1. Spirit Fanfics >
  2. Midnight Circus >
  3. 6. Ill Protect You

História Midnight Circus - 6. Ill Protect You


Escrita por: KAMI-seme

Notas do Autor


Olá! )o)
Obrigada a todos que tem acompanhado a fic, aqui está mais um capítulo pra vocês ~tuts tuts
E queria desejar parabéns pra uma leitora aka amiga que lê a fic: BbyMiwa (@shiniingshawol) feliz aniversario, muito 2min na sua vida ^^
Agora vamos ao cap!!

Capítulo 6 - 6. Ill Protect You


6. I'll Protect You

 

Namorado. Essa palavra não parava de ecoar por minha cabeça, eu não sabia de onde Minho havia tirado aquilo, mas definitivamente não fora com o meu consentimento. Deixei que ele me conduzisse pra fora do trailer de Onew e caminhamos em silencio até os fundos do circo, o lugar mais isolado que encontramos nas redondezas, e assim que ficamos a sós eu não contive minhas duvidas de escaparem em voz alta.

- Desde quando eu sou seu namorado, Choi Minho?! – Talvez eu tenha exagerado em gritar.

- Desde cinco minutos atrás, como pode ver – Ele deu de ombros, desviando o olhar pro chão e colocando as mãos nos bolsos – Depois nós conversaremos sobre isso, eu preciso treinar agora. Fique longe daquele cara.

Encarei o mais velho de forma descrente, ele não podia estar falando sério. Ele chegara me tomando como se eu fosse dele sem nenhum aviso prévio e me taxando de “namorado” depois de tanto tempo fugindo de mim, e agora estava tentando fugir mais uma vez. Ele não tinha o direito de fazer isso comigo.

- Não! Você vai me explicar agora!

- Depois, Taemin – O moreno desviou o olhar e colocou uma mão no meu ombro, apertando levemente antes de se afastar e rumar em direção ao circo. Pisquei algumas vezes de forma incrédula, Minho estava tão desesperado para fugir de mim que nem ao menos me levara até a jaula. Eu poderia fugir, mas não era isso que eu queria agora, eu precisava de explicações primeiro.

 

Retomei o meu trabalho durante o resto do dia, onde fiquei com Jonghyun o tempo todo. Cozinhamos juntos – o que fora um tanto complicado já que eu e ele não concordávamos nunca sobre que temperos usar – e deixamos o jantar preparado para os circenses, eles haviam inserido mais uma sessão de espetáculo pouco antes de meia noite, de forma que o tempo para descansar era bem menor e todos estavam dando duro para conseguir mais lucros. O circo realmente parecia estar prestes a falir, mas nenhum deles perdia a animação no que fazia.

Ajudei Jonghyun com a maquiagem de palhaço, a qual eu descobri que não era tão difícil de fazer, só precisava ser paciente – porque o baixinho sempre se mexia na hora errada – e delicado com o pincel. Também ajudei a parceira de Minho, Sulli, à prender o cabelo com firmeza e enquanto eu e ela conversamos eu podia ver o Choi próximo dela, murmurando algo sobre a apresentação e mantendo seu olhar bem longe de mim. E lá estava eu sendo ignorado novamente.

Ótimo.

Eu não conseguia entender o que se passava por sua cabeça, Minho era uma pessoa confusa. Ele era carinhoso e prestativo em um dia, mas no dia seguinte estava fugindo de mim como o diabo foge da cruz, e toda a contradição dele me deixava tão confuso quanto ele. Eu me pegava pensando secretamente em como seria conseguir me juntar à eles nos espetáculos, se eu conseguiria fazer tanto sucesso quanto Minho e Onew, e pensar em tal coisa ia completamente contra os meus desejos e sonhos para o futuro. Eu não podia acabar em um circo falido, eu iria me tornar um pianista famoso e encontraria meus pais novamente. Talvez quando eu fosse rico eles não me achassem um estorvo...

 

- Taemin! O que você está fazendo? – Ouvi uma voz alta e feminina me chamar, virando-me rapidamente para direção da mesma e vendo a mulher de cabelos negros e lisos, usando um kimono com estampa de cristais desenhados – Eu não disse para ir me ajudar na tenda assim que terminasse de maquiar aquele anão?

- Desculpe, Victoria noona – Me curvei brevemente antes de segui-la para fora do circo, mas não sem antes lançar um ultimo olhar para Minho, que para minha total surpresa havia me encarado de volta.

Ele também pareceu surpreso, mas não desviou o olhar, ele aparentava estar cansado e ao mesmo tempo envergonhado por eu ter notado ele, porém eu não conseguia parar de encará-lo, Minho ficava realmente bonito com aquela roupa colada, ele era sempre bonito na verdade, mas não era como se eu ficasse muito tempo o admirando – afinal, eu tinha preocupações mais importantes do que a beleza dele –. Enfim desviei o olhar ao sentir meu corpo bater contra um maior, devido minha falta de atenção enquanto andava, ergui a cabeça e vi Onew parado a minha frente, encarando-me com certa raiva e logo me empurrando bruscamente pro lado para poder seguir caminho. Ele era tão agressivo, tão diferente de Minho. Como podiam ter sido criados juntos?

Desliguei-me daqueles pensamentos e continuei seguindo Victoria para fora do circo, até chegarmos na tenda onde ela fazias suas previsões do futuro e outras coisas místicas que eu não entendia, já havia uma pequena fila de pessoas formada ali na frente esperando para serem atendidos, e o meu trabalho era apenas cobrar o dinheiro antes que entrassem. Não era nada divertido e empolgante, mas eu não me importava, pois quanto mais tempo eu passasse ocupado e ajudando, menos tempo eu ficava dentro daquela jaula apertada na qual eu ainda era obrigado a dormir todos os dias.

Se ao menos eles me arranjassem uma jaula maior, talvez eu não ficasse com dor nas costas pela manhã e tivesse que pedir massagem para Jonghyun, massagem essa que era bem dolorosa por sinal. A noona havia tentado – inutilmente – me oferecer um chá para dor, mas eu me recusava à beber qualquer coisa que ele me desse depois que a vi colocar algo que parecia ser uma pata de morcego dentro de uma garrafa. E o pior foi que ela vendera aquilo para um cliente e o mesmo saiu de lá tomando e dizendo que estava delicioso. Pobre coitado.

 

- Taemin, você escutou esses gritos? – Victoria perguntou-me preocupada, arrancando-me de meus devaneios e só então eu prestei atenção, parecia ter uma movimentação a mais nas arquibancadas dentro da grande lona – Vá ver o que é, menino!

Deixei os clientes por conta dela e o seu dinheiro em cima da mesa, antes de me afastar e rumar em direção ao alvoroço fora do comum. E quando eu estava prestes a passar pela entrada eu escutei um pequeno rugido abafado e algumas pessoas passaram por mim correndo, enquanto o tigre vinha em minha direção, completamente solto, com Jonghyun correndo atrás dele e gritando para todos saírem da frente, mas já era tarde demais.

 

- Ele vai pegar o Taemin, segura ele! – Ouvi Minho gritar, e não pensei duas vezes antes de começar a correr. Eu nunca tive um porte atlético como o de Kim ou do Choi, principalmente por causa da minha asma, e tentar correr mais rápido que um tigre não era muito motivador, nem saudável.

 

Ouvi o animal rugir atrás de mim, dessa vez mais alto, e sua respiração bateu contra minhas pernas finas. Eu já estava quase chegando nos trilhos e parecia impossível escapar, eu conseguia ver minha vida passar diante dos meus olhos e parecia que nada de bom havia acontecido durante todos aqueles anos, perder a casa, o dinheiro, depois ser vendido pelos próprios pais e provavelmente acabar virando comida de tigre antes mesmo de descobrir o que Minho pretendia fazer comigo. Era tão frustrante...

- Taemin! – Dessa vez o grito fora de Jonghyun, quando o grande animal decidiu parar de perseguir e pulou nas minhas costas, me derrubando no chão.

Senti o ar escapar dos meus pulmões por um breve momento, ele era tão pesado que eu achei que quebraria uma ou duas costelas, mas ele saiu rapidamente e começou a farejar meu pescoço, antes de me lamber. Pisquei um pouco incrédulo ao sentir ele me farejando e lambendo varias vezes, virei um pouco o rosto de lado e espiei o animal, que agora havia deitado ao meu lado e rolado de um lado pro outro, enquanto suas enormes patas tentavam me pegar. Ele estava... brincando?

- Gatinho mau! – Jonghyun falou irritado, enfim chegando até nós e colocando a coleira no animal, que lutou contra e voltou a tentar se aproximar de mim – O que você quer com o Minnie? Pare com isso, seu tigre com desvio de caráter!

- Eu achei que você fosse morrer – Minho falou preocupado, se abaixando e me abraçando no chão mesmo, ele parecia tão esmagador quanto o tigre naquele momento – Você se machucou, Tae?

- Eu acho que não...

- Não acredito, parece que o Gatinho só queria agradecer pelo refresco – O maior falou mais aliviado, rindo cansado em seguida e me soltando, se pondo de pé e me ajudando a levantar também.

- Que refresco? – Perguntei curioso.

- O que estava na sua garrafa, eu disse que era pra matar a sede, não? – Ele deu de ombros, passando um braço por minha cintura e me puxando de volta para perto de onde as pessoas nos esperavam, com olhares curiosos – Ele estava morrendo de sede e eu não conseguia achar água pela manhã, alias, me desculpe de novo, você pareceu bravo quando viu que não tinha sobrado nada.

Arregalei os olhos, eu não podia estar mais surpreso. Minho não havia tomado a poção do amor e sim o tigre... Minha cabeça estava prestes a explodir com o bombardeio de duvidas e teorias diferentes. Mas o que tomou mais atenção fora a ideia de que o mais velho não estava sob nenhum efeito duvidoso quando disse que era meu namorado, e eu definitivamente precisava de uma explicação.

- Hyung, nós podemos conversar agora? – Murmurei para que só ele ouvisse, enquanto passávamos por alguns desconhecidos e recebíamos frases como “vocês tem sorte que ele não comeu ninguém”.

- Não é uma boa hora, Taemin.

- Por favor! Você não pode fugir de mim pra sempre.

- Não estou fugindo...

- Então vamos conversar agora! – Eu sabia que não tinha o direito de ser autoritário com Minho, mas não consegui me conter, uma vez que ele parecia responder mais rápido quando estava sob pressão.

O maior olhou em volta e se assegurou de que ninguém estava prestando mais atenção em nós, antes de me puxar para seu trailer e nos trancar lá dentro. Soltei-me dele e fiquei de frente para o mais velho, cruzando os braços e me preparando para confrontá-lo.

 

- Por que disse que eu sou seu namorado?

- Foi a única coisa que me veio a mente quando eu vi Onew tocando em você daquele jeito, eu não podia deixar aquelas mãos sujas desonrarem o seu corpo mais ainda! Eu não consigo ficar calado diante disso – Ele pôs pra fora quase num desabafado, aproximando seu corpo do meu e tocando meu rosto delicadamente – Você entende o quanto se tornou importante pra mim, Taemin? Eu sinto que devo proteger você.

- Por que? O que eu fiz de bom pra você? Isso não faz sentido, nem meus pais quiseram me proteger, porque você o faria? Eu sou... irritante.

- Sim, você é muito irritante, Taemin – Ele suspirou, encurtando mais a distancia e encostando sua testa na minha, causando-me uma sensação estranha de conforto – É extremamente irritante o fato de que eu não consigo parar de pensar em você desde que o ouvir cantar, é irritante como eu sou incapaz de te proteger totalmente e esse sentimento desesperado apenas cresce dentro de mim, é ainda mais irritante a saudade que eu não consigo parar de sentir quando estamos afastados um do outro, o que me obriga a espiar-te de longe como se eu fosse um criminoso, você despertou em mim algo que ninguém nunca conseguiu antes, eu te desejo de um jeito que não desejei nenhuma mulher, porque eu não desejo apenas o seu corpo, Taemin, eu desejo o seu coração também. E isso definitivamente é irritante, viu o que fez comigo?

Fechei os olhos e respirei fundo, envolvendo Minho num abraço apertado e caloroso, enquanto absorvia todo o sentimento contido nas suas palavras. Eu me senti amado, como já não sentia há muito tempo e aquela sensação pareceu aquecer o meu coração machucado.

- Temo que eu esteja despedaçado demais para retribuir a altura, Minho...

- Então eu irei te consertar e garantir que todos os pedaços sejam colados novamente, eu vou me esforçar por você a cada segundo, não é isso que chamam de amor? – A resposta veio rápida e sem hesitação.

Eu não me sentia merecedor daquela pequena felicidade.

- Eu... não sei o que dizer, hyung.

- Diga que quer ser meu namorado – Ele sussurrou próximo ao meu rosto, roçando o nariz no meu e me acolhendo nos seus braços de forma protetora.

- Eu quero ser seu namorado, Minho hyung.

 

●●●●

 

A semana seguinte havia se passado de uma forma tão agradável que as vezes eu até esquecia que estava sendo mantido em cativeiro e tratado como escravo naquele circo. Abandonei a jaula após dois dias de namoro com Minho, ele insistira para que eu dividisse o trailer com ele – e claro que eu não negaria a chance de dormir numa cama tão macia – nossa relação não havia evoluído muito como namorados, tanto é que só de pensar naquela palavra eu ficava envergonhado. Passávamos as noites conversando sobre coisas aleatórias, o mais velho gostava de me contar sobre suas experiências na infância e eu apenas deitava a cabeça no seu peito e escutava atentamente suas historias, aproveitando os eventuais carinhos que recebia no cabelo antes de dormir.

 

- Como você podia achar que morangos eram insetos? – Perguntei em meio a uma risada alta, após ouvir mais de sua vida – Sinceramente, insetos são repugnantes, não se parecem em nada com morangos!

- Yah! Eu não tenho culpa, eu era uma criança ingênua que acreditava em tudo o que falavam, e as pessoas no orfanato se aproveitavam disso – Ele deu um pequeno tapa na minha costa e apertou o abraço, rolando na cama e ficando por cima de mim – Pelo menos eu não chorava quando via um!

- Eu nunca chorei vendo um morango.

- Chorou quando uma borboleta supostamente te atacou, embora o Jonghyun tenha me garantido que ela só tentou pousar no seu ombro para aproveitar o seu cheiro de rosas.

Fiz um pequeno bico emburrado e virei o rosto para o lado, a fim de ignorar aquilo, ele tinha razão e era muito vergonhoso para um garoto da minha idade.  Mas isso não durou muito tempo, pois logo ele estava enchendo meu rosto de beijos e mordidas, fazendo-me sorrir involuntariamente, até que seus lábios tocaram os meus. Durante todo aquele tempo havíamos tido poucos contatos como aquele, dava para contar nos dedos da mão quantos beijos trocamos, mas continuavam sendo especiais.

Deixei uma mão na nuca do mais velho e o mantive perto de mim, entreabrindo os lábios quando sua língua roçou neles e iniciando um beijo calmo, onde as línguas se entrelaçavam lentamente naquele ato de carinho. As mãos alheias deslizavam pela minha cintura e a apertavam com força, como se ele estivesse afirmando que o meu corpo lhe pertencia, e àquela altura eu já não conseguia discordar disso, eu me sentia propriedade dele, mas não era de um jeito tão ruim, porque ao mesmo tempo ele se dizia ser meu também. Talvez Choi Minho estivesse realmente conseguindo colar os meus pedaços aos poucos. Quando enfim nos separamos do beijo, pude sentir o mais velho beijar minha testa e bagunçar meu cabelo, ele era tão carinhoso e protetor que era impossível não se sentir bem ao lado dele.

- Precisamos dormir, Minnie – Ele murmurou, saindo de cima de mim e se deitando ao meu lado, nos cobrindo com o lençol e se aconchegando junto ao meu corpo – Me acorde se precisar de alguma coisa.

- Durma bem, hyung – Sorri pro maior e deitei de costas para ele, abraçando o travesseiro que tinha seu cheiro e afundando o rosto ali, enquanto minha mente vagava pelas boas lembranças da ultima semana, mas no fundo eu sentia que havia algo errado com aquela felicidade, eu só não sabia o que era.

 

 

- Minho! Choi Minho, abra essa porta!

Acordei assustado ao ouvir os gritos do pai de Minho, sentei-me rapidamente na cama e passei uma mão pelo cabelo longo e bagunçado, olhei para o lado e vi que o maior já estava sentado também, sua expressão tão assustada quanto a minha, não era comum que o Sr.Choi saísse de seus aposentos para fazer algo que não fosse apresentar o espetáculo, talvez por isso ele não tenha notado que mudei-me para o quarto do filho dele.

- Se esconda – Minho sussurrou, antes de levantar e ir até a porta, ele mal me deu tempo para pensar e tudo o que eu fiz fora me encolher no canto da cama e cobrir meu corpo dos pés à cabeça, esperando estar parecido o suficiente com um travesseiro.

- O que aconteceu, appa? – Ouvi meu namorado perguntar com a voz rouca e sonolenta.

- Onde você estava todo esse tempo? Você não faz nada direito, Minho!

- Do que você tá falando?

- Vem comigo.

Ouvi um pequeno barulho e em seguida a porta sendo fechada bruscamente. Franzi o cenho e espiei pra fora do cobertor, confirmando de que eu havia sido deixado sozinho ali, levantei rapidamente e fui até o banheiro, pegando a única escova de dente e a fazendo minha higiene matinal. Meu reflexo no espelho era de dar pena, meu cabelo estava tão bagunçado que parecia um pequeno ninho de rato. Respirei fundo e enfim o arrumei, prendendo-o em um rabo de cavalo e arrumando minhas roupas – que na verdade não eram tão minhas e sim do mais velho – e rumando para fora daquele lugar.

Do lado de fora o caos estava instalado, eu podia ouvir os gritos irritados do pai de Minho vindo de longe, alguns circenses estavam sentados ali próximo em um banco e pareciam cabisbaixos, enquanto Jonghyun passava chorando por mim e ia abraçar uma mulher que eu me lembrava de ser engolidora de fogo.

Eu não fazia ideia do que estava acontecendo. Caminhei em direção aos gritos e quando me aproximei o suficiente pude ver Minho de cabeça baixa, com uma mão no rosto e sua bochecha vermelha, ele parecia ter levado um tapa, ao lado dele estava Onew numa posição parecida, mas a diferença é que ele parecia estar se divertindo. Fora então que eu vi, estirado no chão em uma poça de sangue, o tigre que rendia o maior lucro do Midnight Circus.

- Onde nós vamos conseguir outro agora?? Vocês não servem pra nada, como puderam deixar alguém entrar aqui e matar o tigre?

- Sr.Choi, ninguém passou pela entrada, eu posso garantir – Um rapaz de aparência jovem falou, eu me lembrava de vê-lo sempre na entrada, só não sabia que ele era algum tipo de segurança.

- Isso não faz diferença agora! Nós precisamos de outro e não temos dinheiro pra isso... Teremos que cortar mais custos – O homem parecia prestes a ter um infarto de tão irritado, ele andava de um lado pro outro e sempre direcionava um olhar de raiva para Minho e Onew.

Eles estavam bem ferrados.

- Talvez, pudéssemos vender aquele garoto afeminado que não faz nada aqui – Onew se pronunciou, causando-me certa preocupação – Imagino que existam pessoas dispostas a pagarem por ele, sabe como as pessoas são na cidade grande, eu posso levá-lo até lá e arranjar um comprador...

- Não! – Minho o interrompera, tomado por uma fúria que eu nunca tinha visto, Onew até se afastara um pouco, talvez temendo ter o pescoço arrancado – Nem pense em encostar nele, Taemin é só uma criança e ele pode ser muito útil!

Agradeci mentalmente por Minho defender-me, ele não deixaria que ninguém fizesse mal algum à mim, mas ao mesmo tempo suas opiniões e exigências pareciam não ter força alguma perante as palavras do pai dele, afinal, ele era o dono de tudo ali e Minho devia sua vida àquele homem.

- A ideia de Onew não é de todo ruim, vamos pensar melhor sobre isso...

- Não, pai! Me de uma semana e eu irei provar que Taemin é muito útil, por favor! – Minho implorou, eu podia sentir o quanto ele estava desesperado e tudo o que queria era poder abraçá-lo e dizer que ficaria tudo bem, mas esta era uma mentira que nem eu acreditava, eu sabia que nada ficaria bem enquanto eu estivesse ali, porque as desgraças pareciam me seguir ultimamente.

- Certo, Minho. Uma semana e nada mais, vamos sair dessa cidade em sete dias e se você não conseguir fazer isso eu mesmo vou me livrar desse garoto.

A ameaça chegou aos meus ouvidos de forma muito clara, recuei alguns passos e fugi dali antes mesmo que Minho me notasse. Corri de volta pro seu trailer e fechei a porta, me jogando na cama e me encolhendo agarrado ao cobertor, eu não merecia passar por aquilo, eu era só um garoto com saudade de casa e da família, um garoto que estava se apaixonando pela primeira vez. Por que a vida tinha que ser tão dura comigo?

- Taemin... – Escutei a voz de Minho invadindo o cômodo e a porta se fechando novamente, suspirei cansado e girei na cama para fita-lo, ele parecia mais tranquilo agora – Descansou bem? Eu tenho más noticias, mas não precisa se preocupar.

- Eu ouvi tudo, hyung – Falei brevemente, dando de ombros e abrindo os braços na sua direção, eu sabia do que ele precisava agora e ele pareceu entender, pois logo veio para os meus braços e escondeu o rosto no meu peito – Vai dar tudo certo – Menti – Você que não precisa se preocupar, vou me esforçar por você e vai ficar tudo bem.

- Eu vou te proteger! – Ele falou determinado, e eu apenas mantive uma caricia nas suas costas, deixando que ele relaxasse aos poucos e tentando guardar suas palavras na minha mente, mas eu sabia que as coisas não eram tão fáceis quando se tratavam de mim.

 

●●●●

 

“Eu estou indo bem?” Perguntei silenciosamente com os lábios, enquanto deixava que meus dedos deslizassem suavemente pelo teclado do piano e a melodia ecoasse por dentro daquele velho caminhão empoeirado. Minho assentiu com a cabeça e sorriu confiante pra mim, ele parecia estar encantado com a minha habilidade tocando o instrumento, e acreditava que aquilo seria capaz de salvar-me do julgamento de seu pai, e eu esperava que ele estivesse certo.

Quando enfim terminei de tocar a musica, ouvi-o aplaudir-me enquanto falava o quanto eu era sensacional, e eu não podia negar que isso aumentava um pouco a minha auto-estima. Abaixei a proteção velha do teclado e fiquei de pé, caminhando até meu namorado e parando à sua frente, ficando na ponta dos pés e selando os lábios brevemente nos seus.

- Obrigado por não desistir de mim, hyung.

- Não é algo que você precise agradecer – Ele deu de ombros, bagunçando meu cabelo e se afastando em seguida – Vou procurar o Jonghyun e chamar ele pra escutar também, espere ai antes de começar de novo!

Ri baixo e deixei que o maior saísse, ele parecia animado com a idéia de me ouvir tocando piano. Voltei para o meu lugar e sentei de costas para a porta do caminhão, apoiando minhas mãos no piano e tamborilando os dedos ali, esperando pacientemente pela volta do maior. Mas a sensação de que havia algo errado ainda estava lá, durante todos aqueles dias, mesmo depois de todas as coisas ruins que aconteceram, ainda parecia que algo pior estava por vir.

Ouvi alguns passos sobre o piso enferrujado do caminhão e sorri distraído, imaginando quem poderia ser e começando a me virar para receber meu amigo e meu namorado, mas antes que eu pudesse me mover, um saco preto fora colado na minha cabeça, tampando completamente minha visão, e o meu corpo fora bruscamente puxado para trás.

- Vamos dar uma volta, Taemin – A voz de Onew me amedrontou, e não importava o quanto eu me debatesse, o aperto de suas mãos não se afrouxaram – Espero que tenha aproveitado bem o seu namorado, porque você nunca mais ver o Minho novamente.

 

Continua...


Notas Finais


kekeke, gostaram o cap? Não matem a tia Kami, podem me dar amor no twitter @blingay <3
E o número de comentários no cap anterior me motivou a escrever, então, façam uma escritora feliz!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...