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História My favourite mistake - JB - You are not a disaster


Escrita por: tuliosouzas

Notas do Autor


Oi, oi gente, acabei de notar uma coincidência, hoje é quarta e na história também, hahahah. Tudo bem com vocês, espero que sim!

- Boa leitura.
- Até as notas finais.

Capítulo 4 - You are not a disaster


Quarta-feira! Não sei se amo esse dia por significar que metade da semana se foi, ou se odeio pelo fato de que ainda há a segunda metade até que chegue o fim de semana.

Escovo meus dentes e sorrio para o espelho, só pra checar que não tem nada entre eles. Caminho até meu closet e me encaro no espelho, o frio está longe de chegar, mas ainda assim não estou acostumado com esse céu nublado pela manhã. Pego meus óculos escuro e completo meu visual, bota preta – decidi usar, mas não sei o motivo, amo meus vans – uma calça jeans preta e uma blusa branca em gola “V”. Agarro as chaves do carro sobre a escrivaninha e jogo minha mochila nas costas.

- Justin, eu ainda estou bolado por não ter me deixado sair com você. – Theo resmunga fechando a porta do seu quarto e andando ao meu lado. – Então, pensei que... – Ele faz uma pausa dramática e entorta a cabeça para o lado descendo as escadas. – Como você é um ótimo irmão, poderia me levar novamente ao BK. – Meu meio irmão abre um sorriso de orelha a orelha e eu rio.

- Tá, se der... Se der, podemos ir hoje. – Digo dando bastante ênfase em “se der” e ele revira os olhos.

- Poxa, eu sou seu irmão. Você deveria ter carinho comigo... Por que...

- Um irmão tem que cuidar do outro irmão... – Resmungo revirando os olhos.

- Oi, meus amores. – Minha mãe diz sorrindo abertamente sentada à mesa. – Bom dia.

- Bom dia! – Eu e Theo dizemos juntos e olhamos para Nick.

Digo um “oi, bom dia” para ele e Nick sorri falsamente dizendo “bom dia, Justin”. Meu instinto é revirar os olhos, mas não o faço, respiro fundo e me sento ao lado de Theo.

- Bom dia, pai. – Ele diz e pega o pote de Nutella.

- Bom dia. – Ele diz, como sempre, frio e seco.

Passo um pouco de manteiga em uma torrada e me sirvo com um pouco de café puro.

- Como vão as coisas na escola? – Minha mãe pergunta se dirigindo para mim e eu mordo minha torrada mais uma vez.

Esse assunto de quem não tem nada mais interessante para falar.

- Ótimas. – Digo e sorrio de lado, mordo mais um pedaço da torrada, evitando falar.

- Natasha. – Theo diz e tosse.

Encaro meu irmãozinho com um sorriso que diz “Eu ainda quebro seu pescoço, como fazem no crepúsculo” e olho para minha mãe, que agora tem um sorriso doce como o de uma psicóloga no rosto.

- É só uma amiga. – Digo simplesmente.

- E que amiga. – Theo diz como se estivesse tendo um sonho com Nat.

Dou uma cotovelada em Theo e ele gargalha alto.

- Vocês dois fiquem quietos, estamos comendo.

- Jura? Por um momento pensei que era uma de suas reuniões. – Digo rindo. – Até onde eu sei, as refeições em família, que por aqui não são muitas, são exatamente para termos conversas em família, se não está interessado deveria comer na cozinha.

- Justin! – Minha mãe me repreende e solta o ar de forma áspera, esperando a resposta de Nicholas.

Escuto Theo dando uma risadinha e o rosto de Nick fica vermelho.

- Escuta aqui... – Ele começa e encara Theo com os olhos pegando fogo.

Me dou conta do quanto eu irritei ele, mas que se foda! É mesmo verdade.

- Você sabe que eu estou certo. – Digo e dou de ombros. – Não vamos render esse assunto.

Minha mãe olha para seu marido e lança a ele um sorriso tranquilizador, reviro os olhos e empurro meu prato para longe.

- Perdi meu apetite. – Digo e me levanto. – Theo, vamos!

- Mas eu nem terminei de comer. – Ele se queixa me encarando com os olhos de um esquilo, eu riria se não estivesse morrendo de raiva.

- Eu te compro algo no caminho. – Digo e ele se levanta. – Tchau, mãe. – Passo por trás da cadeira de Nick e dou um beijo no rosto da minha mãe.

- Tchau, mamãe! – Theo diz e faz o mesmo. – Tchau. – Theo olha seu pai com um olhar fulminante e passa por mim abrindo a porta de casa.

As luzes laranja do meu carro piscam e abro a porta jogando minha mochila para o banco detrás, Theo se senta no banco passageiro e engato a ré para sair da garagem.

- Vou passar no McDonald’s, pode ser? – Pergunto sem tirar os olhos da estrada.

- Sim, mas você odeia lá.

- Sim, eu odeio, mas é você quem vai comer.

- Ah, pensei que estivesse com fome.

- Eu realmente perdi o apetite. – Digo e rio pelo nariz.

- Meu pai é um saco, na maior parte do tempo. – Theo reclama e sinto ele me observar. – Mas ele é meu pai, então. – Me viro para ele rapidamente e ele dá de ombros.

- Eu sei que ele é. – Reviro os olhos. – Não suporto o jeito que o Nick age. – Reclamo e ele concorda com um movimento de cabeça.

Passamos no McIncomível e Theo pediu seu gorduroso “café da manhã” apesar de eu ter dito a ele para escolher alguma coisa mais leve, ele decidiu por um hambúrguer gigante e um grande copo de Coca-Cola.

Manobro meu carro e estaciono de ré, assim fica mais fácil na hora de ir embora. Tiro a chave da ignição e alcanço minha mochila no banco detrás. Me espremo no pequeno espaço entre minha porta e o carro ao lado do meu, que por sinal parece não ter reparado na faixa pintada embaixo do seu pneu. 

- Eu vou indo. – Theo diz e sai caminhando em direção à garota com quem ele vive flertando.

Caminho até a entrada com passos longos, tudo parece normal, os mesmos grupinhos de sempre estão espelhados pelo gramado da escola e algumas pessoas já estão entrando. Vou até o meu armário e pego os meus livros do dia. Avisto Natasha e Marina passando pela entrada. O barulho dos saltos das meninas é sincronizado e aumenta à medida que elas se aproximam de mim.

- Oi, Justin. – Marina diz e sorri.

- Oi!  - Retribuo o sorriso dela e olho para Nat. – Oi. – Minha voz sai como um sussurro.

- Hey.

Reparo que os olhos de Natasha estão raiados de sangue, mesmo tentando disfarçar com algum tipo de maquiagem, ainda assim é possível ver o vermelho em seus olhos e em seu nariz. Ela me olha com uma expressão triste em seu rosto e se vira para Marina.

- Nós... Bem... Nós vamos indo. – Ela diz e agarra a mão da amiga, sumindo pelo extenso corredor.

Fecho meu armário e caminho para minha primeira aula. Acho que geografia é com o Ryan, não tenho certeza, me sento em uma cadeira atrás, ao lado da que Ryan possivelmente vai sentar, se ele tiver essa aula agora.

[...]

Tive uma aula com Marina e Chris, mas eles chegaram atrasados na sala e acabaram se sentando longe demais para que eu pudesse interrogar a amiga de Nat e saber o por que ela estava chorando, evidentemente há algo de errado com a Natasha, eu quero saber o que é, mas não quero parecer evasivo.

Antes de pegar meu lanche, decido falar com o Ryan, os dois são amigos, ele deve saber o que se passa com ela.

- Marina, me diz que sabe que diabos aconteceu com a Natasha! – Taylor questiona encarando namorada de Chris.

- Ela disse que iria embora, me ofereci para leva-la em casa, mas ela disse que precisava respirar. – Marina explica e Ryan olha para ela por um momento e então balança a cabeça.

- Eu vou atrás dela. – Ele diz determinado.

- Não faça isso. Você não se lembra? – Ela pergunta e ele nega com a cabeça. – Faz quatorze anos hoje. – Sua voz soa triste e Chris parece perceber isso, já que abraça sua namorada pela cintura e sussurra algo em seu ouvido.

- Mesmo assim, ela deve...

- Porra, Taylor! – Ryan explode e eu me assusto com a atitude dele. – Até parece que você não conhece a Natasha, ela odeio parecer vulnerável, ela odeia que fiquem perto dela quando ela está assim. Será que você não se lembra do que ela fez ano passado comigo? Quando eu fui atrás dela depois de ela sair chorando da escola?

Taylor bufa, Ryan relaxa na cadeira do refeitório. Marina olha para mim e depois para Ryan.

- Me desculpa por isso. – Ryan diz encarando o seu amigo com quem acabara de gritar e depois olha para mim. – Você sumiu ontem... Eu liguei na sua casa e me disseram que havia saído. Seu celular só dava caixa de mensagem. Aconteceu alguma coisa?

- Eu fui ao cinema. – Dou de ombros e olho para Marina, que sorri de lado como que diz “Eu sei de tudo”.

- Natasha comentou que “O homem formiga” é demais. – Ela diz sugestivamente e sinto minhas bochechas esquentando.

- Você foi ao cinema com a Nat? – Ryan pergunta surpreso, concordo com a cabeça.

- Bem, eu vou indo. – Anuncio e deixo o refeitório rapidamente, antes que eles digam algo.

Corro pelos corredores da escola praticamente vazios até a diretoria, invento uma desculpa que estou passando mal e preciso ir embora, me liberam sem muitas perguntas, graças a minha pequena cena teatral, agradeço mentalmente meu pai por isso e caminho em passos longos até o meu carro.

O alarma bipa duas vezes antes de eu abrir a porta e deixar o estacionamento da escola, sigo pelas ruas nubladas de Pandora e encontro a estrada escondida por onde fui guiado pela garota de cabelos loiros.

Um carro vermelho está estacionado onde eu havia deixado o meu na noite anterior, paro meu carro atrás do dela e desço do meu batendo a porta e acionando o alarme em seguida.

Ela está sentada naquele mesmo lugar, os braços juntando as pernas para junto dos peitos, seus saltos estão jogados ao seu lado. Me sento ao lado dela, sem nenhuma palavra, apenas olho para o horizonte, onde seus olhos parecem vidrados.

- O que você está fazendo aqui? – Ela pergunta depois de alguns minutos em silencio.

- Sabia que te encontraria aqui. – Dou de ombros e me viro para encara-la.

Seus olhos estão ainda mais vermelhos, a maquiagem dos seus olhos borrada e mesmo assim, ela parece linda.

- Por que você veio?

- Disse que pode contar comigo sempre.

- Eu não quero ninguém aqui.

- Eu prometo ficar quieto. – Digo quase sussurrando. – Não costumo sentir bem, vendo uma amiga minha mal.

- Você não sabe, mas eu odeio que fiquem perto de mim quando estou assim, acho melhor você ir.

- Eu sei. Os meninos comentaram sobre isso.

- Eu soquei o nariz do Ryan ano passado. Vai mesmo querer ser o próximo?

- Se isso te deixar melhor. Vá em frente.

Não deixo que ela diga mais nada, seguro os ombros dela e faço com que ela se deite sobre o meu peito, assim como na noite de ontem. Ela não recua, apenas deita e fecha os olhos deixando que as lágrimas desçam pelos seus olhos.

Não faço perguntas, deixo que ela apenas chore e se sinta protegida, ver ela desse jeito me deixa mal, é como se ela estivesse ferida e eu sem poder fazer nada para ajuda-la.

- Minha mãe. – Ela sussurra depois de muito tempo.

Decido deixar que ela mesma me conte, não quero forçar nada, por isso, retiro uma mecha de seu cabelo que cai sobre o rosto e a coloco atrás de sua orelha, seco as poucas lagrimas que ainda cobrem seu rosto e faço um carinho em sua bochecha com as costas da minha mão.

- Minha mãe morreu há quatorze anos. – Ela explica. – Essa data é a pior para mim, eu não sei muito sobre como ela morreu, meu pai nunca me contou, ela era uma boa mulher... – A voz dela soa embargada pelo choro que retoma com tudo. – Ela era linda...

- Aposto que sim. – Sussurro e beijo a testa dela.

- Eu sinto tanta falta da minha mãe, Justin. – Natasha se vira e me abraça pelo pescoço.

- Hey, ela está com você. – Sussurro contra seu ouvido. - Sua mãe com certeza tem orgulho da filha que tem. – Ela solta uma gargalhada alta e limpa os olhos me encarado.

- Um sou um desastre. Você não vê isso? – Ela questiona balançando a cabeça.

- Não, você não é um desastre. – Afirmo e toco o rosto dela, ela não afasta, mantem seus olhos nos meus e me encara incrédula.

- Você mal me conhece. – Ela diz balançando a cabeça, como se afastasse algum pensamento.

Dou de ombros e a puxo para mim novamente.

Meu celular toca e eu o puxo do bolso para ver quem é.

- É o Ryan. – Digo olhando o visor. – Eu sai rápido, ele deve estar preocupado.

- Não atende, não. – Nat diz tirando o celular de minha mão e guardando em seu bolso. – Você fuma? – Ela pergunta tirando um maço de cigarros e um isqueiro do bolso.

- Você fuma? – Repito a pergunta, como se não fosse óbvio.

- Só uma vez ou outra. – Ela dá de ombros e coloca um cigarro entre os lábios. – Quer? – Ela me oferece um e eu recuso com a cabeça.

Não gosto de fumar, é só uma forma de acabar com os meus pulmões, por isso quando me dei conta de que essa droga poderia me matar, eu parei, não que eu fosse um viciado, mas uma vez ou outra eu dava umas tragadas para me acalmar.

- Estou com fome. – Reclamo quando meu estomago ronca pela décima vez.

- Eu também. O que acha da gente ir para a minha casa?

- Tudo bem, depois podemos ir para a minha e assistirmos um filme. – Sugiro.

- Então podemos ir direto para a sua. – Ela sugere e sorri de lado.

É bom ver que ela sorriu, em um dia como esse isso de certa forma faz com que meu dia se alegre.

- Desde que você faça um lanche saboroso para mim.

- Eu mal sei cozinhar. – Ela ri pelo nariz. – Mas posso te ajudar.

- Tudo bem. – Digo e me levanto. – Vem! – Estico minha mão, ela agarra e eu a puxo para cima, colando nossos corpos.

- Bem, eu te sigo. – Ela diz e agarra minha mão enquanto caminhamos para nossos carros.

Abro a porta do carro vermelho de Natasha para que ela entre. Ela revira os olhos e entra em seu carro. Caminho até o meu Jetta e depois de ele piscar as suas luzes laranja entro e engato a ré para sair. A descida da pequena serra é tranquila, não sei como as pessoas não têm conhecimento desse lugar, ele é fabuloso. Olho pelo retrovisor e vejo que Nat está logo atrás de mim, sorrio para ela pelo retrovisor e pego o acesso para seguirmos de volta para o centro. Sigo as instruções do meu GPS e logo entro na rua onde moro. Paro na rampa e sinalizo para que Nat estacione ao meu lado na garagem, assim ela faz. Desço do carro e aciono o alarme em seguida.

- Não acredito que moramos tão perto. – Ela diz e solta uma gargalhada fraca. – Eu moro na rua de trás.

Ontem, quando ia levar ela em casa, ela disse que o pai dela disse estar no Wallmart e que eu poderia deixar ela lá pra não ter que dar muitas voltas, apesar de eu insistir, sabia que era uma guerra perdida e cedi.

- Sério? – Pergunto animado e ela concorda com a cabeça sorrindo. – Isso significa que eu posso ficar te irritar o tempo todo se eu quiser.

- E eu posso te socar se me irritar o tempo todo. – Dá de ombros e encosta a cabeça no meu ombro enquanto a guio até a entrada de casa. – Bela casa. – Ela comenta assim que abro a porta.

Caminho com Natasha pela ampla sala principal. Ainda bem que avisei a Theo por mensagem de que eu tinha vindo embora, mandei ele pegar um taxi, que quando ele chegasse aqui, eu pagaria.

- Você me deve dez dólares. – O pirralho diz caminhando pelo corredor. – Ops! Oi, Nat!

- Oi, Theo. – Ela diz e sorri fraco.

- Justin, a mamãe disse que vai tentar sair mais cedo. – Ele diz voltando para a sala de jogos. – Mas você sabe né... Ela nunca consegue.

Nat me olha com uma expressão confusa e eu dou de ombros.

- Vamos! Você não vai ficar com esses saltos e essa roupa o tempo todo vai?

- Não, pensei em usar apenas calcinha e sutiã. – Ela ironiza e eu reviro os olhos.

- Eu vou me trocar. – Digo e caminho em direção à escada. – Quer me esperar aqui ou vai vir comigo?

- Bem, vou com você. – Ela diz e me segue até o meu quarto.

Abro a porta e dou passagem para Nat, ela olha para o meu quarto e depois para mim, repete o processo mais uma vez e abre a boca para falar algo, mas a fecha em seguida.

- Sério isso? Esse é o seu quarto? – Ela pergunta se sentando na minha cadeira da escrivaninha.

- Sim, só falta me dizer que esperava encontrar um quarto com cheiro ruim, roupas espalhadas por todos os cantos e um monte de pôsteres de mulheres nuas nas paredes. – Digo revirando os olhos e ela morde o lábio inferior.

- Na verdade não assim, mas não pensei que você fosse tão organizado quanto é. – Ela diz girando na cadeira e pega meu iPad.

- Vamos ver... Senha? – Ela pergunta e digita algo. – Tão óbvio.

- Ah, deixa de ser chata. – Brinco e caminho até meu closet.

Pego minhas roupas e uma cueca, decido por calça de moletom cinza, uma blusa preta em gola “V”. Nat está brincando com o meu tablet quando passo por ela, vou até meu banheiro e tomo uma ducha rápida. Me visto e bagunço meus cabelos me encarando no espelho. Quando volto para o meu quarto Nat está mexendo no meu MacBook, me aproximo sem que ela veja e vejo a tela do YouTube aberta.

- Descobri como você faz pra ficar assim. – Digo no ouvido dela e sorrio ao ver que a minha tentativa de deixa-la arrepiada teve sucesso.

- Quer me matar de susto, garoto? – Ela praticamente grita e me encara com os olhos semicerrados. – O que quer dizer com “ficar assim”?

- Ainda mais gata. – Digo e pisco para ela, que revira os olhos e me dá um tapa no braço.

- Acho que é hora de parar a espionagem e ir me ajudar a preparar algo para comer. – Insinuo olhando nos olhos de Natasha.

- Eu vou levar seu iPad comigo. – Ela afirma pegando meu tablet antes de se levantar.

- Você nem pediu pra mexer nele. – Acuso fingindo irritação.

- E nem vou. – Ela da de ombros e sorri abertamente para mim. – Agora vamos. – Nat pega a minha mão e me guia escada a baixo.

Chegando à cozinha, reparo que Celina está fazendo alguma coisa. Às vezes me esqueço que ela está aqui, ela costuma ser silenciosa ao executar suas tarefas, o oposto de Hilary, a governa da casa do meu pai, que às sete da manhã, em pleno sábado, amava bater seus saltos pelo piso de madeira próximo ao meu quarto. O que me deixava irritado, a solução que achei foi mandar ela se manter afastada do meu refugio pela parte da manhã.

- Oi, Celina. – Digo me sentando em um banco alto. – Celina, esta é Natasha, uma amiga da escola. – Me viro para Natasha e a abraço pela cintura. – Nat, essa é Celina, uma amiga da família e também nossa “babá”, uma governanta.

- Que isso, Justin? Sou a empregada. – Ela diz e estende a mão e cumprimenta Natasha. – Prazer em conhecê-la.

- Ela é nossa governanta. – Reforço olhando para Celina. – Ela é parte dessa família.

- Obrigada, Justin. – Ela diz e coloca a mão sobre o peito por um momento. – Sua mãe está no quarto dela, disse que já, já desce. Vocês querem comer alguma coisa?

- Na verdade a Senhorita Becker ia me ajudar a preparar um lanche, mas já que ofereceu, nós vamos escolher o filme. Será que a senhora pode preparar aqueles sanduiches naturais e um suco de laranja para nós?

- Claro, o Theo também vai querer?

- Vou sim! – Theo diz animado pulando em direção à cozinha.

- O que vocês vão fazer? – Minha mãe diz surgindo na cozinha com uma voz animada.

- Eu e a Nat vamos assistir filme... Ah, mãe, essa é Natasha, uma amiga da escola. Nat, essa é minha mãe, Pattie.

- Prazer em conhecê-la, senhora Bieber. – Natasha diz e estende a mão para cumprimentar minha mãe.

- Braun, mas vamos deixar a “senhora” de lado. – Minha mãe diz e sorri abraçando Nat.

- Vamos? – Pergunto a Natasha e estendo a mão para ela. Nat assente e segura minha mão.

- Sua mãe é um amor. – Ela diz assim que nos afastamos um pouco.

- Ela é. – Concordo subindo as escadas. – Vamos assistir ao filme no meu quarto, tenho certeza de que você não sai daqui antes do jantar.

Netflix? – Nat pergunta olhando para a TV fixada na parede e eu concordo com a cabeça. – Eu posso escolher o filme?

- Romance? – Sugiro sério e ela me olha como se fosse uma piada. – Que foi? Tô falando sério!

- Argh, para de fazer essa carinha de cachorro sem dono. – Ela pede e eu faço um biquinho. – Tá bem, mas depois vamos assistir um com bastante sangue.

- Pode ser – Sorrio e dou de ombros.

A temperatura caiu, mesmo assim o pouco frio que sinto é devido ao ar-condicionado, mesmo assim, me deito e puxo a coberta cobrindo minhas pernas. Apoio minha cabeça nos travesseiros, de modo que fico levemente inclinado e dou um tapinha ao meu lado, para que Natasha se deite junto comigo.

- Esse parece ser legal. – Ela diz e se junta a mim.

Nat se deita ao meu lado e apoia a cabeça no meu peito. Seus cabelos caem sobre seu rosto, retiro eles e prendo atrás de sua orelha. Seus olhos concentrados na tela, enquanto os meus estão concentrados nela. Ela parece tão serena, tão mais calma agora, não sei, mas tem alguma coisa nela que mexe comigo, não é algo que eu possa explicar.

- O filme não está passando diante dos meus olhos. – Ela diz me tirando dos meus devaneios e sinto meu rosto corando. – Você fica fofinho quando cora.

- Ah, já deu! Para! Vou ficar ainda mais vermelho. – Digo e minha voz sai como a de uma criança manhosa.

- Filme. – Ela diz e eu dou de ombros.

Celina trouxe nosso lanche, nos sentamos na cama para devorar nossos sanduiches naturais enquanto bebemos Coca-Cola. Ela avisou também o que eu já esperava, minha mãe iria cozinhar para o jantar.

- Acho que você não vai embora antes do jantar. – Digo assim que a porta se fecha.

- Se quiser que eu vá, eu vou. – Ela diz e morde seu sanduiche.

- Não quero que você vá. – Digo, minha voz sai como sussurro e ela me olha, sorri e depois balança a cabeça.

Me pergunto se devo questionar o que ela está pensando, mas decido por não fazê-lo.

- Porque ela não beija logo ele? – Ela pergunta irritada, como se eu soubesse o que se passa pela cabeça da personagem do filme. – Olha! Tá na cara que ela quer beijar ele.

- Vai ver ela está em um conflito interno. – Digo e ela revira os olhos.

Ficamos em silencio e comendo. A cada cena Nat bufa em irritação e eu solto uma risada abafada pela atitude dela.

- Ah! Tá vendo, por isso eu odeio filmes assim. – Ela se queija e percebo que a voz dela está diferente. – Eles têm que ficar juntos! – Ela soca o colchão e me encara com os olhos cheios de lagrimas.

- Já li o livro, mas não vou dar spoiler. – Digo e a puxo para mim. – Sabia que era por isso que odeia filmes de romance. – Digo e beijo o cabelo dela. – Você chora.

- Escuta. Se você contar sobre isso pra alguém... Eu vou arrancar sua cabeça fora, tipo aquilo que fazem em crepúsculo sabe.

- Pera, você acabou de confessar que assiste crepúsculo. – Acuso e sorrio vitorioso.

- Eu já vi alguns deles. – Ela confessa e olha para a tela novamente.

- Quantos deles? – Questiono claramente animado e ela ri.

- Tá bem! Eu já vi todos. – Ela diz e esconde o rosto na contra minha blusa. – Algumas muitas vezes. – Ela completa rindo.

Quando o filme acaba, Natasha olha para mim, depois para os créditos finais que sobem rapidamente pela tela.

- Eu ainda a acho uma sem coração, destruidora de sonhos. Eu não gostei. – Ela se levanta e caminha até o meu closet, de onde tira um moletom vermelho e passa ele pega cabeça, tirando o cabelo para fora depois. – Eu vou pegar um chinelo. – Ela diz e corre para o closet mais uma vez.

- Garota, você é muito abusada. – Dou ênfase em “muito” e ela faz um biquinho como se sentisse ofendida. – Vamos lá em baixo? Minha mãe deve estar acabando com a dispensa.

- Ela deve estar decepcionada. – Ela diz e eu deixo claro que não entendi com a minha expressão facial. – O filho dela deve ter acabado com toda e qualquer comida que tivesse lá. – Sua cabeça é jogada para trás e ela gargalha como eu nunca tinha visto.

Entendo a piadinha e não me aguento, começo a rir junto com ela.

- Isso de me chamar de gordo, não é legal. – Pulo os dois últimos degraus da escada.

- Não tô te chamando de gordo!

- Tá falando que eu como demais. Dá na mesma.

- Não dá na mesma. – Ela se defende e me empurra pelo ombro.

Entramos na cozinha ainda rindo um pouco, minha mãe está usando um avental e mexendo em algumas panelas.

- O cheiro está ótimo. – Digo me sentando em um dos bancos altos.

- Justin. – Minha mãe se vira para me encarar, sorrindo. – Pensei que vocês iam assistir ao filme comigo e o Theo. – Dou de ombros e ela ri. – Tudo bem, mas... Natasha? Você fica para o jantar, certo?

- Sim, ela vai ficar. – Digo antes que ela responda e minha mãe sorri radiante.

- Ótimo, estou quase terminando o jantar, se quiserem que eu os chame quando terminar. O Theo começou a assistir um filme louco agora há pouco.

- Nós vamos ver o que aquele pirralho está aprontando. – Digo e pego mão de Natasha.

Ignoro o sorriso bobo no rosto da minha mãe, depois de olhar para nossas mãos entrelaçadas e caminho para a sala onde Theo está. Ele está assistindo “Velozes e furiosos”, acho que é o último, já que vi todos os outros com exceção deste.

- Eu amo esse filme! – Natasha diz animada, chamando a atenção de Theo.

- Oi, excluídos. – Ele diz e eu reviro os olhos.

Me sento no sofá e assim que a Nat se senta ao meu lado, me deito no colo dela.

- Folgado. – Nat sussurra e ri.

Faço um biquinho e me inclino, como se esperasse um beijo vindo dela. Ela aperta minhas bochechar e balança minha cabeça. Na verdade é que eu queria um beijo mesmo, mas deixa pra uma próxima vez.

Os olhos de Natasha estão vidrados na tela, minha mãe acabou de nos chamar para o jantar, como o filme estava chegando ao fim, ela se conformou em esperar um pouquinho. Algumas vezes vi Nat derramar algumas lágrimas, mas ela foi rápida em limpa-la quando acontecia.

- Agora podem vir comer. – Minha mãe diz animada quando a tela fica preta e as letras começam a tomar conta da tela. 


Notas Finais


Oi, oi gente again! Gostaram? Espero que sim.

Eu tenho que dizer algo a vocês. Eu não sei, mas acho que grande parte de vocês são leitoras novas aqui nas minhas fics, e uma coisa que eu sempre digo, e não me canso de dizer. É: Como vocês são especiais para mim, eu amo a escrever, minha escrita vem melhorando muito, a cada dia, e é incrível o carinho que eu recebo vindo de vocês, esse comentário gigantes, que além de elogiar as histórias que eu escrevo, me elogiam também. Eu sou extremamente grato por isso, pode não parecer muita coisa para alguns, mas cada favorito e cada comentário deixado aqui, serve como motivação e inspiração para que eu escreva mais e mais. Eu tento responder todos os comentários com o máximo de carinho, sempre, vocês são muiuuuuito importantes para mim, todas (os) vocês. Obrigado por tudo, sempre. E se acostumem com meus testamentos.

– Me deixem saber o que você está achando da história, deixe sua opinião aí nos comentários.
– Mesmo que tenha adicionado a fic em sua biblioteca, favorite a história, assim você me ajuda a divulgar o meu trabalho, além e me deixar super feliz.

+ Obrigado por ler.
+ Até o próximo capítulo.
+ JBilhão de kisses.

- FUI!


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