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História Mito - (Romance Lésbico) - Capítulo 24


Escrita por: Lyra_Ansatsu

Capítulo 24 - Capítulo 24


Arquia não acreditava no que estava na sua frente. Depois cuspir suas ameaças o dragão rugiu furiosamente, chamas escuras começaram a ser lançadas no teto da caverna, então a morena se viu na mira da criatura, e nesse momento, onde os segundos pareciam minutos, lento, uma voz sussurrou em sua mente “Está na hora”. Sentiu ser puxada pelo pulso e jogada sentada no chão ao lado de Nefera, chamas passaram lambendo sua pele a centímetros de distância.

- Esta ferida em algum lugar? – falou a loira a olhando de canto de olho enquanto arfava encostada em uma enorme pedra, a única defesa delas no momento. A morena apenas negou com a cabeça respondendo a pergunta da outra.

 A mais nova olhou por cima do ombro, o dragão ainda continuava com sua cena de destruição. Suas escamas eram escuras e tinham a aparência de ser impenetrável, a morena não conseguia imaginar o que ainda poderiam fazer para deter aquela coisa. Se o selo de Nefera não o conseguiu deter, qual seria a sua outra opção? A voz ressoou ecoando a frase em sua cabeça. Está na hora.

- Arquia! – a morena piscou voltando o olhar para a mulher ao seu lado.

- Desculpa, o que-

- Não temos tempo a perder! – a loira falou abaixando o olhar e então encarou a morena com seu cenho franzindo, um semblante sério – Tenho uma ideia, mas preciso de sua ajuda – a loira pareceu vacilar em suas próprias palavras – Sei que foi egoísmo da minha parte arrastar você até aqui, e posso parecer cruel pedir pra continuar lutando-

- Pare – a morena falou cortando as palavras da loira. E sem prévio aviso colou seus lábios, sua língua entrando sem permissão na boca da outra e tomando total controle. Talvez não fosse o momento, ou lugar e nem a situação ideal, mas Arquia estava pouco se fodendo para isso. Pois essa talvez fosse a sua última oportunidade de beijar a outra. Se afastou a contragosto – Não me importo se é egoísta ou cruel – a encarou, a face rosada e constrangida, sua mão desceu do rosto da loira, passando pelo pescoço e parando em cima do seu peito, conseguia sentir as batidas do coração dela, estava acelerado sobre seu toque – Me peça uma coroa e eu só perguntarei de qual reino. Pois não hesitarei em dá-la para você – Sorriu de canto – Diga-me o que tenho que fazer e o farei.

>>><<< 

Eloryn havia se separado do casal perigo, sim, o loiro tinha dando um apelido carinhosos para Nefera e Arquia em sua cabeça. Não era por que ele tinha certo medo da morena e respeito pela loira. A mais nova parecia disposta a desmembrar qualquer um que ousasse olhar para a Nefera, e a mesma que sempre emanava calma o havia olhando como se estivesse a um fio de arrancar sua garganta fora com as próprias mãos, pelo simples fato dele citar o obvio sobre a situação da outra. Suspirou cansando. Se não fosse o fato de que eles estavam prestes a serem mortos por uma criatura que só havia visto em livros, riria da situação. Olhou sobre o pequeno muro feito por Eri e Eron, os gêmeos de cabelo verde. Lyn, um homem de feições dura e careca e Marla uma mulher de cabelo verde com mechas amarelas, estavam um pouco distantes deles, atrás de várias raízes. O casal perigo estava do outro lado da caverna de traz de uma pedra. Ester, o espirito raposa que podia voar seria útil agora, mas até o espirito depois de sentir a pressão que havia depois do corredor que a morena desbravou ruidosamente sabia que a ameaça era mortal. Recuou desejado sorte aos humanos.

Foi quando de relance ele viu a morena se levantar de trás da pedra e começar a caminhar, a espada de chamas azuis surgindo e a armadura formando-se novamente e cobrindo todo seu corpo, deixando apenas suas duas orbes faiscantes que o encaravam, ela não esperou qualquer resposta, correu em direção ao dragão e gritando lançou um meia lua na direção da criatura. Eloryn piscou em entendimento, se levantou dando ordens.

- Erin! Eron! Acordem! Lyn! Marla! – Com movimentos rápidos de seus braços o loiro lançou um redemoinho de vento no Senhor das Trevas.

O dragão estava recebendo golpes dos dois lados, e usou suas asas como escudo, protegendo-se, e no mesmo instante rugindo lançou os golpes no teto, mas não pararam, raízes se enrolavam em suas patas o prendendo no lugar, uma medida para o caso dele tentar escapar. Arquia lançou uma meia lua de chamas azuis na horizontal e por cima lançou outra na vertical, imitando uma cruz. O golpe atingiu em cheio o ser de trevas na cabeça, não houve aranhões, mas o parecia ter deixando zonzo. Era poderoso, embora daquele tamanho o tornava um alvo enorme. De repente Nefera surgiu dentro da guarda do dragão, bem abaixo do seu enorme pescoço, em mãos ela tinha uma espada que emanava luz, como se tivesse sido feita dos próprios raios celeste e divinos dos anjos, a luz escapava, como se aquela forma não pudesse ser mantida por muito tempo. O chão tremeu sobre os pés da loira, um pequeno morro surgiu a elevando, aproximando-a ainda mais do seu alvo, atacou em cheio, a espada de luz contra as escamas. Eloryn não achava que surtiria efeito, mas como uma faca parte sem resistência uma manteiga, a espada de luz entrou no peito da criatura, sumindo, sem sangue ou o rasgar de carne, sendo absorvido.  O ser de trevas rugiu, a dor era visível, sua boca se encheu de chamas sombrias, faiscando, pronto para atacar tudo e todos. A loira vendo o que estava preste a acontecer, recou, e o local onde ela estava foi lambido pelas sombras.

Eloryn deu ordens aos gritos, três paredes foram elevadas, cada par se jogou atrás de uma delas, mas aquela frágil defesa não resistiria aos ataques furiosos da criatura, se nada fosse feito, o final deles seria certo. Antes que o loiro pudesse planejar o que fazer, Arquia pulou sobre um dos muros, sem sua armadura de chamas a cobrindo, era possível ver todos seus ferimentos e hematomas pelo corpo, um deles que era nas costas, parecia ter atravessado até o tórax, manchando de vermelho as vestes da jovem. Cabelos em chamas, a espada sendo segurada pelas duas mãos, como se aquele fosse seu golpe final com todas as suas forças, olhos que faiscavam em determinação, travado no alvo. Com o cenho franzindo e lábios cerrados enquanto o sangue escorria do canto da boca, ela saltou sumindo, ele só pode ver as chamas no ar fazendo um trajeto até o Senhor das Trevas, e surgindo acima da criatura ela gritava, com a espada no alto, atacou o dragão na cabeça. A lamina de puras chamas tentando abrir caminho sobre a pele escamosa, ele resistia, balançando tentando derruba-la, mas a garota não parou. Eloryn conseguia ver, ela gritava como se tirasse forças da própria alma, um rugido de desespero, um grito de esperança e dor, e talvez os Deuses escutassem seu clamor, pois as escamas romperam, as chamas fizeram caminhos, como as raízes das arvores que enroupem em meio a terra, rachando as escamas até a carne. O dragão veio ao chão. Eloryn hesitou no primeiro momento em se mexer. Em dúvida da vitória.

- Arquia! – por outro lado Nefera correu até a mais nova que cambaleou para os braços da outra. Havia um sorriso cumplice entre as duas, a loira beijou a testa de Arquia, enquanto as mesmas se sentavam no chão e a morena se aninhava nos braços da mais velha.

E talvez tenha passado dois ou três minutos, e Eloryn já começava a se convencer que realmente eles tinham vencido, tinha acabado enfim. Um sorriso começava a brincar em seus lábios. O chão tremeu, todos olharam para frente, as sombras tremiam e engoliam o dragão, cada rachadura foi se fechando. Arquia tentou levantar, mas parecia sem forças, e uma esfera de sombras se formou na sua frente, em volta da criatura, explodindo, com uma onda de choque que os fez percorrer todo o enorme salão de pedra, os jogando contra uma parede. Um choque de dor atingiu Eloryn, gritou cuspindo sangue, e quase como uma folha de papel ele caiu no chão sem resistência, sua visão embaçou, pontos pretos a obscurecendo e a inconsciência o atingiu.

>>><<< 

Arquia caiu no chão de joelhos, todo seu corpo doía, arfava, essa onda de choque foi tão rápida que não teve chance nem de tentar evitar, olhou com o canto de olhos, os cinco que haviam vindo como reforço, estavam no chão desmaiados ou mortos. Não tinha tempo para se preocupar com pessoas que mal conhecia. Olhou para o outro lado, Nefera estava sentada e encostada na parede que havia acabado de ser arremessada, respirava com certa dificuldade, mas estava viva, e tentando se levantar.

- Espera – a mais nova falou enquanto a mesma tentava se erguer do chão, queria estar mais perto de Nefera, tinha que a proteger -  tente descansar um pouco antes de levanta-

Uma rachada de vento a interrompeu, cravou os dedos no chão para evitar ser mandada para longe da outra, e com isso fazendo dez linhas vermelhas no solo rochoso, não ousou olhar para suas mãos, onde tinha certeza que a carne de seus dedos e unhas já eram quase inexistentes, arfava com cada movimento, manter seu corpo ativo estava doendo até a alma. Arquia ouviu um engasgar.

- Nefera – gaguejou a morena quase sem voz.

Quando a poeira baixou, o que surgiu a sua frente a fez engolir em seco. Uma criatura que imitava a forma humana, feito de completa sombras, presas brancas a amostra que ia de orelha a orelha, orbes brancas e vazias, cabelos longos que oscilavam a volta do ser tenebroso, as sombras pareciam escapar de seu corpo, mas rapidamente eram atraídas para ele.

Embora o que tenha feito Arquia temer não era apenas a aparência da criatura, mas o que ele tinha em mãos, segurava Nefera pelo pescoço, dedos longos em volta da garganta da loira a levantando do chão, claramente a sufocando. Arquia tentou desesperadamente levantar, só que no primeiro passo que deu a morena cambaleou caindo no chão já sem força, o terror tomou conta dela, não por si mesma.

- Parece que finalmente acabou. Não achei que uma formiga tão insignificante como você me desse tanto trabalho, Nefera – a voz da criatura era como vidro quebrado, arranhando, doloroso aos ouvidos. Ele levantou a mão na altura do peito da loira, como uma lamina pronta para perfurar seu alvo, então parou, olhou para Arquia no chão, impotente – não se preocupe, logo você será a próxima, só espere um pouco antes que possa se juntar a ela no além-mundo – e assim que terminou de falar, voltou seu olhar para sua presa e avançou com o golpe.

- NEFERAAA!!! – Arquia rugiu, desesperadamente tentando se levantar a todo custo, mas seu corpo não respondia, tudo que podia fazer era gritar em completa agonia. As lágrimas banhando o seu rosto, embaçando sua visão da tragédia eminente a sua frente. E em meio a dor e desespero ela gritou, sua alma despedaçada, seu coração sagrando e uma decisão tomada: - ALEV!!!

 



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