História My Antichrist (HIATUS) - Lelahel

P.O.V.s Jason

Quando estava voltando para o seu quarto, foi parado por Piper. Ela sorriu pra ele, mas ele continuou serio e perguntou:

-Onde você esteve o dia todo? 

-Eu... estava por ai. -ela respondeu passando as mãos pelo vestido. 

-Não me responde nada. E... -ele abaixou o tom de voz. -A mulher? 

-Ela morreu. 

-Eu sei que ela morreu, Piper. Quero saber oque foi aquilo lá? 

-Bem, ela morreu, você e o Nico encontraram ela e aliás como vocês estão?

-Piper!

-Desculpe, certo. Tinha alguma coisa estranha e...

-Você estava brilhando Piper. 

-Eu sei, isso é segredo nosso. 

-E o Nico estava estranho ele tin-

-Jason, lembra daquilo que te disse sobre eu saber de coisas de formas que não posso te contar como? 

-Sim. 

-É a mesma coisa. 

-Vai ficar me escondendo tudo?!

-Não é tudo, uma hora eu te conto. -Jason passou as mãos nos cabelos e respirou fundo. 

-Não pode ser agora? 

-Não. -ela deu um meio sorriso e depois continuou. -Você vai saber, mas se aguenta um pouquinho certo? 

-Piper... 

-Por favor, por favor, por favor. -ela fechou os olhos e juntou as mãos. 

-Tudo bem, mas vai me contar algum dia. -ela sorriu e o abraçou, depois saiu correndo pro quarto dela. 

Jason riu e abriu a porta pro seu quarto, lá dentro como sempre vazio e ele notou que estava sentindo a falta de Nico. Era uma coisa tão estranha pra ele que sem motivos, o fez rir por um bom tempo. O loiro ja deitado e prestes a cair no sono, lembrou que devia descer de novo, mas acabou dormindo. 

P.O.V.s Percy 

Naquela noite, Percy se retirou do salão principal cedo. Ao se deitar, ele sentiu um sono muito pesado se apoderar dele, sono esse que não sentia antes de entrar no quarto. 

Uma luz forte estava atrás de suas palpebras, Percy sabia que não fazia nem um minuto que havia dormido e a luz de uma lamparina não faria aquela luz toda. Ele abriu um olho e sentiu dor pela invasão da luz, tentou se acostumar com o clarão e então se deparou sobre o topo de uma montanha, vendo lá de cima todo reino adormecido, estava de noite e o castelo permanecia todo apagado. Percy não lembrava de ter chegado ali, não conseguiria ter chegado ali, parecia muito longe e de qualquer forma o teriam visto sair. Mas nada explicava a luz, era noite, a Lua não conseguia fazer isso. Ele se levantou um pouco tonto, e tentou ficar longe da borda. Se virou e viu uma  arvore frondosa e baixa. Sentada no chão, abaixo da arvore, estava Beatrice, Percy nunca havia se sentido bem perto dela, mas algo o incomodava ainda mais. Ele sentia uma levesa que era como se estivesse num segundo plano, se podia chamar assim. Percy notou que algo nele se sentia aliviado, era como se estivesse segurando o ar por muito tempo e então finalmente o tivesse soltado. 

A menina continuava lá, de cabeça baixa, pernas cruzadas e vestida com um vestido vermelho que lhe cobria até os pulsos e um manto branco de seda sobre os ombros com o capus caido sobre as costas. Ela abriu os olhos lhe fazendo ver que ao redor de suas iris havia um circulo dourado contrastando sobre o castanho. Percy nunca havia sentido tanto medo dela, por um lado ela parecia exalar paz, por outro, ele tinha medo não só pelo aspecto estranho, mas pela espada de lamina prata e cabo branco, sobre as pernas dela. 

-Sente-se. -ela disse com a voz ecoando pelos ouvidos de Percy, o fazendo ter mais medo. Mas ele fez o que foi mandado. Ela o encarou por um tempo, parecia analisar toda e qualquer expressão que viesse a fazer. -Como se sente? 

-Com medo, eu acho. -a voz dele saiu normal, mas dela continuava a ecoar, como se junto dela todas as arvores que desciam a montanha respondessem tambem. -Quem é você? 

-Meu nome é Lelahel, um  anjo Serafim. 

-Anjo? -ela concordou lentamente, os olhos ainda cravados nos do Percy. 

-Minha missão aqui é lhe ajudar Percy. -Percy ainda não acreditava, piscou varias vezes, mas ela continuou ali. 

-Eu estou acordado? 

-Não, estou na sua cabeça.  

-Então não é real? 

-Claro que é, por que não seria? -ela passou os dedos pela lamina e lhe mostrou o dedo sangrando, um vermelho mais vivo que o normal. 

-Acabou de dizer que está dentro da minha cabeça. 

-Sonhos ou pensamentos, podem ser reais.

-É mesmo um anjo? 

-Sim, eu sou. 

-Por que veio me ajudar? -Ela respirou fundo e olhou pro castelo, depois voltou seus olhos pra ele. 

-Há um mal naquele castelo, um mal que está o enlouquecendo. Ele era um dos nossos anjos, mas o tempo o cortou as asas e o entregou olhos negros. Precisamos tentar o trazer de volta para o nosso lado, ou ele permanecerá como um demonio e quando isso acontecer vai trazer muita tragedia, talvez, mais do que quando os anjos ficaram trancados fora do Paraiso. 

-E oque exatamente eu posso ajudar nisso? 

-Vocês são proximos e está começando a ganhar a inimizade dele, mas não é por vontade. Se sente diferente aqui, não é? Como se algo estivesse o deixado e agora estivesse bem. -Percy concordou. -É a força dele que o sufoca. Está sendo possuido pelo outro lado dele, pelo poder do demonio tentando eliminar o anjo que tenta permanecer. 

-Mas eu sou só eu. 

-Sim, mas ele tenta tranferir um pouco da dor para outra pessoa, o anjo é um guerreiro, mas está perdendo a luta, está ferido e se sente cada vez mais fraco, tenta ficar bem transferindo o poder que o demonio tenta investir nele, mas está sufocando a você. 

-E como posso parar isso? -ela levou uma mão até o rosto dele e tentou sorrir tranquilamente, o fazendo entender. -Não posso parar, não é? 

-Percy, você é só mais uma alma no plano terrestre. 

-Eu vou morrer. 

-Vai. -ela concordou se afastando e o vendo deixar lagrimas rolarem pelo seu rosto. -Mas como disse é só uma alma, uma alma jovem demais. Quando morrer eu o levarei. 

-Como? -ele fungou e a olhou confuso. 

-Eu que o leverei para o Paraiso, entendemos que não está no seu real "eu" lá embaixo. Não irá para o porão. -ele entendeu que ela se referia ao inferno. 

-Eu quero continuar aqui, na terra.

-Eu sei, todos querem, mas eu o trarei de volta daqui a uns seculos. 

-Trará? 

-Sim, você morerá pelas mãos do anjo-demonio, verá sua verdadeira face quando declinar para morte. Temos anjos trabalhando no castelo, para tentar salvar aqueles de quem ele se aproxima. Meu trabalho é você, mas eu não vou o salvar.

-Por que? -ele levou uma das mãos ao rosto para tirar a lagrima que caia. 

-Porque você vai ser o nosso soldado. Assim como Miguel derrotou Lucifer, você irá nos representar nessa guerra. Herois não surgem do nada, tem que cair para se levantar de novo, com cicatrizes como semblante de uma bandeira. Você morrerá, mas voltará com o espirito de um guerreiro do Céu. 

-Acha que eu vou conseguir derrotar um demonio? 

-Agora não. 

-Poderia ser qualquer um por que a mim?

-Você foi mais machucado nessa estoria, Percy. Está sofrendo por dentro, sempre vê que ele está com outra pessoa e não com você, sente raiva, os poderes do demonio empreguinados em você se ativam e o mudam. Sou um anjo que representa o amor, Percy e posso lhe garantir que não há arma mais poderosa que o amor. Para ferir ou não, ele que lhe ajudará a cumprir oque quer que seja. 

-O anjo-demonio... se refere ao Nico, não é? -ele mordia o labio tentando não deixar cair mais lagrimas. -Como acha que posso matar alguem que eu amo? 

-Exatamente. O matará porque o ama. -Percy franziu a testa confuso com aquela estoria toda. 

-Então porque não o Jason? -ele perguntou com a voz tremula de raiva. 

-Porque ele tambem o ama, o suficiente para cair nas graças do demonio e ficar do lado oposto. Você o ama de uma forma diferente, quer o melhor dele e sabe oque deve fazer. O anjo que segue o Jason, começou o trabalho de uma forma ruim, ela o fez ver apenas a bondade no amor, você já está calejado o suficiente. Me entende? 

-Entendo. 

-Não foi por conhecidencia que ele foi embora, aquilo o quebrou uma vez, não queria se casar e isso o quebrou tambem, depois ele chegou, e o quebrou mais uma vez, se apaixou pelo seu melhor amigo e o deixou, mais uma vez... 

-Quebrado. -ele concordou. -Fui quebrado o suficiente para ver que o lado ruim do amor é amar. Eu sei que ele morto será o melhor pra ele mesmo, da mesma forma que eu estou sufocando, ele está só que por forças opostas. -ela sorriu vendo que ele compreendeu. -Posso está sofrendo, mas ele está mais, mesmo que isso não possa ser visto. 

-Isso mesmo. 

-Como poderia o matar. 

-Sabe que não o matará agora. 

-Eu sei, mas o demonio deve ser esperto para saber que não será agora. Tambem não pretendo morrer tão cedo, Beatrice, ou Lelahel. 

-Eu sei. -ela abaixou o rosto e levantou a espada a segurando pelo lado plano da lamina, que era tão afiada e palida que parecia inofenciva, mas Percy sabia que não era. Ele a tomou em suas mãos e a olhou. -Ela tem um nome. 

-E qual é? 

-Luz. 

-Só "Luz"? 

-Em enoquiano seria mais dificil, então, sim, só "Luz". Não me desaponte quando usa-la. 

-Não vou. 

P.O.V.s Piper

Piper via da janela do seu quarto o brilho na ponta da montanha. Sabia que Lelahel devia está conversando com o Soldado Celeste, ela ainda não sabia quem era. Haviam o chamado assim quando conversaram da ultima vez, mas Lelahel parecia não confiar o suficiente para lhe dizer quem seria. Viver no castelo era uma tarefa dificil, principalmente quando o seu protegido estava tendo um caso com o anjo-demonio e esse parecia está discutindo o tempo todo com ele mesmo. Os dois espiritos alojados nele gritavam o tempo todo e faziam Piper ficar atordoada. Por isso vivia fugindo. Naquela noite, quando Jason e Nico chegaram ela não negar que ficou feliz ao ver felicidade no rosto de Jason, mas se sentiu mal por ele ainda não saber de nada e saber que futuramente teria um papel da Guerra dos Dois Espiritos.