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História My Best (Boy)Friend II - Quebra-Cabeças - Pessoas Em Quem Confiar


Escrita por: AmyLee-Chan

Notas do Autor


Esse capítulo já era grande, mas era pra ter ficado bem menor. Porém quando fui revisar para postar, percebi que conseguiria colocar umas coisinhas sentimentais (coisa que, convenhamos, está faltando um pouco na fic. Juro que vou me esforçar para melhorar quanto a isso).

Boa leitura!

Capítulo 8 - Pessoas Em Quem Confiar


Fanfic / Fanfiction My Best (Boy)Friend II - Quebra-Cabeças - Pessoas Em Quem Confiar

 

 

     Quando Kirishima acordou no outro dia, sentiu um peso sobre sua mão esquerda. Abriu os olhos devagar, se deparando com a figura de um Bakugo dormindo tranquilamente, a mão caída sobre a sua. Seus rostos estavam próximos e por um momento ele apenas ficou ali, observando o loiro que parecia tão calmo, respirando devagar, como uma espécie de anjo adormecido. Até esqueceu-se de que, quando acordado, se parecia mais com o próprio demônio. E aquela cena fez sua boca curvar-se num sorriso apaixonado. Às vezes Kirishima se esquecia do quão sortudo era por poder chamar aquele explosivo de seu. O que há algumas semanas aparecia apenas em seus sonhos, estava ali, na sua frente, descansando despreocupado.

 

     Lembrou-se da noite passada. Mesmo com a desculpa esfarrapada de Katsuki, Eijiro o conhecia o suficiente para perceber que, na verdade, Bakugo havia se preocupado consigo. Era assim que ele era. Usava de sua falsa arrogância e palavras ruins para disfarçar o quanto se importava com os outros. Mas mesmo assim, uma atitude como aquela era inesperada e fazia o peito do ruivo se aquecer. Era tão bom se sentir cuidado e protegido por quem amava e o ruivo esperava recompensar aquele sentimento. Levantou-se devagar, cuidando para não despertá-lo e foi tomar um banho.

 

     O seu celular marcava quase onze horas. Por sorte era Sábado e eles puderam compensar as horas perdidas assistindo filmes de madrugada. Vestiu uma bermuda e uma blusa qualquer e percebeu o celular vibrando, anunciando que havia chegado alguma mensagem. Era Sero, avisando que o Bakusquad estava no térreo, esperando os dois para tomar o café da manhã barra almoço. Kirishima foi até o loiro, que ainda dormia.

 

- Ei... Ei, Katsuki. Acorda, o pessoal tá chamando a gente pra tomar café. – chamou de forma calma, passando os dedos pelos fios dourados do mais velho, que apertou os olhos, antes de abri-los. Encarou o Kirishima de cabelos molhados que escorriam pelo seu rosto. Desejou acordar assim todos os dias pelo resto de sua vida.

 

- Eles que se danem, eu não quero ir. – murmurou com a voz rouca pelo sono e se virou para o outro lado, buscando voltar a dormir. O mais novo se agachou ao lado da cama.

 

- Não seja mau Katsuki, vamos por favooor! – falou perto de seu ouvido, fazendo Bakugo se arrepiar.

 

- Tá bom caralho, eu vou! – xingou sem estar realmente bravo, se levantando da cama rapidamente enquanto Kiri sorria pra si.

 

     Bakugo se dirigiu ao próprio quarto para poder se arrumar, enquanto o suposto ruivo tratava de descer ao térreo para assim poder fazer seu desjejum junto dos amigos. Chegando à cozinha, um delicioso aroma invadiu suas narinas, causando alvoroço em seu estômago. Ashido devia ter ido a alguma padaria, pois a mesa estava lotada de doces e salgados, dos mais variados tipos, tamanhos e sabores. Os amigos estavam conversando animados, enquanto a rosada digitava sorridente ao celular. Kirishima cumprimentou os amigos, ainda meio sonolento, sendo respondido pelo loiro e o moreno, porém a alien nem levantou a cabeça.

 

- O que houve com a Mina?

 

- Tá conversando com a namorada dela... – Sero respondeu, em tom meio chateado.

 

- Agora ela só conversa com essa menina, nem quer saber dos amigos! – completou Kaminari, ofendido.

 

- Parem de falar de mim como se eu não estivesse aqui! – chamou Mina, guardando o celular em seu bolso – Eu só fui responder umas mensagens, seus dramáticos. E não vem me julgar que você faz a mesma coisa, Denki!

 

- Quê? Faço nada! - Enquanto os dois continuavam nessa eterna discussão de “Faz-não-faz”, Hanta e Eijiro aproveitaram para desfrutar do bolo de chocolate que era exposto ali, ignorando a barulheira que os outros dois faziam. Barulheira essa que foi cessada com a entrada do explosivo.

 

- Calem a porra da boca vocês dois. Credo, parecem um bando de maritacas! – e se sentou ao lado de Kirishima para comer. Kaminari e Ashido perceberam que estavam perdendo parte de seu lanche e rapidamente se juntaram a eles, esquecendo a discussão de minutos atrás.

 

- A gente devia fazer isso mais vezes. Foi divertido. – Eijiro comentou, após alguns minutos em silêncio.

 

- Pois é, não sei como não tive essa ideia antes. Na próxima semana podemos ir ao Shopping! – quando Bakugo abriu a boca para reclamar da ideia de Ashido, seu celular começou a tocar. Era Mitsuki. Bufou enquanto atendia.

 

- Quê que foi velha? Não, eu vou ficar aqui. Eu tenho prova, não tenho tempo pra isso. E o que mais eu faria além de estudar? Tá achando que eu... Será que dá pra vocês ficarem quietos? – perguntou se referindo aos amigos que continuavam conversando – Hã? Só os idiotas da minha sala. – viu Ashido mostrar a língua pra si – Tá aqui, por quê? Eu não vou... Tsc, tá, tá legal! – revirou os olhos cutucando Eijiro – Oy, Cabelo de Merda, é pra você. – o garoto o encarou confuso, assim como os outros dois meninos, enquanto pegava o celular.

 

- Hm, oi senhora Mitsuki. Vou bem sim, obrigado. Ah sim, estamos estudando todos juntos. Ah... Claro, acho que é melhor depois da semana de provas e... Certo, eu fico de olho nele. – riu para Bakugo, que o encarava rabugento – Tá bom, tchau, até mais! – devolveu o aparelho ao loiro assim que a mulher desligou.

 

- O que ela disse? – o explosivo perguntou, guardando o aparelho no bolso.

 

- Me chamou pra almoçar na sua casa qualquer dia desses... – Sero encarou o ruivo, de forma curiosa.

 

- Pera, a mãe do Bakugo te chamou pro almoço? Desde quando vocês se conhecem? – apesar do Sol da tarde, Kirishima se arrepiou quando sentiu o corpo esfriando após a frase de Sero. Olhou Bakugo de canto, ele parecia calmo. Limpou as palmas das mãos na bermuda.

 

- Eu vou à casa do Bakugo em alguns fins de semana, pra jogar vídeo-game... – falou baixo, voltando sua atenção para um copo de suco que custou lhe descer na garganta.

 

- Ela falou igualzinho o pai da Kyoka, pareceu até que vocês estavam namorando! – Kaminari riu e Kiri não teve nem tempo de surtar com o comentário tão preciso, pois Bakugo disse o que mudou o rumo daquela conversa de uma forma totalmente inesperada.

 

- Deve ser porque estamos. – incorporando o tom e expressão apáticas do meio a meio, Katsuki sibilou tais palavras de forma tão fria quanto o clima formado após as mesmas chegarem aos ouvidos dos amigos.

 

     Kirishima travou, ainda com o copo em seus lábios. Virou a cabeça mecanicamente para encarar o loiro, que deslizava o polegar ao celular, de uma forma perturbadoramente calma. Girou suas íris em direção aos amigos, que os encaravam tão perplexos quanto. Ninguém sabia exatamente o que dizer, paralisados em seus lugares, trocando olhares confusos. Até que Sero finalmente decidiu se pronunciar.

 

- Espera, vocês tão falando sério? Tipo, sério mesmo? – sua expressão não mostrava raiva ou repulsa, apenas confusão e nervosismo, assim como Denki. Mas antes que Kirishima ousasse abrir a boca, Ashido pulou de seu lugar.

 

- AAAAAAHHHH FINALMENTE! Eu não aguentava mais essa enrolação de vocês dois, tava quase contando eu mesma! – ela parecia aliviada.

 

- Ai caralho é sério mesmo! – Kaminari arregalou os olhos – Meu Deus o Kiri tá namorando o Bakugo!? E o Bakugo tá namorando o Kiri!? É muita informação pra processar! – falou levando as mãos a cabeça. O ruivo não sabia exatamente como responder aqui e Katsuki continuava mexendo em seu telefone.

 

- Espera, há quanto tempo vocês estão juntos? – Sero perguntou e Kacchan finalmente entrou na conversa.

 

- Hoje faz exatamente uma semana. – murmurou, depois de olhar a data em seu celular.

 

- Vocês estão nos dizendo que já faz uma semana e não contaram pra gente? E por que diabos a Mina sabia disso?

 

- Ah Denki, é que era um assunto privado, só para os mais íntimos, sabe? – a alien brincou, deixando Hanta e Denki os olhando indignados.

 

- Também não exagera Mina. – e, se voltando aos dois – É... Uma longa história.

 

- Que você vai nos contar, timtim por timtim! – Kaminari franziu o cenho, fazendo biquinho e Kirishima assentiu, coçando a nuca e respirando fundo.

 

- Pra quem queria manter em segredo você falou bem normalmente. – Eijiro comentou e Katsuki deu de ombros.

 

     Poderíamos simplesmente deduzir com este ato bastante imprevisível, que Katsuki havia mudado suas escolhas repentinamente. Mas o loiro explosivo não é do tipo que retoma decisões com tanta facilidade, sem que haja nenhum motivo justo para tal. A verdade é que houve uma influência bastante específica para Katsuki ter mudado da água para o vinho em tão pouco tempo. A confiança. Quem conhece Bakugo, poderia dizer que suas virtudes são resumidas em coragem, orgulho, esforço, inteligência... Varias opções estariam à disposição para qualquer um a quem fosse perguntado. Mas o que poucos sabiam é que, para o jovem academista, a confiança mútua era um atributo muito valioso para si.

 

     Normalmente, era muito confundida com a sinceridade amarga e cruel do loiro. Afinal, para si, a sinceridade era a base para qualquer tipo de confiança, por mínima que seja. A seu ver, não era possível confiar em alguém de alma falsa, pois deste modo, você nunca saberia o que ela realmente pensa e deseja. Com isso em mente, Katsuki sempre se esforçava ao máximo para ser o mais honesto possível, tanto consigo mesmo, quanto para os outros. Mesmo seu orgulho dificultando um poucos as coisas, ele desejava ser alguém digno da confiança de quem admirava. All Might era um desses exemplos. Seu super-herói favorito desde criança, havia lhe confiado o segredo do All For One. E como havia prometido, não dividiria aquela confidencia com mais ninguém.

 

     Por levar este assunto tão a sério, eram poucas as pessoas que ele confiaria suas intimidades e fraquezas. Seus pais, o antigo número um e até o idiota do Deku, foram os únicos durante muitos anos. Pouco depois de entrar para a U.A. o próximo que conquistou sua confiança foi o ruivo com obsessão por masculinidade. Kirishima Eijiro havia lhe chamado a atenção desde o primeiro momento em que interagiram diretamente. Dividindo os mesmos princípios, Eijiro logo se tornou alguém em que Katsuki lhe confiaria sua vida se necessário. Era fácil ser honesto com Kirishima. Afinal, antes de tudo, ele era um dos únicos que lhe entendia e não o julgava. Deste respeito mútuo nasceu uma amizade, que aos poucos evoluiu para algo mais.

 

     Por esse motivo, Katsuki levou tão a sério as palavras de Eijiro. “Sei que os nossos colegas ficariam do nosso lado. Pode confiar deles!”. Confiar... Será mesmo que poderia? Deveria confiar naqueles três patetas sorridentes para dividir algo tão privado e importante?  E se eles o humilhassem? Se fizessem alguma piada idiota ou o olhassem da mesma forma nojenta que sua tia, no dia em que revelou estar num relacionamento com alguém de mesmo gênero? Sua própria família havia o rejeitado, então porque confiar em simples colegas de classe que conhecia a menos de dois anos? Aquilo não lhe parecia certo e logo suas inseguranças o dominaram.

 

     Porém suas opiniões iam se tornando mais flexíveis ao passar dos dias. Durante toda aquela semana ele analisou cuidadosamente cada um daquele grupo. A conclusão que chegou, era de que os três eram realmente um bando de idiotas inconsequentes. Porém e, além disso, Katsuki encontrou altas doses de um sentimento bom, quem aquecia uma região à esquerda do peito. E finalmente o nome Bakusquad fez sentindo em sua cabeça. Eles eram seus amigos, não importava o que houvesse. Quando o ajudavam na organização do quarto (mesmo que fossem obrigados, não reclamavam), quando, apesar da natureza irritadiça do loiro, sempre tentavam puxar algum assunto e incluí-lo em seus planos para eventos e festinhas nos fins de semana.

 

     Ashido Mina, Sero Hanta e Kaminari Denki, eram pessoas em que podia confiar. Mesmo sendo atrapalhados e barulhentos, eles se importavam consigo e queriam seu bem, mais do que certas pessoas de mesmo sangue. Katsuki percebeu realmente, quem era sua verdadeira família. Mas mesmo com essa conclusão, Bakugo não iria ferir seu orgulho com esse tipo de drama sentimental. Sabia que provavelmente Eijiro havia notado o motivo daquela decisão – e só pra constar, ele havia sim. Era fácil para o Kirishima, perceber o que se passava pela cabeça do loiro. E, pessoalmente, ele estava muito feliz por Katsuki finalmente, mesmo que aos poucos, estar saindo daquela casca de orgulho e agressividade para se deixar confiar de novo em outras pessoas. – Porém não deixaria, ao menos por agora, que mais pessoas percebessem o turbilhão de sentimentos que ele havia presenciado em tão pouco tempo. Por isso, adotou sua postura impassível e irritadiça, sendo o mais indiferente quanto pôde. Respondeu simplista, para disfarçar a pacífica felicidade que havia se apossado de seu coração:

 

- Nhé, mudei de ideia. Mas se abrirem o bico pra alguém, eu vou fazer vocês desejarem nem ter nascido. – os ameaçou, que rapidamente concordaram. Sero deu uma risada nasalada.

 

- Caraca, nunca que eu ia imaginar algo assim... – falou, a ficha ainda não havia caído por completo.

 

- Francamente, vocês são bem idiotas por não terem percebido antes...

 

- Dá um desconto Mina, eu nem sabia que o Kiri e o Kacchan gostavam de caras... – ele pareceu raciocinar um pouco, coisa rara vinda de Denki – E pensar que o Bakugo podia até ter dado em cima de mim! Que doidera... – o explosivo levantou a cabeça, apertando os olhos.

 

- Nunca que eu ia dar em cima de você, com essa sua cara de burro. – falou e os outros começaram a rir, enquanto Kaminari reclamava com o mais velho.

 

- Espera aí, então quer dizer que você acha o Kiribaby bonito, é? – Ashido não perdeu a oportunidade de implicar com o loirinho, usando suas ofensas contra ele mesmo. Katsuki olhou Kiri com o canto do olho.

 

- Você ouviu o que eu disse. – e num segundo Eijiro estava mais vermelho que o próprio cabelo.


Notas Finais


Huuuum, pessoalmente eu gostei do resultado. Fiz correndo na hora da aula kkkkkk

Mas e vocês, estão gostando? Não se sintam acanhados em comentar críticas e sugestões. A opinião de vocês é muito importante para a minha evolução e, consequentemente, o aperfeiçoamento da história. Muito obrigada a quem leu e está acompanhando a fic!

Beijinhos de Marshmallows...

Tchau!!


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