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História Meu vizinho Chanyeol - Seis


Escrita por: kroth

Notas do Autor


Agradeço pelo carinho com a minha fic, seja nos comentários ou sendo um fantasminha aí, lendo quietinho! estamos chegando nos 100 favoritos. Hmmm, será que chega? Vamos ver!

Boa leitura!

Capítulo 7 - Seis


Depois do diálogo nota 10 com Kyungsoo ele decidiu me ajudar a continuar vivo e me levou até o bendito mercado do outro lado da avenida, quase chorei quando ele pagou tudo pra mim. 

Falei que Kyungsoo é o irmão que todo mundo quer (cara de choro aqui). 

Voltamos juntos até a metade do caminho onde tivemos que nos separar. Kyungsoo entregou a sacola que segurou para mim, me deu um beijo de despedida na bochecha e entrou na rua em que morava, antes me informando que não teríamos aula no dia seguinte e rindo das três sacolas de compras que eu segurava com dificuldade. Ai, que ótimo, de alguma forma ele me faria pagar o dinheiro que gastou comigo. Esse Kyungsoo ainda me paga.

Caminhei devagarinho até a rua de casa com medo de algo cair no chão e destruir minha felicidade, mas se andasse muito devagar meu lindo pote de sorvete sabor flocos com pedaços generosos de chocolate iria derreter, porque embora o tempo estivesse extremamente ventilado ainda não se comparava ao freezer onde esteve guardado até eu comprar. A rua estava com pouca iluminação, assim como a minha vida nos últimos três dias. Mas prossegui, como todo bom hétero sofredor.  

Cheguei próximo de casa e vi que as casas de meus vizinhos estavam escuras. Não falo de uma ou duas, mas a rua inteira estava totalmente apagada. Mas quão grande foi minha surpresa quando olhei pro outro lado da rua e vi que o teatro de standup 24h (aka casa dos Park) estava igualmente com aparência abandonada. Eu não sabia se alguém havia morrido ou coisa assim, mas tudo bem, aproveitar o momento de silêncio me pareceu mais interessante.

 Coloquei as sacolas no chão, tirei a chave do bolso e destranquei a porta. Peguei as sacolas novamente e segurei junto ao corpo enquanto empurrei a porta com a bunda. 

Coloquei tudo no chão de novo enquanto procurava o interruptor na casa que mal conhecia. Por sorte, o achei depressa então assim que a casa iluminou, fui pegar as sacolas e as coloquei em cima do balcão da cozinha. Vamos ver, tem comida suficiente para manter Noé e seus bichinhos por  uma semana? Tem sim! 

Tirei tudo das sacolas e comecei a guardar nos lugares certos, deixando em cima do balcão apenas o jantar que havia comprado num restaurante do outro lado da avenida. Olhei para o cesto de lixo que estava transbordando, tirei a sacola,  amarrei e fui na direção da porta tranquilamente até abri-la e dar de cara com outra porta. 

 

- Preciso falar com você. — a voz grave me fez dar um salto pra trás até perceber quem era. 

- Filho da puta, quer me matar do coração?! — disse, com a mão dramaticamente em cima do lado esquerdo do peito. Mas viado, até derrubei a sacola de lixo no chão. Chanyeol se apoiou na porta me olhando sério. 

- Claro que não, baekkie. — olhava para trás como se alguém estivesse nos vigiando — Não vai me chamar para entrar? 

 

E eu tive escolha? Ele perguntou e já foi passando, parando de braços cruzados alguns passos atrás de mim. Peguei o lixo e fui lá fora deixar no lugar e voltei correndo, a tempo de escapar da chuva que começou a cair de novo.

 

- Então — cruzei os braços também — o que você quer?  

- Como conheceu o Kris?  — franzi o cenho com a pergunta, e Chanyeol coçou a cabeça, nervoso. — Bom, seja lá como tenha sido, fique longe dele. 

- O quê? Quem você pensa que é pra decidir com quem eu falo ou não? — aumentei o tom. 

- Alguém que não quer ver você nas mãos de qualquer infeliz aproveitador, só isso. — triplicou o que eu aumentei. 

- Bom, ele ainda não me perseguiu ou invadiu a minha casa, então acho que não tenho o que temer. — estava praticamente gritando.

 

Chanyeol caminhou enfurecido até perto de mim, fazendo com que eu batesse as costas na porta recém-fechada. Seus punhos estavam cerrados a ponto de estourar as veias salteadas das mãos. Quando achei que levaria um soco, fechei os olhos, esperando o lindo momento em que levaria uns tapas dentro da minha própria casa, mas Chanyeol não o fez. Quem dera o tivesse feito. 

Ao invés disso, espalmou as mãos na porta, uma de cada lado da minha cabeça e abaixou o rosto, respirando fundo. Fiquei nervoso, a distância entre nós era de centímetros. Centímetros inúteis que me denunciavam o nervosismo. Chanyeol então levantou o rosto e me olhou, estava vermelho de raiva. 

 

- Você... É tão...  — umedeceu os lábios — ...tão teimoso. 

 

E em um movimento que não pude me desvencilhar por causa dos brações me prendendo, tive os lábios selados na cara de pau por Chanyeol. Sim, Chanyeol, meu vizinho panaca-psicopata, cantorzinho de arrocha do colégio. 

Meu sangue ferveu como lavas de um vulcão em erupção, tanto que se pudesse falar diria "salve-se quem puder que hoje eu to pro crime! ". 

E ferveu pra caralho, se me permitem o termo. Senti os lábios trêmulos de Chanyeol movimentarem-se contra os meus e a língua veio se meter também. Então meus ombros relaxaram, acolhi sua língua e senti Chanyeol explorando minha cavidade ali, na porta da minha casa. Por alguns instantes até levei as mãos aos cabelos de Chanyeol e constatei que eram tão macios quanto os meus. Mas que diabos que eu tô fazendo???

Parei o beijo mas Chanyeol continuava, então só me veio uma solução boa em mente e a usei. Quando as mãos de Chanyeol desceram para a minha cintura levantei o joelho e lhe dei um chute no meio de suas pernas. Chanyeol deu um grito e se afastou, colocando as mãos na área batida. Eu gostaria de rir, mas perderia toda a moral então apenas abri a porta e apontei para a chuva. 

 

- Saia daqui! Sai, vai embora, Chanyeol! — fiz a cara mais enfurecida que consegui. Chanyeol se aproximou com os olhos arregalados  e saiu correndo. — E acho melhor nem pensar no que aconteceu aqui senão eu chamo a polícia! — disse pra enfatizar a fúria, mas assim que fechei a porta comecei a rir nervoso. Mas o que foi isso que aconteceu?

 

 

---//---//---//---//

 

 

3 minutos e a comida esquentou, coloquei tudo num prato bonitinho, porque tenho toc de comer no mesmo prato. Se não estiver no bendito prato eu não como, mesmo que seja frango com molho especial. 

Comecei a jantar e notar como a carne do frango estava doce, macia... Lembrava muito os lábios do... Espera, eu não quero dizer que ele tem gosto de galinha mas, ah, cara, que momento horrível pra lembrar de alguém. 

Vamos ao momento em que terminei de jantar, lavei a louça magicamente sozinho e fui para o quarto dormir. Naquele dia tudo poderia ser diferente do de costume, e foi. As músicas de Chanyeol não estavam tocando, a casa estava com as luzes apagadas. Na verdade a única casa na rua com alguma luz acesa era a minha, não havia barulho em canto algum. Quer dizer, do lado de fora, né? Porque o meu mundinho cerebral estava uma bagunça, um verdadeiro dilúvio tentando afogar os acontecimentos do dia. Deitei na cama e fechei os olhos.

Nem preciso contar pra vocês, em detalhes profundos e desnecessários, das duas vezes que acordei durante a noite porque havia sonhado que Chanyeol e eu havíamos passado de apenas um beijo, e digamos que parte de mim ficou animada durante a noite, se é que me entendem. Mas é algo para se pensar: como meu corpo conseguiu ter uma reação tão inesperada por causa do cara mais otário do planeta? Eu também não sei. 

 

 

---//---//---//---//

 

 

 A única coisa pior que ter um vizinho que resmunga, é você ter "O" vizinho que resmunga. E nossa, o meu vizinho está de parabéns, porque amanheceu aos berros, reclamando das folhas do pé de abacate que beirava o muro, separando o quintal da minha casa do seu. Se minha mãe estivesse aqui agora teria enfiado as folhas na garganta dele, porque escorpianas não tem paciência para isso. Mas como herdei a genética, o temperamento e tudo mais do meu pai, apenas permaneci ali, puxando os fios escuros do meu cabelo e pensando no que faria agora que meu sono em comemoração pela aula cancelada fora boicotado. 

Respirei fundo e fechei os olhos, pensando em como fui parar na vizinhança mais estranha do planeta. Ainda por cima tinha Chanyeol, o Estranho Rei pra encher o saco no colégio também. Nossa, mas tinha uns lábios tão docinhos, macios... O que será que ele passou antes de vir em casa? 

Ri ao lembrar que meu primeiro beijo da vida (desculpe chão mas você não é humano) fora dado por Chanyeol e tive vontade de chorar pelo mesmo motivo. Af, porque tudo é tão difícil e diferente do que a gente quer? Por que não pôde ser com o Kris? 

 

 

Porque Wu Yifan gosta de cobrir os lábios com o catupiry do Zitao e eu só posso chorar no cantinho esperando servirem muitas coxinhas no casamento. 

 

 

--//---//

 

 

Nem tudo na vida são flores e só resta aceitar, porque se a drag for fraca é melhor nem descer pro play da vida. Mas nunca estamos preparados pra tudo; Kyungsoo não estava preparado para o beijo com Jongin, eu não estava preparado para meu beijo com Chanyeol, Kris não estava preparado para correr atrás do pasteleiro, minha mãe não estava preparada pra deixar o filho sozinho e minha prima Taeyeon não estava preparada quando teve a menarca no colégio... São coisas da vida, né? E vão acontecer assim, sempre de forma inesperada e nós, como bons adolescentes - Omma excluída - , iremos nos exaltar. Como quando no meio destes devaneios escutei algo batendo na janela do quarto. Levantei da cama e fui até a janela, olhei para baixo e vi que era Chanyeol atirando pedrinhas para chamar atenção, e agora que a tinha conseguido, fazia um sinal de "venha aqui" com as mãos. Ô, coisa chata! 

Fui ao banheiro e liguei o chuveiro, fiquei mergulhado embaixo da água fria e escovei ao mesmo tempo, porque o costume de tomar banho e escovar é mais forte que eu. Demorei mesmo, quem sabe assim ele não ia embora? 

Terminei o banho, me enxuguei e vesti uma calça branca de moletom com uma camisa qualquer que encontrei. Pentear o cabelo só se for em sonho, porque o corpo tá acordado, mas a alma tá dormindo. Desci as escadas e fui até a porta, abri e dei de cara com Chanyeol sentado de frente para a mesma. 

 

- Que é?  — perguntei, coçando os olhos com as costas das mãos. 

- Bem... Eu queria me desculpar com você por ontem. Por tudo que falei — coçou a cabeça e falou entre um bocejo — ...e fiz. 

- Você tá me dizendo que me acordou pra isso?  — franzi o cenho em falsa fúria. Chanyeol ficou em silêncio e notei os lábios um pouco inchados e vermelhos, devia ter acabado de levantar — Que seja, tchau. — empurrei a porta, tendo o pé da criatura impedindo que fechasse por completo. 

- Espera!  — Chanyeol gritou e meu sangue subiu novamente. Respirei fundo, ainda com a porta quase fechada. 

- O que quer agora, Chanyeol? 

- Ahn... — gaguejou — Posso tomar café com você? - seu tom saiu baixo, como se estivesse receoso pelo pedido. E tinha que estar assim mesmo, perdeu a sanidade que tinha ou o quê? 

- Desculpa Chanyeol, mas acho que eu entendi errado. — arregalei os olhos. COMASSIM? 

- Se você não me entendeu pedir para tomar café aqui, então realmente entendeu errado. — deu de ombros — Então... Posso? 

 

A pessoa surge na sua porta, às 07:00 da manhã, um dia depois de beijar você a força, com uma calça de pijama e uma blusa com um grande "61" estampado e querendo tomar café. O que você responde? 

 

- Ah, entra. 

 

 

---//---//---//---//

 

 

O fogo no rabo quando vi o Chanyeol foi inevitável. E não estou falando isso porque o cara me beijou, mas porque não é todo dia que Park Chanyeol surge ali, na portinha da tua casa. Claro que como todo bom hétero, mantive a postura, sem falar que embora fosse bastante interessante depois dos sonhos que tive, Chanyeol ainda era meu inimigo declarado pelas babaquices de sua pessoa. Se não fosse por ele eu poderia ter opinado com meus pais para revirar o bairro atrás do Kyungsoo e ficaria com ele enquanto minha família anormal viajasse o tempo que fosse necessário. Mas não, Dumbo tinha que se meter. 

 

- Se quer comer, prepara pra você. — disse simplista, enquanto terminava de fazer minhas torradas. Chanyeol me olhou de canto e levantou, indo até o armário e procurando por algo. 

 

O menino era uma desgraça ambulante, enfiou a mão dentro do faqueiro e deu um grito, tirando a mão com um corte entre o dedão e o indicador, não muito grande mas um pouco fundo. 

 

- Cara, você é burro natural ou fez cursinho? — estava fazendo curativo no corte de Chanyeol — E para de resmungar como se tivessem arrancado seu estômago, olha isso, é só um cortezinho! 

 

Chanyeol se retorcia em desconforto e gemia de dor. Senti um arrepio com aquela voz grave na minha frente. Em outros momentos daria medo mas agora me dava certo... Prazer (?).

Sabe quando você sente algo que não é ruim, nem bom, mas esfria seu estômago quando pensa em uma pessoa ou a vê? É uma sensação estranha mas... Não é ruim. Chega até a ser gostosa se você não for Byun Baekhyun e lembrar que a outra pessoa é um pateta da vida. Acabou que eu tive que fazer algo para ele comer no café da manhã porque ficou resmungando sobre o corte brilhante que conseguiu sozinho. Caminhei até as cortinas da sala que ficavam do lado oposto a da cozinha (e de frente para onde Chanyeol estava sentado). Abri-as e vi que a parede coberta era toda de vidro e dava para o quintal da casa e um pequeno jardim. Depois desses dias todos ainda não havia prestado atenção na casa onde eu mesmo passei a morar, isso é totalmente constrangedor. 

 

- Não sabia que tinham um jardim.  — Chanyeol disse, em seguida tomando seu suco de laranjas. 

- Eu também não sabia.. — respondi baixinho, caminhando até a porta e saindo na direção no quintal. Não era muito grande mas tinha espaço suficiente para abrigar algumas flores e a árvore que enfurecera um dos vizinhos de trás. Acho que meus lábios formaram um "o" perfeito quando percebi que minha casa possuía uma espécie de varanda ali atrás, que estava um pouco molhada pela chuva que se arrastou até a última vez que acordei pela madrugada. Fiquei tão distraído que não percebi Chanyeol na porta até ele se mencionar. 

- Nossa, que massa sua casa! — correu até perto de mim, me puxando pelo pulso para a varanda e sentando no chão mesmo, levantando rápido quando notou que estava molhado e havíamos ficado com a roupa do mesmo jeito. 

 

Em outros momentos, teria me irritado com a lerdeza de Chanyeol, mas no momento senti que não deveria fazer isso. Então sentei novamente no piso molhado e olhei-o, que sentou-se novamente em seguida, ao meu lado. 

 

- Baekkie? 

- Channie? 

 

As vozes saíram sem sentimento algum, apenas fitávamos o nada esperando a morte da bezerra. Chanyeol riu baixo e bocejou. 

 

- Obrigado por deixar eu ficar com você hoje. 

- Ah... De nada. — respondi, arqueando uma sobrancelha — Mas vem cá, não tomou café na sua casa por quê? Você mora aí na frente. 

- Bem... — riu sem graça — Eu não sei fazer nada de comer e meus pais estarão fora até a noite. Sabe como é, né?! Músicos conseguem se manter bem em festas de Halloween... 

 

Espera, os pais de Chanyeol são músicos? Essa eu não esperava! Se bem que com todo aquele papo do colégio, da "responsabilidade" (risus) e o talento dele com equipamento de som, eu já deveria ter suspeitado. Além de esclarecer o porquê de eles terem amplificadores e microfones profissionais em casa. 

 

- Não sabia que seus pais eram músicos. — apoiei os pés no chão e abracei as pernas, mantendo o queixo apoiado nos joelhos. 

- São sim. Não mencionei porque nunca conversamos de verdade, Baek. — riu fraco — E eu nem sei quanto tempo vai durar até você me mandar sair daqui.

 

De fato, eu já estava pensando em fazer isso, mas a companhia de Chanyeol até que era boa, era aconchegante e alegre. Então Chanyeol apoiou a cabeça no meu ombro e senti um arrepio de susto.

 

- Sabe, eu passo a maior parte do tempo sozinho também, Baek. — deu uma longa pausa — Por isso eu quis que ficasse na minha casa, porque eu teria com quem conversar. A Sunny é uma chata e...

- Espera, "Sunny"? — tentei conter o riso e ele pigarreou. 

- Ideia dos meus pais, não diga nada.

- Claro. — tentei controlar o risinho e as palavras que queriam sair. Aquieta, Baek... — Até porque com um nome desses ela já deve ouvir bastante coisa. 

 

Tentei, né?! 

 

Chanyeol levantou a cabeça de meu ombro e olhou para mim, sério, fazendo com que o arrepio que senti antes retornasse e quase achei que iria conhecer Jesus e todos os anjinhos nesse momento, mas ficamos nos encarando e eu não pude deixar de olhar fixamente para cada detalhe no rosto do meu vizinho esquisito e irritante. O sol estava começando a dar espaço para as nuvens de chuva que voltaram a se formar, mas a face de Chanyeol era tão bonita que pude ver, mesmo com aquela sombra, a beleza em seus traços fortes, os olhos, os lábios... 

Só percebi que estávamos nos aproximando mais e mais quando não haviam mais do que alguns centímetros entre nós. Chanyeol inclinou a cabeça levemente para o lado e fechou os olhos, apoiando o corpo em uma das mãos. Fechei os olhos em seguida, esperando sentir mais uma vez aquele sentimento esquisito. Quando... 

 

- AI!  AI! AAAI! 

 

A criatura gritou quando senti sua seus lábios tocarem levemente meu lábio inferior. Levei o maior susto e saltei para trás, só então vi que a mão em que se apoiou minutos atrás era a que havia machucado e tentei ajudá-lo com a dor. Peguei sua mão e segurei entre as minhas, fazendo-o se calar de imediato.

 

- Ficar gritando vai fazer seu corpo reagir e mandar mais sangue, isso não vai ajudar em nada. — mantive um tom calmo enquanto acariciava a mão — Assim os órgãos do seu corpo todo irão sair pelo corte! 

- Eu não sou mais criança, Baekkie. — Chanyeol disse rindo, observando a chuva que se iniciara mais uma vez. 

- Sei... — fiz um bico — Bom, é melhor entrarmos antes que você, com essa sua sorte toda, pegue um resfriado. 

 

Então entramos em casa, onde Chanyeol passou a manhã me fazendo companhia. Uma manhã que atravessou a tarde, a noite e teria continuado assim até o dia seguinte se eu não interferisse. Conversamos e estranhamente nos entendemos muito bem na questão do nosso projeto e depois que cantei duas ou três músicas a pedido do mais novo, ficou decidido que eu faria os vocais enquanto ele cuidava dos arranjos.

Um banho. Foi o que Chanyeol alegou precisar fazer antes de voltar para sua casa, e eu não lhe negaria um pedido tão simples. Indiquei o banheiro e lhe dei uma toalha limpa, vendo-o atravessar o corredor, correndo como uma criança. 

Decidi olhar as horas no celular mas tinha notificação do Twitter, selecionei e abri as DMs, dando de cara com o user mais temido do site.

 

@realsatansoo12

"Baek, eu perdi meu celular!kkkkkkkkk"

"E você acha vantagem nisso? O que aconteceu? Tá tudo bem? "

"Tá sim, nossa"

"Nunca esteve melhor"

"Encontrei com o Jongin na biblioteca hoje"

"O  quê??? Como assim? "

"Pois é, olha que loucura"

"Eu aproveitei o dia pra ir na biblioteca atrás daquele livro da rainha vermelha"

"O Jongin tava lá, puxou assunto e deu um jeito de ficar perto de mim, depois de um tempo começou a vir com um papo estranho"

"Ele tentou me beijar de novo, mas dessa vez eu não quis"

"Advinha o que aconteceu "

"Você deu o maior fora nele, porque ele não presta. Certo?"

"Não, o Sehun apareceu antes kkkkkk"

"Começou a discutir com o Jongin e do jeito que ele tava nervoso deu a entender que é caidinho por ele"

"Aí eu tirei o celular do bolso e tentei ligar pra você vir me buscar, fiquei assustado de sair sozinho"

"E o Sehun me atacou, jogou meu celular no chão e pisou em cima"

"Tudo isso porque viu vocês juntos?aff, que bosstakkkkkkkkkk"

"Sim, eu fiquei bem espantado com ele e com o Jongin"

"Mas só de lembrar da cara dele vermelha de raiva eu começo a rir"

"Então... Você e o Jongin estão...? "

"Não estamos nada não, e se depender de mim vamos continuar assim"

"Jongin tem um psicopata atrás dele 24h. Eu não quero correr riscos por causa de um carinha"

"Uma hora ele cansa... "

"Cansa mesmo"

"No dia que estiver a sete palmos debaixo da terra"

"Baek, preciso sair, eu tô usando o celular do Minseok e ele ta pedindo de volta" 

"Aliás, tem como você vir pro clube de boliche agora? O Luhan e o Minseok vão adorar falar com você!"

"Soo, eu não sei ir pra lugar nenhum além da escola e da sua casa. "

"Ah, tudo bem! No fim de semana eu passo aí e você sai com a gente. Tchau, seu lindo! "

"Tchau! "

 

Guardei o celular e vi Chanyeol entrar no quarto com a roupa um pouco molhada, deve ter se vestido depressa, criatura inteligente. Estava secando os cabelos e sentou do meu lado na cama. 

 

- São que horas?  — perguntou enquanto fitava o teto e eu o nada. 

- Ah... Não sei. 

 

Falei sobre os casos de Kyungsoo e esqueci de fazer o que tinha me levado a pegar o celular. Nossa, depois dessa até levantei, deixei o celular em cima da cômoda e fui tomar um copo d'água.

 

 

---//---//---//---//

 

 

Pela primeira vez eu posso dizer que a companhia de Park Chanyeol me fazia falta. Depois de um dia inteiro juntos fazendo vários nadas e tentando ensinar a criança a preparar um café decente, a casa ficou vazia de novo, sem as risadas altas ou piadas sem graça que, ainda assim, demos um jeito de achar graça. Saí do banho e fui deitar, ainda com a toalha na cintura e os pensamentos a mil. Então meu celular vibrou em cima da cômoda. Como não deveria ser Kyungsoo acreditei que era alguém irrelevante, nem abri os olhos. Sabe quando você não quer mexer no celular e as pessoas começam a notar que o seu número existe? Dá uma agonia profunda! 

O celular vibrou mais algumas vezes até eu estender a mão para pegar, o nome na tela me deu vontade de chorar em posição fetal. 

 

Omma ♡ ~

Baekkie, meu amor! Estou morrendo de saudades de você... Olha que lindo, encontrei hoje e lembrei de você na hora! 

 

A foto junto da mensagem era um bonequinho do sem-rosto de "A viagem de Chihiro".  Tive um pequeno surto ali mesmo e respondi tentando não passar mal. A gente nunca sabe o quanto sente falta até sentir na pele que a pessoa não está perto, e isso é doloroso, vamos assumir. Fechei a mensagem e dei de cara com um número estranho. 

 

¤ ~ Oi. 

~Oi. Quem é? 

¤ ~ Espero que não se importe, eu peguei seu celular e liguei pro meu número. Sou eu, Channie. 

 

Ah, perfeito.  

Alguns minutos depois e a conversa cresceu, tanto que Chanyeol me ligou e ficamos no mesmo assunto da tarde até Chanyeol mencionar sobre minha casa estar escura.

 

- Não sente medo de ficar sozinho?

- Na verdade, não. Mas é um pouco... Solitário. — dei um riso nervoso. 

- Hum... — Uma longa pausa — ...Tenho uma ideia! Não desliga! 

- E qual seria a sua idia, Park Chanyeol? - a linha ficou muda por alguns minutos - Chanyeol? 

- Desculpa a demora! - Chanyeol riu - Enfim, você pode dormir aqui, Byun Baekhyun! 

- O QUÊ? — gritei mesmo, ouvindo ele rir do outro lado da linha. 

- Calma, calma. Olha, meus pais que deram a ideia, eu falei que somos amigos do colégio, que seus pais saíram e só voltam amanhã e você tem medo de ficar sozinho. 

- Eu não tenho medo! Sua ideia é péssima! 

- Ah... você acha? — a voz ficou menos animada — Bem... foi só uma sugestão, não precisa vir se não quiser. 

 

Era tolice, era estranho e teria que suportar os pais e irmã alucinados do Chanyeol. Minha resposta? 

 

- Eu vou ter que jantar com vocês gargalhando na mesa? 

- ... - suspira - Eu te levo o jantar no quarto. 

 

Casa do Chanyeol, aí vou eu!


Notas Finais


Estou tomando meu café sagrado de cada dia enquanto escrevo isso, até esqueci a dor no tornozelo, heheh.
Então, interação ChanBaek começou, ficou bom? Espero que sim!
Esta é a minha primeira fanfic então tenho certas inseguranças nela, mas agradeço novamente o carinho que estão tendo (E a paciência com meus erros gritantes que demoro milênios a corrigir).

Bem, Vocês devem ter percebido que tudo acontece consideravelmente rápido nesta fanfic, o que significa que não é muito longa ~ Abraça os joelhos ~ Mas não irei avisar quantos capítulos faltam porque é maldade, e talvez eu tente prolongar a fic fazendo mais POVs especiais (porque por ser na visão do baek muita coisa fica escondida, tipo as pegadas Kristao/Taoris que vagam na minha mente ) como a da semana passada onde Kaisoo divou lindamente ( na minha opinião ).
Ah, gostaria de avisar também que talvez não atualize semana que vem pois pretendo visitar minha mãe, então terei que atrasar um capítulo (ou adiantar)... tudo vai depender bastante do meu humor.
Beijos da tia e até a próxima!


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