História My GirlFRIEND • [Camren] - Saudade.

Escrita por: FifthzeyCabeyo

Capítulo 29 - Saudade.

—Não estou terminando! Estou pedindo um tempo, o que é totalmente diferente!

—Eu não vou te dar a porra de um tempo. - Me aproximei de seu corpo e ela deu um passo pra trás - Eu não vou deixar você. Eu não vou me perdoar se deixar você ir. Eu não vou te fazer sofrer, Lauren, amor, por favor acredita em mim. - Segurei seu rosto com minhas duas mãos.

—Camila o que você já fez para esse relacionamento dar certo? EU, eu faço de tudo pra nós darmos certo mas você nunca fez nada, nada. Eu preciso de um tempo para pensar e-

—Como assim nunca fiz nada para nós darmos certo? Não fale isso pois sabe que não é verdade, eu sempre fiz tudo que pude.

—Mas não é o suficiente, não para mim, e é por isso que eu estou te pedindo um tempo. Para repensar em tudo e tentar chegar a uma conclusão se isso - Apontou para nós de novo - irá dar certo lá pra frente.

Eu olhei para ela incrédula e ri sem humor suspirando e abaixando a cabeça. Limpei as lágrimas do meu rosto. Agora não dava para conversar com ela, Lauren estava com muita raiva e eu não ia cutucar a onça com vara curta. Se ela quer um tempo irei dar um tempo mas não vou me afastar. Vou continuar presente em tudo de sua vida.

Eu olhei pra ela mais uma vez. Seus olhos verdes estavam vermelhos em volta, seu nariz com a ponta vermelha e a expressão triste mas decidida. Caminhei em direção da porta e parei antes de sair.

—Eu te amo de mais pra te deixar... Mas vou respeitar seu tempo. - Sai e ela fechou a porta com força gritando em seguida.

Foi difícil controlar minhas lágrimas e eu chorei ali mesmo no corredor, sem forças eu sentei no chão chorando. Senti dois braços me envolvendo e uma carícia em meus braços.

—Vocês vão voltar. Só dê esse tempo para ela. - Dinah disse em meu ouvido. Eu assenti secando inutilmente minha lágrimas. - Ela te ama e está machucada, não só por ontem mas por várias coisas que anda acontecendo com vocês.

—Eu, eu não queria que fosse assim. Dói muito ficar sem ela. Dinah, Lauren já se tornou parte de mim, eu não irei suportar esse sentimento de que está faltando algo em mim.

—Eu sei que não - Minha amiga beijou minha testa e me acolheu em seus braços mais uma vez - Vem levanta, vou te dar algo pra comer e te levar pra casa.

—Não quero comer nada - Ela levantou e estendeu a mão pra mim, peguei a mesma e ela me puxou abraçando meu pescoço com um braço. - Só quero ir pra casa.

—Tudo bem.

[...]

Uma semana depois.

Ficar sem Lauren foi mais difícil do que eu imaginei. Passei a semana toda perguntando como ela estava por mensagens e ela não me respondia. Eu ligava e dava caixa postal ou encerrado. Na faculdade ela não apareceu. Eu cheguei a ir em seu apartamento mas ninguém me atendeu e eu fui embora. Meu trabalho eu estava deixando de lado, eu estava lá mas era como se não estivesse. Troye me mantinha informada sobre Maia e Selena, que estavam bem e saudáveis. Ele me perguntou se eu queria ir com ele fazer uma visita à elas mas eu inventava uma desculpa qualquer e não ia.

Dinah também começou a me manter informada sobre Lauren. Ela disse que Lauren estava bem e que estava empenhanda em seu trabalho. Na quinta fomos ver alguns apartamentos na verdade eu não estava com cabeça para olhar apartamentos e casas então Dinah remarcou. Eu não saia mais, a maioria do meu tempo eu estava em casa chorando ou no trabalho. Minhas amigas até tentavam me animar mas eu não tinha mas vontade de ficar animada e a saudade dela, a saudade de Lauren era tanta que chega a doer.

Eu sentia saudade dela aqui. Saudade do cheiro dela, dos beijos, dos carinhos ao dormir e ao acordar, saudade daqueles enormes olhos verdes me observando, eu sentia saudade até dela piscar calmamente assim que acordava ou dela usando minhas roupas. Eu sentia saudades dela. E isso doía tanto. Lauren se tornou um pedaço de mim. Ela estava em tudo. Em meus pensamentos, em minha casa, em minhas veias, em minha mente, em meu corpo.

Eu não aguentarava mas essa ausência dela mas eu tinha que respeita-lá. Eu fico imaginando se ela também se sente assim? Toda essa saudade. Se sentia saudade dos nossos momentos juntas, de mim, de nós?

Dinah fazia o nosso almoço enquanto eu arrumava a bancada. Hoje era dia da minha folga e eu praticamente dormi o dia inteiro. Dinah quando chegou mais cedo do trabalho e quando viu que eu estava dormindo me acordou do jeito Dinah delicada de ser e me obrigou a tirar a blusa de Lauren que estava no meu corpo. Ela dizia que ficar se torturando assim era loucura enquanto me empurrava para o banheiro.

—Hoje a gente vai sair e nem me diga que não, porque você vai sim! - Suspirei dando de ombros.

—Nem adiante discutir com você mesmo. Pra onde vai me levar?

—Que tal um barzinho? Você e eu somente. Se for pra ficar triste que fique triste bêbada e não dormindo.

—Dormir me faz esquecer um pouco dessa saudade e ausência dela. - Ajeitei os talheres e Dinah revirou os olhos.

[...]

O táxi parou em frente a um barzinho perto da faculdade. Dinah pagou o taxista e descemos do automóvel entrando no bar. Eu estava sem ânimo para ir mas Dinah praticamente me obrigou. Ela escolheu minha roupa, meu sapato, arrumou meu cabelo só faltou me dar banho mas ela disse que eu sabia fazer aquilo sozinha.

O lugar não era muito grande. Totalmente revestido de madeira. Cadeiras, mesas, palco, balcão, chão, paredes, tudo era de madeira. Caminhamos até uma mesa ao canto do palco e um garçom veio nos atender. Dinah pediu um Martini e eu uma cerveja, não demorou muito para ele trazer nossas bebidas, agradecemos e o garçom se retirou.

—Esse bar é novo né? - Perguntei.

—Sim, Mani me trouxe aqui essa semana - Disse nostálgica.

—E aposto que transaram no banheiro - Ela sorriu aberto e eu abri a boca indignada.

—Sua vadia, eu sofrendo e você transando no banheiro de um bar - Joguei um dos guardanapos que estava na mesa em cima dela que riu e acabei rindo também.

—Se fosse eu no seu lugar você faria o mesmo ridícula!

—Faria mesmo - levei a garrafa até minha boca e dei um gole na bebida. - E a Mani porque não trouxe ela?

—Ela está com uma amiga - Assenti.

—Para um bar novo até que está agitado aqui - Me referi as pessoas que dançavam animadas.

—Verdade.

—Sabe sobre ela?

—Camila...

—Qual é Dinah?! Eu preciso saber como ela está.

—A gente conversou hoje, ela está bem mas achei ela triste no telefone. Ela sente falta de você mas é cabeça dura de mais e não quer admitir.

—Eu juro Dinah que só não vou atrás dela porque ela não me atende, não me deixa entrar em seu apartamento, me ignora completamente se não fosse isso eu já tinha acabado com a porra desse tempo que não acaba logo. - Falei irritada.

—Eu sei Mila, eu sei.

—Dói sabe? Dói de mais não vê-la, não tocá-la, não sentir ela em meus braços. Eu sei que tive culpa mas eu não podia deixar duas pessoas morrerem ali.

—Ninguém deixaria mas ela ficou mais triste porque você não lembrou dela, sabe, dar um telefonema dizendo onde estava e justificando o motivo pelo qual você não foi.

—Eu sei - Suspirei colocando meus braços na mesa. - Você bem que poderia me ajudar a ficar com ela para Lauren me escutar e me perdoa.

—Pensarei no seu caso - Disse divertida.

Ficamos conversando sobre coisas inúteis e bebendo. Dinah me divertiu aquela noite e fomos embora abraçadas pois estávamos um pouco bêbadas. O taxista deixou nós duas na entrada do campus e eu tombei pro lado enquanto esperava Dinah pagar o motorista. Fiquei rindo ali mesmo no chão e comecei a chorar lembrando de Lauren. Dinah começou a gritar comigo e me levou resmungando igual uma velha chata.

Cheguei em casa e me deitei no sofá. Dinah foi pro quarto depois que trancou a porta. Tudo girava, a casa, os móveis, eu estava girando.

—Dinah... A casa tá, uuuuh, girando...

Tentei levantar para ir ao meu quarto mas foi inútil. E acabei esbarrando na mesinha de centro e derrubando meu celular. Peguei o aparelho que também parecia girar e desbloqueei a tela. Será que se eu ligasse pra Lauren ela atenderia? Minha casa estava girando ela precisava me ajudar!

Apertei em seu contato na minha lista e começou a chamar. Deixei minha cabeça cair no encosto do sofá e fechei meus olhos, no quarto toque ela atendeu.

—Alô quem é? - Sua voz estava rouca e grogue. Ela estava dormindo.

—Oi amor, minha casa tá girando... - Ri.

—Camila? O que?... Camila você bebeu?

—Só um pouquinho - Sorri e fiz careta.

—Onde você tá?

—Em casa ou num carrossel... Ou em casassel - Gargalhei da minha piada - Lauren, Lauren, Lauren Jauregui - Me deliciei chamando seu nome.

—Camila você está bem? Cadê a Dinah?

—Eu estou péssimaaa sem você e bêbada! Aquela vadia deve estar no décimo quarto sono, nem pegou gelo pra por na minha bunda, VADIAA - Gritei pro corredor.

—Camila fala baixo

—Amooor - Falei manhosa. - Por favor volta pra mim. Me perdoa vai. Te amo...

—Camila vai dormir amanhã você tem trabalho

—Vem dormir comigo? - Fiz bico - Ou deixa eu ir aí dormir agarradinha com você... Cheirar seu cabelo, beijar seu corpo, sua boca, fud-

—Camila tchau! - Me interrompeu.

—Não, não - Pedi em súplica - Deixa eu ouvir sua voz só mas um pouquinho amor

—Camila amanhã eu trabalho e você também vai dormir já é três da manhã!

—Isso briga comigo, pode brigar - Abri meus olhos e fiquei encarando a televisão.

—Camila eu vou desligar

—E eu ligar de novo - Ri.

—Você tá bêbada e ainda conseguiu achar meu número!

—Eu sempre encontro você, baby - Ouvi ela suspirar do outro lado. - Lauren?