História My GirlFRIEND • [Camren] - A Decisão

Zayn estava na sala ainda olhando para porta. Passei por ele e fui para cozinha, bebi um copo de água inteiro em segundos. Minha cabeça estava a vapor. Que porra tinha acabado de acontecer ali? Só podia ser brincadeira com a minha cara. Tudo estava tão confuso para mim. Eu nem raciocinar conseguia. Zayn entrou na cozinha, olhei para ele e abaixei meu olhar.

—Você gosta dela. - Não foi uma pergunta.

—Gosto! Não, não gosto não. Eu a amo. Sou completamente apaixonada por ela - Sentei no balcão.

—Eu não sabia, de verdade Lauren. Se eu soubesse não tinha feito aquilo...

—Eu sei que não. - Olhei para minha mão.

—Ela sabe? Claro seu idiota! senão ela não teria saído daquele jeito - Ele passou a mão em seu rosto, ele parecia sentir culpa mas ele não tinha culpa de nada.

—Camila não sabe, ninguém sabe. Somente Dinah e Vero. - Ele parou por um segundo e me olhou tipo "está brincando comigo?"

—Por que não conta pra ela? - Ele se aproximou prestando atenção em mim.

—Porque... porque eu não quero que nossa amizade acabe se ela não retribuir o meu amor - Passei a mão em meus cabelos. - Ela me vê como melhor amiga, não que eu ache ruim mas, sei lá, eu quero que ela me veja como mulher, sabe? Que sinta o amor que eu sinto.

—Lauren - Olhei para ele - depois de tudo o que aconteceu aqui acho que ela não te vê só como melhor amiga, não. Não quero que crie expectativa, eu posso estar errado mas, se aquilo não foi ciúmes eu sinceramente, não sei o que foi.

—Não é tão simples assim, Zayn - Ele negou e sorriu de canto.

—Não, não é. Mas pode ser, se você quiser. Lute pelo amor dela, conte tudo o que você sente e sem arrependimentos, por favor. E se mesmo assim ela dizer que não pode te amar dessa maneira, procure e lute por outro alguém que mereça esse amor e que saiba dar valor a ele.

—E se eu não conseguir? - Perguntei aflita.

—Sabe qual é o seu problema? Você é muito insegura de si mesma, Lauren. Seja determinada e persistente. Quebre a cara mil vezes sem medo de se ferir, ame mil vezes sem medo de se machucar, viva sem medo.

Ele estava certo. Dinah estava certa. Vero estava certa. Todos estavam certos quando diziam para eu contar logo a ela todo o meu amor. Eu amava minha melhor amiga, eu lutaria por ela, e eu teria ela.

Nossa amizade já tinha virado paixão, minha vontade era de gritar que eu estava em suas mãos. Esse amor doía por não ser falado nem demonstrado, ele era verdadeiro eu só precisava saber se era recíproco. Hoje mesmo eu iria procurá-la e falar toda a verdade: que de fato eu só sei amá-la.

—Obrigada - Sai do balcão e o abracei - Obrigada de verdade! - Ele riu da minha afobação.

—Eu estarei aqui sempre para te ajudar - Ele bagunçou meu cabelo. Rimos. - Agora vá para casa tome um banho, durma e pense no outro dia o que vai fazer.

—Eu vou contar a ela! Hoje! Agora se possível,  Chega de perder tempo! - Abracei ele e depositei um beijo em suas bochechas antes de sair dali e ir me despedir de todos.

O que é que faz a gente se apaixonar por alguém? É o jeito. A gente se apaixona pelo jeito da pessoa. Não é porque ela cita Camões, não é porque ela tem olhos castanhos lindos: é o jeito dela de piscar demorado seus lindos olhos, como se estivesse em câmera lenta. O jeito de caminhar. O jeito de usar camisas infantis. O jeito de passar a mão no cabelo. O jeito de suspirar no final das frases. O jeito de sorrir.

Eu havia me apaixonado por Camila antes mesmo de saber e me dar conta de que era ela que eu queria para o resto da minha vida, porque eu a amava. Eu queria me perder nela, em cada pedaço dela, em cada curva, em cada sorriso, em cada palavra, e eu em ipotese alguma queria ser achada.

Algumas pessoas dizem que amor é olhar nos olhos e sorrir. Outras abraçar forte e não soltar. O amor sempre é dito por ai, todos os dias, há todo momento, mas alguns dizem que o amor não machuca, mas sempre sofrem tentando entender e ainda sim, botam culpa no amor sem nem saber o que ele é. Amor é carinho e proteção. Existem vários gostar, várias paixões, mas amor é um só.

E você só vive uma vez aquele amor.

Eu dirigia meu carro em direção ao campus da faculdade. Eu torcia para que ela estivesse lá, eu diria tudo, absolutamente tudo o que eu sentia nesse momento. Meu coração batia forte, eu podia sentir o suor escorrendo pela minha testa, meu sangue correndo em minhas veias, minhas juntas dos dedos doendo tamanho era a força que eu apertava aquele volante.

Parei em um dos faróis e batuquei impaciente olhando o semáforo, vermelho me lembrava paixão, dor e o batom vermelho que ela tinha guardado em uma de suas caixas de maquiagem. Amarelo as estrelas e a alegria de estar com ela. O verde me lembrava um jardim florido onde lá ela era a mais bela flor. O sinal abriu e voltei a percorrer aquelas ruas que iriam me levar até ela. Estacionei o carro em uma vaga vazia que tinha. Eu estava nervosa e apreensiva.

Eu tinha que relaxar, respirar e me acalmar. Foi com esses pensamentos que eu subi rapidamente as escadarias daquele prédio sem nem falar com o porteiro, foi com o pânico que eu apertei aquela campainha. Eu não sabia qual seria a reação dela depois de todas as palavras ditas ali mas se for boa ou não de algum jeito eu tinha que me abrir, porque sem ela sou metade.

Era Camila que me completava, era olhando nos olhos daquela latina que eu sentia minhas borboletas voarem. E foi olhando em seus olhos depois dela abrir a porta que eu senti novamente as borboletas em meu estômago mais forte do que nunca e a certeza de que eu me quebraria por inteira se ela me rejeita-se.