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História Mury-j - Sherry


Escrita por: Nyah_Cat

Notas do Autor


Vai demorar? Sim, vai. Eu tava tentando escrever isso, e no meio do caminho, bateu um bloqueio, e só depois de três meses consegui resolver, e o pior é que se repetia a cada parte do capítulo. To com uma mísera falta de criatividade, e talvez desenvolvendo algum problema mental, mas isso não vem ao caso.
Enfim, vou postar ainda, mesmo que demore um século, por favor, não desistam da fic. Agora entrou o verdadeiro clímax.

Capítulo 11 - Sherry


Fanfic / Fanfiction Mury-j - Sherry

                Piscou algumas vezes. Estivera desacordada por minutos? Horas? Dias? Não sabia, sua mente processava aos poucos as informações anteriores. Uma missão, isso, seu mestre lhe passou uma missão, algo dera errado. Ah, sim, uma traição, não poderia voltar, seria morta em questão de segundos.

                Parecia estar deitada em um colchão, e suas roupas haviam sido trocadas. Fora capturada de volta? Ou resgatada? Ah julgar que suas feridas não doíam tanto quanto antes, ao contrário, estavam praticamente nulas em seu corpo, parece que conseguiu chegar à algum lugar.

                Seu raciocínio ainda estava lento, de modo que se assustou ao ouvir alguém falar, perto de si.

                – Oh, acordou? – Uma voz masculina, calma e serena. Arregalou os olhos, suas íris brilharam por um momento, verde-água, a cor de seus olhos lembrava ao do mar. Sua respiração sobressaiu, junto a um arquejo baixo. – Ah, desculpe, não era minha intenção assustar. – Finalmente virou o rosto, olhando para a pessoa a quem lhe dirigia a palavra.

                Num gesto automático e orgulhoso, sentou-se no fúton, onde estivera sentada, passando os dedos pelo cabelo ruivo, como o fogo. Sua expressão já estava calma, passou minimamente os olhos pelo lugar, e no rapaz à sua frente.

                Notou sua bandana e o ambiente ao seu redor, junto à várias presenças de chakra espalhadas pelo lugar.

                – Não estava assustada. – Disse por fim, encarando o rapaz à sua frente. Sua voz estava num claro tom orgulhoso, embora seja possível perceber a pontada de agradecimento e alívio. Estava em Konoha, não havia mais risco.

                – Claro, claro. – A figura em sua frente sorriu. Um sorriso cínico. A pessoa estava sentada em um banco, ao seu lado, com as pernas cruzadas e um livro aberto, repousando em seu colo. Aquilo era um hospital, aparentemente. – Sou Sai, Sasaki Sai. – Sua boca continuou curvada, aquele seu cinismo era sua marca.

                A ruiva à sua frente permaneceu calada, por fim, cedeu.       

                – Karin, pode me chamar de Karin. – Sua voz saía firme. Olhou para as roupas que usava,  uma camisola, típica das que os pacientes num hospital devem usar.

                “Para fazer amigos, um bom método para se aproximar seria dando-lhe apelidos.”, lembrou-se de um paragrafo lido há algum tempo.

                – Hai, claro... – Após pensar um pouco, decidiu-se de como iria chama-la, como se o tivesse lido a ruiva mostrou um olhar ameaçador, após breves segundos, aproximou seus rostos, de modo que sentiam as respirações batendo em sua bochecha, o ritmo calmo e orgulhoso da respiração de ambos, manteve o contato visual. Em seu livro dizia claramente, manter o contato visual é essencial para uma relação de amizade.

                Ficou assim, até por fim uma dor atingir a “boca de seu estômago”, causando uma dor que, ele só não gritara ou expressara reações exageradas devido ao treino ninja. O soco estava carregado com chakra, de modo que parecesse ter sido atingido por um tijolo ou pedaço de ferro. Mesmo após isso, só precisou de poucos segundos pra recuperação.

                – Repita comigo. – A voz da ruiva saiu melodiosa, num tom firme, enquanto encarava fixamente o rapaz à sua frente, já havia se sentado na maca de modo correto novamente. – K, A, R, I, N – Repetiu cada letra, movendo os lábios lentamente, como se estivesse ensinando uma criança irritante.

                O moreno apenas sorriu, movendo os lábios sem emitir som, porém, antes que o que estava murmurando se concretizasse, a porta daquela sala abriu-se num estrondo.

                – Ah, a garota finalmente acordou? – A voz de Yugito fez-se presente, por algum motivo, sua voz saiu um pouco mais alta. – É bom você não ser nenhuma espiã, se bem que eu não me importo tanto assim, mas por sua causa, o ruivinho idiota e eu tivemos que passar por um interrogatório sobre suas condições. Ah, aquelas vozes irritantes, “Como a encontraram?”, “ Vocês que a machucaram?”, e blablablabla, o único que escapou foi esse cínico que deu a desculpa de ir ver seu estado e sequer voltou. – Ela falava rápido, e seus olhos mostravam uma clara intenção assassina. – Fala sério. Eles sequer queriam acreditar em que te encontramos na entrada da aldeia pelo simples motivo que foi porque mandei o ruivo voando pra lá. I-r-r-i-t-a-n-t-e-s – Sentenciou, soletrando, revirando os olhos. Cruzou seus braços, olhando a ruiva à sua frente.

                Não sabia dizer se a garota estava com medo, vergonha, ressentimento ou raiva pela expressão. Olhando seu chakra, seria possível ver a vontade enorme que ela estava de retrucar-lhe, mas queria evitar uma discussão, por motivos, aparentemente, misteriosos.

                – Então. – Aproximou seus rostos, encarando a ruiva com desafio. – Quem é você? É bom responder a verdade. O que houve para estar naquele estado? – A ruiva, encarou-a do mesmo modo.

                – Nunca vai conseguir respostas se agir de modo tão arrogante, como uma gata que acabou de ser lançada na água. – Fez a comparação, qualquer um compararia Yugito com uma gata, devido ao formato de seu rosto, seus olhos, e movimento. Mas Karin, também comparou o chakra, era perfeitamente refinado e preciso, com uma coloração forte, embora normal, aparentemente, como um felino.

                – E você, ô vermelho escaldante, responda apenas quando eu perguntar. – Ela emitiu um som parecido com um rosnado, e os fios de sua nuca arrepiaram-se. Karin e Yugito encararam-se, como se estivessem desafiando uma à outra, seus olhos ardiam em chamas.

                Por fim, a “ferida” virou o rosto, ainda em sua posição de orgulho.

                – Meu nome não lhe interessa, mas apenas pela consideração por não estar morta. Gatinha raivosa, chamo-me Karin. – Falou lentamente, saboreando o efeito de suas palavras, na já esquentada, Yugito.

                Antes, porém, de acabarem numa luta sem sentido, certo ruivo entrou no quarto.

                – Vamos pular essa discussão das duas. – Falou, segurando Yugito pelos ombros, pra que não avançasse. – Você é Karin, certo? – Mirou os olhos na ruiva.

                – Sim. – Sua voz não vacilara, ainda estava impotente, enquanto observava as três pessoas no quarto, anotando suas próprias opiniões mentalmente sobre cada.

                – Sou o primeiro que te achou. Pode explicar o porque de estar naquele estado antes de ser encaminhada aos Yamanaka? – Arqueoou a sobrancelha.

                Pensou por um momento em dizer alguma mentira, uma desculpa esfarrapada, ou simplesmente sair dali, com um dos jutsus básicos, como o shunshin ou outro qualquer. Mas, com a impressão que não conseguiria enganar os três, e que depois iria ser pior, resolveu abrir a boca de uma vez. Já não tinha mais nenhum laço com seu antigo mestre, e já estaria sendo caçada agora, então, o mais sensato, seria começar a agir com alguma proteção.

                – Hai, hai, tudo bem. – Soltou um breve suspiro, enquanto simplesmente fechou os olhos e voltou a se deitar, como se fosse um lugar luxuoso, e não fosse despejar toda a verdade de uma vez. – Sou, ou melhor, era – Corrigiu-se, com cuidado. Agora não deveria cometer erros. – Aliada de certo Nukenin, Rank S. – Aparentemente, isso não foi uma surpresa. – Ele tinha interesse em determinada pessoa, que não era necessariamente, nossa aliada. Como não tínhamos conhecimento de suas habilidades ou se representava algum risco, ele nos mandou buscá-la, seria uma nova cobaia. Eu estava com outras duas pessoas, todos éramos fortes, e fomos em direção a onde essa cobaia estaria, uma aldeia, não muito longe. No meio do caminho, encontramos uma criança, que por “acaso” tinha as mesmas características que nosso mestre nos passou. Mas, ela realmente, não tinha nada com que parecesse intrigante, sua personalidade, corpo, chakra, tudo parecia com o de uma pirralha normal, suas reservas eram baixíssimas.

                Nesse momento, ela soltou uma risada nasal.

                – Ela passou a nos seguir, fazendo perguntas sobre se éramos ninjas ou de qual aldeia, a ignoramos, não podíamos chamar a atenção, tão perto da aldeia. Nosso mestre é rígido, se não cumprimos as missões, recebemos as punições em grande escala. Quando chegamos, ela parou de nos seguir, com um sorriso infantil e inocente, aparentemente. Não encontramos outra pessoa com as características na aldeia, e então, por mais que fosse improvável, fomos atrás de novo daquela tal criança. Ela pareceu perdeu nos ataques, e foi recuando pra dentro da floresta, a subestimamos, quando estávamos longe da aldeia novamente, fomos massacrados, por uma pirralha sem chakra! – Ela soltou uma gargalhada nessa parte. – Esgotamos nossa reserva na luta, de modo que não pudéssemos fazer mais nada, mas sabíamos que se ficássemos ali, logo seríamos encontrados e punidos pelo fracasso na missão. Então, deixei os dois pra trás, e vim andando pra uma das aldeias próximas, acho que fizeram o mesmo pra outros lugares. Sei lá. – Deu de ombros. Realmente, não se importava, não era como se fossem amigos mesmo. 

                – Uma pirralha sem chakra? Gostaria de conhecê-la algum dia. – Murmurou baixo, o ruivo.

                Sai havia saído, teria de contar essa história aos superiores, afinal, nenhum deles desejava ser interrogado novamente.

 

 

 

 

 

 

 

 

                Folhas secas quebrando, era esse o som ouvido naquele espaço deserto da trilha. O outono começara a pouco tempo, de modo que as árvores já tinham soltado suas folhas. A trilha fora feita por moradores locais, numa aldeia não muito longe.

                Uma pequena criança caminhava ali, sem um arranhão e um sorriso inocente no rosto.  Tinha seus cabelos castanhos curtos e arrepiados, a altura dos ombros, levemente cacheados; seus olhos, caramelados. Com cílios longos, e o contorno longo; nariz um pouco achatado, com algumas sardas o envolvendo; bochechas coradas, e sobrancelhas finas; lábios pequenos e rosados.

                Usava um vestido, branco, de mangas longas, esvoaçante, marcando a cintura fina, e corpo sem muitas individualidades. Em sua mão esquerda, carregava um ursinho de pelúcia, um com várias cores.

                Sua voz, aguda e infantil. Começou a cantar, aproveitando a breve brisa, algo como uma discussão consigo mesma. Suas palavras foram soadas num ritmo de uma música infantil, enquanto abria os braços, e girava em seus pés descalços, uma expressão realmente alegre, não combinando em nada com suas palavras.

                – Algumas pessoas saíram vivas, e chamei muita atenção. Sem problemas, disse a menina. – Narrava seus pensamentos como uma história, naquele ritmo inocente. – Vai ser mais divertido assim, completou consigo mesma. Não há motivos pra temer, quando voltarem vou me divertir. Ainda não me saciaram, o lobo mau tem que esperar. – Soltou uma gargalhada, caindo de costas no chão. – Seria o lobo realmente mau? Não, não, não. Um apetite insaciável tem que se acabar em algum momento. – Fez alguns selos de mão, cantarolando outras frases do tipo. – Jutsu de transformação.

                E logo, estava irreconhecível, com alguns métodos a mais, que soubera ao longo do tempo, até mesmo modificou sua assinatura de chakra. Levantou-se, ainda parecia frágil e inofensiva, mas uma outra pessoa, mantendo o modo alegre e inocente, mas dessa vez, com um brilho diferente.

                Retirou um pergaminho de seu braço, de alguns selos em sua pele. De lá, retirou um cadáver, um nukkenin que lhe atacara há pouco tempo. Murmurara alguns jutsus, logo o corpo foi deixado idêntico à sua aparência de poucos minutos atrás, com sinais de que fora morta por alguém enquanto “passeava”, deixou-o coberto de folhas, num lugar não muito longe.

                – Agora, qual vai ser meu nome? – Pareceu pensativa, enquanto voltava a caminhar. – Ikara Naoko, Koana Yame, Meyu Ayana, Naoki Umi, Miyano Akechi, Chiho Kiara... – Formava um Shiritori* (Jogo japonês, cuja regras são começar com a última sílaba da palavra anterior.) – Raya Chihiro...

                Fora murmurando nomes até chegar ao seu destino, a Aldeia das Sombras. Basicamente, estava fora do domínio do País do Fogo, Vento, Trovão ou do Ferro. As nações ninjas, localizava-se entre as cinco, muito bem escondida. Basicamente, servia de abrigo à Nukkenins, com quase nenhuma regra, mas uma boa estrutura. O líder, aparentemente, escondia tudo, passando-se como um simples ninja, em uma aldeia comum, onde não se enviam missões. Era um lugar com várias pessoas, mas para manter as aparências, todas as brigas, disputas e atos impensados, eram feitos em um único lugar, o “campo de treinamento.”, o que era um ótimo lugar para se esconder e aprender novas técnicas, já que, diariamente, recebem novos nukkenins em fugas de suas aldeias.

                Já havia escolhido seu nome, onde apresentou-se, em um condomínio onde estavam as “crianças perdidas”, a maioria se escondia lá. Ninguém queria ser vítima de algum dos ninjas. Não se podia dizer que tinham as melhores condições, geralmente, aprendiam sozinhos como se defender, se tornando pequenos ladrões, ou ninjas amadores, sem treino. Apenas se ocupavam em sobreviver. Como não tinham conhecimento do lado de fora, se viravam com o que tinham na aldeia, pequenos restaurantes, com comida pouco variada, condomínios pra abrigo, poucas casas de lazer e várias pessoas.

                De certo modo, ninguém naquela aldeia tinha condições precárias, mas também, nenhuma realmente boa. Era como uma aldeia imoral, mas que ninguém sequer reclamava, afinal, a sua maioria era de pessoas foragidas, com um lugar como aquele, podiam facilmente se esconder dos ninjas procurando-os, das outras aldeias e nações.

                Claro, os métodos pra manter as aparências eram vários. Técnicas ninjas do mais alto tipo, selos em cada um dos cidadãos pra que a informação não vazasse. Junto da morte de qualquer ninja de alto escalão que ousasse invadir. Uma aldeia misteriosa, mas que não mostrou riscos em excesso aos outros países.

                A criança, que retornou para aquele lugar, foi pelo único motivo que, sabia que a informação que espancara os três, levando a morte de um deles, e deixando a fuga dos outros dois em aldeias próximas vazaria. Sabia que eles retornariam, trariam mais ninjas, e saborearia as suas técnicas, juntando-se a eles. Oh, sentia-se excitada apenas de imaginar.

                Juntou-se a algumas das crianças ali, fazendo uma amizade inocente.

                Teria de esperar, tão pacientemente quanto uma cobra. Uma cobra? Não, algo mais como... Uma aranha, embalar suas presas em uma falsa sensação de confiança e segurança, para então, finalmente, fazer sua jogada.

 

 

 

 

 

 

 

                Passaram-se, ao todo, três dias. Konoha permanecia na rotineira calmaria. As missões sendo enviadas por níveis, aldeões desfrutando daquela aldeia, algumas brigas aqui e acolá, mas nada de mais. Tudo extremamente normal.

                Eram por volta de 16h quando, um grito ecoou por determinado prédio. Eram onde mantinham-se aprisionados nukkenins capturados, e obtiam os dados essenciais das mentes de outros. Demorara essa data pra desfazerem todos os selos mentais de determinada ruiva, embora algumas memórias continuassem intocadas.

                Inoichi Yamanaka era quem fizera o reconhecimento mental de Karin – A responsável pelo grito, afinal, mesmo esforçando-se para que fosse indolor, para simplesmente se invadir a mente de alguém, causava uma enorme dor, como se um fio fosse pressionado e fosse entrando lentamente em sua testa, atingindo seu cérebro, e atravessando a cabeça.

                Ao fim do reconhecimento, a ruiva tombara a cabeça para frente, ofegante, mas estava ainda consciente. Seus olhos estavam levemente opacos, e a pele pálida. Inoichi olhou para cerca de três ANBU’s que até agora observavam.

                – As informações são verdadeiras, mas suas origens e o rosto do Nukkenin ou companheiros de trabalhos a quem ela trabalhava, foram destruídos. Qualquer memória além da recente e de poucos trabalhos foram destruídas da própria mente dela. – Relatou, com o rosto sério. Poucas pessoas chegavam a aquele nível, usavam jutsus em si mesmo, quanto nos subordinados, se alguém tentasse invadir, tais memórias confidenciais seriam destruídas, gerando algo como esquecimento completo. – Desejo falar com o Hokage de imediato.

 

 

 

                – O que descobriu, Inoichi? – O Yondaime estava com o rosto preocupado, com as sobrancelhas levemente franzidas, formando uma pequena ruga acima do nariz.

                – Bom... – Ele começou, cuidadosamente, olhando pro hokage. – A história é verdadeira. De fato, uma criança incrivelmente forte os derrotou. Com as reservas baixas daquele jeito, o único modo era que fosse um experimento cientifico, as pessoas não convertem chakra da natureza naquela velocidade, e sequer os manipulam como querem. – Relatou, calmamente, essa parte por enquanto ainda não chegou no “clímax”. – Porém, que tipo de laboratório estaria fazendo essa pesquisa, Yondaime? – Deixou a pergunta no ar, antes de continuar. – Todas as memórias confidenciais foram destruídas, esse nível de Fuinjutsu, só se encontra nos mais fortes Nukkenins e no quase extinto clã Uzumaki.

                O loiro ouvia-o, com toda a atenção do mundo, sem interromper. Uma ideia passou por sua cabeça, de modo que arregalasse os olhos, soltando um breve arquejo.

                – Não me diga que...

                – Exato. Orochimaru, ele é um dos poucos nukkenins com habilidades para executar, e a garota, é uma Uzumaki, se for considerar o cabelo ruivo e as grandes reservas de chakra. Seria fácil pra ele extrair as informações da mulher, e usá-la como subordinada. Mas a pesquisa de Orochimaru não inclui as habilidades da garota, se não me engano, é algo como atingir a imortalidade, certo? – Olhou pro Namicaze que encostara na parede. O Yondaime confirmou, já imaginando as informações a seguir. – Ou seja, ele não está procurando-a por ser uma traidora, pode ser que ele tenha tido interesses na criança, para usá-la em sua própria pesquisa. Mas, tem poucas ideias de suas verdadeiras habilidades, de modo que vá fazer várias tentativas de captura-la. Se ele conseguir, será um problema. – Proclamou, sério.

                – Entendo... Mas, provavelmente, ele não virá buscar Karin. Se todas as memórias uteis foram destruídas.

                – Sim, Hokage-sama... – Pretendia acabar por ali, mas a curiosidade o venceu. –O que pretende fazer?

                – Essa garota me interessa, por que não conhecê-la? – Deixou a pergunta no ar, com um sorriso no rosto, que não combinava com o nervosismo de seu rosto. Saiu dali, sem mais delongas, voltando pra sua sala, com uma expressão pensativa.

 

 

 

 

 

                – Por que eu tenho que sair numa missão com você?! – Uma voz manhosa e teimosa foi ouvida na trilha, fazia uma semana desde o reconhecimento mental de Uzumaki Karin, de modo, que finalmente as devidas medidas foram tomadas.

                – Porque sou a única que pode reconhecer quem estamos procurando, Bakat! – A ruiva retrucara, estiveram discutindo há algum tempo. As duas tinham certas semelhanças, e infelizmente, era a que mais deixavam transparecer.

                Estavam quase gritando no caminho, de modo que um certo ruivo estivesse andando na frente, com um rosto quase inexpressivo, se não fosse pela sobrancelha estar um pouco curvada, indicando a clara irritação por causa das duas. Estava claro, que, como um gato de rua e um gato doméstico, dependendo da criação, jamais dariam-se bem. Este era o caso, ambas eram orgulhosas, vaidosas, teimosas e irritantes, mas, enquanto Yugito tinha uma mente mais sensata e ousada, Karin tinha uma covarde e imprevisível. Com tão poucas diferenças, ou estariam como “melhores amigas”, ou, como estão agora, literalmente, como filhotes brigando.

                Quando se encontra alguém demasiado parecido consigo, é normal agir mais infantil do que o normal.

                O ruivo tentava ao máximo ignorar as duas enquanto caminhava, lembrando-se das palavras do Hokage.

                – Os três irão pra uma missão Rank A, que pode passar para Rank S. Uzumaki Karin, para viver nessa aldeia, irá cumprir as minhas ordens e ir nas missões em que eu mandar, fora desse período, estará sob constante vigia de ANBU’s, para que não tenha chance de nos trair. A missão é: Encontrar os companheiros que citou na história, se estiverem livres ainda, e identificar a garota que lhes derrotou, se possível, trazê-la até aqui, e especificar se ela seria uma aliada ou inimiga. A última vez que essa criança foi vista, foi no lugar que a enfrentaram, o País das Sombras...

 

                Captou apenas os dados principais da missão, então, o restante do que o Hokage falou, era um mistério total.

                Estavam bem perto de seu destino, mais ou menos 25km de distância, demorariam nenos de 1h para chegarem à aldeia.

                As vozes das duas atrás de si ficaram mais altas, assim, tirando sua concentração das duas.

                – Dá para fazerem silêncio? Não sei se lembram, mas a primeira lição de ser um ninja é ser silencioso. – Repreendeu, irônico, mas com um claro tom de irritação em sua voz. – Sei que as duas se amam, mas calar a boca faz parte.

                As duas não lhe responderam, mas pôde sentir um olhar irritado em suas costas. Olharam para lados opostos, empinando o nariz, claramente emburradas, mas ele estava certo, não poderiam retrucar.

                A ruiva foi tomada por um olhar assustado, parando de andar, havia pisado em algo, e ao tirar o pé, percebeu que, coberto pelas folhas, estava uma mão de uma pessoa morta. Não, uma criança morta. Procurando identificar melhor o cadáver, retirou um pouco das folhas com o pé esquerdo. Lá estava, claramente a pirralha de cabelos cacheados que relatara.

                Ela não deu mais um passo, o que fez os outros dois perceberem sua expressão assustada, e corpo rígido demais, pela tensão.

                – O que foi, Karin? – O rapaz indagou-lhe, olhando-a com certa curiosidade, e logo após, o corpo. – Deve ser de alguma criança que fugiu da aldeia, não acho que aquela que nos descreveu morreria tão fácil.

                – É ela... Definitivamente é ela... – Seus olhos estavam arregalados, e pareciam abrir-se cada vez mais, sua voz saia fina. – Para alguém deixa-la nesse estado... Deve ser um monstro...         

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                Oba, eles chegaram! – Havia certa animação em sua mente, como uma criança que acabara de receber um presente, que sabe que é um brinquedo.

                Os três acabaram de entrar na aldeia, a ruiva, estranhamente mais pálida que o normal. Decidiu que haviam recolhido o corpo pra checagem de informações. A loira, estava pensativa, e quieta, e Gaara, apenas caminhava. Inexpressivo.

                Abriu um sorriso pequeno, os acompanhando com o olhar. Fixando o olhar nas bandanas, como uma pirralha com admiração por ninjas de verdade. Aproximou-se, tropeçando em seus próprios pés, afobada.

                – Ei! Vocês são ninjas? – Seus olhos brilhavam inocentemente, realçando um castanho, da cor do carvalho, e o corpo diminuto e frágil.

                A que reagiu mais depressa foi a loira, que se abaixou lhe olhando.

                – Sim, nós somos, pequena. Deseja algo? – Moveu os dedos para os cabelos da criança, um loiro-morango, num corte que mais decaia pro lado esquerdo, com várias mechas onduladas. Levou uma delas para trás da orelha, olhando-a com paciência e curiosidade.

                – Oba! Sempre quis conhecer ninjas de verdade! – Ela estava praticamente pulando, sorrindo, quase gargalhando. – Adoro ver os treinos daqui, mas nunca vi de verdade. Posso ver vocês lutando? Que incrível, Onee-san! – Estava falando rápido, como se não soubesse o que dizer direito. – Ah, droga, desculpa. Sempre me deram broncas por falar tanto. Onee-san, sou Yukimori Sherry, mas pode me chamar de Yuri. – Estendeu as mãos, num falso gesto, como se estivesse tentando ser formal e não passar mais vergonha.

                – Sasaki Yugito. – Apontou pra si mesma. – Bakareia. – Aponta pro ruivo, com um sorriso debochado no rosto. – E BaKarin. – Aponta pra ruiva.

                A pequena olhou os dois com curiosidades, soltando a pergunta, nem tão inexperada como se pensava.

                – O Nii-chan e a Nee-chan são irmãos? – Bom, ambos eram ruivos, e Yugito referiu-se a eles por nomes parecidos. Para interpretar seu papel, teria que fazer tal pergunta.

                – NÃO! – A primeira a reagir foi a ruiva, gritando, o que fez a loirinha recuar um pouco, como se prestes a fugir. – Ah, desculpa, pirralha. Mas agora pode sair, estamos ocupados e não precisamos de nenhuma criança aqui no meio. – Mexeu no cabelo, empinando o nariz.

                – Essa Nariz empinado é Karin, pode chamar ela só assim mesmo. – Gaara corrigiu, pacientemente. Mas levantou o tom de voz ao corrigir ao seu nome mal-dito. – E eu, sou Sasaki Gaara.

                – Hai, hai, prazer, Gaara-nii, Karin-nee-chan, Yugi-chan. – Citou cada um dos nomes com seus respectivos apelidos.

                Descrevendo a pequena. Cabelos loiro-morangos, com várias mechas onduladas, e o corte de modo que caia sob o ombro direito, empilhados, e presos por um laço; pele levemente bronzeada, com sardas na parte de baixo e lateral do pescoço; 1,45m de altura, sem nenhuma alteração aparente do corpo; olhos cor-do-carvalho, com cílios pequenos e contorno grande; lábios finos, com a boca pequena e seca, misturando-se à cor da pele, sem muito destaque; sobrancelhas finas, escurecidas e bem rentes aos olhos.

                Usava uma camisa, como a de uma cosplayer ninja, com uma faixa lhe prendendo com um laço nas costas. Da cor branca e preta, mas, imunda e empoeirada, com várias manchas; uma calça bege, cobrindo até seu pé esquerdo, na perna direita, havia um rasgo logo acima do joelho, diferenciando-a. Um tecido parecido com legging; estava descalça e usando óculos, de lentes grandes.

                – Ok... Sherry, você era amiga de uma outra criança? Uma de cabelos cacheados e castanhos?

                – Ah, a Aoko-chan? Ela saiu faz alguns dias, provavelmente foi seguida. – Desviou o olhar por um momento, tinha que atuar bem a própria morte. – Só conheço eles de vista. É assustador. – Soltou um tom mimado e emburrado.

                O ruivo e a loira trocaram olhares cumplices, já sabiam da má reputação do lugar, e como os Kages não tinham poder naquela área. Por um momento, sentiram pena da garota.

                – Então, vocês são ninjas, certo? – Estava com um olhar curioso, mordendo o lábio inferior, mal escondendo um claro interesse. – Posso ir com vocês pra... – Olhou a bandana dos dois, curiosa. – Konoha? Prometo não atrapalhar. Aqui é assustador, nee-san! – Estava praticamente implorando, e quando viu que os três negariam, mudou a expressão pra uma mais afobada. – Eu... Eu... Posso ajudar, isso! Se eu ajudar, vocês me levam junto, né? Onegai... – Seus olhos estavam lacrimejando, enquanto os encarava, mal conseguindo formar palavras direito.

                Karin suspirou, falando com pouca convicção o que lhe viera a mente.

                – E no que, exatamente, uma pirralha como você poderia nos ajudar?

                – Prometam que vão me levar pra Konoha quando eu falar! – Gritou, mandona, atraindo alguma atenção, colocou as mãos tapando a boca, indicando que não diria mais nada até concordarem.

                – Hai, hai. Prometemos. – A certeza era tanta que a menina não diria nada de importante, que a criança quase riu ali. A ruiva lhe olhava com superioridade, assim como Yugito – Embora de modo menos intenso, mesclado à curiosidade. – e Gaara, apenas lhe olhava, esperando, não seria bom subestimar as palavras inocentes de uma criança, muitas vezes carregam dicas.

                – E se eu disser... – Falou, com um sorriso, encarando a ruiva com o mesmo olhar, embora de modo mimado. – Que vi um ninja correndo todo ferido, sem uma bandana, pra algum lugar aqui perto?


Notas Finais


Arigato, Minna-san, já sabem que vai demorar, mas não desistam dessa autora irresponsável, ok?


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