História Meu tormento... Meu sonho - Por um fio

[...]- Que estranho, jurava que tinha alguém aqui – Ele coçou a cabeça.[...]

Em Konoha...
Minato estava em sua sala completamente recostado em sua grande cadeira, com o cotovelo apoiado ao braço da cadeira, e a mão debaixo de sua boca, pensativo. Os papéis em sua mesa estavam amassados, recém lidos, e um deles estava mais amarrotado que outros, classificada como uma missão de Rank S. Logo os pensamentos do Hokage foram interrompidos, alguém batera a porta:
- Entre – Ele ajeitou- se na cadeira, esperou a pessoa entrar.
- Com licença, o senhor mandou me chamar? – Aproximou- se da mesa.
- Sim, vou precisar de você
- Para que?
- Isto – Ele pegou o papel mais amassado e jogou na ponta da mesa. A pessoa pegou e o leu.
- O que exatamente quer que eu faça? Essa missão não é a Azumy que esta responsável
- Sim, mas estou preocupado
- Com o que?
- Que haja obstáculos quando ela tiver que terminar com tudo
- E tudo, seria o que?
- Tudo
- Oh!
- Não sei se ela seguirá ate o fim com o plano
- Mas ela é uma ninja, e sempre seguiu suas ordens ate o fim, nunca deixou uma missão pela metade.
- Eu sei, mas essa não é uma missão comum, certo?!
- Ah – Apenas suspirou.
- Já pensei várias vezes em traze- La de volta antes que algo de ruim aconteça
- Me desculpe, mas se o senhor sabia que isso poderia acontecer com ela, então porque a enviou? Você presenciou o relacionamento desses dois, e sabe que se amavam e depois de tantos anos longe um do outro você resolve manda- La direto aos braços dele e não quer que nada aconteça? Francamente.
- Hunf! Concordo com você, mas bem ou mal, ela era a única que poderia encontra- lo e aproximar- se dele
- Por que ela? Por que não outro?
- Como você mesmo disse, eles tiveram um relacionamento, foram namorados e pelo fato dele ter abandonado ela, assim que a visse iria retomar o que tiveram no passado. Apesar do seu desejo de vingança, e o ódio constante em seu humor, ele jamais a esqueceu – Minato levantou- se da cadeira cruzou os braços por trás e ficou olhando sua vila pela grande janela de vidro – Sasuke é um assassino, fugitivo e procurado em vários países, sempre quando chegamos perto de encontra- lo foge por entre nossos dedos, tínhamos que fazer algo, não agüentava mais ir atrás de uma caçada inútil com vários ninjas e nunca conseguir pega- lo. Meu filho já sofreu muito por isso...
- Então resolveu bolar um plano lógico, se várias pessoas vão atrás de Sasuke e não o encontra então a solução seria apenas um, mas não qualquer um, somente aquele que um dia foi próximo a ele, que sabia sobre seus segredos, estilo de vida, tudo. Alguém em quem ele confiasse e amasse... Azumy. Ela é sua peça para esse jogo.
- Sim
- Sempre soube que assim que ele visse Azumy a perseguiria para onde fosse. Eles eram completamente apaixonados.
- Exatamente, tudo o que Azumy esta fazendo foi planejado cuidadosamente.
- E o que quer que eu faça?
- Na hora certa você será convocada.
- Certo.
E os dois ficaram por mais algum tempo discutindo sobre um novo plano.

De volta ao time Taka...
Azumy reapareceu por sorte em seu quarto, sua kunai estava sobre a cômoda:
- Ah, ainda bem – Olhou em todo o quarto e nem sinal de Sasuke. Cambaleou ate a cama, quase tropeçando em seus pés sentou- se, e ainda com uma das mãos sobre a barriga, abriu a gaveta do criado e tirou uma tarja enrolada em uma pequena bola. Pegou o papel e pôs sobre sua barriga, os desenhos nela escrito brilharam, transmitindo chakra o suficiente para ajuda- La a se curar por dentro:
- Ah bem melhor – Deitou na cama relaxada.
Enquanto a tarja fazia o resto do trabalho, Azumy lembrava o que pai disse, pensava em tudo o que passou; perguntava se queria realmente deixar Sasuke. E isso o que eu quero? Posso ficar longe dele de novo? Será que é a minha vez de abandona- lo sem remorso? Não sei se vou conseguir fingir por muito tempo.
Todas as perguntas enchiam sua cabeça, fazendo- a delirar com tantos problemas sem solução. Inutilmente tentou afasta- los, e lágrimas começaram a sair de seus olhos. Assim que o brilho da tarja sumiu a ruiva a arrancou e jogou no chão; virou de lado e lembrando-se de tudo, não conseguiu conter o choro.
Soluçava, limpava as lágrimas que caíam incessantemente com a costa da mão, queria correr e ir para sua vila, mas suas pernas não se moviam seu corpo não reagia com a sua vontade, era como se uma pedra gigantesca estivesse sobre seu corpo. Pensava apenas nele, “seu” moreno, o destruidor e salvador de seus sonhos, só de pensar que terá que deixa- lo suas lágrimas derramavam cada vez mais.
Perdida em sua tristeza, não escutou que alguém se aproximava de sua cabana. Bateu na porta:
- Azumy, você esta ai? – Era Sasuke.
- Ah não – Limpou suas lágrimas enquanto sussurrava se lamentando por ter ido para um lugar onde ele freqüentava.
- Azumy – Ele abriu a porta e viu a moça. Ela havia sentado e estava de costas para a porta – Ah, onde estava? Sumiu a manhã inteira, fiquei preocupado
- Eu estou bem, apenas perdi a hora conversando com um amigo – Tentou disfarçar a voz.
- Que amigo? – Ele se aproximou da cama.
- Ninguém importante
- Você esta estranha, esta tudo bem? – Silenciosamente ele caminhou para o outro lado da cama e sentou- se. – Ei - Sua voz saiu doce.
Azumy olhou para o outro lado:
- Eu estou bem, não se preocupe, eu só preciso descansar um pouco – Limpou uma lágrima em seu rosto.
Sasuke notou a atitude da ruiva e percebeu que nada estava bem com ela:
- Azumy, olhe para mim – Pediu.
- Sasuke, por favor.
- Olhe pra mim – Pediu novamente.
- É melhor ir embora
- Eu não vou a lugar algum se não me disser o que esta acontecendo
- Ah – Não estava conseguindo agüentar o choro.
- Vamos – Passou carinhosamente sua mão sobre o cabelo da jovem.
Azumy limpou o nariz e olhou para cima, depois virou o rosto e encarou o rapaz. Sasuke ao ver os olhos vermelhos e marejados, ficou ainda mais preocupado. Limpou a lágrima que estava escorrendo:
- Ei, o que houve? Por que esta chorando? – Fazia carinho na bochecha úmida da bela.
- Ah, eu... E que... – Fechou os olhos e deixou o choro sair.
- Azumy, calma – Ficou mais próximo e a abraçou – O que aconteceu?
- Estou apenas... Pensando na minha... Vida – Sibilou as palavras.
- E sua vida é tão ruim assim que faz você chorar? – Tentou anima- La.
- Não, ela é ótima
- Então, por que chora?
- São minhas escolhas que me deixa tristes – Apertou as mãos na blusa de Sasuke.
- Como assim? – Virou o rosto para ela, mas não o olhou, continuou a abraça- lo.
Negou com a cabeça, em sinal de que não queria dizer nada. Ele tentou entender, mas não estava pronto para se dar por vencido – Diga- me, quem sabe eu posso ajuda- La.
- Haa! Não, tenho certeza que não. Você iria me deixar mais confusa.
- Como assim? Eu não estou entendendo, por que não me diz logo? – Insistiu.
- Escute – Ela deixou suas mãos sobre a nuca do moreno, sentou corretamente e olhou fundo nos olhos dele – Nem tudo o que faço é o melhor, principalmente para mim. Ultimamente minhas escolhas estão me levando a caminhos que eu me arrisco a seguir, e cada vez mais estou me afogando neles. Não faço isso para o meu bem, mas em função dos outros; estou cada vez mais perdida, estou chegando a um beco sem saída.
- O que? Eu não estou entendendo – Ele olhava para ela e via sua angústia, sua dor, não conseguia entender porque ela estava falando tudo aquilo, mas escutou atentamente.
- Há certas coisas em minha vida que já foram decidas, eu não tenho escolha de muda- las, apenas sigo, e isso esta me matando aos poucos – As lágrimas saltaram de seus olhos novamente. Ver aquele lindo homem a sua frente, e lembrar que esta apenas usando- o para um propósito maior, e que terá que deixa- lo, isso esmagava seu coração – Não sabe o que eu faria para mudar certas escolhas que fiz – A ruiva olhava todo o rosto do rapaz.
- Azumy, não estou entendendo, eu...
- Você só precisa saber que não importa o que aconteça, eu amo você – Deslizou suas mãos dos cabelos ate o rosto do moreno – Tudo o que aconteceu no passado, a parte ruim, eu já esqueci, ficou para trás. O que importa é o agora, e eu quero viver ele com você, só com você, porque eu te amo mais que tudo, nunca deixei de amar, apenas me iludia pensando que o havia esquecido.
- Ah eu... – Sasuke não conseguia dizer nada, estava emocionado, tinha vontade de chorar, nunca ninguém havia dito algo assim para ele. Segurou o rosto de sua amada, e com o dedão limpava as lágrimas que caíam.
- Eu amo você, não se esqueça disso. Tudo o que faço é pensando em você. Eu te amo, Sasuke.
- Não sabe como fico feliz em ouvir isso, também amo você.
Azumy pulou no colo de Sasuke e o abraçou forte:
- É só você – Ela sussurrou.
- Meu morango, maluca, confusa, sedutora, responsável e incrivelmente linda – Ele soltou um riso nasal – E adoro você por tudo isso, Azumy Uzumaki, eu amo você.
Ela apoiou a testa no ombro do jovem e sorriu, seu espírito apresentou uma melhora. E aquele abraço era como se fizesse com que todos os problemas em sua vida se solucionassem, era reconfortante, sentia- se protegida e principalmente amada. Era tão bom sentir o calor emanando dos dois corpos que nenhum queria largar do abraço, mas não tiveram opção. Afastaram- se o mínimo que podia e ficaram olhando um para outro:
- Tem certeza que não quer me contar porque esta tão triste? – Ele quase sussurrou, enquanto empurrava o cabelo ruivo em cima dos ombros da jovem para a costa.
- Ainda não é uma boa hora – A ruiva mexeu uma mecha de cabelo do moreno – Na hora certa você saberá.
- Mistério
- Precaução
- Sabe que vou ficar preocupado
- Eu sei – Ela abaixou a cabeça concordando.
- Assim vou pensar que não confia em mim
- Não é isso, eu só não quero que isso vire uma confusão
- Isso o que?
- Ai!... Você saberá
- Por que não me conta agora?
- Não dá, ainda não!
- Odeio quando mentem para mim
- Não estou mentindo, apenas não quero dizer
- Está mentindo
- Não
- Esta dizendo que está tudo bem, sendo que não esta nada bem, então esta mentindo
- Por favor... Não
- Esta bem, esta bem, eu não vou mais cobra- La
- Obrigada –Ela pousou uma das mãos sobre o peito dele.
- Ei – Sasuke chamou, e a mesma ergueu o olhar ate ele – Não chore mais, é linda demais para ficar com os olhos e nariz vermelhos.
Azumy deixou escapar um riso:
- Você é incrível – Seus dedos finos trilharam um caminho no rosto de Sasuke, ela seguia- os ate pararem quase abaixo da mandíbula – Só você que não vê isso - A ruiva o olhou novamente.
Sasuke a observava admirado e pensando sobre o que ela acabara de dizer:
- Só você vê, e por isso a amo – A puxou e selaram um beijo.
Azumy pôs as mãos sobre a nuca do rapaz, com a ponta dos dedos entre o cabelo negro do rapaz. A sensação de alívio na alma da ruiva era ótima, paz e tranqüilidade, tudo o que mais queria.
Aquele beijo parecia não ter mais fim, o oxigênio em seus pulmões inesgotável e sem nenhuma presença de cansaço. O clima ficou mais intenso, depois de uns segundos de pausa, Sasuke a acariciava com vontade, enfiou suas mãos por debaixo da blusa da jovem ameaçando tira- La, e a deitou:
- Não – Ela sorriu.
-Por quê? – Continuava a beija- La.
- Porque ainda é dia, e alguém pode aparecer ou estranhar a nossa ausência.
- Ah – Virou o rosto para o lado.
- Há! Há! Outra hora
- Hunf! É o jeito
- Há! Há! Há! – Azumy não conseguiu conter a risada. Sasuke ajeitou- se e ficou sentado ao lado dela, e a analisou de cima a baixo, e notou que sua blusa estava levantada ate o meio da barriga, e algo mais lhe chamou a atenção, a marca de algo que recentemente esteve grudado naquele local:
- O que foi isso?
 

Continua....