento de si mesmo, mergulhando nas próprias fraquezas a fim de se fortalecer e enfrentar novas etapas em sua vida.

Olhando agora para seu prato vazio, comparou seu pobre coração com o mesmo, percebendo que não tinha nada a oferecer, e nem capacidade de receber algo também. Sua vida com Kagome fracassara, o namoro com Kohaku encalhou e sua paixão platônica nunca fora correspondida.

"Sou um fodido mesmo… Fodido e mal pago, porque nem sei se o Sesshoumaru permitirá minha presença em seus negócios…" O pensamento era doloroso e martelava repetidas vezes na consciência já machucada de Inuyasha, que via-se sem saída. O celular do hanyou fez um som, e ele percebeu que recebera uma mensagem pelo aplicativo social. Era Kagome, ela pedia para ele ir ao templo Higurashi, enfatizando que a presença dele era muito importante. Um pouco surpreso pela repentina novidade, ele fora ao banheiro tomar um banho escovar os dentes, para assim, seguir para o local onde era esperado. Não demorou mais do que alguns minutos para o platinado chegar ao seu destino

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Yuka andava alguns metros à frente de Sesshoumaru, em sua cabeça, um boné do Barcelona. A cacheada fazia bolas com um chiclete cor de rosa, usando jeans casual, camiseta simples, porém, de marca, com seus tênis caros e óculos escuros da mais valiosa grife. O rabo de cavalo alto, se destacava por conta do boné de time que ela usava, deixando os fios presos entre o velcro traseiro. As melenas escuras se agitavam graciosamente com o balançar dos quadris redondinhos da japonesa mestiça, que nem se dava ao trabalho de olhar para trás, na intenção de saber se o marido a acompanhava. Depois da desagradável cena de tesão que ela fizera no hotel, o youkai achou por bem, deixá-la mais à vontade, afinal, como bom caçador, Sesshoumaru não queria assustar a sua presa. Aquele embaraço vindo dela o fazia sentir um estranho bem estar, pois seu ego era massageado; ela não o esquecera por completo. Claro, aquilo nem chegava perto do que ela realmente era, e isso confundia a ela mesma. Eles nem se davam conta, que todo esse furdunço se dava pela ida da jovem à Sengoku Jidai ao lado de Kagome. Quando elas voltaram para o presente, Yuka já não era a mesma mulher com as mesmas experiências; de uma garota fogosa, cheia de atitudes e apetite sexual, ela tornou-se a esposa de Sesshoumaru, mulher de um homem só, conduzida virgem à cama do mesmo.

Eles eram tão perspicazes, mas ao mesmo tempo, infinitamente desatentos. Era óbvio que ela não era a mesma que ele conheceu e marcou no iate; ela mudou junto com o passado, até mesmo a relação com Koji estava diferente, os laços que outrora eram sólidos e estreitos, deram lugar a um relacionamento distanciado e individual. A longo prazo, o estrago na vida da senhora Taisho, havia tomado dimensões desastrosas, sem mencionar a infertilidade tão dolorosa ao casal.

Yuka sem traumas era mais leve, menos grilada com seu corpo ou com vaidades, gostava de ficar em casa e da companhia da família, por isso sofria por Sesshoumaru trabalhar tanto e estar sempre ausente. Agora estavam ambos ali, perdidos e desconfortáveis com coisas que eles nem lembravam do que se tratava. Os efeitos da viagem no tempo podem ser bem desagradáveis, e as duas amigas doidas fizeram questão de transformar tudo em uma zona.

Passado um tempo, a morena entrou em uma espécie de bar, sentando em uma mesinha redonda, que possuía duas banquetas altas, com um pequeno encosto em cada. Sesshoumaru se acomodou frente a jovem em seguida, silencioso ao encará-la sem piscar.

— Ah, você está aqui… Que surpresa! — ironizou ela, revirando os olhos e apoiando o queixo com as mãos.

— Você sabia que eu estava aqui…

— Claro que eu sabia! — interrompeu-o ela. — Mas parece que é vergonhoso demais, para o poderoso e fodedor Sesshoumaru Taisho, andar ao lado de sua esposa.

Um arquear de sobrancelhas foi a primeira reação do albino, em seguida, um leve separar de lábios, e ele ficou nessa expressão surpresa por alguns segundos. Sua pequena estava ciúmes! Mas de que, se ele não fizera nada?

— O que há com você? Está louca?

Ela riu, gargalhou e em seguida, seu corpo sacodiu em soluços e ela chorava, chamando a atenção de outras pessoas dentro do estabelecimento.

— Eu só… Droga, Sesshoumaru, eu achei que você me amasse… Não que estivesse aqui por causa dessa marca idiota.

Ele sentiu que deveria confortá-la, dizer que a amava sim e que seu maior desejo era levá-la de volta para casa onde amá-la-ia em sua cama até o amanhecer, mas não. O bolo em sua garganta sufocou as palavras que ela precisava ouvir, angustiando ao youkai, que se sentia explodir de ansiedade e medo, o verdadeiro medo de perder alguém para sempre. Ele não conseguia ser o que ela precisava naquele momento, e isso doía em seu coração orgulhoso. Era o pior dos covardes, aquele que sucumbe ao orgulho e ao egoísmo.

— Eu fico aqui me lamentando… — ela fungou, coçando o nariz com o pulso. — Nem me preocupo com você… Deve ser uma grande merda, marcar alguém que não ama só para se reproduzir… — riu sem humor. — E a maldita e desgraçada fêmea, além de tudo, ser incapaz de parir... - o choro veio doído, sentido lá no fundo da alma, emocionando até mesmo ao Dai-Youkai, que mesmo muito sério, sentia seu coração se partindo aos poucos.

Sesshoumaru se maldiçoou naquele momento. Ele não fazia a menor ideia do que fazer, apenas ficava lá, com aquele rosto inexpressivo, observando-a se desfazer em sentimentos negativos, em uma dor que ela deveria dividir com ele, assim ele o pensava. Timidamente e meio sem jeito, ele estendeu a destra para a jovem, dando estranhos tapinhas no topo da cabeça dela, e depois apertando sem muita força, um dos ombros da morena, que cessou o choro e o olhou, incrédula. Aquilo era carinho… Do jeito dele, todo perdido e constrangido por fazer algo que não fazia a menor ideia de por onde começar e como proceder. Ela resolveu ensinar, esticando o braço acariciando-o na bochecha, com as costas da mão. O youkai imitou o gesto dela, aceitando a lição amorosa de bom gosto, afinal, era uma delícia receber aquele toque cheio de afeto.

— Você deixou de me amar por que eu engordei? — fungando, a jovem voltou os globos castanhos e irritados pelo choro, na direção do youkai.

Ele negou com a cabeça, engolindo com seu demasiado orgulho idiota a frase "Eu não deixei de te amar".

— Então... Então, foi por eu ter adoecido? — novamente, ele negou com um movimento com a cabeça. — É minha esterilidade, eu sabia!

Angustiado, Sesshoumaru teve uma sinestesia de sensações ruins, o sabor do pavor, estranho pavor que tomava seu corpo, sua mente, e se aquele lendário demônio possuísse alma, perdê-la-ia em seu primeiro e pior momento de ansiedade que já teve em sua vida milenar.

"Não sei o que dizer, não sei o que fazer! Por mil demônios! O que é essa dor insuportável em meu peito?" Pensou ele, respirando pesado e arregalando seus olhos puxados, levando a mão ao coração e caindo no chão, a pele do seu rosto com anômala tonalidade avermelhada.

— Sesshoumaru? Meu Kami-Sama!! SOCORRO, MEU MARIDO ESTÁ TENDO UM INFARTO! — gritava ela, em inglês, olhando para os lados.

Afastando as pessoas que se ajuntavam em volta do casal, um médico com ares delicados, gritando palavras em espanhol, chegou perto do youkai, arregalando os olhos ao perceber Sesshoumaru com sua aparência demoníaca vindo à tona. Os olhos avermelhando em suas pálpebras, a arcada dentária tomando forma ameaçadora, e as estrias magenta, bem como a meia lua azul em sua testa, davam sinais que logo apareceriam.

— Por favor, Sesshoumaru, se controle! — ele ouvia ao longe as palavras de Yuka, que estava segurando sua mão. — Não me deixe…

Tudo aconteceu muito rápido, então cerca de duas horas depois, um confuso Sesshoumaru acordava depois de uma dose cavalar de sedativo administrado via intravenosa. Ele piscou algumas vezes, praguejando mentalmente por seus olhos continuarem embaçados. Aos poucos, ele focava o rosto abatido e preocupado que o observava há um tempo, cuja dona permanecia sentada em uma poltrona branca.

— Y-yuuu-ka…— balbuciou ele, ficando ainda mais nervoso.

— Eu estou aqui, está tudo bem… Por favor, fique calmo… — levantou-se, cativando a canhota dele com ambas as mãos agora.

A bufada dele foi uma resposta ao pedido, e nem adiantaria ele continuar a falar, pois nada soaria compreensível. O altivo, poderoso, belo e rico príncipe Inu-youkai, teve uma crise de ansiedade de proporções alarmantes, desmaiando e perdendo seu autocontrole em meio aos humanos que ele julgava como inferiores. A pior parte mesmo, na opinião dele, foi a hora de comer. Com uma paciência invejável, Yuka levava a colher cheia de canja de galinha aos lábios finos do marido, esperando ele terminar de estralar a mandíbula e finalmente receber o alimento.

 Não era nada fácil cuidar de um Sesshoumaru estressado, é era exatamente isso, o que Yuka tinha como tarefa. Ele detestou ter de dormir no hospital, reclamava do cheiro intenso de comida que entrava pela janela do seu quarto, mesmo com a bendita fechada assim como as cortinas brancas. O youkai estava tão inquieto, que sua agitação deixara a morena ansiosa também, e lá estava ela, balançando os pés quando sentada e andando de um lado para o outro quando de pé.  

— Vai fazer um furo nesse maldito chão, mulher… 

— Vou fazer um furo nessa sua cara! Você me deixa nervosa! Pare de reclamar… 

Ele abriu a boca para responder, contudo, não queria afastá-la de si; ao invés disso, o albino virou -se na cama, ficando de lado ao dar as costas para a morena. O coração da jovem apertou. Será que fui muito dura com ele? Cacete… Ele é tão forte, não se importa com esse tipo de bobagem. Pensou ela, respirando fundo antes de tentar uma aproximação. Ele gostava de carinho, ela pôde perceber, talvez precisasse ensiná-lo como dar e receber afeto, com calma, até ele fazer por iniciativa própria. 

— Quer que eu vá embora? — Yuka questionou, ousando colocar sua mão sobre o ombro dele.  

Não houve reação. Será que era um “sim”? Hesitante, ela tirou os sapatos, deitando-se de conchinha com o Dai-youkai, estranhando um pouco abraçá-lo por trás. Ele não se moveu, todavia. Os músculos dele, relaxaram aos poucos, e ela não sentia mais os mesmos tão tensos como antes; ele arriscava até deslizar a ponta dos dedos, pelo braço dela, que o rodeava pela cintura. Yuka acertou na mosca! Sesshoumaru era chegado em carinho, só era “machão” demais para admitir. A morena o alisou no braço esquerdo, fez carinho na pontinha da orelha dele, além de um delicioso cafuné, deixando-o derretido. 

— Senhor Sesshou… — a enfermeira interrompeu-se, assim que percebeu o casal abraçado no leito. — Perdão, er… Está de alta. 

Eles continuaram ali por um tempo, até que a jovem tomou a iniciativa em se mover e levantar, observando-o fazer o mesmo. Depois, a ação dele foi ir ao banheiro e voltar de lá já de roupa trocada, pronto para sair. Estranhamente, Yuka resolvera desbravar mais uma faceta de seu marido, pegando-o pela mão, sentindo o imenso deleite de ele lhe corresponder o aperto. 

 

 

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Ao redor do poço come-ossos, Ayame e Kagome discutiam, num embate bem acalorado sobre a ideia de voltar à Era Feudal. A Miko estranhava a resistência da ruiva, que negava veemente a possibilidade de ir à Sengoku Jidaimais uma vez. A loba possuía lembranças dolorosas, além do medo de mexer com coisas que estavam além de sua compreensão. Mas como ele poderia expor a entidade Inbo? Seria algo inconcebível para Kouga, por exemplo, descobrir que aquela vez em que estivera junto da loba naquela floresta sombria, fora somente por obra de feitiçaria negra. Se ele nutria alguma mágoa para com ela, isso com certeza aumentaria exponencialmente com a descoberta deste terrível segredo.  

— Vai ficar aí, olhando para o nada? Vamos, Ayame, saia da minha frente! — a sacerdotisa gritou, já doida para pular na garganta da ruiva. 

— Cala a sua boca, sua… Ah! Esqueça… — a loba deu um esbarrão no ombro de Kagome, subindo as escadas que davam acesso ao pátio do Templo Higurashi.  

— Qual o problema dela? É a chance que aquela infeliz tem de desfazer as merdas do passado, e ela prefere continuar desse jeito! — a Miko desabou, sentando na borda do poço. 

— Kah, eu vou falar com ela! — Inuyasha agitou suas orelhas, deixando Kouga e Kagome sozinhos naquele recinto.  

— Meu amor, o que está acontecendo? — ajoelhou-se frente à esposa, beijando a testa dela. 

— Nada! 

— Calma, querida, está tudo bem... Hum, que tal um banho e uma massagem? 

— Ah, Kouga! Não estou com cabeça para brincadeiras, já não basta essa palhaçada do destino, que me coloca no caminho dessa ruiva talarica toda hora… — os olhos de Kagome, encheram de lágrimas. — Eu não suporto ela aqui!  Na minha casa, perto do meu filho e do meu marido! Que ódio! — deu um grito de raiva, socando a própria coxa.  

— Entendo que esteja frustrada com algumas coisas, mas você é a mulher mais forte e generosa que eu conheço… Ayame não é a melhor pessoa do mundo, mas ela precisa de ajuda, e não há pessoa alguma por ela, além de Camila. 

— Eu sei… Mas me incomoda isso tudo. — fungou. 

— Olha, a parte da massagem era coisa séria… E viria acompanhada de um banho bem quente e gostoso… Posso te dar um banho, minha gostosa? 

— Pode ser… — mordeu o lábio inferior. — Eu gostaria disso, muito mesmo…

Kouga uniu seus lábios aos de Kagome, inicialmente tocando-a devagar, inserindo com cautela a língua na boca da esposa, ouvindo-a soltar um baixo gemido de satisfação. O casal aos beijos frente ao portal das Eras, enquanto Ayame e Inuyasha andavam pela calçada nos arredores do Templo Higurashi. Eles não tinham mais conversado depois que as garotas foram à Sengoku Jidaientão a caminhada mantinha-se silenciosa de ambos os lados. Ninguém estava confortável para uma conversa, contudo, a loba deu fim à monotonia.  

— Você não se importa, em vê-los juntos? 

— Quem? — distraído, ele perguntou. 

— Quem mais? Kouga e aquela sacerdotisa… Não gosto nem de pronunciar o nome dela! 

— Acho que já está mais do que na hora de você superar isso, não acha? — o hanyou sentou-se no meio-fio da calçada, sendo imitado por Ayame em seguida. 

— Nunca vou superar ela tê-lo tomado de mim, duas vezes! – cuspiu as palavras, fechando a mão direita com tanta força, que a mesma chegou a estalar. 

— Eu fiquei chateado quando a Kagome voltou ao passado, grávida do Kouga. Aquilo foi um baque pra mim, mas quer saber? Foda-se! Eu superei aquela maldita… — riu um pouco, lembrando de como a vida deles foi louca. — Não era pra ser, seguindo a lógica das coisas, Kagome e eu nunca tivemos, coisa alguma a ver. 

— Mas ela não pulou naquele poço e te conheceu? Ela não é a reencarnação da sacerdotisa Kikyou? Deveriam ficar juntos! 

— Er… Não é bem assim. — o hanyou fez uma careta, em seguida, apoiou as costas levando ambas as mãos ao chão, logo atrás do seu corpo. — Sim, é a mesma alma, mas elas não são a mesma pessoa… E eu magoei muito a Kagome antes de percebermos isso. 

— Antes de você perceber, não é? Ela não parecia ficar feliz ao ser comparada com aquela outra sacerdotisa com cheiro de cemitério. — ajeitou os cabelos vermelhos, pois a brisa os bagunçava constantemente.  

— Keh! Que seja… O que eu quero que você entenda, Ayame, é que nada acontece do jeito que queremos, e se aceitar vai doer menos.  

— Jeito estúpido e conformista de se viver! Se eu quero uma coisa, não devo lutar e nunca desistir? — desafiou-o ela, arqueado uma das sobrancelhas alaranjadas. 

— Sim, e não. No caso, o seu “objeto” de desejo — fez aspas com as mãos. — É uma pessoa, que tem os próprios sonhos, desejo e liberdade. Não adianta lutar por algo que nunca será seu na força bruta. Você já teve a chance de conquistá-lo e falhou. 

— Eu não falhei… — ralhou entredentes. — Sua amiguinha enxerida me atrapalhou. 

— Como diria minha amiga Yuka: “O choro é livre” … Só você mesma pra não perceber, que ele fugia de você, igual o diabo foge da cruz. 

— O quê? 

— Eu lembro muito bem, você correndo atrás daquele lobo fedido, tentando fazê-lo lembrar de uma promessa feita uns 100 anos atrás, quando ele disse aquilo apenas para acalmar uma criança assustada. 

— Ele disse que eu seria a esposa dele! Eu guardei aquela promessa! — arregalou os olhos verdes, irritada.  

— Não vamos entrar nesse mérito, né? Cansativo discutir com você, parece até a eterna briga política esquerda versus direita, me dá preguiça…  

A brisa transformava-se aos poucos em um vento mais forte, levando os cabelos ruivos de Ayame, a cobrir a face da mesma, pois ela estava contra a corrente de ar. Em um ato impensado e meio que por um reflexo, Inuyasha ajeitou os fios vermelhos atrás da orelha da youkai, que ruborizou no exato instante que o sentiu tocar sua pele, num suave e quase imperceptível roçar de dedos em sua bochecha. Ele levantou-se de supetão, distraído a ponto de não perceber o que havia feito, observando-a confuso, pois ela permaneceu sentada na calçada, muito vermelha e acanhada. 

— Vamos, maldita, precisamos conversar sobre nosso futuro. — estendeu a mão para ela. 

— N-nosso futuro? Do que está falando? – ainda mais rosada de vergonha, a loba praguejou mentalmente por ter gaguejado. 

— Já se esqueceu, sua doida? Essa ida ao passado nos libertaria de muitas coisas ruins, vamos logo, mudar nosso destino! 

Por algum motivo, desconhecido por ela, as palavras do hanyou acabaram por trazer bom ânimo e esperança ao seu coração cansado, e ela aceitou aquela mão, que oferecia apoio para se levantar, como muito além disso, uma visão de uma nova projeção de futuro, quem sabe? 

 

 

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Notas Finais


Eu shippo mesmo e se não estiver bom, eu SHIPO DE NOVO! I DON'T CARE, I SHIP IT!!!!

Eu quero mais é CRACKSHIP porque esses eu boto fé, aposto grana e me arrebento! HUEHUEHUEHUEBR

Tivemos muitas emoções, até Sesshoumaru internado por estar ansiosinho... OMG que homi sensível.... HAHAHAHAHA

Gente, perdoem se eu tô abusando dos personagens, mas é que fanfic é isso mesmo, realizar o que os personagens JAMAIS fariam... Eu faço aqui. HUE!

Beijocas nas pirocas, e abraços à todos!!!!!

Tchaus!!!! FUISSSS


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