História My Angel or Demon? - Você realmente parece um anjo.

mais tinha uma cicatriz pela tatuagem da asa esquerda, ela não estava ali ontem, e porque hoje estaria e totalmente curada? que diabos está acontecendo comigo?

Sai do chuveiro e me vesti, coloquei uma calça de couro, uma bota de cano médio e uma regata preta, penteei meu cabelo e passei maquiagem, as mesmas de todos os dias, olhos bem marcados e exagerados e um batom cor de boca. Desci até a cozinha e minha mãe estava fazendo o almoço.

- Bom dia Ana.

- Bom dia Mãe.

Peguei torradas e geléia e para tomar café, comi e fui escovar os dentes, peguei meu celular e olhei o visor tinha uma mensagem do Carl.

" Ana, eu queria perguntar se tem como a gente sair hoje de novo, gostei muito da última vez. - Carl."

" Não da não. -A."

Revirei os olhos e coloquei o celular na minha bolsa, abri minha janela e percebi que estava um pouco frio, então peguei uma jaqueta com ziper lateral e vesti, desci dei um beijo na minha Mãe.

- Mãe eu já to indo, ontem o Daniel pediu pra eu cobrir dois períodos porque ele tava sem Bartender no período da tarde.

- Esse seu chefe te explora demais, você precisa dormir filha.

- Nah, estou bem mãe. Até amanhã.

Peguei as chaves do meu carro e fui até a garagem, entrei no meu dodge 68, ele era da minha mãe e ela me deu de aniversário quando fiz 18 anos. Ele era preto e recém reformado, eu adorava dirigir ele, sentia que estava voando.

Antes passei no Starbucks e peguei dois cafés grandes e cheguei no trabalho com um pela metade, estacionei meu carro e fui para trás do balcão onde era meu lugar, fiquei servindo homens nojentos e frustrados a tarde toda, até os adolescentes chegarem a noite achando que são imortais. Olhar eles me davam nos nervos, brincando com a vida dessa maneira, sei que não sou a pessoa ideal para criticar, eu bebia bastante, mais no meu limite e não ficar fazendo merdas para provar algo a alguém.

Um garoto playboyzinho sentou no bar e nem sequer olhou na minha cara, ele estava digitando ferozamente no celular e com a testa franzida e as vezes até fungava de raiva ou algo do tipo.

- Uma cerveja por favor.

Eu peguei e coloquei em sua frente, ele era bonito, usava uma camiseta branca e uma jaqueta jeans com as mangas arregaçadas, seu cabelo era um castanho bem claro. Até que fim ele bloquear a tela do celular e pegar na cerveja.

- Obriga...

Quando ele me olhou ele perdeu a fala, seus olhos azuis se arregalaram para mim e puta merda como esse garoto era bonito.

- Anael?

- Como sabe meu nome?

- É...eu...eu ouvi falar de você.

- A claro.

Vi que era um babaca então fui atender um outro cara que pediu um Burbon sem gelo, esse era corajoso.

- A proposito me chamo Rafael, Rafael Lange.

- Olá, sou a...

- Anael Lima, eu sei e também sei que prefere que te chame de Ana.

- Como...

- Bairro pequeno.

- Sim claro.

- Você é bem bonita Ana.

- Escuto muito isso de varias pessoas que estavam sentadas no seu lugar, algumas poucas dão a sorte de eu realmente ligar para o que elas falam.

- E estou com sorte?

- Não me decidi ainda.

- Eu não sou um bom cara para fletar, não levo geito pra isso.

- Sério? estava indo bem.

Ele sorriu e o sorriso dele era bonito, e seus olhos ficaram brilhantes e parecia que ele tinha uma alma pura, diferente de qualquer garoto que já se sentou aqui e puxou assunto comigo.

- De onde você era Rafael?

- Na verdade de lugar nenhum, eu viajo pelo mundo em busca de uma coisa, antes de estar aqui em Nova York, eu estava na Russia. Mais acho que minha viagem acabou.

- Você achou o que estava procurando? e justamente aqui em Nova York?

- Sim. 

- Que bom não é?

- Sim.

Ele sorriu tímido e bebeu o ultimo gole da sua cerveja.

- Quer mais uma?

- Não obrigado. Você vai ficar trabalhando aqui até que horas?

- Tenho mais duas horas.

- Você não se importa de eu esperar você?

- Depende da sua intenção.

Dei um sorriso um pouco perverso e ele fez o mesmo.

- Depende da sua intenção.

Eu servi um outro cara e o tempo tinha esquentado, tirei a jaqueta e outro cara pediu um coquetel, me virei para fazer e o entreguei e ele foi embora. Reparei que ele estava olhando minhas tatuagens.

- Algum problema com elas?

Ele saiu do transe e me olhos e corou um pouco.

- Não claro que não, se importa se eu perguntar o que vc tem tatuado nas costas?

- São assas.

Ele ficou palido e piscou várias vezes.

- Que pena que não da pra ver inteira deve ser bem bonita.

- Sim, elas são grandes.

- De onde veio a ideia de tatuar?

- Eu sonho muito com isso e desenho, tanto que fui eu que desenhei elas.

- É bem engraçado, você realmente parece um anjo.

Ele fechou os olhos e colocou a mãos em seu ouvido e gemeu um pouco, ele parecia estar com muita dor, se contorceu um pouco mais depois voltou ao normal.

- Está tudo bem Rafael?

- Sim, só meu ouvido que doeu um pouco, nada de mais, e pude reparar que você tem mais tatuagens.

Ele olhou pro meu braço.

- Sim, tenho essa no braço que são duas penas, tenho duas na coxa e essa aqui na mão.

Eu estendi a mão para ele ver e ele pegou minha mão e puder senti o quanto era macia, eu sei que ele se aproveitou um pouco mais eu não liguei, depois de ambos se darem conta do que estava acontecendo fui servir outro cara que pediu um Burbon com gelo, fraco.

- Você disse que gosta de desenhar, o que mais desenha?

- Gosto de criar personagens mais em coisas sensuais, sei que é uma coisa imbecil.

- Não, não é se você desenhou suas tatuagens você desenha muito bem, espero poder ve-la algum dia.

- Você acabou de fletar comigo de novo Rafael?

Ele apenas deu um sorriso e pediu um Jack sem gelo, estava começando a gostar desse garoto.