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História My Daebak Dad - A Tatuagem de Kim Seokjin


Escrita por: beagotnojams

Notas do Autor


OEEEEEEEEEEEEEE 100 FAVS VALEUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU

soltando o famoso capítulo 4! jshsjhdsjhdksjhd

boa leitura <3

até as notas finais <3

Capítulo 4 - A Tatuagem de Kim Seokjin


Yoongi

Durante o resto da tarde, Hoseok ficou passando na frente da recepção com um sorriso no rosto a porra do tempo inteiro, como se estivesse me fiscalizando. Ele parecia estar tendo orgasmos múltiplos só por me ver tomando no cu (digo, organizando fichas de alunos DE NOVO). Baekhyun teve que me segurar várias vezes pra não ir até lá arrastar a cara de bolacha dele no asfalto, do lado de fora da JungShape. Mas no final das contas, concluímos que isso seria uma má ideia, já que o chão ficaria todo sujo de sangue e a guarda municipal ia obrigar a gente a limpar, e aí seria mais um trabalho pra nossa lista.

Outra coisa também estava me incomodando: Jungook e Yuki. Eu achei que Jungkook me ligaria reclamando ou algo do gênero, já que eu NEM MESMO ESPECIFIQUEI o tempo que ele deveria ficar com a garota. Eu poderia ter voltado ao meio-dia, mas também poderia voltar só na segunda, como ele ia saber? Mas não recebi nem uma mensagenzinha sequer, e isso me preocupa. Tenho medo que minha casa tenha sido incendiada pelos dois ou coisa parecida, já que Yuki é apenas uma criança e Jungkook não parece muito mais maduro. Espero não chegar na rua do meu prédio e ser surpreendido por carros de bombeiro e ambulâncias.

Passei a tarde implorando pra que Taehyung parasse de sassaricar na recepção entre os horários de suas aulas pra me convencer a ver Meu Malvado Favorito 3 com ele no cinema. Normalmente eu sou o bucha que tem que assistir aos desenhos animados com ele, enquanto nossos amigos vão ver filmes fodas de ação. 

Nesse domingo, eu só queria descansar. Fiz mais tatuagens do que o previsto no início da semana, e ainda tem o Hoseok cuzão. Por isso, dei um perdido no Tae e saí correndo daquela academia irritante, mas não antes sem passar na sala do chefinho pra mostrar o trabalho feito. Ele estava lá ouvindo alguma música daquelas  aegyo fofas e açucaradas que venera e pareceu muito alegre ao me ver com cara de quem foi atropelado por um trator.

Ando apressado pra casa, torcendo pra que tudo esteja onde eu deixei. Ao chegar, cumprimento o velho porteiro Gum, que me ignora porque está no décimo sétimo dos sonos. Achei que tivesse me confundido e entrado em um chiqueiro ao invés da portaria do prédio por causa do barulho de porco, mas é só ele roncando. Não são nem seis ta noite e o homem tá desmaiado. Olha, parece eu!

A porta do elevador se abre e eu fungo duas vezes. Hm, sem cheiro de queimado, fumaça ou qualquer coisa que indique incêndio. Bom começo.

Ao chegar em frente ao meu apê, estranho um pouco o silêncio. Está tudo calmo. Calmo demais. Será que morreram? Espero que não, ia ficar complicado pra mim e eu não posso ser preso agora.

Pego as chaves e abro a porta de uma vez.

Sou surpeendido pelo cheiro forte de pipoca, além do ambiente da sala todo escurecido, e eu só identifico os dois porque são iluminados pela luz da TV, cuja tela está preta e ostenta as seguintes palavras:

Aqui, no entanto, nós não olhamos pra trás por muito tempo;

Nós continuamos seguindo em frente, abrindo novas portas e fazendo novas coisas;

Porque somos curiosos... e a curiosidade continua nos conduzindo por novos caminhos.

Não desista dos seus sonhos. Siga em Frente.

Walt Disney

E daí os créditos sobem.

Nossa.

Acendo as luzes pra dar de cara com o quê? Yuki e Jungkook no MEU sofá enrolados com as MINHAS cobertas, e comendo a MINHA pipo... espera, essa pipoca não é minha não, de onde eles tiraram isso?

— EEEEEEEEEEEEHHHHHHHHHHHHHH! — Yuki grita, batendo palmas e subindo em cima do MEU POBRE sofá. Jungkook, por outro lado, está chorando. Não estou brincando. A cara dele está inchada e vermelha, e é tão hilário que sou obrigado a morder os lábios pra não cair na risada. Eles só notam a minha presença 300 anos depois.

— Então quer dizer que a minha casa virou uma sala de cinema improvisada? — Pergunto, apoiando o corpo na parede e tentando não olhar pro tomate chamado Jeon Jungkook. Sensível ele, né?

— Senhor Yoongi, você chegou! —Yuki corre na minha direção e começa a me puxar até o centro da sala. — A gente estava assistindo a Família do Futuro, um dos meus filmes favoritos da Disney! Kookie Oppa gostou muito!

— É, tô vendo... — Sorrio, enquanto o garoto limpa o rosto molhado. — Espera, "Kookie Oppa?" Já estão assim?

 — Somos amigos! — Ela ri, abraçando Jungkook. —Além disso, assistimos ao filme cinco vezes, porque o Oppa gostou muito!

— ESSE FILME É SENSACIONAL! — Jungkook exclama, com um brilho nos olhos que me faz duvidar de que ele tenha realmente mais que dez anos de idade. — É sobre um menino inventor que consegue visitar o futuro e daí ele conhece a FAMÍLIA DELE NO FUTURO, tipo, o filho, a esposa e...

— Eu conheço, Jungkook. — Rio, achando graça da falação toda. Queria falar que é impossível não conhecer esses desenhos sendo amigo de Taehyung, que é phD em animações do tipo.

Ele sorri, e percebo que me olha de um jeito meio estranho. Talvez seja porque não estamos gritando um com o outro como de costume, e isso é até legal, de certa forma. Jungkook parece querer falar alguma coisa, mas acaba ficando na sua. Ele nem parece aquele garoto chato e barulhento do apartamento de frente ao meu, está quase... suportável? Estou impressionado.

— Beleza, mas e essa pipoca? Onde vocês arranjaram isso? — Indago, indo até o sofá e pegando um balde daqueles de cinema, só que esse tem o tema dos Vingadores. 

— Pegamos tudo na casa do Oppa, os seus biscoitos não forraram a nossa barriga por muito tempo, não! Acabou muito rápido! — Yuki responde, na maior cara de pau do mundo.

— VOCÊS COMERAM TODOS OS MEUS BIS... — Mas paro e respiro fundo, tentando não gritar de novo, logo agora que eu e Jungkook estamos nos falando minimamente como pessoas civilizadas. — Quer saber, esquece. Deixa pra lá. Mas agora, eu quero saber quem é que vai limpar toda essa bagunça aqui!

Me refiro obviamente ao rastro de biscoitos e pipoca em cima dos meus edredons tão preciosos. Os dois, por incrível que pareça, começam a rir de forma cúmplice e vão em direção a cozinha, mais especificamente a área de serviço, voltando com vassoura, pá e outras coisas que eu nem me lembrava que estavam lá. Balanço a cabeça, meio que sem acreditar nessa amizade REPENTINA deles e me dirijo ao meu estúdio, onde vou estar em menos de a hora com um cliente.

— E QUERO TUDO DO JEITO QUE EU DEIXEI! - Grito, já no corredor.

— SIM SENHOR! — Jungkook e Yuki berram de volta, como soldados. Mereço

                                                                                                            ❄

Do meu estúdio-quarto, posso ouvir os dois cantando a abertura de um anime aleatório enquanto limpam minha sala. O japonês de Yuki é perfeito como o de uma nativo, uma pena eu não poder dizer o mesmo de Jungkook. Ele se saiu melhor do que pensava, já que eu achava que cuidar de uma criança era o pior dos castigos pra um adolescente.

Ou talvez foi Yuki quem tenha se saído bem.

Volto para a sala e agora tudo parece arrumado: não há mais comida no chão e meus edredons estão dobrados em cima do sofá. Ótimo, gosto assim.

— Ficou muito bom, eu sei. — Jungkook sorri, cruzando os braços. — 30.000 wons, fazendo um precinho bom só porque é você! 

— Não fode! — Respondo, jogando uma almofada na cara dele. Sinto uma ardência repentina do braço. — AI!

 — Falar palavrão é feio, Senhor Yoongi! É o que a mamãe sempre dizia! — Yuki faz um bico de irritação. Se ela for mesmo uma Nakamura, eu fico até supreso com essa aversão dela a palavrões, já que eu nunca vi família mais desbocada. Eu mesmo sei uns 12738 xingamentos em japonês, só por causa de Naomi.

— Beliscar os outros é feio, meio quilo! — Retruco, irritado. Meu braço ficou até vermelho.

— Bom... então... eu vou embora! — Jungkook fala, me tirando da discussão com a pequena. — Yuki me ajudou de muitas formas hoje... Acho que uma consulta ao psicólogo não seria tão eficiente! 

— Ah, é? — Encaro Yuki com curiosidade, e ela cora, dando de ombros.

— A gente faz o que pode! — Ela ri em resposta. Eu não posso com essa garota.

Yuki corre na direção de Jungkook e o abraça com força. 

— Você vai voltar aqui pra nos vermos de novo, não é Oppa? Diz que sim, por favooooooooooor!

— É claro que sim! Eu adorei o filme, mesmo a gente tendo visto ele cinco vezes seguidas! — Ele ri, abaixado pra ficar no mesmo nível que ele. — Eu volto pra gente assistir mais filmes da Disney, pra falarmos de música... se o Yoongi deixar, claro. Ah, e se ele prometer que não vai mais quebrar coisas minhas coisas!

Os dois me olham ao mesmo tempo e eu só posso mostrar o meu maior sorriso amarelo. Como é que se sai de uma situação dessa? Quer dizer, Jungkook NÃO sabe quem Yuki realmente é, ou pelo menos diz ser, além de que ela está fugida de casa e eu não pretendo que ela fique por muito tempo, ou vou acabar me metendo em merda, e já não basta Jimin e Tae fazendo isso pra mim, vem Yuki pra complementar.

— Hm... é... claro, claro, você pode voltar! — Respondo sem muito convicção e Yuki comemora, fazendo um High Five com seu novo amiguinho. Abro a porta do apê para que ele possa ir embora.

— Tchau, Oppa! — Yuki se despede. — Se cuida e lembra do que eu falei, ein! 

— Não vou esquecer mesmo! Obrigado, minha linda. — Ele sorri.

 E ela corre em direção ao corredor.

— Por que eu estou me sentindo um penetra aqui? — Pergunto, assustado com a facilidade com que eles se entenderam, como se eles se conhecessem a anos. É como se Yuki fosse uma mini Tae. A mais sociável.

 — Ela é realmente incrível, nem me lembro de ter conversado com um criança tão inteligente! — Ele diz, caminhando em direção a sua casa, que fica a menos de um metro da minha. — Caramba, os pais delas devem ficar orgulhosos.

— É... — Confirmo, sem saber o que dizer a mais com relação a isso. — Você nem é um babaca como pensei que fosse, vizinho. Parabéns.

— E você nem parece tão mal-humorado e chatão como de costume! Parabéns! — Jungkook me imita e aperta minha mão, de forma conciliadora.

— Tá legal, agora se manda. — Falo e ele morre de rir. — Obrigado por olhar Yuki pra mim. E tenho um cliente daqui a pouco, vou me preparar.

Aí, uma coisa muito estranha: O menino estremece, coça os cabelos castanho-escuros e brinca com o brinco em uma das suas orelhas, como se estivesse nervoso. Jungkook se aproxima com uma expressão bastante séria e murmura:

— Ah, e com relação a isso, fique tranquilo. Prometo guardar seu segredo! 

— Do que você está falando, garoto? — Indago, sem entender uma porra.

—  Você sabe... quer dizer... sobre você ser um... garoto de programa. — Ele diz, baixinho. 

Sinto uma falta de ar súbita e preciso me apoiar na parede do corredor do nono andar pra não cair duro.

— PUTA QUE PARIU, VOCÊ FICOU MALUCO? DE ONDE TIROU ISSO??

— MAS VOCÊ DISSE QUE TEM UM CLIENTE! — Ele grita de volta, assustado.

— SAI DA MINHA FRENTE, AGORA! — Empurro o abusado, em direção ao seu apartamento. — ANDA, SAI DAQUI!

— MAS EU...

— SAAAAAAAAI! — Ele abre a porta desesperado e eu mesmo a fecho com força, sem acreditar no que me disse.

É isso que acontece quando a gente resolve dar confiança a gente escrota, porque caralhos ele pensaria em algo assim? Tudo bem que eu nunca disse nada sobre o meu trabalho sem ser na JungShape, mas isso nem é motivo pra pensar que eu sou um prostituto! Vida, me leva agora, por favor!

Entro em casa resmungando, e sou surpreendido pela figura pálida e pequena de Yuki parada no meio da sala, me encarando.

— Que é? — Pergunto, irritado.

— Você brigaram de novo? — Ela questiona, tombando a cabeça de lado. 

— BRIGUEI E NÃO QUERO MAIS ELE AQUI DENTRO DE CASA, SE FOR PRA FICAR PENSANDO "COISAS" DE MIM! — Grito pro garoto ouvir mesmo. Ela não responde, apenas me avalia com cuidado. — Algum problema? — Questiono DE NOVO, impaciente.

— Não, é só que eu já sei como chamar você. — Yukki sorri, sentando-se no sofá. — Agora só te chamo de Suga.

— Suga? O que é um "Suga"? — Pergunto, sem entender onde ela quer chegar com isso.

— Ué, simples! Eu não posso te chamar de papai que você fica irritado, eu vou dar um tempo pra se acostumar, tudo bem... e "Senhor Yoongi" é formal demais, não consigo me sentir próxima a você assim! — Ela fala como se fosse tudo muito fácil. — Por isso, eu vou te chamar de Suga. Porque você é branquinho como açúcar, além de ser um sorriso doce como açúcar, também!

— Ué, você já me viu sorrir? — Pergunto, irônico. De fato, acho difícil que ela tenha me visto com uma expressão facial que não seja uma carranca.

— Sim, duas vezes! A primeira foi quando você me viu arrumando a sala com Kookie Oppa, você estava sorrindo SIM! — Yuki aponta de forma quase acusatória, seus cabelos negros caindo pelo rosto.

Eu... sorri nessa hora?

— E a segunda foi quando eu te contei que a mamãe voltou pro Nihon e que ela havia virado Relações... ah, nunca sei! Você sorriu, também, e foi tão bonitinho.

Sinto meu corpo estremecer. Fazia tempo que eu não sorria por causa de Naomi.

— Tá, que seja! Sugar, Acúcar, chama do que você quiser. —  Tento acabar com essa conversa desconfortável num nível surreal pra mim. — Além do mais, vai chegar um cliente aí, então é melhor você...

— Ah sim, você vai fazer uma tatuagem nele! Legal! Posso ver?

— Eu... ESPERA, COMO VOCÊ SABE? — Aumento o tom de voz, sem acreditar.

— Achei tintas espalhadas pelo seu quarto, além de um caderninho com alguns preços, inclusive achei muito caro! Enfim, tudo quando eu dei uma olhada pelo apartamento enquanto você dormia hoje cedo, antes de ir pra sua academia! — Yuki explica, me fazendo abrir a boca.

— Olhada. Pelo. Meu. Apartamento? — Indago lentamente, sem crer que ela provavlemente fez uma bela de uma revista pela minha casa.

—  Sim, e depois eu vi aquela plaquinha falando de tatuagens na porta do "quarto misterioso e trancado" e vi as suas próprias tatuagens enquanto você dormia. — Ela fala, como se fosse completamente natural observar as pessoas enquanto dormem.

— Enquanto. Eu. Dormia? — Pergunto, piscando um dos olhos nervosamente. Deus, essa menina é doida.

—  Suga, você é uma pedra humana, e nem percebeu nada! — Yuki ri, batendo palmas. — Adorei os três corações que você tem na parte de trás do pescoço, eu só não entendi aquelas palavras esquisitas em uma língua ocidental no outro braço, só sei que não é inglês. Ah, e fiquei boba com a sua tatuagem em japonês "O céu é o limite"; você sabia que eu estava falando justamente pro Kookie Oppa que...

— Ok, já chega! — Dou um fim ao seu falatório sem fim e empurrando-a em direção ao meu quarto. — Você vai ficar AÍ dentro, nem chega perto do meu estúdio ou vou ligar pra sua avó e...

— NÃO, POR FAVOR! — Ela choraminga e treme os lábios. Prevejo o berreiro.

— Ah não, choro de criança aqui não! — Digo, entrando em desespero.

— ENTÃO NÃO LIGA PRA ELA! — Ela grita na minha direção.

— ENTÃO FICA AÍ DENTRO E NADA DE ME PERTUBAR ENQUANTO TRABALHO! — E saio de perto, antes que eu tenha um treco.

— AHHHHHHHHHHHHH! — Yuki berra, frustrada.

Lá vem o estresse.

O telefone toca, e me vejo bufando enquanto atendo.

— QUE FOI? 

— Ahn... Tem um jovem aqui em baixo dizendo que marcou hora com você... — O porteiro Gum murmura, assustado. — Posso deixa-lo...

— Sim, claro. — Respondo, voltando ao tom de voz normal. — Foi mal, Senhor Gum. Eu estou com... problemas aqui em casa.

— Oh sim, problemas dos grandes, imagino! — Ele responde, agora mais relaxado.

— Na verdade, não. Esse problema é bem pequeno. Não deve ter nem 1,20.

Gum obviamente não entende a piada e não responde nada.

— EU TENHO 1,22! — Escuto Yuki gritando do meu quarto.

— TÔ NEM AÍ! — Grito de volta. E me voltando pro Senhor Gum: — Er... só deixa ele subir, tá? Obrigado, tchau!

Se continuar nesse nível, vão pensar que esse apartamento é na verdade um hospício, e eu vou me foder. Lindamente.

                                                                                                     ❄

Um amigo de Jackson, um dos meus colegas de trabalho na JungShape e também um dos meus amigos idiotas (que inclusive faltou o trabalgo hoje, pra ele não dá merda! Hoseok eu te odeio!) me procurou pra saber eu poderia fazer uma tatuagem com o nome do namorado dele, no braço direito.

Eu não costumo ser um cara que fica preocupado com o que os outros fazem da vida ou não, mas fico pensando a quanto tempo eles estão juntos... pra mim, marcar o nome de alguém no próprio corpo é algo muito sério, e por isso não deveria ser qualquer tosco. Mas se ele está disposta a isso, quem sou eu pra falar alguma coisa, certo? Só quero a grana pra comprar meus biscoitos que Yuki e o "Kookie Oppa" fizeram o favor de acabar.

Agora a garoto, que se chama Kim Seokjin e é uma espécie de hippie meio esquisito, usando aquelas roupas típicas largas e um óculos igualzinho ao do Harry Potter, está no meu estúdio admirando todas as coisas dentro dele e falando sem parar. Parece uma versão masculina e mais velha de Yuki, que estranhamente ainda não veio aqui fofocar, mas é porque está irritada comigo.

— Que legal! Bem que o Jack falou que você é talentoso! Olha só esses desenhos! — Ele sorri, admirando um desenho que na verdade é uma imensa silhueta do continente asiático. — Você já TATUOU isso em alguém?

— Sim, em um cara americano que estava de passagem por aqui. — Sorrio, me lembrando daquele figura. — Ele era apaixonado pela Ásia, já tinha visitado quase tudo e pediu pra que eu deixada registrado o "continente mais lindo do planeta".

— Nossa, poético! — Seokjin solta uma risadinha, seus loiro escuros caindo um pouco sobre os olhos. — Bom, eu trouxe o nome do meu namorado impresso aqui, pra você ver mais ou menos a fonte que eu quero! Tem mais ou menos dez centímetros, não é muito grande...

— Sim, você me falou pelas mensagens... — Sussurro, pegando meus óculos pra perto e analisando o nome do cara. KANG JIHO (강지호). Seokjin quer até o sobrenome. Que específico, é como se ele dissesse "Podem haver centenas de JiHos por aí, mas o KANG JiHo é meeeeeeeu!" É engraçado.

— Bom, vamos começar. — Digo, indicando o assento específico pra ela e procurando minha máscara e luvas.

Eu posso ser desorganizado PRA CARALHO com as minhas coisas, mas com relação a higiene... eu sou quase tão obcecado quanto Hoseok é com perfeição (me comparar a Hoseok, que derrota). Já vi muita gente tomando no cu real por causa de negligência em estúdios de tatuagem, cujas agulhas podem passar doenças SÉRIAS.

Acendo a luminária acima de nós e começo o processo de limpeza, passando o alcool pela extensão do braço magro de Seokjin iniciando assim todo o processo de esterilização.

— Então quer dizer que você gosta de desenhar? — Seokjin indaga, de repente. — Quer dizer, Jack me disse que você é capaz de desenhar qualquer coisa com perfeição.

—  Ele disse? — Solto uma risadinha, que é abafada pela máscara que uso. Do jeito que Jackson é exagerado, deve ter falado que sou a própria reencarnação do Van Gogh. — Essa parte da perfeição eu já não sei, mas que gosto muito de arte, gosto.

 Ele sorri, soltando um gemido em seguida por causa da agulha.​ — Então tatuagem sempre foi o seu sonho? Tipo, representar a arte no corpo das pessoas?

Não sei se deveria falar sobre isso com alguém que nem conheço direito, ainda mais que é um assunto que normalmente não me deixa feliz em falar sobre. E já estou puto por causa da discussão com Yuki.

— Na verdade... 

Suga, qual a senha do seu computador e WIFI? — Yuki surge na porta pra minha infelicidade, seus olhos grandes se tornando ainda maiores ao observar o estúdio. — Daebak!

— Yuki, que parte do "ficar dentro do meu quarto" você não entendeu, mas que...

— Esse lugar é MUITO legal, todos esses desenhos... — Ela me ignora lindamente. E concentra agora suas atenções no garoto, que a olha com um sorriso no rosto.

—  Olá! — Meu cliente sorri, erguendo a mão do braço livre. — Qual o seu nome, princesa?

— Yuki. — A pequena responde, como se fosse tímida. Ata!

— Lindo nome! Eu me chamo Seokjin! —  Ele fala, virando-se lentamente pra mim pra não estragar o trabalho que faço. — É a sua irmãzinha?

— Ela... é... bem... —  Balbucio, retirando a agulha de seu braço pra (tentar) responder algo, mas Yuki é mais rápida.

Começa a gargalhar.

— AHAHAHAHAHAH, Suga pode parecer um adolescente bobinho, mas na verdade ele é meu p...

— Você queria saber minha senha, né? — Levanto mais rápido que o Flash, pegando papel e caneta em cima da minha mesa e anotando tudo ali. A pirralha insinuou que tenho cara de bebê? —  Pronto, agora some, vai brincar, vai!

Queria dizer pra ela que Seokjin é amigo de Jackson, e não posso deixar que meus amigos saibam POR TERCEIROS que "a filha de Yoongi está em Seul". Mas acho ela que esqueceu do assunto, de qualquer forma. E Seokjin também. Obrigado, Deus.

— Você vai fazer que tatuagem? — Yuki pergunta ao mais velho, me deixando no vácuo pela SEGUNDA vez. 

— O nome do amor da minha vida! Não é romântico? — Ele suspira e acabo revirando os olhos. Felizmente ele não vê.

—  Que fofo! Mas e se terminar, faz o quê? Existem borrachas pra apagar tatuagens? — Yuki manda na lata mesmo, e eu agradeço a todas as forças maiores por estar de máscara, ou o garoto veria minha cara passar de branca pra vermelha. Sinto minhas bochechas queimarem, dava pra fritar aquele ovo!

— Tá bom, agora já deu! — Eu a puxo pela mão até a porta do estúdio. Me abaixo e falo entre os dentes, baixinho. — Não pode falar essas coisas pros clientes, ouviu bem? Se ele quer tatuar o nome do pobre coitado do namorado na cara, que tatue, de onde você acha que vem o dinheiro pra comprar suas pizzas?

Ela bufa, irritada. 

— Se eu perder o dinheiro, vendo aquele seu álbum do twice que você trouxe naquela sua mochilinha! 

Ela arregala os olhos e sai correndo com o papel das senhas que ela pediu em mãos.

A gente só tem que saber lidar BEM com as palavras...

— Me desculpe, ela fala demais. — Suspiro, voltando ao trabalho.

— Oh, sem problemas, ela é muito fofa! — Ele ri, felizmente achando graça e não ficando puta. Ainda bem que Seokjin é todo Good Vibes.

Fico uma meia hora em silêncio, na maior paz, até o celular de Seokjin tocar.

— Pode atender? — Ele pergunta.

— Sim, mas devagar, por favor. — Respondo

— Alô? OIIIII AMOR! — Ele abre um grande sorriso e forma as palavras "É ele" com a boca, pra mim. — Aham! Sim, eu... estou fazendo a tatuagem agora, e você? PERAÍ, O QUÊ?

Ele faz um sinal pra eu parar. O que está acontecendo?

— JiHo, quantas vezes eu já disse que não quero você saindo sem me avisar que ELAS vão antes? PORQUE TODAS SABEM QUE VOCÊ TEM UM NAMORADO MAS MESMO ASSIM NÃO RESPEITAM, E VOCÊ SABE! Você é bonito demais, e elas ficam te secando o tempo todo. Sabe disso, né?

O garoto está tendo uma DR com o namorado enquanto tatua o nome dele. Hoje é o meu dia.

— Eu... eu sei, é só que... JiHo, eu não sou ciumento, eu só... me desculpa vai... tudo bem... você me perdoa, meu ursão? Ok, tchau!

E desliga, suspirando.

— Posso... continuar? — Pergunto, cauteloso.

— Sim, me desculpa. — Ele ri histericamente, me assustando um pouco. — É só que JiHo tem umas amigas que... ah, deixa pra lá! 

Mais vinte minutos. A porra do celular toca de novo.

— Oi! — Ele fala, todo alegre. Mas eles não acabar de se falar agora? — Sim, estou terminado... acho..uhum... ESPERA, COMO É?

E faz um sinal pra eu parar DE NOVO.

HOJE NÃO É MEU DIA.

— EU NÃO ACREDITO QUE EU ESTOU OUVINDO A VOZ DESSA GAROTA PELO TELEFONE! ELA ESTÁ AÍ COM... VOCÊ SABE QUE ELA ME DESTESTA, E... EU NÃO ESTOU GRITANDO! JIHO! JIHOOOOOOO! DESLIGOU NA MINHA CARA!

— Será que eu posso...? — Tento, mas ela nem me escuta.

— Ah, agora ele vai me ouvir, ou eu não me chamo KIM SEOKJIN! — A doido de pedra berra, discando o número do celular de uma forma que me faz pensar se o aparelho tem seguro. Esse porra vai quebrar...

— Eu espero, tudo bem, eu espero... — Murmuro, falando mais pra mim mesmo do que pra ele. Pensa do dinheiro, Yoongi. No dinheiro.

— JiHo, sou eu! — Ele começa, furioso. — Você vai me explicar direitinho o que... NÃO QUERO SABER, VOCÊ DEVERIA TER ME CONTADO! AIGOO, EU VOU TE ENFORCAR QUANDO CHEGAR EM CASA. PORQUE ESSE BARULHO DE GALINHA CISCANDO? ACHEI QUE FOSSEM SÓ VOCÊ E OS "CARAS".

Começo a jogar CandyCrush no meu próprio celular, esperando a novela terminar. Jimin deveria estar aqui, ele rolaria de rir do amiga pirado do Jackson.

— Mas eu... eu sei, mas... essas pessoas são péssimas JiHo, elas cheiram a problema...TÁ, MAS VOCÊ DEVERIA TER ME AVISADO! Eu sei amor, eu sei... tudo bem, eu sei... É que não dá pra descansar com essa gentalha bem aí do seu lado, com essa vibe péssima! 

Noto que ele começa a amaciar a voz e continuo a tatuagem, sussurrando um "estou quase acabando" e ele ergue o polegar, parecendo emocionado no telefone. Eu, ein!

—  JiHo, você é ótimo... eu sei... QUÊ? AISH, ISSO TÁ ERRADO, ESSES AMIGOS TERRÍVEIS QUE... Espera... o q-que?

— Suga, posso entrar? — Yuki diz, JÁ ENTRANDO. — Eu queria falar sobre...

Mas o desastre já está armado.

Yuki tropeça no pé de uma das cadeiras do estúdio e daí, efeito dominó. Ela esbarra em mim e eu esbarro no POBRE Seokjin, mas com a agulha. Acabo RISCANDO o nome do cara que estou tatuando.

 Yuki tampa a boca com a mão, acho que está suando frio. Mas não mais do que eu. Alterno o olhar dela para o braço de Seokjin, que está com a tatuagem toda fodida.

Era pra ficar assim:

강지호

Mas agora está assim:

  -강̶지̶호̶

Exato. O nome foi riscado sem querer por mim.

Seokjin só parece se tocar agora, encarando o próprio braço com uma expressão indecifrável na cara.

— Caralho, puta que pariu, puta merda! — Começo a xingar, desesperado, sem saber o que falar. — Seokjin eu... merda, desculpa, eu...

— Como... como você sabia? — Ele questiona, parecendo quase impressionado.

— Quê? — Pergunto, completamente confuso e perdido.

— Como você sabia que JiHo acabou de terminar comigo? —  Ele sorri tristemente, olhando a tela do celular. — Quer dizer, você fez um risco no nome dele...

— Eu... eu... não sabia. — Falo, sem acreditar que isso está acontecendo. Eu poderia escrever un livro sobre essa noite BIZARRA.

Yuki parece tão surpresa com essa reviravolta quanto eu, mas está mais aliviada.

Eu a olho com a cara mais feia possível. Ela morde o lábio, pede desculpas a Seokjin, se curva várias vezes e sai rapidamente, evitando me olhar nos olhos. Ele tenta dizer que está tudo bem, mas ela já foi.

                                                                                                       ❄

Plot Twist: Seokjin me agradeceu pela tatuagem e saiu satisfeito pelo serviço, dizendo que a tatoo nova tinha MUITO significado pra ele, ao invés de arrancar minha cabeça fora.

Descobri que ele e o tal JiHo estavam juntos a três anos, mas que Kang JiHo era babaca, porque saía com os amigos e as amigas "oferecidas", mas não deixava Seokjin sair com os amigos dele. Sim, o cara não deixava O NAMORADO SAIR, e pelo visto ainda o ameaçava de terminar tudo caso isso acontecesse.

Seokjin começou a filosofar sobre "como eu havia demonstrado toda a minha veia artística ao fazer uma tatuagem que o lembraria pra sempre de não embarcar em relacionamentos abusivos, que os amigos dele sempre diziam que isso já deveria acontecer faz tempo, e só comigo e o episódio da tatuagem ele se ligou.

Segundo ele, o nome de JiHo riscado seria um lembrete do ex escroto e uma nova etapa em sua vida estava começando.

Você não está acreditando que isso realmente aconteceu? Parabéns, somos dois.

Fiquei com dúvida se ele realmente estava engolindo isso tudo e aceitando um término de namoro depois de CINCO FUCKING ANOS tão fácil assim, ainda mais na casa de um desconhecido qualquer. Constatei que a resposta era NÃO, mas vamos fingir que sim.

Ele foi embora, mas não antes de passar no meu quarto rapidinho, pra deixar um beijinho em Yuki. "Ela é uma menina iluminada. Sinto boas vibrações vindo dela", ele diz. Yuki ainda não me olha direito. E nem eu pra Yuki.

E agora ele pede que eu o chame só de "Jin". Não que eu pretenda me encontrar com esse doido com cara de cigana novamente, mas prefiro ficar de boca fechada e aceitar calmamente. Ele vai embora. Agora, no meio da sala, grito o nome da meliante mirim.

— YUUUUUKI! 

Ela demora a vir. E quando vem, está se arrastando, a cabeça baixa, e a franjinha balançando melancólicamente. Só faltou estar chovendo e tocando aquela trilha sonora esperta de um drama mela cueca, bem na parte do velório da avó do mocinho principal.

— Me desculpa, Suga, eu... — Começa, mas eu interrompo.

— Eu disse, não disse? — Começo, indicando meu sofá. Ela se senta, muda. — "Fica no quarto, NO QUARTO, eu estou trabalhando, isso exige paciência...", mas não, você decidiu entrar no quarto pra dizer sei lá o quê! Besteira, provavelmente!

— Besteira nada! Eu só queria perguntar uma coisa pra você...

— É, E ACABEI RISCANDO A TATUAGEM DE UM CLIENTE, ISSO NUNCA ACONTECEU ANTES! — Tento agora abaixar o tom de voz, por alguma razão não me sinto bem gritando com ela. — A sorte é que ele era despirocado das ideias! E se não fosse? E se aquele namoro fosse sério? O que eu ia fazer? Ein? E se ele resolvesse contar pra outras pessoas? PRECISO DESSE DINHEIRO, mais do que você pensa!

Ela estremece, com os lábios trêmulos.

— É a assim que Naomi te criou, pra ficar desrespeitando a ordem dos mais velhos? Ótimo, se saiu muito bem, ela!

Ela recua com as minhas palavras. Parece chocada. 

— NÃO FALA ASSIM DA MAMÃE! ELA É A MELHOR MULHER DO MUNDO E ME CRIOU MUITO BEM, SIM! — Ela berra, se levantando do sofá.

Merda, acho que fui muito agressivo.

—Yuki...

— MELHOR DO QUE VOCÊ, QUE FOI EMBORA E DEIXOU A GENTE SOZINHA! — E sai correndo. Ouço o barulho da porta do meu quarto bater com força.

Me deixo cair no sofá. Suspiro lentamente.

Se for realmente minha filha... ela tem razão.

Eu as deixei. Eu fui um adolescente idiota. E agora, sou um homem covarde.

Sou surpreendido pelo barulho da campainha. Se for Seokjin, juro que tatuo o nome do ex na bunda dele, com letras garrafais.

Abro a porta com violência, e acabo ficando de cara com meu melhor amigo.

— Jimin? O que você...

— SEXTA-FEIRA DOS IRMÃOS! — Ele grita, erguendo um saco que sei estar com bebida. — Vim pra gente curtir a noite, beber e assistir a algum dos milhares de "Velozes e Furiosos"! Tava entediado pra um cacete em casa! Acredita que a minha mãe arranjou um namorado só um pouco mais novo que o meu avô? E olha que meu avô tem noventa e cinco anos! 

— Cara, não é uma boa hora pra isso. — Falo, tentando impedir que entre. 

— Aí ó, tá vendo? — Jimin revira os olhos, entrando assim mesmo. — Você trabalha DEMAIS Hyung, sempre evitando se divertir com a gente pra ficar enfurnado aqui dentro. SÓ vive pra trabalhar!

— Deve ser porque eu tenho que me sustentar de alguma forma né, Jimin? Eu não faço faculdade como vocês, nem tenho a mesma perpectiva que vocês tem! —Retruco, irritado. Tento me colocar na sua frente, pra que ele volte. Mas ele não cede.

— PUFFFF! Bobagem! Você mora sozinho, não tem que dividir despesas com mais ninguém... Vem, vamos beber e falar mal do Hoseok filho da puta! — Ele sorri, se jogando no sofá. Ele ajeita seus cabelos tingidos de loiro e repartidos de forma perfeita. 

Ok, a situação é crítica, e eu tento não passar o meu desespero pra ele. Yuki está aqui. Jimin está aqui. 

Fodeu.

— Eu pensei em chamar o... como é o nome do seu vizinho bonitinho, mesmo? Mas fiquei sem jeito de e pensei que VOCÊ pudesse fazer isso. Será que ele gosta de lutadores? — Ele ri, ligando a TV e indo até a cozinha, aquela intimidade de irmão que agora não parece tão legal assim.

— Ele não volta aqui TÃO CEDO, e acho que está na hora de VOCÊ ir embora, também! — Reclamo, puxando-o pelo braço. Mas ele é resistente demais pra mim. Não sou páreo pros braços fortes dele, não com os dois cabos de vassoura que chamo de braços.

— Eu não vou arredar o pé daqui, seu rabugento! Vai ter que chamar um guindaste! Para de ser chato! — Ele finge me dar uma bronca. — Tenho vários novidades, Jackson e Baek descobriram algo sobre o Hoseok que vai...

— JIMIN, VAI EMBORA! — Berro, e pela primeira vez , ele se toca de que algo está errado.

— Tem alguma coisa esquisita, aqui... — Ele estreita os olhos, cauteloso. — Tem mais alguém aqui. Certo?

— N-não... — Respondo e ele começa a me olhar com aquele olhar sacana que só ele consegue fazer.  Jimin brinca no limite do muito aegyo e extremamente sexy.

— Hmmmm, então já começamos os trabalhos do final de semana! — Ele morre de rir, e começa a PROCURAR POR ALGUÉM pela minha sala, arrastando o sofá e até olhando atrás da TV. Nunca vi alguém pra pensar tanto em putaria como esse tosco. — Quem é a sortuda ou sortudo, ein? Que maneiro Hyung, faz quanto tempo que você não transa? 

— Jimin, vai se foder, não tem ninguém aqui, não! — Suspiro, abaixando a cabeça. — Pelo menos não... não pra isso.

— Então é o quê? O seu irmão está aqui? — Jimin pergunta, curioso. — Não precisa esconde-lo, eu sei que você não quer que eu saiba que você senta falta dele, mas...

— Não, não é ele. Graças ao bom pai.

— Então... você tá pegando o seu vizinho e tá escondendo de mim? Fura-olho! — Ele diz, fingindo irritação.

— Eca, não!

— Então... — E ele abre um sorriso imenso, seus olhos fechando-se ao mesmo tempo. — Tae, Jackson e Baek estão escondidos prontos pra me dar um susto, e vamos todos terminar a noite dançando GFRIEND como garotas colegiais em cima do sofá! Ah, saudade dos velhos tempos!

— NÃO, NÃO E NÃO! É SÉRIO CARALHO, VAI EM... — Mas não termino, porque agora ela está BEM aqui.

Ai.

— Suga? Com quem você está falando? — Yuki indaga, coçando os olhinhos inchados. Estava chorando.

Jimin, que está de costas pra ela, arregala os olhos ao ouvir a vozinha infantil. Ele gira nos calcanhares lentamente, e dá de cara com a pequena.

O clima é meio esquisito, eles se encaram de cima a baixo. Jimin abre e fecha a boca várias vezes, espantado. Não sei o que está se passando na cabeça dele nesse minuto, mas só sei que agora os dois olham pra mim, com olhares questionadores. 

— Quem é? — Os dois perguntam ao mesmo tempo e se olham, com estranheza.

— Esse... essa... Yuki, esse é... essa é... Jimin... — Me enrolo que nem um imbecil e Jimin faz um gesto como se me dispensasse e tenta fazer as apresentações ele mesmo.

— Oiiii, gracinha! — Ele sorri, bagunçando os cabelos dela. — Eu sou o Jimin, melhor amigo, irmão e protetor desse cara aí — Ata, até parece que é ELE quem me protege! — E você é...?

Eu balanço a cabeça freneticamente tentando dizer "Não!Fala!". ​Mas aí ela me direciona um leve sorrisinho mega sádico e se vira pra ele:

— Nakamura Yuki. Ou Min Yuki. — Ela sorri de volta, apesar de não estar totalmente solta. — Eu sou a filha dele.

Já era.


Notas Finais


EU SÓ PEÇO QUE VOCÊS ASSISTA A "FAMILIA DO FUTURO" EM NOME DE CRISTO! Muito lindo, venero ;)

Pra quem não sabe o que é um PLOT TWIST:

Plot twist (reviravolta no enredo) é uma mudança radical na direção esperada ou prevista da narrativa de um romance, filme, série de televisão, quadrinho, jogo eletrônico ou outra obra narrativa.É uma prática muito usada para manter o interesse do público na obra, para normalmente surpreendê-los com uma revelação surpresa. Alguns "Twists" são antecipados.

Cade as manas QUE ENALTECEM GFRIEND? Amooooooooo <3

Até a próxima bebês <3333


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