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História Mission - Único


Escrita por: Marimachan

Notas do Autor


Então, né... Escrevi isso há algum tempo. Apenas tentei descrever um pouco do que eu acredito que Gintoki deva estar sentindo nesse arco final de Gintama... Tem um bocado de drama, então... Bem, fiquem avisados. hehe'

Boa leitura! ;)

Sempre peço que leiam essas fics com as OSTs, acho q torna td mais real. :') Ouçam a OST do Gintoki. O link tá no início do capítulo. :)

Capítulo 1 - Único


Itsukara Chigatta Oretachi no Michi wa: https://www.youtube.com/watch?v=UFK4sbjlNZI

― Sensei... eu vou proteger tudo. Não importa o que eu precise fazer, eu vou proteger tudo o que você tiver de mais precioso. – declarou em meio ao silêncio do cômodo, surpreendendo o mais velho, que observava o vento soprando os arbustos do jardim enquanto acariciava distraidamente os cabelos prateados do discípulo, pousados sobre seu colo.

― Devo tomar isso como uma promessa? – encarou o pequeno, sorrindo de forma doce.

Este, por sua vez, levantou sua mão direita, flexionando seus dedos, exceto o mindinho, o qual deixou em forma de gancho.

― É uma promessa.

(...)

A chuva caía impetuosa, desafiando a escuridão noturna que tomava toda Edo naquela noite. A água fria escorrendo sobre seu corpo sem dúvidas se comparava ao gelo em que seu espírito se encontrava. Sentir o toque grosso e veloz das gotas de água, sentado sob o céu tempestuoso sobre o dojô de Otae, era uma tentativa inconsciente de lavar sua própria alma, desejando que tudo o que a cortava de forma tão dolorosa e desconfortável naquele momento pudesse escorrer e se fundir a terra, sobre a qual depois ele poderia pisar e caminhar em frente. Os olhos longínquos enxergavam tudo, menos às árvores molhadas pela chuva.

Enxergavam a situação atual do país, enxergavam seu objetivo, enxergavam sua determinação para realizá-lo e enxergavam sua fraqueza diante desse.

A força de seus amigos e sua determinação samurai não o permitiriam desistir de seguir lutando, jamais. Sua alma, porém, gritava insistentemente para que ele permanecesse ali mesmo, sob a chuva, esperando que todos os seus pecados e medos fossem levados junto da água abundante que caía do céu.

Ele já havia se decidido. Iria até o fim, não importava o que fosse preciso fazer. A batalha daquela tarde, porém, havia feito com que todas as dúvidas mais amedrontadoras viessem à tona. Enxergar tão de perto aquele caramelo que o olhara com tanto zelo e carinho antes, despertara em seu íntimo um medo que ele tentava subjulgar desde o momento em que descobrira com quem teria que lutar para proteger seu país e tudo aquilo que seus amigos amavam.

― Você não está planejando pegar uma pneumonia no meio de uma guerra, está? – a voz tranquila de seu companheiro de longa data ecoara alguns metros atrás, da porta da frente.

― Você morreria no primeiro embate que tivesse sem eu estar por perto, Zura. – zombou, ainda que sem olhar para trás.

― Não seria o contrário? – uma segunda voz, desta vez mais grave, retrucara se aproximando de Katsura.

― Não é Zura, é Katsura. E acho que Takasugi está certo desta vez, Gintoki. – devolveu o deboche. A resposta, no entanto, não veio. O silêncio pairara sobre os três, permitindo que apenas o som da chuva forte ecoasse pelo ambiente. ― Olhe para cá. – após alguns instantes pediu firme, embora ainda tranquilo. ― Gintoki. – chamou mais uma vez, depois do pedido não ser atendido.

Dessa vez, entretanto, o outro atendeu ao chamado, embora realmente quisesse apenas permanecer encarando o vazio à sua frente. O que Katsura enxergara, entretanto, fizera-o desejar não ter exigido tal coisa.

― Não pensei que um dia voltaria a ver estes olhos. – declarou, baixando o seu próprio olhar para o chão enlamaçado.

― Não diga besteiras, Zura. São os mesmos olhos de peixe-morto que você vê há quase duas décadas. – respondeu, voltando a encarar sua frente.

― Você não fará isso. – afirmou Shinsuke, ascendendo seu kiseru.

― Do que está falando, idiota? – questionou, despreocupado.

― O mesmo que eu disse a você algumas semanas atrás. – Katsura, no entanto, foi quem respondeu. ― Não permitirei que você mate seu mestre mais uma vez, Gintoki.

― Novamente, parem de falar asneiras vocês dois. – repetiu, se endireitando no banco, ainda de costas para os companheiros. ― Não há mestre algum contra o qual lutaremos. Meu mestre, assim como o de vocês está morto. Tudo o que eu vejo é um vilão e um bando de inúteis lutando por um país inútil.

― Então é assim que você está lidando com isso? – Takasugi sorriu desgostoso.

― Eu serei capaz de parar uma tempestade dessas no instante em que quiser no dia em que você mesmo acreditar em uma única palavra do que acabou de dizer, Gintoki. – ironizou Zura, no mesmo tom.

― Os mesmos olhos que eu e Zura enxergamos naquele homem, são os que você enxerga agora e que enxergávamos naquela época. – o líder da Kiheitai afirmou após tragar.

― E é por isso que nós carregaremos esse fardo agora. Utsuro será derrotado pelas nossas mãos, Gintoki. Você já protegeu o bastante. – Katsura declarou firme.

Mais uma vez, porém, não teve resposta verbal.

O de cabelos prateados se levantou, finalmente pondo-se a caminhar em direção ao interior do dojô; a água escorrendo por seu corpo, os olhos baixos o suficiente para não ser preciso encarar os outros dois à porta.

― A única espada que atravessará o coração daquele homem, será a minha. – afirmou em tom firme, enquanto atravessava o batente, para logo em seguida sumir entre os corredores da construção.

― Idiota. Ele não mudou nada desde àquela época, querendo carregar tudo sozinho, como sempre. – Zura suspirou derrotado.

― A pergunta é apenas uma, Zura. Ele é capaz disso desta vez? – tragou mais uma vez, pondo-se a observar a chuva constante.

― Ele o fará. O que vai acontecer depois, contudo, não podemos calcular. E acho que nem queremos.

Não houve mais repostas. Não precisavam delas.

Sakata Gintoki sempre carregara os fardos de todos aqueles a quem ele se aliasse por natureza própria. Por mais que todas aquelas dúvidas afligissem a seus amigos e a ele mesmo, ele não falharia em cumprir sua missão.

O estado de sua alma após isso, porém, não poderia ser medido.

Gintoki seria obrigado a destruir o que ele tinha de mais precioso, de novo, para assim continuar cumprindo seu caminho. Katsura e Takasugi bem sabiam o porquê dele não os permitir tomarem aquele fardo para si: Gintoki apenas iria proteger a alma daqueles que eram os mais preciosos para Yoshida Shoyou, porque assim ele prometera que faria.

Mesmo que isso destruísse aquilo que ele mesmo tinha de mais amado, de mais precioso. Mesmo que despedaçasse sua própria alma.

Porque esse era seu bushido.


Notas Finais


Espero que tenha ficado boa. Embora esse final não tenha ficado do meu agrado. kkkk'
Até mais! ^^


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