História Midnight - Tobidei Obidei - Midnight One (pt.2)

MIDNIGHT ONE (pt. II)

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Onze e quarenta.

Deidara queria não continuar olhando para o relógio e simplesmente ir dormir, amanhã é o segundo dia de aula e ele não queria chegar atrasado ou cansado. Deitou-se de lado e fechou os olhos, forçando a si mesmo a dormir, mas sabia que não iria conseguir. Ele não pode estar tentado a sair com Obito, é contra suas próprias palavras de dezesseis anos, perdidas simplesmente porque Deidara quer tentar algo novo. Além do mais, Obito é falado por toda a cidade, seria como se estivesse jogando sua imagem de bom garoto no lixo ao aceitar a sair com o outro.

Onze e quarenta e cinco.

Deidara passou a mão no rosto e então se levantou para ir ao banheiro para escovar os dentes. Em seguida procurou alguma coisa para fazer em seu quarto, porque achava que talvez se passasse de meia noite ele conseguiria descansar. Trocou os livros de lugar e arrumou seu guarda roupa. Olhando novamente no relógio, seu coração pulou.

Onze e cinquenta e cinco.

Ainda com o jeans claro e a camisa branca, Deidara saiu do quarto e olhou com cuidado para a sala, vendo seu pai acordado, bebendo café e assistindo um programa de culinária. Voltou para o quarto e examinou sua janela.

Não acredito que estou mesmo fazendo isso.

Olhou para trás receoso de que Ichiro aparecesse de repente, mas não aconteceu. Deidara colocou uma perna para fora da janela e em seguida a outra. Aquilo era ridículo, ele parecia um adolescente dos filmes clichês.

Caindo de quatro no chão, Deidara pôs força nas mãos para se levantar e as limpou uma na outra, tirando a terra que havia colado nelas. Olhou para trás mais uma vez e passou pela cerca do mesmo modo que havia passado pela janela. Quando andou até a frente de sua casa, ainda olhando para trás para se assegurar que seu pai não o observava, Deidara encontrou Obito parado no meio da calçada, tragando um cigarro.

Obito não havia percebido sua chegada e Deidara não queria falar nada. Era sua primeira escapada, claro que estava assustado de que fosse ser pego.

Limpou a garganta, fazendo um barulho que fez o outro virar-se para si ao ouvir.

- O bom filho à casa sai. – Disse com um sorriso brincalhão.

- Para onde nós vamos? – Perguntou com a voz baixa.

- Vamos explodir sua escola.

Deidara arregalou os olhos.

- O que?

Obito começou a rir e então a tossir por causa da fumaça do cigarro e então a rir de novo.

- Você deveria ter visto a sua cara! – Jogou o cigarro no chão e pisou encima dele. – Relaxe, explodir escolas é coisa pra depois, ainda estamos na sua primeira noite.

- Você está dizendo que essa coisa entre nós, se tornará algo comum?

- Oh, então temos uma coisa agora? – Deidara sentiu seu rosto queimar e Obito sorriu. – Vamos.

Deidara acompanhou Obito, ainda sem saber por que resolvera sair. O céu já não estava mais nublado, mas ainda não se via nenhuma estrela, o vento estava um pouco mais forte e frio, e a noite surpreendentemente mais calma. Então é assim com o que a meia noite se parece, pensou Deidara consigo mesmo, ele também estava aliviado que não havia pessoas na rua que poderiam vê-lo com o outro.

Subitamente Obito virou com o corpo e parou, por pouco Deidara não esbarrou nele.

- Me diga algo que você esteja desejando agora mesmo.

- O q-

- A primeira coisa que lhe vem á cabeça.

- Picolé.

Obito arqueou uma sobrancelha.

- Picolé? Sério?

- Você perguntou!

- Picolé, então. – Obito voltou a andar, deixando Deidara com uma cara confusa atrás dele.

Os dois entraram em uma conveniência que era aberta 24h e foram até o congelador de picolés. Deidara olhou para o homem no caixa, que prestava atenção nos dois, como se pensasse que iriam causar problemas. Virou o rosto e jogou a franja para frente para que não fosse visível ao homem e seguiu Obito, que pegou cinco de chocolate e deu espaço para deidara escolher.

- Seja mais guloso que isso. – Disse Obito ao ver que ele só pegara um de limão. Deidara pegou mais um de morango e olhou para Obito, que fez um sinal com a cabeça para segui-lo.

Mas ao invés de irem para o caixa, onde o homem ainda os olhava, Obito puxou Deidara pela camisa e começou a correr em direção a saída. Deidara, assustado com o momento, pôs-se a correr junto a ele, ignorando o homem que gritava. As casas passaram rápido por eles na medida quem que corriam contra o vento.

Os dois pararam em um beco e se encostaram automaticamente contra a parede de tijolos, e enquanto tomavam fôlego, começaram a rir como se estivessem assistindo o melhor filme de comédia que já existiu.

- Então é isso que você faz a meia noite. Entra nas conveniências e rouba picolés. – Disse Deidara. – As pessoas estavam certas, você é perigoso, Obito Uchiha.

Obito riu.

- Ei, qual é! Você que escolheu! – Ele abriu um dos picolés que segurava e colocou na boca.

- Mas isso é errado.

- Não venha dar de bonzinho agora, eu sei que você gostou, ‘tava rindo que nem uma hiena. – Deidara não respondeu, apenas abriu o picolé de morango. – Vamos, acho que o cinema ‘tá funcionando hoje.

Deidara entortou a cabeça para o lado, confuso.

-Não tem cinema aqui na cidade.

-É um cinema especial. Já assistiu Taxi Driver?

- Não.

-Uma pena, é um bom filme.

Deidara seguiu Obito pela parte interior da cidade, por onde ele nunca andou. Havia pessoas suspeitas naqueles becos, mas Obito não parecia se importar, sua expressão estava bem calma, o que era tão suspeito quanto as pessoas. Vai ver Obito é mesmo perigoso e ele não tem que se preocupar com alguém porque todos sabem que ele pode fazer alguma coisa de ruim com eles. Mas então Deidara lembra que estavam rindo porque acabaram de roubar apenas sete picolés e o pensamento se torna absurdo.

Obito olhou para um prédio escuro e puxou Deidara pelo braço para entrarem juntos, escondidos do porteiro que recebia o ingresso de um homem. Entraram em uma sala escura com oito fileiras de oito cadeiras e se sentaram no meio, longe dos demais três homens que esperavam pelo filme.

- Presta atenção nesse, é um clássico. – Disse Obito antes de colocar o picolé novamente na boca.

Deidara focou os olhos na tela e o filme começou.

Era um pornô.

Um pornô muito mal feito.

Olhou para Obito e este tentava se segurar para não rir da expressão que Deidara fizera ao finalmente perceber isso. Não falou nada, apenas tentou ver o filme.

Minutos depois, Deidara se aproximo da orelha de Obito, ainda sem olhá-lo.

- Eu não entendo. Se o homem da pizza realmente ama a babá, por que ele está batendo nela?

Obito soltou uma risada alta e os homens que também assistiam ao filme olharam para eles, irritados com o barulho, mas Obito os ignorou e continuou rindo.

- Vamos sair daqui.

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Meia noite e cinquenta e sete minutos.

- Você não pode simplesmente comer trinta sanduíches. – Disse Obito, enquanto observava Deidara andar tocando os dedos delicadamente na cerca de sua casa.

- Eles me fazem muito feliz.

Obito se pôs de frente a Deidara, que parou de andar e ficou o olhando.

- Eu aposto cem dólares que você não consegue comer trinta sanduíches em uma noite. – Disse cruzando os braços contra o peito.

- Não vou entrar em uma aposta com você. Você vai perder se mudar de cidade para não me pagar porque é rebelde.

- Seu filho da mãe, pare de zoar com a minha cara. – Obito disse rindo. – Mas então, o que me diz? Não sobre a aposta, embora ainda irei cobrá-la. Seis noites, sempre à meia noite, fazendo o que quisermos pela cidade por uma hora. O pack completo do Guia de Iniciantes Para o Suicídio da Boa Imagem Social. (GIPSBIS[kkkkk])

- Você inventou esse título?

- Claro. – Obito sorriu e Deidara fez o mesmo. Era impossível não sorrir  quando alguém o faz se sentir como se ele pudesse comer o mundo cru com apenas uma hora de aproximação.

Obito se afastou e entrou em sua casa pela janela de seu quarto, de onde sempre saía. Ele não precisava de resposta, Deidara percebeu que ele sabia que era sim. Obito sabia que encontraria Deidara no próximo dia, no mesmo lugar à meia noite.

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Continua...