POV NATSU.
A minha rotina já era cansativa, repetitiva e bastante chata. Mas quando a Lucy chegou aqui tudo isso foi multiplicado por dois, ou até mesmo três.
Cheguei do colégio onde tive que suportar as broncas de alguns professores, sempre reclamando de minhas notas e ameaçando me reprovarem. Mas querem saber, não estou nem ai, se eu quiser entrar numa porra de faculdade consigo estalando os dedos.
Passei a tarde inteira trancado no quarto, conversando com Gray e Gajeel pela rede social. Mal via a hora de poder curtir na balada e tomar todas que eu pudesse, pegar garotas boas de verdade e esquecer da porcaria de vida que tenho.
- Natsu! – Falou minha mãe já irritada – Abre essa porta Natsu! – Respondi um “Não” e ela continuou batendo – Abre logo ô moleque!
- Que é? – Abri a porta e levei um tapa na cara – Uh...?
- Isso é jeito de tratar a mãe?! – Dona Virgo me olhou furiosa – Esquece... Vamos jantar, Lucy está...
- Eu não preciso jantar só porque a Lucy está jantando ou algo do tipo! – Fui direto, já estava sem paciência com todas essas formalidades – MANDA ELA COMER SOZINHA E PRONTO!
A minha mãe ficou calada e parada em minha frente por alguns segundos. Até que me pegou pelo braço, me arrastando até a cozinha.
- Senta ai e faça companhia pra sua esposa! – Disse fazendo um prato – Está vendo querida? Eu disse que o traria – Sorriu para a Lucy.
- ELA NÃO É MINHA ESPOSA! – Gritei apontando para a loira – PORRA!
As duas continuaram comendo caladas. Lucy sequer tentou abrir a boca. Era assim que devia ser sempre.
- Lucy... Se importa se eu for comer no meu quarto, querida? – Lucy mexeu a cabeça para os lados – Obrigado... – Ela me olhou com desprezo – Não sou obrigada a jantar com esse pirralho grosseiro!
A minha mãe foi até o quarto dela levando seu jantar. Suspirei e baixei a cabeça, afastando a porcaria do prato de perto. Senti a mão da Lucy em cima da minha.
- Natsu... Sua mãe gosta de você...
- E dai? – Retruquei no mesmo instante.
- Nada... Só quero lembra-lo disso... – Terminou de comer e pegou uma maçã.
- Não preciso que me diga essas coisas garota! – Me levantei – Eu moro aqui desde que nasci e acho que conheço muito bem a minha própria mãe, diferente de você!
De repente a maçã que Lucy segurava caiu no chão. Ela ficou paralisada por um instante.
- Agora vai começar a derrubar as coisas? – Peguei a maçã do chão e a bati com toda a minha força na mesa – Pega essa porcaria da próxima vez... Não sou seu escravo!
Quando Lucy percebeu que eu estava de saída, puxou a minha camisa. Ela se levantou e segurou o meu braço.
- Vai nos deixar sozinhas esta noite? – Apoiou seu rosto em meu peito – Não vá Natsu...
- Me larga Lucy! – Puxei meu braço e ela deu um passo para trás – Eu vou sair sim – Me aproximei dela e a fitei com raiva – Se você contar para a “Vivi” não voltarei nunca mais!
- Não... Não Natsu! – Disse calma, mas seu olhar era de desespero – Não nos abandone!
A minha mãe já estava de volta e sentiu o clima ruim que rolava entre a gente.
- O que está dizendo para ela Natsu?
- Nada demais... Vou para o meu quarto, dormir! – Corri.
É claro que eu menti. Fui tomar uma ducha rápida, escolhi uma roupa legal e pus o meu melhor perfume. Escondi um preservativo na calça e já estava pronto para curtir. Agora só precisava encontrar uma forma de vazar sem que as duas me vissem.
- Será que eu morro se pular dessa altura? – Pensei olhando para os 8m de altura do meu quarto até o quintal – É... Se não morrer, fico sem uma perna!
Enquanto pensava cheguei a uma conclusão, eu esperaria as duas dormirem logo, dai poderia sair numa boa.
O relógio marcava 22h30, eu já estava começando a ficar atrasado. Olhei janela à fora mais uma vez e o tempo estava começando a ficar nublado.
- Que droga! Parece que vai chover muito! – Chamei um táxi pelo telefone – Pronto... Será que elas dormiram?
A sala estava escura. O silêncio tomava conta da casa inteira. Fui até a porta e consegui sair sem dar sinal algum. Não demorou muito e o táxi chegou.
Vinte minutos de estrada e eu já havia chegado à tal casa noturna onde a galera me esperava.
Havia muita gente dançando, bebendo e se pegando pelos cantos das paredes. Não precisei andar tanto e logo vi o Gajeel com o Gray ao seu lado.
- Fala ae Natsu! Pensei que não viria mais! – Ele olhou o celular – Atrasou um pouco...
- Estou aqui não é?
- Sua esposa não se irritou com o fato do marido estar numa casa noturna? – Gray ironizou e levou um cascudo – Ai eu estava brincando... Papaizinho! Hahaha
- Deixa as idiotices de lado Gray... Não estou nem ai para ela, quero mais é que exploda!
- Não fala assim que talvez eu queira usá-la um pouco... – Uma voz familiar surgiu do nada, Sting. – Hehe há muito o que se aproveitar naquela mulher, parceiro!
- Então também já sabe sobre meus problemas Sting? – O fitei bravo – Minha vida de repente virou revista de fofoca.
- Parece que sim... – Cochichou Gray.
- Onde estão as tais “coelhinhas” – Olhei para Gray com os olhos entreabertos – Hein Gray?
- Ahr... Sabe o que é? Hehe... Elas não existem! – Gray sorriu forçado – Foi só para convencer você mesmo! – Olhou para trás – Mas veja só o que vem ai...
Duas garotas gostosas se aproximaram de nosso quarteto. Uma delas puxou o Gray para dançar e a outra sentou-se ao meu lado, já se entregando por espontânea vontade.
- Oi gatinho... – Sorriu sexy – Vem sempre aqui? – Fez charme passando suas mãos nos seios.
- Posso vir com mais frequência de hoje em diante – Sorri malicioso – E você, vem sempre aqui?
- Não... Mas se tivesse certeza que o encontraria novamente, eu viria todas as noites! – A garota sentou-se no meu colo e passou suas mãos em minhas costas – Você é gostoso também, o pacote completo que a Seylah adora...
- Então você se chama Seylah? – Sorri e apalpei os seios dela com vontade – Meu nome é Natsu... Prazer Seylah...
Gajeel voltou de onde quer que estivesse e nos assustou com palavras desnecessárias. A Seylah saiu do meu colo e anotou o telefone dela, deixando na mesa.
- A gente se fala hein! – Piscou sexy e sumiu no meio da multidão.
- Fala o que você quer Gajeel... Aquela gostosa ia ser minha ainda esta noite e você quebrou nosso clima!
- Sua esposa está aqui – Ele apontou e vi Lucy no meio da multidão – Veja!
- O-Oque diabos ela veio fazer aqui?!
Lucy estava desorientada, sendo jogada de um lado para o outro por todos que dançavam. Para me matar de vergonha, ela estava usando uma roupa ridícula, parecia que ia a igreja.
- HEY GAROTA! – A puxei pelo braço e caminhei com ela até a porta de saída – Pode me explicar o que veio fazer aqui? – Lucy me fitou calada – Ou melhor, como chegou aqui?
- Peguei um táxi... Eu sabia que você sairia...
- Sim eu sai, mas você vai voltar pra casa agora mesmo!
Lucy baixou sua cabeça. Eu não sabia o que fazer, só estava morrendo de raiva dela por ter sido tão imbecil.
- Natsu... Eu estou com medo...
- Por que não pensou nisso antes de me seguir até aqui? – Perguntei sério – Responde!
- Estou com medo dessas pessoas... Elas querem nos afastar...
- Não começa tá?!
Antes de voltar para dentro, mandei Lucy me esperar sentada do lado de fora. Ela concordou... Ou melhor, aceitou calada.
- Quando a festa terminar eu levo você pra casa... – Entrei.
- Natsu, o que estava fazendo lá fora? – Gray estava com duas ao mesmo tempo – A diversão é aqui dentro mano!
- Não é da sua conta! – Voltei a me sentar onde estava antes. Pedi um drink e relaxei um pouco.
As horas se passaram, as pessoas foram indo embora aos poucos. Logo Gajeel se despediu e em seguida o Gray também. No local só havia umas trinta pessoas das centenas do começo da noite.
- 3:45 da manhã – Vi a hora pelo celular, já estava bem tarde – Que pena... Acho que chegou a minha hora também.
Assim que abri a porta para ir embora, vi um forte temporal caindo lá fora. Tudo estava escuro e bem frio, a paisagem era deserta também. Um verdadeiro clima de filme.
- Tinha que chover numa hora dessas?! – Pensei e me lembrei da Lucy – Lucy?!
Sai porta à fora e fui até o lugar onde combinei com a Lucy. De longe consegui avistá-la, ela estava sentada do mesmo jeito em que a vi antes de sair. Pegar um temporal daqueles sem hesitar era a prova da falta de ação que Lucy tem.
- LUCY?! – Toquei seu ombro e ela me olhou tristonha, mas sorriu de leve – PORQUE NÃO FOI SE ABRIGAR?
- Natsu... – Se agarrou em mim, ambos agora submissos da chuva – Você disse para eu esperar aqui...
- Não leve tudo ao pé da letra, Lucy! – A segurei e juntos nós corremos até a casa noturna.
O meu celular estava inútil devido a chuva e a Lucy não havia trazido o dela. Assim não consegui chamar um táxi, mesmo que pudesse acho que não havia nenhum disponível naquele horário.
- Quando essa chuva amenizar, a gente vai andando mesmo está bem? – Nos fitamos. Por um momento senti uma enorme vontade de tomar seus lábios róseos em um beijo.
- Natsu... Ihg... – Tremeu – Estou com medo...
- Vai ficar tudo bem, só vamos andar um pouco mais... Você consegue.
Minutos depois a chuva passou. Agora nossa paisagem eram ruas escuras e cheias de poças d’agua. Lucy me acompanhava, andando ao meu lado. Ela estava lerda como antes.
- Arf... – Suspirei – Vamos ter sorte se a gripe não for daquelas fortes! – Notei que ela andava com dificuldade, ainda mais que o normal – Porque se vestiu feito uma beata para ir a uma festa?
- Não quis...
- O que?
- Mostrar meu corpo para nenhum outro homem que... – Ela tocou a minha mão – Não fosse você.
- Irg... Lucy... – Parei e virei de costas para ela – Vamos, sobe logo nas minhas costas e joga esses sapatos longe!
Lucy fez como pedi, ela se livrou dos sapatos de freira e subiu em minhas costas, cruzando suas pernas em mim ao me abraçar.
- Seus pés devem estar doendo...
- Um pouco... – Falou baixinho, parecia estar pegando no sono.
Olhei para os pés dela e estavam com uma marca vermelha bem chamativa. Ela mentiu para amenizar a minha culpa.
- Lucy... Você não existe garota! – Pensei.
Umas três ruas antes de chegarmos a casa, fomos surpreendidos por dois marginais. Eles estavam fumando alguma droga da pesada e ao verem a gente foram se aproximando.
- P_ssa a grana mauricinho!
- Tsc... Droga!
Lucy acordou do nada e desceu das minhas costas, sentando-se no chão molhado.
- Natsu... Estou com medo – Sussurrou com seu olhar voltado para o chão – Essas pessoas querem nos separar...
- Olha só a gostosa que está com o playboy! – Disse um deles olhando fixamente para a Lucy.
Os dois correram em nossa direção ao mesmo tempo. Eu pensei rápido para ver se conseguia uma forma de circular este problema.
- Pega a carteir_ dele e eu fico c_m a gostosa!
- Tendi! – Ambos se aproximaram ao mesmo tempo e com dois golpes consegui derruba-los – Agr... Que porra você fez playboy?!
Chutei o estômago deles, deixando-os loucos de dor. Peguei a Lucy e a apoiei em minhas costas novamente.
- Vamos Lucy...
- Natsu... – Pude ouvi-la me agradecendo com um sussurro.
Minutos após aquele incidente, finalmente chegamos. Usei minha cópia da chave para abrir o portão e a porta da casa.
Pensei que a noite poderia ser uma página passada de um livro sobre aventuras, mas tal aventura só estava começando. A minha mãe estava acordada, sentada no sofá e com os olhos vidrados em mim e na Lucy.
- Saíram escondidos hein?! – Perguntou e tomou um gole de seu café – É porque assim é mais interessante... Não é? Não é?
- Mãe eu... – Desculpas esfarrapadas não me salvariam desta vez – Eu... Assumo toda a responsabilidade pela Lucy...
- Atichim... – Espirrou Lucy – Fiquei gripada... Vou dormir... – Começou a andar até a escada, mas foi barrada pela “Vivi”.
- Você precisa de um banho quente mocinha... – Ela me fitou também – Os dois precisam!
- Estou indo Vivi...
- Mãe...
- Mais tarde conversamos melhor Natsu, mais tarde!
Depois do meu banho eu estava vestindo a minha camiseta no quarto. Lucy chegou lá só de sutiã e calcinha, me fazendo surpresa.
- L-Lucy?!
- Toma... – Revelou a coisa que escondia atrás das costas – É o meu casaco.
- P-Porque acha que vou usar seu casaco? – Ela me mostrou o meu casaco que também escondia consigo – Fizemos uma troca.
- Não me lembro disso – Falei irritado – De qualquer forma me dá ele aqui!
Vesti o casaco dela, era bem quente e confortável, além de guardar seu doce perfume. O único problema é que ele era rosa com estampa de corações.
- Hehe... – Ela riu, foi a primeira vez que a vi rir tão abertamente – Ficou lindo!
- Não fiquei não... Você só está se divertindo com a minha ridiculice! – Espera, isso é uma palavra?
- Até mais tarde... Hehe – Correu até seu quarto.
Naquele instante eu quis saber o motivo da risada... Corri atrás dela e Lucy se trancou no quarto.
- Lucy espera ai, confessa que me achou gay usando isso! – Bati desesperado na porta do quarto dela, ouvindo suas risadas.
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