1. Spirit Fanfics >
  2. Mutter >
  3. Concepção

História Mutter - Concepção


Escrita por: MalkBobo

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 10 - Concepção


                No dia seguinte, uma segunda feira, Tatsuki levantou para trabalhar como sempre fazia, mas ao invés de encontrar sua parceira preparando o café da manhã, a encontrou em pé e com uma cara muito zangada.

                – Bom dia amor...

                – Só quero que você me explique isso – Inoue, sem qualquer cerimônia, mostrou a calcinha que Tatsuki havia comprado e usado em sua primeira vez com o Ichigo.

                – É minha – ela respondeu calmamente.

                – Sua? Não venha com essa, em anos nunca te vi usar calcinha.

                – Estamos pra ter um filho lembra? Por isso estou tentando ser mais feminina, acho que vai ser melhor assim.

                – Não precisa isso – a ruiva se acalmou – eu gosto de você do seu jeitinho e certamente nossa filha ou filho também vai, e dane-se quem reclamar de alguma coisa.

                – Tá bom.

                – Me desculpa pelo chilique?

                – Fica de boa, eu devia ter te avisado mesmo.

                Inoue a abraçou com muita força.

                – Eu fiquei louca só de te imaginar com outra...

                – Não sabia que você era tão ciumenta.

                – Mas sou! – enfim, ela a soltou vou preparar um chá pra você. E posso pedir uma coisinha?

                – É claro!

                – Coloca ela pra eu ver qualquer dia desses?

                – Com certeza – Tatsuki deu uma risadinha.

                Tatsuki tomou o chá e comeu uns biscoitos de arroz, se arrumou e saiu. Orihime ficou em casa preparando uma mala de roupas para levar para a clínica no dia seguinte – o que era totalmente desnecessário já que o procedimento não levaria nem a manhã inteira.

                *****

                Pouco depois do meio dia, Tatsuki recebeu uma ligação do Ichigo.

                – Oi amor! – ela disse ao atender.

                – Oi Tatsuki! Desculpe por ontem.

                – Desculpar o que?

                – Minha família sem noção.

                – Ah isso? É sério, foi legal, há muito tempo eu não sentia esse clima de família.

                – Ué, você não falou que mora com sua família e tal?

                – É amanhã a sua inseminação não é isso? - ela repentinamente mudou de assunto.

                – É sim. Vamos fazer alguma coisa hoje a noite pra relaxar?

                – O que eu gosto de fazer pra relaxar você não vai poder – ela deu uma risada marota.

                – Espera só um dia e resolvemos esse assunto. Mesmo assim, podemos nos ver hoje?

                – Eu não posso chegar tarde em casa.

                – Então eu te busco no trabalho e acompanho até em casa, que tal?

                – Tive outra ideia, tem uma lanchonete que eu gosto na estação Rukon, nos encontramos lá às seis e meia pra comer um podrão, que tal?

                – Como quiser. Até lá.

                Eles encerraram a conversa. Do outro lado da linha, Uchigo coçava a cabeça, desconfiado.

                – Será por que ela nunca me deixa ir na sua casa ou trabalho? Será que ela é casada? Não, ela era virgem até a semana passada... só sei que algo de errado não está certo.

                Logo depois ele deixou esses pensamentos de lado e voltou para seu trabalho.

                A noite, os dois se encontraram no local combinado. Comeram, conversaram e saíram da lanchonete de mãos dadas. Eles já estavam na plataforma do metrô quando uma garotinha de cabelos rosa se aproximou saltitando.

                – Tatsuki chan – disse a menina alegremente.

                – Já falei Yashiro, me chame de Arisawa sensei – repreendeu a mulher.

                – Tá bom Arisawa sensei chan! Quem é esse cara? Você não namorava uma menina? – Yashiro perguntou bem diretamente.

                – Vai pra casa, é tarde pra criança estar na rua – a professora mudou de assunto.

                – Meu pai é segurança do metrô e às vezes eu fico aqui com ele quando saio da escola.

                – E onde ele está? – perguntou Tatsuki.

                – Uma moça reclamou de um cara querendo se aproveitar dela num vagão e ele foi verificar. Da ultima vez que meu pai pegou um desses abusados ele arrancou as bolas do sujeito com um facão.

                – Meu metrô tá vindo, juízo menina – disse Tatsuki.

                – Tchauzinho Tatsuki chan! – Yachiro se despediu e saiu saltitando.

                – Do que ela tava falando quando disse que você namorava uma menina? – perguntou Ichigo.

                – Eu que vou saber, aquela garota não bate bem da cabeça.

                Instantes depois, o metrô chegou.

                – Aqui que nos despedimos – Tatsuki o beijou rapidamente.

                – Amanhã no mesmo horário? – perguntou Ichigo.

                – Tá bom. Beijo!

                Tatsuki entrou no vagão, e Ichigo mudou de plataforma para pegar o metrô para sua casa.

*****

                Finalmente chegou o dia seguinte. Não dá pra dizer que Inoue acordou cedo até porque a mesma não dormiu tamanha era a sua ansiedade.

                – Acorda dorminhoca – Orihime beijava e cutucava sua parceira.

                – Ah? Que horas são? – Tatsuki perguntou sonolenta.

                – Já são cinco.

                – Me chama daqui a uma hora – ela cobriu sua própria cabeça com o travesseiro.

                – Acooorda! – a ruiva foi mais enfática – quero que você me leve na clínica do doutor Kurosaki.

                – Como? – Tatsuki pulou da cama – não dá, eu preciso ir trabalhar!

                – Por isso te acordei cedo, você vai comigo até a clínica e depois parte pro trabalho, prometo que você não vai se atrasar.

                Tatsuki queria evitar a todo custo ir à clínica com a Orihime, porém não havia argumento válido para não fazê-lo. Nessas circunstâncias, a única coisa que poderia fazer era se arrumar e acompanhar Inoue até o local.

                As mulheres saíram de casa e após meia hora de metrô, chegara à clínica, que ainda estava fechada.

                – Bom, agora tenho que ir – disse Tatsuki.

                – Entendo. Obrigada por ter vindo comigo e me ouvido tagarelando o caminho todo.

                – Que isso. Vou sair saindo, beijo!

                Tatsuki se despediu e foi trabalhar. Ela ficou aliviada por não ter encontrado com o Ichigo ou o Isshin, mas por outro lado estava aflita por saber que logo teria que tomar sua decisão, mesmo sem ter a menor ideia de qual caminho escolheria.

                Depois de alguns minutos esperando, a recepcionista chegou, abriu a clínica e mandou Orihime entrar. Pouco depois, Isshin e Ichigo chegaram.

                – Que bom que vieram – disse Inoue, com empolgação.

                – Se o Ichigo desse pra trás eu amarrava e trazia ele pra cá - falou Isshin.

                – E quem disse que eu ia desistir? – reclamou Ichigo.

                – Tanto faz. Vá lá na sala de coleta, toque sua punheta e depois leve a amostra no meu sala preu fazer a seleção.

                Ichigo fez o que o pai mandou, e Isshin entrou na sua sala a fim de preparar todo o material necessário para o procedimento. Vinte minutos depois Ichigo levou um potinho para seu pai e logo saiu, indo conversar com Orihime.

                – E então Inoue, ansiosa?

                – Sempre. Será quando que o seu pai vai me chamar pra fazer a inseminação?

                – Ainda vai levar umas duas horas, pelo que eu sei. Mas não se preocupe, ele é muito cuidadoso e não marcou com nenhuma outra paciente essa manhã pra ficar exclusivamente com esse caso.

                – Que ótimo! E o que você tem feito, Kurosaku-kun?

                – Trabalhando bastante. Ah é, comecei a namorar também.

                – Que bom! Já falou com ela que vai ser pai?

                – Já, mas ela não parece ter ficado muito interessada nesse assunto.

                – Será que ela tá com ciúme?

                – Parece que não.

                – Que bom! Às vezes eu acho que a minha esposa tá com ciúme de você.

                – Sério?

                – Ela não disse nada, mas tem se comportado estranho de um tempo pra cá. Eu estive com o Ishida e ele me falou que se eu te apresentar a ela pode ser que isso passe.

                – Podemos marcar alguma coisa todos juntos, que tal?

                – Adorei! Você tem o dia livre hoje?

                – Sim, meu pai vai me dar um atestado pro dia inteiro.

                – Podemos encontrá-la no trabalho dela e almoçamos juntos. Que tal?

                – Sem problema. Onde ela trabalha?

                – Fundamental 2 de Karakura, sabe onde fica?

                – Mais ou menos.

                Ichigo ficou assustado. Era a mesma escola que a Tatsuki trabalha... seria muita coincidência.

                Logo depois Isshin chamou Inoue que entrou para realizar o procedimento, enquanto Ichigo a esperava do lado de fora.

                – Bom dia Inoue!

                – Bom dia, doutor Kurosaki.

                – Já falei que pode me chamar de Isshin! De toda forma, deite no leito que já vamos começar.

                Orihime fez o que o médico solicitou. Em pouco tempo, ele terminou de depositar o material.

                – Prontinho – anunciou Isshin.

                – Já?

                – Sim. Só vou te pedir pra ficar meia hora deitada, vai ajudar os soldadinhos do Ichigo a chegar no alvo.

                Inoue e Isshin ficaram conversando até terminar o período de repouso. Assim que saiu, ela encontrou Ichigo, que a esperava do lado de fora. Eles se dirigiram até a escola onde Tatsuki trabalha e assim que deu meio dia, foram chamá-la na portaria.

                – Tem certeza que podemos vir no trabalho dela assim, sem avisar? – perguntou Ichigo.

                – Claro. Ela tem uma hora de almoço e pode fazer o que quiser nesse período – ela então foi falar com o porteiro – moço, pode chamar a Arisawa sensei pra mim? Pode dizer que ê a Orihime.

                Quando ouviu o nome da professora, o coração do Ichigo acelerou. Ele torcia internamente para que sua suspeita não fosse real, mas suas esperanças acabaram ao ver sua namorada saindo pelo portão da escola.

                De frente para eles estava Tatsuki. Ela estranhou a visita inesperada da parceira e de maneira alguma imaginou que ela viria acompanhada pelo Ichigo. Sua vontade era sair correndo dali, mas ela se segurou e agiu como se nada de diferente estivesse acontecendo.

                – Que surpresa Ohirime-chan! – disse a mulher, com um sorriso amarelo.

                – Eu sei que você não curte surpresas, mas quero te contar como foi tudo hoje. Ah é, esse é Ichigo Kurosaki, essa é a Tatsuki Arisawa. Pronto, estão apresentados, podemos almoçar agora?

                O trio se dirigiu ao restaurante. Orihime estava radiante e falando pelos cotovelos, contrastando com o constante olhar severo que Ichigo lançava na direção da Tatsuki. Já a morena ficou quase o tempo todo em silêncio e olhando para baixo, evitando a todo custo cruzar seu olhar com o do homem.

                Após longos quarenta minutos, eles saíram.

                – Tá na hora de você voltar ao trabalho né? – Inoue segurou forte a mão da parceira,  contendo o desejo de beijá-la ali mesmo – e vê se chega em casa no horário hoje.

                Tatsuki voltou para a escola, enquanto Ichigo e Orihime iam para suas casas.

                Obviamente, foi uma tarde ruim tanto para o Ichigo quanto para Tatsuki. O homem passou o resto do dia deitado na sua cama olhando para o teto, pensando em inúmeros motivos para a Tatsuki ter feito o que fez. Já a mulher, apesar de estar trabalhando, não conseguia se concentrar em suas tarefas. Estava se odiando, em como deixou a situação chegar a esse ponto. Também ficou especulando se o Ichigo teria contado à Orihime sobre o relacionamento que estavam tendo e como tudo seria complicado. Sua esposa esperando um filho do seu amante que nem sabia que era amante.

                – Sou mesmo uma idiota – ela resmungou baixinho.

                – O que foi sensei? – um aluno perguntou.

                – Ah... nada não.

                No fim do expediente, ela ligou para o Ichigo várias vezes, porém ele não atendeu a nenhuma das chamadas. Após a oitava tentativa, a mulher desistiu e foi para casa. Ao chegar, encontrou Inoue jogando no computador.

                – Amor! – Orihime a abraçou forte e a beijou – que bom que chegou cedo hoje!

                – Não falei? Agora vou tomar um banho.

                – Vou preparar seu jantar.

                Tatsuki tomou o banho e Orihime foi fazer a comida. Elas comeram, assistiram tevê e mais tarde, foram deitar. A ruiva pegou a mão da sua parceira e colocou em sua barriga.

                – O que você tá fazendo? – perguntou Tatsuki.

                – Será que a inseminação deu certo? O doutor Isshin disse que devo fazer o teste daqui a doze dias, não sei se aguento esperar até lá.

                – É claro que aguenta. Agora vamos dormir.

                Em pouco tempo, Orihime adormeceu abraçada com a Tatsuki. Já a morena não conseguia relaxar, apesar de ter constatado que o Ichigo não tinha contado nada para a Inoue, ela sabia que isso não significava o fim dos seus problemas e estava certa de que, independente do que aconteceria, ainda precisava conversar com o Kurosaki para esclarecer o que estava acontecendo e definir seu futuro, em outras palavras, fazer o que deveria ter feito desde o início.


Notas Finais


É Tatsuki, o cerco tá fechando, como vai ser agora? E será que a Orihime conseguiu engravidar?
Estamos na reta final. Até o próximo.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...