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História My Marvel Academia - 02x12 O Final do Festival de Esportes


Escrita por: NerdMaster

Notas do Autor


E aí pessoal, tudo certo? A faculdade está sendo uma loucura, mas acho que manter um capítulo a cada duas semanas vai ser o suficiente, pra mim consegui fazer tudo direitinho e bem tranquilamente.
Mas, sem mais delongas, fiquem com o capítulo;

Capítulo 22 - 02x12 O Final do Festival de Esportes


Saindo do beco, o homem da máscara de caveira limpava o sangue de sua espada com um pano. Se afastando sem muita pressa de seu adversário caído, ele não se preocupa com mais companhia; mesmo ouvindo o rádio do “herói” com alguém preocupado do outro lado, ele já estaria longe quando a cavalaria chegasse. Mas no fim das contas, o suposto herói reprovara, havia sido testado, e eliminado. Ele não havia completado seu treinamento, não podia se chamar de herói.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sentados de frente um para o outro no túnel que levava para o ginásio estavam Tandy e Tyrone. Tendo acabado de lutar e tendo sua próxima luta em pouco tempo, o garoto decidiu que seria melhor aguardar ali mesmo depois de tomar um pouco de água de um dos bebedouros. Como de costume, Tandy fora a seu encontro para lhe ajudar a se preparar para sua próxima luta, o que consistia em lhe dar um de seus fragmentos de luz para que o garoto, literalmente, o comesse.

—... – Tyrone morde um pedaço do fragmento de luz; aquilo era algo que ele nunca conseguira se acostumar; ele sente estar mordendo algo sólido, mas ele logo se desfaz e uma sensação de preenchimento o invade, era e sempre será um momento esquisito

 

— ... – Tandy nada diz, apenas observava Tyrone. Os dois eram amigos há tanto tempo que não precisavam necessariamente conversar para se manterem confortáveis; eles simplesmente gostavam de ficar junto um do outro, nada mais nada menos

 

— Você está deixando o seu cabelo comprido... – Tyrone diz ao terminar de consumir a adaga de luz – combina com você...

 

— Sério que é isso que você quer conversar agora? – a garota pergunta desacreditada e de forma divertida, só Tyrone para, naquele momento, comentar sobre o cabelo dela

 

—... – o garoto simplesmente dá de ombros – do que você quer conversar? Devemos ter uns dez minutos antes da luta... – ele diz olhando para fora, onde era possível ver parcialmente uma das grandes telas, com a imagem dele e de Reyes, um do lado do outro, sinalizando a futura disputa

 

— Você acredita o quão longe chegamos? – ela pergunta também olhando para fora

 

— No festival ou na M.A no geral? – pergunta Tyrone

 

— Os dois... – ela diz soltando um suspiro sonhadora – quem diria, o gaguinho de Boston... – ela começa...

 

— A bailaria de Cleveland... – o garoto continua, sorrindo ao se lembrar das palavras

 

—... o mestre do espaço... – ela diz o encarando nos olhos

 

—...a precursora da luz... – ele também a encara

 

— Juntos contra o mundo! – eles dizem em uníssono; não importava onde estavam ou o que faziam, eles eram uma equipe e sempre seriam

 

 

 

 

 

 

“O pequeno Tyrone estava sentado junto de sua mãe na sala de recreação do consultório. Depois de algumas sessões com o Dr. Simon, o mesmo havia ligado para sua casa pedindo para que ele e sua mãe fossem ao consultório; ele alegava ter achado alguém que poderia ajudar Tyrone.

Com o passar dos anos, e a popularização das individualidades, o que acabou acontecendo foi a complexificação desses mesmos poderes, e ao ainda florescerem por volta dos quatro anos de idade, tanto o setor público quanto o privado começaram a investir em produtos e serviços que pudessem ajudar pessoas com individualidades complicadas por se dizer.

Tyrone era certamente um desses casos. Enquanto alguns colegas ganhavam membros novos, faziam coisas flutuarem ou enxergava no escuro, seu poder fazia algo que ele nãos gostava. Quando a fumaça começou a sair de seu corpo, ele pensou que fosse apenas isso; fumaça, mas ele estava enganado. Com o passar do tempo, e quanto ele mais usava seus poderes, ele ficava com frio, mas não um frio físico, mas sim um frio espiritual, como se, por nenhum motivo, ele ficasse assustado. A situação só piorou quando uma professora encostou nele sem querer enquanto ele estava usando seu poder, e instantes depois a mesma caiu para trás, completamente apavorada, por aparentemente motivo nenhum.

Depois disso, tudo foi de ladeira à baixo; ninguém mais queria ficar perto dele, nem colegas, nem professores, até sua própria família se mantinha distante. Isolado e com medo de seu poder, um ataque de pânico fez com que o menino de cinco anos surtasse e de repente aparecesse na casa do vizinho, entrando em contato com o mesmo e o fazendo desmaiar. Depois daquele evento, sua mãe sabia que ele precisava de ajuda.

O Dr. Simon Marshall era pediatra e especialista em “terapia de individualidades coletiva”, e fazia parte dos que acreditavam que todo o poder tinha sua contraparte, que juntos, se equilibravam em força. E o Dr. Simon havia dito que ele tinha encontrado a contraparte de Tyrone, por isso estavam ali

Sra. Johnson? – o doutor pergunta abrindo a porta e se dirigindo a mãe de Tyrone, ele vinha acompanhado de um homem e uma criança – esse é o Sr. Bowen, e essa é a sobrinha dele Tandy

A pequena menina loira diz saindo de trás das pernas do tio, para dar um silencioso ‘olá’ para a moça depois que a mesma cumprimentara seu tio. O Dr. Simon então se vira para Tyrone

Ei amigão, posso te apresentar a uma pessoa? – o médico pergunta para Tyrone, que depois de ser incentivado por sua mãe, desce da cadeira e se aproxima do médico que se agachava para pode lhe olhar face a face – Tyrone, essa é a Tandy.

 

Olá... – ela diz e logo estende a mão, mas Tyrone recua levemente, o que entristece Tandy

 

Não precisa se preocupar Ty... – o médico diz – Tandy, por que não mostra pra ele o que você consegue fazer?

 

... – a garota apenas concorda com a cabeça e logo estende a mão, logo, uma pequena esfera de energia surge, não muito visível, mas liberando luz para o ambiente, como se fosse uma lâmpada sem corpo físico.

Tyrone por algum motivo se sente atraído por aquela luz, como se algo dentro dele dissesse que ele precisava daquilo, por qualquer motivo que fosse. Ele então, inconscientemente estende sua mão, que rapidamente começa a liberar sombras, como se ele estivesse soltando gelo seco negro de sua mão, simplesmente escorria por entre seus dedos. Mas o mais interessante era que, ao ficar perto da luz, a fumaça instantaneamente desaparecia. E então, Tyrone coloca sua mão por cima da mão de Tandy; a mão suave e quente da menina é um contraste para a mãos mais fria do menino, mas logo que elas se encostam, tanto a luz como as sombras desaparecem, simplesmente somem ao contato das mãos. O garoto olha para a menina e sorri, e mesma não pode deixar de sorrir também.”

Logo, Tyrone passa a ouvir os gritos da plateia e outros anúncios que indicavam que em breve sua luta começaria;

— Bem, eu vou indo então... – a garota diz se levantando e ajudando o garoto a se levantar, estendendo o braço para ele puxar e se colocar de pé – boa sorte!

 

— Valeu... – ele diz acenando com a cabeça e logo vendo Tandy se virar e seguir na direção oposta, indo mais para dentro do túnel, enquanto ele olha para fora, respirando fundo, ele pensa em sua mãe e em seu irmão; que provavelmente o estavam assistindo lá de Boston, ele então toma coragem e segue para fora, para o confronto...

 

 

 

 

 

 

— “E É ISSO SENHORAS E SENHORES!!! O CONFRONTO FINAL!!! CHEGAMOS A ÚLTIMA BATALHA DO NOSSO FESTIVAL DE ESPORTES!!! DAQUI UM SAIRÁ VENCEDOR E O OUTRO SAIRÁ HUMILHADO!!!” – Deadpool diz animado, pulando de um lado para o outro, enquanto Matthew só queria ir para casa, e já teria ido se não fossem seus alunos ali – “AGORA ESTAMOS NO MESMO NÍVEL DE; HARRY VS VOLDEMORT, PERCY VS CRONOS, SOLUÇO VS ALVIN...”

Enquanto Deadpool seguia com suas comparações e referências, ambos Tyrone e Robbie se encaminhavam para a arena, ambos bastante concentrados e não parecendo muito nervosos, pelo menos não externamente.

Nas arquibancadas, todos os 18 colegas dos dois garotos olhavam com diferentes sentimentos para aquela luta. Alguns (apenas Flash no caso) estavam irritados por não ser ele lá embaixo. Outros estavam interessados em saber como aquela batalha decorreria, mas a maior parte estava com preocupações equivalentes para os dois garotos. A quantidade de poder, técnicas e cartas na manga apresentadas até o momento pelos dois competidores era certamente imensa.

— Eu estou preocupada... – Wanda diz para os amigos

 

— Com o que!? Não há nada com que se preocupar! – Gwen diz, parecendo não entender de onde vinha a preocupação da amiga

 

— A maioria dos que enfrentaram esses dois saíram com sequelas... – Wanda diz se referindo mais especificamente a Peter e aos três que havia enfrentado Tyrone diretamente; Seol, Kamala e Amadeus – imagina o que vai acontecer quando eles dois se enfrentarem!?

 

— Vai ser incrível isso sim! – Gwen diz animada – vai ser basicamente Batman vs Superman do Sack Znyder, tudo sombrio, preto e branco, câmera lenta... – Gwen continua, mas Wanda sinceramente se perdeu logo em Batman, seja lá quem fosse

 

— Vocês dois enfrentaram o Reyes – Kei diz indicando Danny e Peter – o que vocês acham?

 

— Ok vamos chamar de enfrentar... – Peter diz sarcástico pelo fato de que a batalha foi mais um; encher o saco de Reyes e levar uma surra – ele certamente é muito habilidoso e tem um controle incrível da sua individualidade...

 

— Além da parte dos poderes – Danny complementa – ele tem um conhecimento de boxe muito bom, a forma dele é quase perfeita e todos os movimentos são fluídos e bem naturais, não vejo como o Tyrone poderia vencer

 

— Eu não contaria tanto com isso... – eles olham para trás para observar Tandy, que havia voltado e agora se assentava entre Seol e Nico – Ty tem umas cartas na manga...

 

— Perdão por dizer aquilo... – Danny diz se levantando e se curvando na direção de Tandy – eu não quis ofendê-lo...

 

— Relaxa... – Tandy diz tranquila, o que alivia Danny

 

— Você que parece conhecer ele mais... – Seol começa dizendo – como você acha que a luta vai decorrer?

 

— Pode ir para qualquer um, é difícil dizer... – ela responde cruzando os braços e olhando para os dois garotos se aproximando lá embaixo – mas uma coisa eu sei; eles estão em mais pé de igualdade do que vocês imaginam...

 

— Você e Tyrone estão quase sempre juntos... – Nico comenta observando a loira – vocês namoram por acaso?

A secura da pergunta da garota Minoru chama a atenção de todos os outros integrantes da classe 1-A; alguns pela coragem de perguntar aquilo sem mais nem menos, outros se interessavam pela resposta. Alguns coravam, outros estavam curiosos para saber se a sala já tinha algum casal formado, Kei começa a levantar seu caderno de desenho, esperando uma resposta para liberar seus instintos artísticos...

— Não. – Tandy diz igualmente seca; ela nem mesmo se surpreendeu com a pergunta, era como se tivessem perguntado pra ela o que ela havia comido de almoço – a gente realmente passa bastante tempo junto, mas é por que nos conhecemos desde pequenos, ele é basicamente o irmão gêmeo que eu nunca tive...

Algumas reações percorrem o grupo; a maioria neutra, a pergunta havia os assustado, mas como nada mudava o status quo da sala, ninguém parecia achar aquilo nada demais, por que não era mesmo. Kei tristemente põe seu caderno para baixo, decepcionado por não conseguir afunilar seu instinto artístico na figura do casal.

Outras reações incluem Kamala dando um peteleco em Nico por ser tão seca com esse assunto e Pietro, se sentindo estranhamente aliviado por aquela situação, não sabendo exatamente o porquê.

— Vai começar, vai começar! – Gwen diz animada, mudando o foco da sala de volta para o combate

 

 

 

 

 

 

De volta a arena, os dois garotos se encaravam a poucos metros de distância um do outro, nada mais importava, ambos tinham um único objetivo vencer; ambos já tinham passado por muita coisa para estarem ali, e naquele momento eles dariam tudo de si para que pudessem voltar para casa como o campeão daquele festival. Nenhum grito, declaração ou nada é feito por nenhum dos garotos enquanto Emma Frost não autoriza o início do confronto. Até que ela o faz;

Robbie não perde tempo, saindo de suas costas e seguindo seu comando mental, uma corrente de ferro surge e se lança em alta velocidade na direção de Tyrone, se esticando no processo. E o esperado acontece; centímetros antes de ser enrolado pela corrente, o garoto desaparece em uma nuvem de fumaça negra e a corrente passa pelo espaço que o garoto se encontrava segundos atrás, mas sem nada para agarrar.

Tyrone logo reaparece a poucos metros de sua posição original, e Reyes não perde tempo. Antes mesmo que a primeira corrente retornasse a seu corpo, ele lança outra, no mesmo estilo que a primeira, uma investida rápida e direta, e o mesmo ocorre, com o afrodescendente sumindo e a corrente passando inofensivamente pelo vazio.

Poderia parecer que Robbie não tinha um plano específico; o que era verdade, mas ele sabia de uma coisa, Tyrone sempre desapareceria e se utilizaria da distância para acumular poder antes de chegar perto e colocar seu oponente em uma espécie de transe, como havia feito nas últimas três lutas. A grande questão era; Robbie não fazia ideia do que realmente acontecia na mente da vítima de Tyrone: Seol e Kamala haviam ficado em um estado de choque, enquanto Amadeus perdera o controle e ficara violento. Por isso, sua estratégia inicial seria tentar ver e passar pelo estado de choque, se ele conseguisse fazer isso a vitória era garantida, mas a grande questão é que ele não sabia o que aconteceria... até aquele momento.

Tendo a sexta corrente vindo rapidamente em sua direção, Tyrone percebe que a quantidade de fumaça oriunda da Darkforce que rodeava seu corpo deveria ser o suficiente para ganhar aquela batalha. Então, se teleportando, o que ele esperava que fosse a última vez do dia, ele viaja pelas sombras da dimensão paralela até se encontrar atrás de Robbie, o garoto até tem tempo de se virar, mas a energia escura rapidamente entra em contato com ele, e seus olhos se arregalam com as visões que passavam em sua mente...

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Robbie estava em sua casa; a segunda casa para ser mais específico, não a casa que crescera seus primeiros quatro anos em Los Angeles, esquecido por seu pai e nem a casa que morava atualmente em Sunset Park, Brooklyn com seu tio e irmão mais novo. Ele estava na casa de Hell’s Kitchen, a casa em que sua vida começou a desmoronar.

Ele estava em um dos corredores da casa, mais especificamente o que continha o escritório de seu pai, como ele sabia? Ele estava olhando para ele, mas algo estava errado com seu ponto de visão, ele estava vendo as coisas mais por cima, como se tivesse crescido. Mas ele não tem tempo de raciocinar todas as mudanças que pareciam ter ocorrido em seu corpo, pois ele ouve um leve choro vindo detrás de si;

Snif...snif – um garotinho, não devia ter mais e seis anos, estava parado no meio do corredor com a cabeça baixa

 

... – Robbie tenta dizer alguma coisa, mas as palavras morrem em sua garganta quando o garotinho levanta a cabeça; ele era igualzinho a Robbie. Tinha o mesmo formato do rosto, seu cabelo era lizo e levemente bagunçado, escuro com um tufo branco na parte da frente, mas ele tinha algumas coisas diferentes; seus olhos eram levemente mais fechados, era mais pálido e seus olhos, enxarcados com lágrimas, eram azuis

 

A CULPA É SUA!!! É TUDO CULPA SUA!!! EU TE ODEIO!!! EU QUERO A MINHA MÃE!!! – o garoto grita uma frase bastante conhecida para Reyes, e sai correndo de lá, até sumir virando uma esquina

Reyes é mais abalado por aquele comentário do que ele esperava, ele então vê tudo se esvair, começar a sumir, ele olha para o lado e encontra um espelho que não existia ali normalmente, mas ele não vê seu rosto, nem mesmo uma versão adulta ou qualquer coisa do gênero, ele vê apenas uma caveira flamejante, com dois buracos vazios no lugar de olhos...

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A cena mudara; Reyes não sabia reconhecer onde estava agora, mas estava em um campo aberto, com o sol se pondo no horizonte, o que faria uma cena belíssima, se não fosse pelos cadáveres espalhados pelo chão.

Dezenas deles, homens, mulheres, crianças, todos no chão, congelados e imóveis. Mais perto de Reyes, ele observa seus colegas, todos eles, com pedaços do corpo congelados, estacas de gelo os perfurando, além de diversos outros ferimentos.

Robbie olha para baixo, e se encontra com os braços e as pernas congeladas no chão, por algum motivo, seus poderes latentes não foram o suficiente para libertá-lo e ele estava preso. Ele se sentia fraco, com falta de ar, palpitações no peito, ele havia usado muito sua individualidade, mas o que estava acontecendo?

As duas cenas se repetem em sua cabeça; o garoto correndo dele e seus amigos todos mortos. Até que ele entende; aqueles eram seus maiores medos, as escolhas premeditadas de sua vida. De um lado, abraçar o poder de seu pai e se tornar igual a ele, um abusador, mas por outro lado, rejeitar o poder, e perder aqueles com quem se importa por que ele era teimoso, ele não queria nada daquilo...

“O herói que você quer ser!”

Sua mãe? Não, aquela era a voz de Parker, tudo o que ele dissera para Robbie na luta retornava, o moreno menor estava certo. Mas Robbie tinha medo, medo de se tornar uma pessoa ruim por conta daquilo, mas ele lembra, aquele era o poder dele, e ele seria um herói com aquilo, não definido por aquele poder, mas o utilizando como uma ferramenta...

...para se tornar o herói que ele queria ser.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para Tyrone, nem mesmo um segundo havia se passado, ele havia conseguido conectar a energia sombria a Reyes, que agora estava paralisado, seu objetivo era simples agora, usar a fumaça para arrastá-lo para fora do campo, lhe garantindo a vitória, como ele havia feito até aquele momento. Até ele ser lançado para trás por uma coluna de fogo.

Caindo no chão há alguma distância Ty apenas olha para seu adversário e o vê respirando fundo, ainda olhando para frente, mas agora tendo sua cabeça e seus ombros como se estivessem em chamas, mas o mais esquisito para Tyrone era que toda a fumaça que ele havia exalado com os teleportes, havia simplesmente sumido. Ele encara Robbie e vê o mesmo com a expressão séria, logo começando a andar em sua direção, com quatro correntes saindo de suas costas e se colocando ao seu lado e seu crânio se transformando naquela mistura de crânio com capacete, com os buracos escuros com chamas no fundo por olhos.

 

 

 

 

 

 

 

Everybody was kung-fu Fighting!!! Those kids were fast as lighting!!!”

O barulho de uma ligação de celular atrapalha o momento de tensão, e todos os alunos da 1-A presentes na arquibancada se viram para o garoto Danny, que tentava rapidamente, estando muito envergonhado, achar seu celular para poder desligar a música.

Por não ser muito ligado a tecnologia, era Gwen que fazia as modificações em seu celular, era óbvio que fora ela quem escolhera a música de seu toque. O garoto estava prestes a desligar o celular e interromper a música, mas ao ver a pessoa que o estava chamando, algo lhe dizia que ele deveria atender.

Se levantando, ele pede licença e sai do local, todo tempo encarando o número que o ligava, assim não percebendo os olhares de seus amigos que o acompanhavam até que ele estivesse fora do campo de visão.

Se encontrando em um corredor vazio, Danny atende à ligação e leva o telefone ao ouvido;

— Alô? Misty? – Danny pergunta, tendo reconhecido o nome da parceira de Orson (e sua crush de quando era menor) o que significava algo importante

 

Danny...” o garoto ouve a voz da mulher, mas o jeito que ela falava trazia algo ruim para dentro de Danny “...uma coisa aconteceu...com o Orson.”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Reyes tenta atacar Tyrone com duas correntes, que por conta da ativação de seu outro poder, estavam agora alaranjadas e brilhando, incandescentes pelo calor que o mesmo liberava. As duas se lançam como cobras em Tyrone, mas o mesmo apenas se teleporta para o outro lado do campo, se colocando com a maior distância possível de Robbie, mas ainda se mantendo dentro da arena. O garoto em chamas simplesmente segue andando enquanto Tyrone prepara sua arma final.

Se agachando e colocando as mãos no chão, Tyrone respira fundo e começa a ir para a dimensão sombria e voltar, o mais rápido possível, vai e volta, vai e volta. Os intervalos de tempo entre sumir e reaparecer começam a diminuir até se tornarem quase nulos, e a cada vez que ele voltava, ele parecia exalar mais e mais fumaça. Ele suava e respirava cada vez mais fundo, enquanto seu corpo parecia transbordar de fumaça negra e ele se preparava para seu golpe final.

Robbie, observando aquela demonstração de poder, para a poucos metros de Tyrone, vendo aquela quantidade de fumaça se acumular mais e mais, começando a se levantar como uma onda prestes a quebrar encima dele. A estratégia era simples; liberar tanta fumaça, que a simples força física e psicológica faria Reyes ser arrastado para fora da área demarcada em pouco tempo. E ele não podia deixar que isso acontecesse.

Pegando em suas mãos uma de suas correntes, e dispensando as outras, o garoto caveira começa a rotacionar seu braço com a corrente incandescente, desenhando um círculo no ar com ela. Logo, fogo se alastra pela corrente e ele passa criar uma espécie de vórtex de chamas, com o objetivo de criar um funil para toda aquela fumaça.

Logo, enquanto Tyrone ainda estava ocupado terminando de acumular aquela energia toda, Reyes já havia criado um verdadeiro furacão de chamas, que cria um vácuo, o conectando a coluna negra que se estendia para o alto. A fumaça é então rapidamente atraída pela diferença de pressão e passa a percorrer o funil, diretamente na direção de Reyes, depois do mesmo ter parado de girar a corrente. O garoto então, com a fumaça chegando cada vez mais perto e ele abre a boca, um lugar para destruir a fumaça. A névoa negra rapidamente começa a entrar o crânio flamejante, e logo que ela entra em contato com as chamas, ela se evapora, mas parecia que Reyes estava comendo a fumaça.

Tendo conseguido manter o fluxo, Reyes passa a andar na direção de seu oponente, a fumaça criada logo sendo atraída para o garoto e sendo destruída dentro do crânio em chamas. Tyrone até para de fazer o que estava fazendo, tanto pelo cansaço quanto pela proximidade com as chamas, que enfraquecem seus poderes.

Tendo a fumaça sendo completamente destruída, Tyrone se vê sem energia e, mesmo ajoelhado, começa a cair para trás. Reyes, em um rápido movimento, segura a camiseta do garoto, e o coloca gentilmente no chão, para que o garoto não batesse a cabeça, do lado de fora da linha que demarcava o limite, lhe dando assim a vitória.

— Tyrone Johnson está fora de combate... – anuncia a professora Frost - ...com isso, Roberto Reyes é o campeão do Festival de Esportes do primeiro ano!

A plateia vai a loucura. Os telões anunciam Reyes como o grande campeão. O mesmo apaga suas chamas e retorna seu crânio para a forma padrão. Ele respirava com um pouco de dificuldade, mas o pior eram as cenas que passavam por sua cabeça; ele não escolheria nenhum daqueles caminhos, ele faria o seu próprio. O moreno não percebe, mas um certo herói profissional vestindo couro sai do estádio depois do anúncio da vitória de seu filho: alguns até poderiam achar que ele estava triste ou qualquer coisa assim pelo garoto não querer nada com ele, mas ele sabia que isso não duraria para sempre, o garoto precisava de auxilio, gostasse ele ou não, e logo ele iria a seu encontro, ele só precisava ser paciente.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pouco tempo depois, todos os alunos do primeiro ano agora haviam retornado para o centro do estágio para a cerimônia de premiação; a arena havia retornado para baixo do solo, deixando de volta o campo de grama sintética com o retângulo de terra no centro. Fogos de artifício eram lançados para o alto, e diversos repórteres se posicionavam perto dos alunos reunidos. Geralmente se esperaria mais de uma cerimônia com prêmios, mas a escola apenas premiava os que terminavam a competição no pódio, mas ainda havia um motivo muito especial para a maioria ter saco de permanecer ali.

— Os alunos do primeiro ano completaram todos os eventos do Festival de Esportes da M.A – a professora Frost anuncia para a plateia – por fim, chegou a hora das premiações!

A multidão vai mais uma vez a loucura, enquanto mais fogos de artifício explodem no alto, tendo vindo tanto do estádio quanto fora. E de trás da professora Frost, um grande pódio de ferro surge do chão, se erguendo e trazendo consigo três alunos do primeiro ano A do curso de heróis; Robbie, Tyrone e Amadeus. Os dois primeiros pareciam bastante neutros na situação, apenas olhando para frente e para os amigos, não ligando muito para as câmeras, Amadeus era o único que expressava algum sentimento, e ele parecia levemente chateado. A professora então se vira para os repórteres presentes;

— Ainda haveria uma última luta para a decisão do terceiro lugar entre Amadeus Cho e Danny Rand, infelizmente o segundo teve de ir embora por causa de assuntos pessoais, dando assim o terceiro lugar ao Sr. Cho... – ela explica rapidamente para os profissionais da mídia

 

— Que pena que Danny não pode tentar o terceiro lugar... – Kei diz estando de cavalinho encima de Groot para ver melhor

 

— Eu sou o Groot...

 

— Verdade... – Peter responde o pequeno garoto, se relembrando da conversa que teve com o loiro antes da saída do mesmo

 

Peter, eu sei que isso é inesperado, mas eu vou ter que ir embora – Danny havia chamado Peter para conversar depois do fim da luta de Reyes e Tyrone, mas apenas ele – um vilão atacou Orson...

 

Oh não... – Peter se assusta com a informação, claro, vilões e heróis entravam em conflito normalmente, mas alguém tão próximo de seu amigo – ele vai ficar bem?

 

Eu não tenho muitos detalhes, por isso tenho que ir logo... – Danny diz cabisbaixo – e eu gostaria que você mantivesse isso entre nós...

 

—... – Peter não entende cem porcento o por que, se fosse para deixar um segredo com alguém, por que não com Gwen, que o conhecia a mais tempo?

 

— Você deve estar se perguntando por que lhe dei esse fardo e não à Gwen? – a pergunta do loiro impressiona Peter – na verdade é por causa dela; Ela  é bastante apegada a Orson e eu odiaria preocupa-la, além do mais, ela certamente iria insistir em ir comigo, e... – Danny para um pouco, medindo suas próximas palavras – e dependendo do que acontecer...eu não posso fazê-la testemunhar o pior...eu tenho que fazer isso sozinho...

 

— Eu entendo... – depois de contar a eles tudo sobre o que aconteceu com o tio Ben, Peter entendia bem a sensação, deveria ser por isso que Danny o escolhera...”

 

“Orson é tecnicamente meu pai, mas ele sempre deixou claro que era meu sensei acima de tudo; ele é minha grande inspiração e um dia eu quero ser como ele...”

As palavras de Danny voltam a mente de Peter, e ele silenciosamente rezava para qualquer um que o estivesse ouvindo para que Orson estivesse bem, pelo bem do Danny...

 

 

— E com vocês, para entregar as medalhas para nossos campeões, apenas uma pessoa veio à cabeça... – a professora diz apontando para o alto do ginásio, onde uma figura subia do lado de fora até estar acima do ginásio

 

“— Sexta-feira, bota pra quebrar...” o herói armadurado diz, se conectando aos autofalantes do ginásio e colocando “Shoot to Thrill” do AC/DC no volume máximo.

Todos gritam e se impressionam ao ver a armadura vermelha e dourada voando do alto até o chão em alta velocidade, com a música tocando no fundo, até que o herói número um aterrissa e logo se levanta, levantando os braços para a plateia que urrava seu nome; “Homem-de-Ferro”. Os murmúrios da plateia aumentam, comentando como os alunos eram sortudos de terem aula com ele e poderem simplesmente estar no mesmo ambiente que ele. Mas Tony logo troca sua atenção da plateia e das câmeras para Frost, que segurava uma maleta com as três medalhas. Ele pega a de bronze e logo se encaminha ao terceiro colocado;

Amadeus Cho, Hulk júnior! Parabéns, suas lutas foram incríveis de se assistir – o homem diz sem tirar o capacete, colocando a medalha do terceiro lugar envolta do pescoço do menino

 

— Obrigado senhor... – Amadeus não parecia muito contente

 

Epa, epa, qual é a boa? Que que tá te mordendo? – o herói pergunta mostrando genuína preocupação para com seu aluno

 

— É que... – o garoto começa, pegando a medalha em mãos e olhando para ela – duas pessoas desistiram no meio do caminho, e é só por isso que estou aqui, eu não sinto que mereço esse lugar...

 

Muitas vezes as coisas acontecem de uma maneira que não esperamos, e isso as vezes nos ajuda – o herói diz – o mais importante é que você não se apoie e não se superestime por essas situações, você admitindo que elas são apenas acontecimentos, sorte se quiser, já mostra que você tem potencial de ser um grande herói

 

—... – Amadeus não sabia o que dizer, mas um sorriso surge em seu rosto quando ele levanta a cabeça – obrigado senhor.

Homem de Ferro então pega a medalha de prata, e se dirige para o segundo colocado, Tyrone;

Tyrone Johnson, você foi ótimo garoto, me surpreendeu bastante – o herói diz colocando a medalha em seu pescoço – mas temos muito trabalho pela frente ainda, precisa aprender como sair de situações sem depender muito de sua individualidade, mas tenho certeza que você vai se tornar um grande herói.

 

— Obrigado senhor! – o garoto diz concordando e logo encontrando Tandy no meio da multidão e lhe mostrando a medalha de longe com um sorriso, ela manda dois joinhas e aplaude como o resto fazia

 

Jovem Reyes! O garoto da vez ­– Homem-de-Ferro diz para o menino enquanto levava a medalha de ouro – vamos admitir que você era um dos favoritos, não foi taaanta surpresa assim...

 

—... – Reyes nada diz no momento, apenas olha para sua medalha e encara o chão suspirando fundo; fora ele que ganhara ou fora o seu poder?

 

Sabe, fico feliz que tenha liberado essa parte do seu poder – Tony nota a expressão do garoto e começa a falar – ele vai ser muito útil certamente, vamos treinar bastante, tenho certeza que você será um grande herói!

 

— Certo. – Reyes concorda, se sentindo um pouco melhor consigo mesmo e olha para frente estufando o peito, ele esperava que sua mãe o estivesse assistindo.

 

E com vocês, os três grandes do festival de esportes! – Homem-de-Ferro diz como se apresentasse os três, até que ele se vira para a multidão de alunos – mas apenas saibam, que qualquer um de vocês poderia estar aqui. Quero que reflitam no que fizeram hoje. Vocês desafiaram uns aos outros, aprenderam e escalaram um pouco mais em direção ao objetivo de se tornarem heróis profissionais. Pra mim essa próxima geração de heróis tá saindo melhor que a encomenda! Então uma última coisinha; vamos lá, todo mundo comigo!

 

— EXCELSIOR!!! – o professor, os alunos e a plateia gritam animadas o lema da escola, todos muito felizes pelo dia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Seu amigo também pode ser um grande adversário, foi isso que o Festival de Esportes nos mostrou. Aprendemos muito um sobre o outro e sobre nós mesmos...”

Era o fim da tarde, depois da cerimônia de premiação houveram algumas entrevistas, algumas fotos a serem tiradas e alguns espectadores até pediram autógrafos. Mas agora, depois que todos haviam ido embora, a classes de primeiro ano estavam todas reunidas com seus professores de classe para que fossem liberados para ir para casa; o que significava que a classe 1-A estava de volta com seu querido professor Murdock;

— Vocês foram ótimos hoje, eu estou orgulhoso – ele diz ainda na cadeira de rodas – vocês têm os próximos dois dias para descansarem, já que vão ser os dias do festival para o segundo e terceiro ano e para vocês poderem se recuperar. Tenho certeza que alguns dos heróis profissionais que os assistiram vão querer recrutar alguns de vocês, vamos cuidar dos formulários e os notificaremos quando retornarem. Agora vão e descanse, teremos muito o que fazer quando voltarem...

 

— Sim senhor! – a classe diz em uníssono e todos começas a se levantar e guardar suas coisas para irem embora

Peter olha para o lado, encontrando a única carteira vazia da sala, a carteira de Danny, ele havia tentado disfarçar a saída de Danny, tentando disfarçar dizendo que não sabia de muitas informações e que ele tinha simplesmente ido embora; ele odiava mentir para Gwen e Wanda, mas Danny o havia feito prometer que ele não contaria, e Peter honraria aquela promessa...

“Depois daquilo, a atmosfera da escola começou a mudar...”

 

 

 

 

 

 

 

Era o início da noite e Danny corria o último meio quilômetro que separava o ponto de ônibus, na estação da 96, com o Hospital Monte Sinai, sul do East Harlem. A viagem era para durar apenas um pouco mais de meia hora, mas ele tinha saído na hora do rush, com o trânsito das pessoas que saíam da escola ou de seus empregos, ele demorou quase duas horas para chegar.

Respirando com dificuldade, ele logo vê o grande prédio de concreto cinzento se destacando por sua altura no meio das outras construções próximas. Dando um último sprint, ele vai o mais rápido possível. Felizmente não havia muito movimento naquela noite, e ele então se direciona até a bancada onde ele conseguiria pegar informações.

— Por favor *aham* Orson Randall...eu sou o filho dele... – Danny para abruptamente em frente a uma enfermeira e pergunta sobre o paradeiro de seu mestre, mesmo respirando com dificuldade, mas ele não precisaria disso ao ouvir uma voz à sua direita;

 

— Daniel! – o garoto olha para o lado e encontra um homem a uma certa distância acenando para ele. O mesmo era alto e bastante musculoso, aparentava ter por volta dos quarenta anos, mas em forma física perfeita, tinhas os cabelos castanhos e lisos chegando até perto do pescoço, tinha uma barba cheia também castanha, mas que continha duas linhas acinzentadas, indicando sua idade. Ele vestia um macacão junto de botas, braçadeiras e ombreiras nas cores verde escuro e dourado. Danny identifica-o como sendo um dos parceiros de seu pai; o herói semideus, Hércules

 

—... – Danny nada diz, mas ao ver o homem acenando e o chamando com a mão, e com uma expressão mais séria, diferente do homem animado que ele geralmente é, traz um aperto no coração do menino, que corre em sua direção

 

— Por favor não corra... – a enfermeira tenta avisar, mas eles já estão longe

 

— Como ele está? – Danny pergunta enquanto andava com o herói até a ala emergencial

 

— Danny, eu... – o herói tenta dizer alguma coisa, mas logo ambos percebem que haviam chego no corredor que continha o quarto de Orson.

O corredor estava vazio, mas em frente a uma das portas estava uma mulher; a mesma tinha a pele morena, e um cabelo preto bem cacheado. Usava botas, calças jeans, uma camiseta vermelha, uma jaqueta marrom e tinha uma arma na cintura, mas o mais peculiar era seu braço direito, que era de ferro em um tom de cobre. Aquela era a parceira de Orson; Misty Knight.

Danny ao vê-la parada em frente a uma porta saí de perto de Hércules e vai na direção da mulher, a mesma percebe a movimentação e vê os dois, assumindo um olhar mais melancólico ao encarar o menino, ela tenta interceptar o loiro, mas ele a empurra, e entra no quarto;

— Danny espera... – ela tenta dizer, mas o estrago já estava feito

Danny congela em seu lugar ao ver seu mestre e figura paterna, deitado na cama, com diversos curativos lhe rodeando o corpo, em especial seu tronco. Diversos aparelhos estavam conectados a ele; soro, oxigênio, monitor cardíaco. Ele estava bastante pálido e parecia bastante cansado e desidratado, ele não estava completamente na horizontal, haviam deixado ele com a parte da cabeceira um pouco para cima, então ele estava um pouco sentado. Ele então abre os olhos lentamente, como se a ação o causasse dor, e encara seu pupilo com seus olhos cinzentos.

— Ei garoto... – ele fala fracamente, mas Danny consegue ouvir – desculpa... por decepcionar...

Danny não sabia o que dizer, não sabia o que falar, seus olhos marejavam e ele não sabia como reagir a tudo aquilo; quem havia feito aquilo? E por que? Ver seu mestre, seu pai, nessa situação, praticamente a beira da morte; algo começa a crescer dentro de Danny, algo que talvez ele não se orgulhasse no futuro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

— Alho, repolho, cenoura, o peixe... – Wanda recitava a lista de compras que tinha em uma das mãos enquanto carregava uma sacola de compras na outra, ela tentava ver se havia esquecido alguma coisa

 

— Já é a terceira vez que você olha essa lista... – diz Pietro também carregando sacolas – tenho certeza que compramos tudo

 

— Esse é um dos poucos dias que pudemos sair da escola mais cedo para pegar aquelas promoções – a garota diz guardando a lista – além do mais, é nosso dia de cozinhar, a mamãe chega tarde da creche e eu quero que tudo esteja perfeito!

 

— Tô ligado... – Pietro diz, emburrado, mas concordando, ele também queria fazer uma comida boa para a mãe

Chegando no edifício residencial, os dois pré adolescentes adentram e passam a subir as escadas em direção ao seu lar, cumprimentando os vizinhos no caminho. Eles estavam no último lance de escada quando Pietro resolve dar uma de engraçadinho;

— Oúltimoquechegarlavaalouça! – ele diz muito rapidamente e logo disparando para chegar primeiro, mas ele não contava com a astúcia da irmã.

Quase que no mesmo momento que o platinado virava um borrão, a morena espertamente usou sua individualidade e levantou um pedaço de madeira quebrada aos pés de Pietro, o que o fez cair de cara no chão. Mas ela foi ainda mais esperta e fez com que o garoto levantasse os braços antes da queda, erguendo a sacola de compras e não deixando nada cair no chão

— Obrigada por se oferecer para lavar a louça! – a garota diz sorridente enquanto pegava a chave de casa para abrir a porta

 

— Por nada... – a voz do garoto é abafada pelo chão, que nem se quer levanta

Wanda abre a porta, mas estranha a luz estar ligada; geralmente tudo estaria apagado, será que eles haviam deixado aceso sem querer? Ela adentra a casa um pouco e é surpreendida por um vulto com olhos vidrados aparecendo do nada e indo em disparada em sua direção;

— WANDA!!!

 

— AAAAAAAH!!! – a garota se assusta, grita e joga todas as compras pra cima, mas elas logo congelam no ar, cercados de uma energia vermelha, e Wanda logo consegue ver quem estava em sua frente – Mãe!?

 

— Oops... – a mulher diz levitando as compras; Magda Maximoff era bastante parecida com Wanda, uma versão mais velha da mesma, mas tinha cabelos loiro escuros e um rosto mais fino como de Pietro, a mesma vestia calças jeans um pouco folgadas e um casaco encima de uma camiseta – desculpa pelo susto... – ela diz voltando as coisas para a sacola

 

— Mãe, o que você está fazendo aqui? – a menina pergunta confusa enquanto a mãe levava a sacola de compras para a cozinha. Pietro logo levanta e se coloca ao seu lado – você não tinha um turno hoje até as 18:00?

 

— Eles me liberaram mais cedo... – a mulher diz rapidamente guardando todas as compras na pequena cozinha – por que meus filhos apareceram na tv e meu gerente queria que eu estivesse aqui quando vocês chegassem!

 

— Mas. Nós não ganhamos... – Pietro diz parecendo um pouco cabisbaixo, mas a mãe deles logo chega perto dos mesmos e coloca uma mão na bochecha de cada um

 

— Eu não vi competição nenhuma... – ela diz olhando fundo nos olhos dos dois – tudo o que eu vi foram meus filhos sendo incríveis, como eu sempre soube que eles eram... – ela diz sorrindo meigamente e os gêmeos sorriem também, e com os olhos marejados – muito bem! Agora vão tomar banho e se troquem, vãos jantar fora!

 

— Jantar fora? – enquanto Pietro já disparava em direção ao banheiro, Wanda tentava entender a situação; eles haviam combinado de só comerem fora uma vez no aniversário de cada um, e eles já haviam quebrado essa regra no começo do mês

 

— É claro, vocês têm que me contar tudo do que aconteceu – a mulher diz como se fosse óbvio – e eu não vou fazer isso enquanto cozinhamos e lavamos louça, então vamos lá! – ela diz empurrando Wanda para que ela fosse para se quarto se arrumar também – e eu também quero ouvir mais sobre o Parker – ela diz mandando uma piscada para a filha que cora e vai para seu quarto

 

 

 

 

 

 

 

 

Era manhã do dia seguinte, e um home checava o motor de um carro que tinha chego em sua oficina em Sunset Park, na noite anterior. O home estava na faixa dos trinta anos, era alto e relativamente musculosos, mas ainda magro, mais de um jeito atlético. Tinha a pele bronzeada, os olhos castanho escuros, o cabelo negro levemente encaracolado e uma barba para fazer. Elias Morrow Reyes era seu nome e enquanto observava o motor do carro, ele ouve passos atrás de si.

Se virando, ele vê o sobrinho Robbie, com uma bolsa no ombro e andando para dentro da oficina em direção ao seu carro. Eli estranha; o garoto já havia levado Gabe para a escola de manhã, o que ele estaria fazendo aquela hora? Com a curiosidade falando mais alto, o homem se aproxima do garoto.

Robbie checava tudo que tinha pego e sentado dentro do carro, se preparava para sair;

— Hey Rob, qual é a boa? – seu tio lhe pergunta se debruçando na janela aberta

 

— Eu vou dar uma saída – o garoto diz sem encarar o tio, e ainda se preparando, colocando o cinto e pegando as chaves

 

— Posso saber para onde? – Eli geralmente não ligava, o garoto sabia se cuidar então contanto que não passasse das dez da noite, o tio não tinha problemas para onde o garoto ia

 

— Pro hospital...

 

— Hospital? – Eli parecia confuso agora; Robbie era duro na queda, mas era ainda mais teimoso, ele odiava hospitais e não colocaria os pés em um voluntariamente a não ser que estivesse com câncer ou algo parecido – aconteceu alguma coisa? Quer que eu te leve...

 

— Eu vou ver a minha mãe. – Robbie diz por fim, apertando o volante e olhando para gente, e então se virando para o tio que parecia surpreso

 

— Oh... – faziam quase dez anos que sua irmã mais velha havia sido internada e Robbie nunca tinha se quer perguntado sobre ela ou nunca quisera visita-la, muitas perguntas passavam pela cabeça de Eli naquela hora; por que agora? Alguma coisa tinha acontecido? Mas ele sabia que naquele momento não eram aquelas palavras que o garoto precisava ouvir, o que ele – boa sorte então...

 

— Obrigado... – o garoto diz, logo soltando o freio de mão e saindo da oficina

Eli vê o carro sair da oficina, virando uma esquina se afastando até sumir de vista, e ele sente uma lágrima no rosto, a qual ele rapidamente seca e volta ao trabalho.

A viagem não leva muito tempo; 20 minutos mais ou menos com o trânsito de manhã, Robbie não precisava de GPS, ele já havia ido para lá quando era menor, não tinha tido coragem de adentrar o edifício, mas a memória do caminho estava carimbada em sua mente. Ele estaciona em frente ao prédio bege do “Centro Psiquiátrico de South Beach” e sai, respirando fundo antes de adentrar.

Conseguindo as informações facilmente na recepção, ele anda em direção ao quarto especificado e para logo na frente da porta, a mão quase chegando na maçaneta, o que ele estava fazendo ali? Ele não tinha certeza, mas ele sentia que deveria fazer isso. Então ele abre a porta e é recebido com um quarto simples, cama, mesa, porta para o banheiro, e olhando pela janela, sentada em um banco, uma mulher de cabelos amarronzados com alguns fios cinzentos presos em um rabo de cavalo

— Mãe... – ele diz e a mulher se vira para ele, a face serena, e ela dá um pequeno sorriso para o garoto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

— Boa tarde bela adormecida! – tia May diz colocando um grande prato de panquecas na mesa para o “brunch” – como se sente?

 

— Como se eu tivesse sido lançado de um lado pro outro por super-heróis mirins, espera, foi isso que aconteceu mesmo... – Peter diz ainda de pijama, com os cabelos bagunçado e bocejando enquanto se dirigia para a mesa – a Night Nurse pode até nos curar, mas as dores musculares são ainda piores

 

— Você que pediu por poderes durante anos quando íamos na igreja, toma! – a mulher mais velha diz pegando mais algumas coisas e jogando uma banana no garoto meio adormecido, que é atingido pela fruta na cara

 

— Ouch! – o garoto reclama tendo sido atingido pelo projétil comestível

 

— Pfffff... – a mulher diz segurando o riso – desculpa Peter. EU pensei que você conseguia sentir isso com o seu... “Arrepio do Peter”

 

— É “Sentido Aranha” ... – o garoto diz pegando a fruta do chão e a pondo na mesa – por favor não começa a chamar de “Arrepio do Peter” ...

 

— Então você desvia de correntes sobrenaturais, mas não de bananas? – tia May pergunta sacana – eu tenho o festival inteiro gravado em HD, quer assistir mais tarde?

 

— Quando meus pensamentos pararem de does quem sabe... – o garoto diz se sentando e pegando comida


Notas Finais


Sim, eu fiz algumas alterações na Magda e no Eli, tanto aparência como personalidade, mas eu precisava adaptá-los para a história então...
Espero que tenham gostado, críticas, comentários e sugestões são sempre bem vindas e me ajudam muito a escrever mais.
Até a próxima.
Ass; NerdMaster


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