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História .my little squirrel season 2 ; minsung EM REVISÃO - Chapter 22 - Mother


Escrita por: chanisteles

Notas do Autor


Attention: Jisung POV

Capítulo 23 - Chapter 22 - Mother


Fanfic / Fanfiction .my little squirrel season 2 ; minsung EM REVISÃO - Chapter 22 - Mother

- Eu cansei.

Insik grunhiu num tom ríspido e irritado, assim que Jina fechou com cuidado a porta do quarto do sobrinho, que havia acabado de adormecer. Ela o encarou por um momento enquanto se encostava na parede, logo adotando uma expressão aborrecida, não querendo brigar com seu cunhado durante mais uma noite.

- Cansou-se do quê, Insik? – Ela perguntou, cruzando os braços para ele, as orelhas de lebre grisalhas logo ficando de pé. Ele não respondeu, apenas a ficou encarando no corredor escuro. Havia bebido novamente, com toda a certeza, o fedor era perceptível mesmo naquela distância. Jina bufou alto e passou direto por ele para se dirigir à cozinha, do outro lado do cômodo. Poderia estar feliz e relaxada, após conversar e brincar com Jisung naquela noite e ver seus sorrisos. Após a morte da irmã e a tentativa de se passar por ela, cada dia que ela conseguia fazer o pequenino acreditar que ela era sua mãe era um dia bom, a tirando de pensamentos ruins que frequentemente teria se estivesse sozinha. Como se não fosse suficiente, seu cunhado bêbado sempre precisava querer jogar sua carranca para cima dela, lhe atacando com ameaças sem fundamento e ofensas que eram apenas palavras jogadas ao vento. Jina sentou-se numa cadeira e começou a cutucar suas unhas. – Jisung precisa de roupas novas, está crescendo e...

Ela se interrompeu bruscamente ao ver Insik em sua frente, a menos de um metro de distância. Ele ainda a encarava sem dizer palavra alguma, os lábios comprimidos numa linha fina. A escuridão da casa, apaziguada apenas pela luminária fraca na cozinha apenas contornava mais macabramente os traços expressivos do homem alto. Ela franziu o cenho, percebendo algo diferente em sua expressão. No entanto, não deixou aquela dúvida transparecer.

- O gato comeu sua língua, Insik? Se tem algo para dizer a Jina, diga.

- Vocês dois vão embora daqui. Agora. – Ele disse num tom grave e pausado, como se Jina não conseguisse não tivesse capacidade de entender tudo de uma vez. Tais palavras, fizeram sua pele bronzeada sentir um arrepio.

Não era como se aquelas palavras tivessem sido ditas pela primeira vez por Insik. Jina já havia ouvido aquilo diversas vezes, seja em brigas que ele insistia em ter ou em resmungos, apenas para ele mesmo. Jina até era capaz de compreender tal demanda, ela era muito parecida com a irmã para que não pudesse simplesmente seguir em frente após sua morte. Quanto a Jisung... suas paranoias sempre tomaram o melhor dele, o que acabou o levando a desenvolver uma repulsa pelo pequeno, assim como a grande maioria das pessoas do resto daquela vila. Ela já sabia de tudo aquilo e nunca tomou aquilo com seriedade, mas daquela vez ela sentiu algo diferente. Uma convicção nunca ouvida por ela, como se tudo já estivesse decidido, por bem ou por mal. Mas, novamente, não se deixaria abalar. Afinal, Insik estava bêbado e tudo aquilo não passavam de baboseiras.

- Oh, claro! As malas estão prontas e partiremos agora mesmo. – Ela disse em tom sarcástico, se levantando da cadeira. Jogou os fios negros para o lado, o olhando nos olhos. Ela nunca deixava de reparar em como eram fundos, mas ao mesmo tempo, vazios. A constante cólera que passava por eles o cegara para tudo o mais, impedindo também que Jina pudesse ver algo além deles. – Insik, deveria refletir um pouco sobre suas ações e suas palavras. Jogar ameaças sem sentido nunca é a solução, e o seu filho—

Novamente ela parou, mas pelos motivos errados. Seus olhos se arregalaram e tudo nela pareceu parar por um instante. A ponta afiada de uma faca lhe cutucou a barriga, a lâmina fria parecendo brincar com suas roupas. Insik se aproximou, o cheiro de bebida barata trazendo ondas de enjoo violentas ao estômago de Jina.

- Não chame aquela criança de meu filho. E pare de falar como aquela mulher. – Ele sibilou contra o rosto pálido de Jina, pressionando mais a faca contra ela a cada instante. – Você e ele vão embora deste lugar, esta noite. E não voltarão.

- P-para onde iríamos? Nos encontrariam em qualquer vila da vizinhança, e-e... – Ela balbuciou com dificuldade, segurando o pulso de Insik para que ele não se aproximasse. Ela esperou uma resposta dele, mas apenas recebeu um olhar. Você sabe bem para onde deve ir, era o que dizia. Jina abriu a boca em desespero. – V-você não quer dizer...

- Faltam apenas algumas horas. Pegue tudo e sumam.

- Sabe que é proibido! Se descobrirem sobre isso, vai ser um caos!

- E você acha que eu me importo?! – Ele gritou contra ela, a lâmina passando de sua barriga para seu pescoço, a fazendo parar a respiração. Um filete de suor caiu de seu pescoço para a faca, que quase fazia um corte em sua derme. – Se não fizerem o que eu disse, mato os dois. E pode ter certeza que faço todos pensarem que você causou tudo isso.

Um segundo de silêncio pairou no ambiente seco, mas que pareceram sólidos minutos para Jina. Milhares de pensamentos voaram por sua mente e, colocando os que envolviam Jisung em primeiro lugar, ela balançou freneticamente a cabeça, causando um sorriso completamente sádico nos lábios de Insik.

- Não ficarei esperando pelos dois, dê seu jeito para sumirem. Pela manhã, não quero ouvir nem seu nome soprado pelo vento.

Ele lentamente afrouxou a faca em seu pescoço, a deixando recuar vários passos para trás até tropeçar em uma das cadeiras e cair no chão. Seus membros pareciam ter parado de funcionar e ela se sentia completamente impotente. Inútil. Ela engoliu as lágrimas de raiva, ao menos não daria o gosto àquele homem repulsivo de vê-la chorar. Mas ela se via sem saída por dentro; como conseguiria cuidar de Jisung estando em outro mundo?

Com cuidado ela se reergueu, andando vagarosamente de volta ao quarto do sobrinho, sem desgrudar os olhos de Insik, que apenas a acompanhava da sala de estar. Ela abriu a porta com cuidado, entrando no cômodo aconchegante e cheio de papéis para desenho espalhados pelo tapete. Olhou para o pequeno encolhido em cima das cobertas, a cauda felpuda entre as pernas magrelas e as bochechas amassadas contra o travesseiro. Apesar de toda a gritaria, ainda dormia. Seria uma tristeza pensar que ele já teria se acostumado com as brigas entre Jina e Insik quase todas as noites.

Com um suspiro entrecortado, pegou uma bolsa que estava jogada no chão e abriu a cômoda, jogando algumas roupas do pequeno, bem como um brinquedo ou outro. Colocou a bolsa atravessada no corpo, já suando por todos os poros. Tudo o que rodeava em sua mente eram pensamentos sobre aquele novo mundo, o que encontrariam por lá, como viveriam, dentre outros tantos obstáculos; mas precisava agir rápido antes que ela realmente pudesse provar daquela lâmina. Olhou ao redor, se perguntando se poderia levar mais alguma coisa. Acabou pegando um livro de livros que havia lido com Jisung naquela noite e que era um de seus preferidos. Achou um espaço dentro da bolsa e então se agachou perto da cabeceira da cama de Jisung para apanhar uma fotografia, tirada a anos atrás. Nela, sua irmã, Jisung e Insik posavam, naquela época genuinamente felizes. Se ao menos ela soubesse o inferno que Jisung vivia, pensou por um momento.

Colocou a fotografia dentro do bolso, voltando-se para o sobrinho. Com cuidado, pegou o garoto adormecido em seus braços, as articulações falhando por um momento. A cabeça de Jisung se acomodou em seu peito, seu sono ainda tranquilo. Esperava que pudesse mantê-lo assim pelo resto do caminho.

Quando se voltou para a porta, viu parte do rosto de Insik aparecendo na fresta da porta, os olhando de maneira impaciente. Jina engoliu em seco, abrindo o resto da porta com um dos pés. Olhou uma última vez para o cunhado, sentindo um misto de medo, raiva e pena. Queria muito que sua irmã tivesse a ouvido para não chegar perto daquele homem, devido a quantidade de energias negativas que ele emanava ao seu redor, mas a paixão poderia cegar até o mais sábio e prudente dos homens. Andou em direção à porta da frente com lágrimas finas descendo pelo rosto cansado, sentindo a respiração tranquila de Jisung contra seu coração ferido.

 

[...]

 

A porta da residência da sra. Ji se abriu com um rangido baixo das dobradiças, quase inaudível aos ouvidos dormentes de Han. uma sombra foi se formando no nível de seus pés à medida que o interior da casa ia sendo revelado, formando um canto convidativo para o menor, que tinha as costas e a nuca sendo queimadas pelos raios forte do início daquela tarde.

A sra. Ji apareceu na porta, colocando apenas a cabeça para a rua. Seus cabelos recém-enegrecidos estavam soltos, o topo da cabeça adornado com uma tiara branca. Assim que Han encontrou seus olhos com os dela, percebendo a real semelhança com a sua mãe, as lágrimas logo se instalaram no canto dos olhos. A mulher sorriu simpática, mas sua expressão possuía um quê de preocupação.

- Han, querido, que surpresa! Eu fiquei muito preocupada desde o dia em que saiu daquele jeito, mas não conseguia lhe contatar. – Ela disse, abrindo a porta por completo. O menor respirou fundo, segurando com força a barra da camiseta que usava. Atrás de si, conseguia sentir o olhar de Minho e de suas filhas por detrás dos vidros do carro, lhe dando apoio. Ele engoliu o nó na garganta e deu um passo à frente.

- Sra. Ji, o Han precisa muito conversar com a senhora. Na verdade, o Jisung precisa. – Ele disse, na voz mais segura que podia. A mulher levantou as sobrancelhas, soltando a maçaneta. Ele tirou o livro de contos do braço, o sentindo estar mais pesado que nunca em suas mãos. Olhou para a capa e não pôde evitar relembrar de todos os momentos em que aquele livro havia tocado suas mãos no passado, sempre acompanhado de sua mãe; as frases sendo narradas por sua voz doce e cheia de expressão, transformando a história em realidade na mente fértil de um Han mais bem mais novo; as páginas sendo viradas com delicadeza, a ponta do papel fazendo cócegas no nariz do pequeno pois sempre estava muito perto do exemplar, como se pudesse entrar dentro do livro. Não recordava bem o dia em que parou de ler aquela estória, mas tinha certeza de nunca mais o havia lido sem sua mãe ao seu lado. E agora conseguia enxergar o porquê.

A sra. Ji continuava ali, o encarando com quase incredulidade. Ele voltou-se a ela, que deu passagem para dentro da casa. O interior estava claro e fresco, as grandes janelas de vidro viradas para o jardim abertas e permitindo que o ar entrasse e passasse livremente. Junto com o perfume de algumas flores de mel e aloe vera, havia o cheiro de biscoitos de açúcar, e alguns estavam em cima da mesa, sendo postos em um pote de vidro. No fundo, Han se sentiu mal por estar atrapalhando qualquer coisa que a mulher estivesse fazendo, mas não via outra oportunidade de se esclarecer com ela. Ela fechou a porta devagar, não se virando imediatamente para ele. Seus dedos de unhas longas arranharam de leve a madeira da porta.

- Sabe, eu tentei não tirar nenhuma conclusão precipitada quando o vi pela primeira vez, pois demorei anos para me esquecer do meu passado. – Ela começou, e o coração de Han pulou uma batida. Ela então se virou, os lábios trêmulos num sorriso esperançoso. – Mas depois de tudo o que eu vi... e você aqui agora. Será que eu devo acreditar?

Ela se questionou, olhando para o livro de contos que Han carregava. Então era realmente ela? O menor só conseguiu abraçá-la com força, tão desesperado que talvez achasse que ela pudesse desaparecer novamente de sua vida. Seus ombros se retesaram pela surpresa, mas logo depois o abraçou de volta, e o toque de suas mãos nunca lhe pareceu tão familiar. Lágrimas grossas enfim desceram por seu rosto e ele a segurava mais firmemente.

- Jisung... – Ela suspirou, o nome saindo de seus lábios com tanta confusão, mas também naturalidade. Era como se ela tivesse chamado aquele nome por anos, e Han percebia aquilo com alegria.

- A sra. Ji disse que o Jisung se parecia com o filho dela... – Ele disse, entre fungadas. Sua mão se desprendeu da mulher com dificuldade e chegou até a aba de seu boné, o levantando e o deixando cair no chão de linóleo. A sra. Ji subiu o olhar e prendeu a respiração quando viu o movimento rápido de suas orelhas felpudas no topo da cabeça. – Acho que o Jisung pode dizer o mesmo.

- Meu Deus... é você! – Ela exclamou com a voz embargada, se soltando dos braços do menor e segurando seu rosto com as duas mãos. Seus olhos se demoraram em cada canto de sua face, recordando de cada poro seu, desde as orelhinhas felpudas e agitadas até a pequena pinta em seu pescoço, tudo ali ela guardou como um presente em seu coração desde a última vez que o viu, e que tentou ao máximo esquecer quando viu Han em seu campo de visão. Lágrimas desciam por seus lábios abertos num belo sorriso, e Han fez questão de limpá-las delicadamente com os polegares. – Eu senti tanto a sua falta.

- O Han também... mais do que imagina, tia.

Demorou um pouco para os dois se soltarem e enfim começarem a conversar sobre tudo; parecia que havia um imã preso aos dois que os impedia de ficarem separados; claro, era compreensível, visto que não se encontravam em quase uma década. Assim como Jihye e Eunchan haviam explicado, Han tinha que ter ido com sua tia para este mundo a anos atrás, mas como ela não tinha certeza se realmente conseguiria cuidar dele, o deixou no último minuto. Han se sentiu confuso quanto a esta parte da história, mas ela explicou que, se seu pai tentasse matá-lo, ele não teria como negar que ele era o culpado. Mesmo que o pacto de sua mãe para protegê-lo já tivesse sido anulado e ninguém realmente teria sentido falta (exceto por Jeongin, que o conhecera pouco tempo depois), ainda assim seria um crime segundo as leis da vila. Fora um grande alívio, já que não conseguiu parar de pensar do motivo pelo qual ela o teria deixado, mesmo depois de ter se esforçado tanto para protegê-lo de seu pai. A sra. Ji estava sentada na poltrona da sala de estar e Han na ponta do sofá, se inclinando para ficar mais perto. Ela mantinha o livro de contos em seu colo, olhando especialmente o desenho que os dois fizeram juntos na contra capa.

- Lembra quando fizemos isso? Foi na noite em que eu fui embora. – Ela perguntou, tocando o desenho feito com giz de cera. O menor concordou com a cabeça, os lábios fechados pelos braços onde descansava o queixo. – Queria levar ao menos uma ou duas lembranças suas comigo para este mundo, e quando cheguei aqui, olhei para este desenho por dias. Uma pena que tive que vende-lo.

- Mas foi ele que me levou até aqui, então é uma coisa boa! – Han exclamou em contraposição, e a sra. Ji deu uma risadinha. – Como a senhora descobriu sobre o portal?

- Bem, digamos que eu fiz minha lição de casa. – Ela disse. – Após sua mãe partir, eu coloquei esse plano maluco na cabeça, então tinha que seguir à risca para que não pudessem suspeitar. Tive que ler e decorar todos aqueles livros chatos dela; até hoje não sei como ela conseguia lembrar de tudo aquilo como se estivesse falando sobre como se respira.

- Deve ter sido difícil. – Ele comentou, e ela deu de ombros em modéstia. Se acomodou melhor no acolchoado fofinho, sentindo o conforto de ter suas orelhinhas livres para receberem um pouco de ventilação. – Mas e quando chegou aqui? O que encontrou? O Han acabou saindo de dentro de uma geladeira na casa de um homem.

- Aigoo, sério? Ele deveria ter ficado com medo dessa criaturinha. – Ela disse, os dois caindo na gargalhada. Realmente, ainda se lembrava da expressão apavorada de Minho quando o viu em sua cozinha no meio da noite quando se viram pela primeira vez. No entanto, ele não conseguia pensar em uma situação onde fosse mais sortudo quando decidiu saltar para o outro lado do portal; Minho lhe deu tudo e muito mais do que poderia imaginar, e, pela expressão de sua tia que mudou logo depois das risadas, infelizmente não havia conseguido tal presente do destino.

- Acabei saindo de uma geladeira também. Mas, ao invés da geladeira já ter um dono, ela ainda estava à venda. Acabei caindo dentro de uma loja de eletrodomésticos e só quando abriram as portas na manhã seguinte eu consegui sair dali. – Ela começou a contar, colocando os dedos abaixo do queixo. Han ergueu as sobrancelhas, interessado. – Acho que você deve ter percebido o choque quando chegou aqui pela primeira vez. Demorou um bom tempo até eu aprender sobre este mundo. E demorou bem mais para que eu pudesse começar a ter uma vida, digamos, normal. Tive até que fazer algumas mudanças no visual.

Após dizer aquelas últimas palavras, apontou para o topo da cabeça, onde deveriam estar as suas orelhas de lebre. Han desviou o olhar enquanto torcia o nariz, não conseguindo imaginar uma dor que se comparasse a de perder as orelhas, sendo elas a provável parte mais sensível de seus corpos. Mas era compreensível, já que para se adaptar àquele muito, era preciso fazer decisões difíceis como aquela. Sua tia sorriu tranquila, como se aquilo não fosse lá muita coisa. Ela deixou o livro em cima da mesa, se ajeitando na poltrona para encarar o sobrinho.

- Você cresceu tanto, Han. Nem parece mais aquele garotinho miúdo que lia histórias comigo.

- Mas o Han quer ler histórias com a tia! – O menor retrucou com as bochechas infladas. – O Han nunca vai se cansar de ler histórias com a família dele. Nem com a senhora, nem com as meninas.

- Meninas? – Ela questionou, virando a cabeça para o lado. Han literalmente pulou do sofá. Olhou para o relógio no pulso e viu que já estavam no meio da tarde e havia esquecido completamente de Minho e das filhas do carro. O menor correu para a porta, se dirigindo à rua.

Do outro lado da calçada, lá estava Minho com Jihye e Eunchan. Os três estavam sentados no meio fio, cada um com um picolé nas mãos e o tomavam com as expressões sonolentas de tanto esperar. Han gritou para eles, acenando para que viessem. Eles se viraram para ele rapidamente, logo entendendo que alguém os chamava. A tia de Han espiou pela porta com um ar curioso, enquanto os três atravessavam a rua de mãos dadas, o maior pegando os palitos melecados das mãos das duas e os colocando no cesto de lixo da rua.

- Tia, essas daqui são... – Han começou com um enorme sorriso no rosto, puxando Jihye para seu colo. Ela deu um gritinho animado, tirando os fios da frente do rosto e acenando timidamente para a mulher, que acenou de volta com a feição encantada. Agora, também apanhou Eunchan e a colocou junto da irmã no alto. Eunchan tirou sua boina com cautela da cabeça, mostrando sua orelhinhas pequeninas. Desta vez, o rosto da mulher voltou-se para a surpresa total, com os olhos arregalados e a boca em formato de perfeito “o”. No entanto, não parecia nem um pouco chateada ou outras emoções do mesmo patamar. – Jihye e Eunchan. São as filhas do Han.

- Olá, vovó. – As duas disseram em um uníssono afinado, quase como se fosse uma melodia já praticada por ambas. A tia de Han colocou as mãos unidas sobre a boca, não conseguindo evitar um sorriso emocionado lhe escapar dos lábios. As gêmeas estenderam os braços, se inclinando para dar um abraço apertado nela, que as recebeu com um carinho imenso.

- Elas são tão lindas. – Ela murmurou, segurando as duas e as colocando no chão, se agachando de frente para elas. Acariciou os rostinhos rechonchudos e os fios reluzentes com uma contemplação quase etérea. – Devem ter muito orgulho de ter um pai tão maravilhoso quanto o que vocês têm, não é?

- Sim! – As duas disseram com um grande sorriso.

- É, mas nós temos dois papais. – Eunchan acrescentou, colocando dois dedinhos para cima, o que fez a mulher retornar à expressão confusa e olhar para o menor.

- Ah, sim! – Han exclamou, puxando Minho que apenas observava calado em um canto. Entrelaçou sua mão direita à destra dele, erguendo as duas que eram adornadas com suas alianças de casamento. – Este é o Minho, tia. Ele é marido do Han.

Minho deu um sorriso amarelo para a mulher, se curvando rapidamente e dando um “olá” quase inaudível. A tia se levantou, andando calmamente até Minho. Sua expressão não era nada boa, mantinha uma sobrancelha levantada e os braços cruzados. Minho engoliu em seco ao vê-la encará-lo por um bom tempo e, por um momento, Han achou que tinha dito algo errado. Mas quando a mulher caiu na gargalhada e deu um abraço carinhoso em um Minho suando frio e bambo, ficou aliviado.

- Aigoo, mas que partidão! Meu filho tem bom gosto para homens. – Ela disse, dando tapinhas nos ombros largos de Minho. No entanto, olhou bem em seus olhos, um olhar tão mortal quanto uma lâmina de espada. – Se machucar meu bebê, juro que conhecerá métodos de tortura nunca vistos pelos seres humanos.

- Mama! – Han exclamou, cessando o contato quando viu que Minho estava prestes a sair correndo porta afora. Sua tia olhou para ele por um segundo, logo depois dando um sorriso enorme, deste que se prolongaria pelo resto da tarde. E então ele percebeu, ele a chamou pela primeira vez de mãe.



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