1. Spirit Fanfics >
  2. My Academy of Heroes in United States of America - Interativa >
  3. Natal pt2 (Capítulo Especial)

História My Academy of Heroes in United States of America - Interativa - Natal pt2 (Capítulo Especial)


Escrita por: EJ-Star

Notas do Autor


1- A história teve um pequeno avanço no tempo mas depois voltaremos a programação normal;

2- Terão mais partes no decorrer do dia;

3- O que acontecer nesse capítulo é canon pra história principal.

Capítulo 14 - Natal pt2 (Capítulo Especial)


25/12/2029 08:41

 

Família.

 

O primeiro bem que lhe é dado após a vida. Todos tem uma família ligada pelo sangue e quando está não lhe queria, era prático que arrumassem uma família por laços de sentimentos. 

 

Em resumo, todos tinham uma família. 

 

Mas tinham alguns que eram negligenciados por ela. 

 

Como Dennis Summers. 

 

O moreno alto estava sentado na espécie de janela que tinha em sua casa no terceiro andar olhando para o nada. 

 

Dawnstrong até que estava bem calmo para seus padrões, parecia que até os criminosos tinham família para se dedicarem um tempo. 

 

Dennis suspirou. O frio era intenso quando não se tinha roupas adequadas, o mais quente que tinha era um sobretudo esverdeado que fazia metade do serviço, o resto era trabalho de 3 camisas, uma calça jeans grossa, 2 pares de meia e o melhor tênis que tinha para tentarem mantê-lo aquecido. 

 

E só pra que informar: não estavam conseguindo. 

 

Então era assim que ele passaria o natal? Sem nada, com frio e sozinho... De novo? 

 

Ele bufou com raiva. E resolveu que era melhor entrar em sua casa e parar de se lamentar olhando para um mundo feliz o qual ele não pertencia. 

 

Dennis deu uma última olhada para fora de sua casa. 

 

Lá fora estava tão claro, brilhante e alvo pela neve que caia e na casa de Dennis era tão escuro e mórbido. 

 

O moreno alto repensou sobre sua decisão.

 

Talvez ele merecesse se lamentar um pouquinho mais.

 

-----

 

Tudo bem que pular telhados escorregadios cheios de neve não havia sido uma boa idéia mas até que a praça central estava linda demais para perder a oportunidade de aproveitar. 

 

Dennis andava com as mãos no bolso do sobretudo e olhava para as pessoas na rua. 

 

Crianças que acabaram de receber seus presentes, casais caminhavam de mãos dadas, famílias felizes admiravam a neve. 

 

O moreno alto riu com a própria situação. 

 

Sem nada, com frio e sozinho...

 

— Dennis? 

 

O rapaz de sobretudo travou por um momento antes de olhar para trás reconhecendo a voz. 

 

Lynn Gray estava ali. Usava uma blusa de lã cor de creme com alguns detalhes em coração, a blusa tinha tecido sobrando nas mangas e na barriga mas era ajustado com elásticos no pulso e na cintura. Pra compensar a folga na parte superior da roupa, havia uma saia preta justa que ia até a metade coxa de Lynn que seguida por uma meia calça translúcida que deixava as pernas com um tom mais escuro do que a pele normal da garota além de uma bota preta que ia até final do joelho, sem esquecer no detalhes dos saltos um pouco mais baixos que o habitual. 

 

Dennis suspirou encantando por um momento.

 

— Linda… — Ele disse suspirando. 

 

—  O que? — Ela perguntou não ouvindo direito.

 

— Lynn! — Ele se corrigiu — Digo… Oi Luna. 

 

A prateada suspirou vendo que ele não tinha jeito. Mas não estava em tempo de brigar.

 

— Como está sendo seu natal? — Ela perguntou. 

 

Dennis fechou os olhos se acalmando e franziu as sobrancelhas de desconforto.

 

"Péssima escolha de palavras, Lynn Gray" Ele pensou. 

 

Agora que ele pensou melhor, tinha feito os mesmos tiques que Dante e Asta faziam para se acalmar. 

 

"Eu tô passando tempo demais com esses dois…" Dennis pensou lembrando que os três eram vistos quase sempre juntos. 

 

Lynn ainda olhava pra ele esperando a resposta. 

 

— Bem. — Ele respondeu em tom seco e frio. 

 

A prateada mordeu o interior da bochecha sabendo que Dennis só fazia esse tom de voz quando mentia, ou pelo menos era uma teoria que ela defendia. 

 

— E como vai o seu? — Ele perguntou — O que atrás a uma rua fria? 

 

— Oh… — Ela disse e olhou pra baixo.

 

Agora que Dennis percebeu, ela estava com uma sacola de papel, típico de lojas. 

 

— Eu comprei isso pro meu irmão… — Ela mostrou uma touca preta de lã que estava dentro da sacola  — Mas ele acabou não gostando e nem cabe nele direito. — A prateada gesticulava com o presente nas mãos — Eu esperava que pudesse devolver mas descobri que perdi a nota fiscal e a loja tá fechada. 

 

Lynn apontou para uma loja com fachada vermelha e com um aviso de "Fechado para o Natal" na porta de vidro. 

 

— É, como compradora você é uma ótima irmã. — Dennis debochou — Espera… 

 

A prateada colocou as mãos na cintura incrédula, nem no Natal seu parceiro perdia a oportunidade de irritá-la?

 

Enquanto Dennis fingia pensar analisando seu "erro", Lynn percebeu que o cabelo do moreno alto tinha pontinhos brancos pela neve que caia e estava um pouco molhado. 

 

Ela podia se arrepender disso mas… 

 

— Dennis… — Ela o chamou. 

 

O moreno alto olhou para ela esperando que ela falasse. Lynn não falou mas olhou diretamente para Dennis e depois olhou pro chão, e fez isso mais 3 vezes. 

 

Dennis arqueou a sobrancelha não entendo.

 

Lynn bufou irritada. 

 

— Se abaixa! — Ela pediu. 

 

O moreno alto revirou os olhos, pela diferença de altura, ele já teve que se abaixar muito para poder cooperar com Lynn. 

 

Dennis se curvou como ela pediu e a prateada o surpreendeu quando colocou a touca em sua cabeça. Ele se endireitou assustado e tocando sua cabeça agora com o acessório. 

 

— Serviu. — Ela comentou com um pequeno sorriso ladino.

 

O moreno alto ainda olhava surpreso para Lynn. 

 

— Porque? — Foi o que ele conseguiu dizer.

 

— Bem, como parceira eu sou uma ótima amiga. — Ela disse em um tom simpático. 

 

Dennis olhou para Lynn e ela sorriu para ele. 

 

Talvez essa fosse a primeira vez que Dennis podia ver com clareza a parceira sorrindo porque ele nunca tinha visto os olhos castanhos de Lynn se escolhiam e brilhavam quando ela fazia isso. 

 

— Feliz natal, Dennis. — A prateada disse se despedindo. 

 

Dennis só pode levantar a mão em um aceno fraco vendo sua parceira atravessar a rua e aos poucos sumir entre a multidão e o véu alvo sobre o chão. 

 

O moreno alto tocou sua cabeça agora aquecida por aquele acessório de lã. 

 

Ele voltou a andar depressa ignorando a sensação que aflorava em seu peito. 

 

"Porque que vim pra cá?" Ele pensou amaldiçoando sua decisão de ter saído de casa.

 

Dennis virou a esquina de cabeça baixa e acabou esbarrando em alguém forte o bastante para ambos caírem. 

 

E Dennis achou que não teria mais surpresas mas quando viu quem era, teve mais uma. 

 

— Ah! Graças a Deus é você! — Ele exclamou feliz. 

 

— Asta? — Dennis estranhou ver mais alguém de sua turma. 

 

Asta se levantou rápido e ajudou Dennis a se levantar também. 

 

— Eu não acredito que encontrei um amigo, é um milagre de natal! — Asta exclamou muito feliz. 

 

Dennis olhou para o amigo e Asta vestia um casaco fofo que parecia ser bem quente mas deixava o garoto de cabelo bagunçado com um corpo gordinho. 

 

— Tô fugindo. Quer vir também? — Asta perguntou. 

 

O moreno alto estranhou a pergunta.

 

— O Dante tá te influenciando muito, tá até fugindo da polícia. — Dennis comentou.

 

— Não é da polícia, é da minha mãe. — Asta explicou. 

 

Dennis travou por um momento. 

 

A palavra "mãe" era um pouco… demais pra ele. 

 

Ele respirou fundo e fez uma simples pergunta:

 

— Porque? 

 

— Ela quer tirar fotos ridículas de família! — Asta exclamou — Além disso, meus irmãos não param de brigar. Eu tô de saco cheio deles! 

 

Dennis suspirou. 

 

Era quase irônico ele está cansado de estar sozinho e sem família enquanto Asta estava, literalmente, fugindo de sua família. 

 

— É só uma foto, o que tem de tão ruim? — Dennis perguntou fazendo pouco caso das reclamações de Asta. 

 

— Ela me forçou a usar isso aqui! — Asta disse abrindo o casaco. 

 

Por baixo do simples casaco azul escuro de Asta, havia uma suéter com as cores natalinas, vermelho, branco e verde, e era destacado uma rena bem no centro com um nariz vermelho que saía do suéter. 

 

Dennis comprimiu os lábios querendo afastar a vontade de rir. 

 

— Não é tão… — O moreno alto ia falar mas Asta o interrompeu. 

 

O garoto de cabelo bagunçado deu um tapa em um dos flocos de neve em um dos ombros fazendo várias luzinhas no suéter se acederem, entre elas o nariz vermelho da rena. 

 

Dennis mordeu os lábios antes dar o braço a torcer. 

 

— Tá, é horrível. — Ele admitiu.

 

— É! E você não viu o gorro! — Asta disse fechando o casaco escondendo aquela atrocidade que vestia. 

 

O termo "ridículo" usado antes não podia fazer mais sentido. 

 

— Ainda assim, você não devia fugir da sua família. — Dennis disse. 

 

— DNA não faz uma família, muito menos uma foto. Minha mãe só quer fingir que somos felizes, principalmente depois que minha irmã sumiu. — Asta disse cruzando os braços. 

 

Dennis revirou os olhos. 

 

De 10 assuntos que Asta falava, 8 eram sobre sua irmã gêmea odiada por ele que sumiu. E ele não fazia questão de esconder esse fato de ninguém. 

 

— Tá, tá, entendi. Me poupe de seus problemas familiares. — Dennis suspirou — Já bastam os meus… — Ele disse em tom mais baixo. 

 

Asta iria questionar o que Dennis sussurrou quando sentiu seu ombro ser tocado. 

 

Era um homem mais velho que usava um suéter tão horrível quanto o de Asta - mas o dele tinha um Papai Noel no lugar da rena - e parecia uma versão mais velha de Asta, só que com olhos verdes e cabelo loiro.

 

— Ainda bem que te encontrei! Não saía correndo assim! Você podia cair e bater a cabeça! Ou pior! — O homem adulto disse. 

 

— Bem, ter mais filhos nunca foi um problema pra vocês — Asta disse revirando os olhos. 

 

— Asta! 

 

O garoto de cabelo bagunçado se assustou um pouco com o tom alto que o homem usou. 

 

— Desculpe, pai… — Asta disse abaixando a cabeça um pouco constrangido. 

 

O pai de Asta suspirou e puxou o filho para um abraço. 

 

— Eu não quero perder outro filho… — Ele disse apertando o filho com carinho. 

 

Asta retribuiu o carinho. De toda a sua família, seu pai parecia ser o único que realmente se preocupava com ele. 

 

Enquanto esse momento pai e filho acontecia, Dennis sentia um certo desconforto por estar ali de plateia. Até que o pai de Asta percebeu a presença do outro jovem ali. 

 

— Ah… — O pai de Asta o soltou um pouco sem graça com a presença de outra pessoa — Quem é seu amigo? 

 

— É o Dennis, um colega de sala.  — Asta explicou. 

 

— Olá, senhor Mikhailo — Dennis disse dando um aceno leve para o mais velho. 

 

O senhor Mikhailo olhou Dennis de cima a baixo antes de estender a mão para um cumprimento mais formal. 

 

— Ameer Mikhailo. — Ele se apresentou.

 

— Dennis Summers. — Dennis disse apertando a mão do mais velho. 

 

Ameer lançou um olhar para o filho e Asta abriu um sorriso, ele havia gostado de Dennis. 

 

— Asta, nós ainda temos que voltar. — O mais velho disse. 

 

O garoto de cabelo bagunçado tentou correr de novo mas foi segurado por Dennis. 

 

— Asta! É um foto de família — Ameer disse. 

 

— Se eu não aparecer, ela vai tirar a foto do mesmo jeito, que espécie de família é essa? — Asta disse querendo se soltar dos braços de Dennis. 

 

— Ela não faria isso — O mais velho disse. 

 

— Quer apostar? — O Mikhailo mais novo propos.

 

Dennis o soltou mas ainda o segurando por trás pela gola do casaco. O moreno alto negou com a cabeça como se disse-se "Não é hora pra isso". 

 

Ameer suspirou, ele sabia que o filho era teimoso e estava com a razão.

 

— Tudo bem… — Ele disse pegando sua carteira. 

 

O pai de Asta ofereceu 3 notas de 10 dólares para o filho.

 

— Volte pra casa antes das 22:00. — O mais velho disse. 

 

Asta pegou o dinheiro com os olhos brilhando e depois para seu pai que estava com uma expressão amigável e sem resquícios de brincadeira ou piada. 

 

— Eu vou dizer pra sua mãe que te perdi de vista… — Ameer explicou. 

 

— Ela vai soltar fogos de artifício… — Asta comentou — Obrigado… 

 

Ameer se aproximou e bagunçou ainda mais o cabelo do filho. 

 

— Se cuidem… — O mais velho disse olhando para Dennis agora — Eu tenho que ir. 

 

Os dois alunos viram o pai de Asta pegar um gorro com duas pontas e guizos nas pontas além de ter uma estrelinha saindo do meio das pontas do bolso e colocar na cabeça.

 

Ameer foi se afastando até que os dois jovens não puderam mais ouvir o barulho dos guizos.

 

— O gorro é pior. — Dennis comentou.

 

— Eu falei! 

 

O moreno alto riu seco e se afastou do garoto de cabelo bagunçado. 

 

— Bem, agora que você se livrou da sua família, eu vou indo. — Dennis disse quase indo embora. 

 

— Espera! — Asta disse agarrando o braço de Dennis — Eu não sei o que fazer com esse dinheiro! E eu não quero ficar sozinho. 

 

Dennis piscou os olhos tentando entender.

 

Asta não queria passar o Natal com sua família mas queria passar com Dennis? 

 

— E… o que você sugere? — Dennis questionou. 

 

— Sei lá, normalmente é o Dante que dá as idéias… — Asta disse pensativo e tocando o queixo. 

 

Dennis deu de ombros sabendo que era verdade, Dante era o rei das idéias aleatórias e planos de segundos, eles se metem em encrenca justamente por isso. 

 

— Tá aí! — Asta enganchou seu braço ao de Dennis — Vamos encontrar o Dante. 

 

— Asta, ele pode estar em qualquer lugar da cidade. 

 

— É por isso que temos que começar logo! — Asta disse dando o primeiro passo. 

 

O garoto de cabelo bagunçado sentiu pisar em algo além de neve e olhou para baixo vendo um pedaço de tecido preto. 

 

Asta se abaixou para pegá-lo e limpou a neve que estava em cima da touca preta. 

 

— É sua? — Asta perguntou. 

 

Dennis segurou o acessório de cor escura e o fitou com certo carinho. 

 

— Foi um presente — O moreno alto disse colocando a toca em sua cabeça. 

 

— É bonita — Asta comentou — Agora vamos! 

 

Assim, Asta e Dennis foram em busca do terceiro membro do trio. 

 

Estranhamente, Dennis se sentia bem com aquela mudança de rotina. 

 

Dennis se sentia presenteado, aquecido e não mais sozinho.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...