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História My Only Exception (EM REVISÃO) - "Casamentos Chapman"


Escrita por: dirtypaws

Notas do Autor


Olá! Sejam-vindos! Essa é a minha primeira fanfic Vauseman, então eu estou bem nervosa e ansiosa... Eu estou com a história fervilhando e pronta para compartilhar com vocês. Espero de coração que vocês gostem! Me deixem um feedback sobre o que estão achando.


Boa leitura!

<3

Capítulo 1 - "Casamentos Chapman"


O despertador rompeu o silêncio matinal com seu tom irritante, um lembrete implacável do início de mais um dia para Piper. Com os olhos ainda cerrados, ela estendeu a mão até a mesa ao lado da cama, buscando o despertador com determinação até silenciá-lo temporariamente, mergulhando na paz momentânea que se seguiu. Com uma ponta de relutância, Piper permitiu que seus olhos se abrissem lentamente, acolhendo a suave luz da manhã que penetrava pelas cortinas entreabertas, banhando o quarto com uma tonalidade dourada e reconfortante.

Seus olhos percorreram o teto branco enquanto tentava reunir seus pensamentos dispersos. Esticando os braços sobre a cabeça em um espreguiçar preguiçoso, Piper dissipou o restante do sono, lembrando-se do motivo pelo qual precisava acordar tão cedo.

— Tudo bem. Hoje tenho um casamento para fotografar. — Ela murmurou consigo mesma, deixando escapar um bocejo longo. Com uma determinação ainda adormecida, Piper saiu da cama, cada movimento carregado com a promessa do dia que se iniciava. Enquanto arrumava os travesseiros e alinhava as cobertas, sua mente já estava imersa na antecipação dos momentos especiais que capturaria com sua câmera. O ritual matinal continuou conforme ela se dirigiu ao banheiro, um passo de cada vez, como se estivesse emergindo lentamente de um sono profundo. A transição da sonolência para a consciência plena aconteceu gradualmente, preparando-a para o desafio fotográfico que a aguardava.

 

 

Piper reconhecia a importância de um café da manhã substancial para sustentar-se ao longo do dia, mas naquela manhã, uma aura de preguiça envolvia-a, desmotivando-a a preparar algo mais elaborado. O despertar precoce sempre a desafiava, e a falta de apetite naquele momento só agravava a situação. Com um semblante descontraído, ela rumou até o armário, pegando um pacote de cereal. Uma breve visita à geladeira lhe rendeu uma jarra de leite. Acomodando-se em um dos bancos altos do balcão, Piper começou a desfrutar de seu café da manhã improvisado, perdida em pensamentos sobre o que o dia lhe reservava.

Enquanto saboreava o cereal, Piper encontrou-se sorrindo abertamente. Sua carreira como fotógrafa renomada em Nova York era uma fonte de grande orgulho e realização. Para ela, muitas vezes, parecia que não estava nem mesmo trabalhando. Seu pai, Bill, costumava recordar com carinho o dia em que, aos nove anos, ela segurou sua primeira câmera nas mãos. As imagens que ela capturou naquela época surpreenderam tanto ele quanto sua mãe, Carol. Enquanto a câmera de Cal, seu irmão mais velho, estava repleta principalmente de retratos de garotas e carros, as de Piper eram uma celebração da natureza, dos animais e das emoções humanas em todas as suas nuances.

Desde cedo, Piper sentiu uma atração irresistível pela fotografia, maravilhando-se com a forma como uma simples câmera em suas mãos podia transformar a percepção das coisas. Ela não apenas dominava a técnica, mas suas fotos tinham o poder de transformar até os detalhes mais mundanos em algo extraordinário. O amor de Piper pela fotografia era impulsionado pelo desejo de capturar cada momento, tornando-os imortais para as gerações futuras.

No aniversário de Cal, aos 16 anos, ele ganhou seu primeiro carro, enquanto Piper, aos 14, recebeu sua primeira câmera decente. A partir desse momento, ela tornou-se imparável. Após concluir a faculdade, Piper dedicou mais quatro anos de sua vida em Roma, aprimorando sua arte na fotografia. Essa experiência foi fundamental, pois representou os melhores anos de sua vida. Roma introduziu Piper a um nível totalmente diferente de fotografia, transformando sua paixão em profissão. Mesmo após cinco anos desde então, seu amor pela fotografia permanecia intenso. Optando por trabalhar de forma independente, Piper evitava ter um chefe que a limitasse, permitindo-lhe seguir seu próprio ritmo e capturar a magia do mundo através de suas lentes talentosas.

Piper continuamente enviava seus trabalhos para diversas revistas e publicações, resultando em compensações financeiras consideráveis. Suas habilidades foram reconhecidas em duas importantes exposições, onde recebeu elogios e generosas remunerações pela qualidade de seu trabalho. Com o dinheiro dessas exposições, transformou um dos quartos de seu apartamento em um estúdio, aprimorando ainda mais sua prática fotográfica. Embora sua família fosse de classe média alta, tanto Piper quanto Cal valorizavam sua independência financeira, recusando-se a depender dos recursos dos pais. Piper preferia ganhar dinheiro com sua paixão, fazendo o que mais amava. Cal, conhecido como a ovelha negra da família, mudou-se cedo de casa, casou-se no velório de sua avó e estabeleceu residência em uma parte distante da cidade com sua esposa, Neri.

Às vezes, quando o empreendimento de casamentos montado por seu irmão Cal e sua cunhada Neri era convocado para eventos grandiosos e significativos, Piper era invariavelmente chamada para contribuir com seu trabalho excepcional.

Absorta em seus pensamentos, Piper foi repentinamente despertada pelo toque do celular. Suspirou, abandonando momentaneamente seus devaneios, e dirigiu-se ao quarto para atender. Sabendo quem estava do outro lado da linha, ela atendeu sem sequer verificar o identificador de chamadas.

— Alô?

— Fala, maninha. — A voz de Cal atravessou a linha. — Como vai?

— Estou bem, Cal. E só para constar, não bebi a noite toda; passei a noite em casa. Se era isso que queria saber. — Piper foi direta, tingindo sua resposta com uma leve nota de aborrecimento. Ela compreendia a preocupação de seu irmão, mas, às vezes, isso a irritava.

— Aí está ela, indo direto ao ponto. — Cal zombou, imaginando os olhos de sua irmã revirando. — Esses clientes são de alto nível, Pipes. Essa oportunidade será incrível para você e para o nosso negócio, você entende, não é?

— Eu sei ser profissional, está bem, Cal? — Ela expressou sua irritação, deixando transparecer a raiva e a frustração em sua voz. — Se você insistir em me tratar como se fosse uma criança, pode procurar outra fotógrafa para te ajudar hoje.

Percebendo a evidente irritação da irmã, Cal teve que adotar um tom mais ameno. Ele compreendia que tinha uma enorme preocupação pela irmã, especialmente depois do que Piper havia passado, mas sabia que o excesso de zelo só a deixaria mais irritada.

— Claro que não vou contratar outra fotógrafa para o seu lugar, especialmente quando tenho a melhor de todas. Só queria garantir que está tudo bem, Pipes. Você sabe que a Carol também está envolvida nesse casamento, e ela nos mataria se algo desse errado.

Carol. A mãe de Piper, era uma mulher de personalidade desafiadora. Sua inclinação era manter as aparências em todos os aspectos possíveis. Segundo ela, o sucesso dos filhos deveria se medir em cargos que ela considerava superiores, muito além das carreiras de fotógrafa ou do comando de um negócio de casamentos, como o empreendimento de Cal e Neri. A obsessão de Carol pela imagem refletia-se diretamente em suas expectativas para com os filhos, tornando a vida de Piper repleta de desafios e momentos difíceis. Bill, por outro lado, era um pai que apoiava incondicionalmente seus filhos em todas as escolhas. Quando Piper partiu para Roma, essa mudança foi libertadora, permitindo-lhe crescer de acordo com sua própria essência, sem ser moldada pela imagem que sua mãe constantemente projetava. Em Roma, Piper descobriu a liberdade de ser simplesmente ela mesma, uma sensação que aprendeu a valorizar profundamente.

Piper suspirou e cedeu. Conhecia bem o modo como sua mãe gerenciava o negócio, e a pressão ao redor disso não era aliviada pela postura de Cal.

— Certo. Estarei lá às 09 horas para organizar e configurar o equipamento. Não demorará muito.

— Ótimo. Obrigado, Pipes. — Ela estava prestes a desligar o celular quando ouviu Cal chamá-la.

— Sim? — Piper questionou, pressionando novamente o telefone contra o ouvido.

— Nada de paquerar as garotas da festa, está bem? — Ele a avisou, rindo.

Piper não conseguiu evitar rir também.

— Cal, você sabe que eu não posso prometer isso... — Disse, adotando uma voz sedutora.

Cal gargalhou do outro lado da linha. Piper, meio que esperando por uma piada mais descontraída, notou apenas risadas.

— Apenas... Meu Deus, Pipes, apenas se comporte. — Cal ainda ria. — Você é péssima em forçar uma voz sexy, sabia? Só não flerte com as garotas e depois pule fora. Vai aborrecê-las.

— Espera aí, você está me dando conselhos de relacionamento? — Piper provocou seu irmão. — Deixa eu pegar um bloco de notas e uma caneta, preciso anotar isso.

— Sempre soube que nossos pais só podiam ter te adotado, considerando esse senso de humor. Nos vemos mais tarde, Pipes. — Cal disse e desligou.

 

 

Ela voltou à cozinha para concluir seu cereal e, em seguida, dirigiu-se ao banho. Depois do banho quente, que a revigorou e relaxou, Piper retornou ao quarto envolta apenas por uma toalha, buscando algo apropriado para vestir. Ciente da movimentação que teria durante o dia, optou por roupas confortáveis: um jeans preto, um suéter e um par de All Star. Ao aplicar uma maquiagem leve para disfarçar a sonolência, escolheu uma aparência simples e descontraída, sem a intenção de chamar a atenção.

Recordando experiências passadas em que sua aparência atraiu mais atenção do que gostaria, Piper aprendeu a preferir um visual discreto em eventos de casamento. Em duas ocasiões anteriores, ela havia fotografado casamentos usando trajes mais deslumbrantes, resultando em avanços indesejados de alguns rapazes. Ela riu consigo mesma ao relembrar a expressão chocada quando revelava sua orientação sexual. Mesmo assim, Piper sabia apreciar a beleza e notava algumas mulheres que despertavam seu interesse.

Vestindo-se rapidamente, deixou seus cabelos soltos, mas carregou um prendedor, prevendo a possibilidade de prendê-los em um rabo de cavalo despojado mais tarde. Encheu sua mochila com duas câmeras, lentes, equipamento de carregamento e outros acessórios necessários, planejando carregar o tripé com uma das mãos até o carro.

O amor de Piper por seu apartamento também era evidente.

Desde aquele primeiro dia de mudança, quando compartilhou esses sentimentos com Cal, seu apartamento se tornou mais do que apenas um espaço físico. Era um refúgio onde ela podia se libertar das expectativas e julgamentos externos, um santuário onde sua identidade podia florescer sem restrições.

A sensação de pertencimento que seu apartamento proporcionava era incomparável. Ali, entre as paredes familiares e os móveis confortáveis, Piper se reconectava consigo mesma, celebrando sua autenticidade e encontrando força para enfrentar o mundo lá fora. Cada detalhe, desde a decoração até os objetos pessoais cuidadosamente selecionados, refletia sua essência e sua jornada de autodescoberta.

Mesmo quando a pressão materna e os olhares curiosos ameaçavam invadir sua privacidade, Piper podia se refugiar na segurança de seu lar. Era um espaço onde não precisava se explicar, onde sua sexualidade não era um problema a ser resolvido, mas sim uma parte integral de quem ela era. Piper sentia gratidão por ter encontrado esse lugar de aceitação e paz, onde podia verdadeiramente ser ela mesma.

""Sim, um lugar onde eu poderia ser gay o quanto quisesse. Onde eu poderia ser eu mesma." Essas palavras ecoaram na mente de Piper enquanto ela se preparava para mais um dia.

 

 

Assim que Piper estacionou em frente ao icônico The River Café, em Nova York, ela não pôde deixar de admirar o local por mais um momento. O restaurante tinha um lugar especial em seu coração, com sua localização estratégica à beira do East River, com a Brooklyn Bridge à direita e Manhattan à vista. O espaço para casamentos, conhecido como "Terrace Room", oferecia uma vista espetacular. Pensando na celebração do casamento de Cal e Neri, Piper refletiu que seria impossível esquecer um dia tão especial em um lugar tão memorável.

A festa, ocorrendo no próprio restaurante, o The River Café, não apenas oferecia um cenário deslumbrante, mas também toda a infraestrutura necessária. Desde uma cozinha impecável até as bebidas e o bolo de casamento, a facilidade proporcionada pelo local tornava a organização do evento de Cal e Neri ainda mais eficiente.

O casamento estava marcado para as 11 horas, dando a Piper duas horas para cuidar de todos os detalhes. Ao sair do carro e caminhar em direção ao local, avistou sua melhor amiga, Polly, que também era uma fotógrafa regular para os Casamentos Chapman, o nome escolhido por Carol para o negócio de Cal e Neri, onde Piper também contribuía. Polly a abraçou calorosamente quando a viu, e nesse momento, Piper sentiu uma onda de gratidão por ter sua amiga ao seu lado. Além de compartilharem a paixão pela fotografia, ambas valorizavam profundamente a companhia uma da outra.

— Que bom que você veio! Eu já estava começando a me sentir um peixe fora d'água com todo mundo tão bem vestido, e eu aqui assim. — Polly brincou, apontando para sua própria vestimenta simples, semelhante à de Piper. — Pelo menos podemos ser duas esquisitonas juntas.

Piper riu, apreciando o peculiar humor de Polly.

— Com certeza! Esquisitonas unidas jamais serão vencidas. — Respondeu, acompanhando o riso de sua amiga.

— Então vamos ser duas esquisitonas juntas, como sempre fomos. Preparada para capturar momentos incríveis hoje? — Piper indagou, colocando sua mochila no chão e começando a ajustar a lente de sua câmera.

— Absolutamente! O clima está perfeito, e temos duas noivas deslumbrantes para eternizar. — Polly disse, sua animação evidente em cada palavra, pois já havia compartilhado momentos especiais com as noivas durante a sessão de fotos pré-nupcial. Piper sabia apenas que as noivas eram da sua idade e uma delas era filha dos proprietários do New York Times, onde ambas trabalhavam.

Enquanto decidiam como dividir as tarefas, Polly documentaria a cerimônia e Piper focaria em capturar os momentos dos convidados na área de recepção. Em poucos minutos, Carol, Cal e Neri surgiram, irradiando felicidade e antecipação, marcando o início de um dia que seria repleto de emoções e memórias preciosas.

— Mas que surpresa agradável, você aqui! — Exclamou Carol, sua voz carregada de desânimo ao ver a filha. Seu olhar percorreu o traje simples de Piper com uma mescla de reprovação e desapontamento. — O que é isso? Jesus, Piper! É um casamento, você poderia pelo menos ter vindo bem vestida.

Piper arqueou uma sobrancelha, respondendo com uma ponta de sarcasmo: — Olá, mãe. E sim, estou bem. Obrigada por perguntar! — Ela fez uma pausa, enquanto Carol continuava a examinar suas roupas com uma expressão crítica. — Estou adequada, não acha? Cal sugeriu que eu não roubasse a atenção das convidadas, então...

Antes que ela pudesse terminar, Cal interveio, lançando uma sombra de provocação sobre a conversa: — Como se isso fosse te impedir de sair daqui acompanhada, não é, Pipes?

O comentário de Cal provocou uma breve troca de olhares entre Piper e Carol, antes que a mãe se afastasse rapidamente do assunto, evitando o desconforto que ele trouxe.

— Não vou ficar aqui discutindo isso. Tenho mais o que fazer. — Carol saiu apressadamente, buscando uma fuga da tensão que se instalou.

— Você realmente tem o dom de fazer as pessoas pensarem que sou algum tipo de devassa. — Piper deu um leve soco no ombro do irmão, misturando repreensão com humor. Cal apenas riu, sem se deixar abalar pela reprovação dela. — Especialmente na frente da mamãe.

— Só estou falando a verdade. — Cal deu de ombros, como se não fosse culpa sua o que os outros pensassem.

— Não liga, Pipes. Seu irmão também me deixa sem graça às vezes. — Neri sacudiu a cabeça em desaprovação, mas seu sorriso caloroso mitigava qualquer desconforto. Ela puxou Piper para um abraço, transmitindo apoio e compreensão. — Que bom te ver!

— Bom ver você também, Neri. Estava com saudades!

— É verdade. Desde que você casou, nunca mais teve tempo para nós. — Polly também abraçou a amiga, trazendo um ar de nostalgia. — Precisamos sair as três, como nos velhos tempos!

— Bom, agora os novos tempos podem me incluir, não podem? — Cal sugeriu, estendendo os braços em direção às mulheres com um sorriso brincalhão.

— Não! — As três responderam em uníssono, entre risadas e abraços, deixando Cal desistir da ideia e se afastar fingindo derrota.

— Tudo bem. Então, meninas, o casamento começará logo. Entrem lá e se posicionem. Neri e eu precisamos terminar de resolver algumas coisas da organização. — Cal entregou os convites de casamento para Polly e Piper, assumindo o papel de organizador, antes de se afastar com Neri em direção ao local da cerimônia.

Piper abriu o convite para conferir o cronograma dos eventos antes de examinar os nomes das noivas e saciar sua curiosidade: Nicole Nichols e Lorna Morello.

"Ah, então são vocês..."

Com um sorriso nostálgico, ela recordou os artigos que havia enviado ao New York Times, que trouxeram seu trabalho para perto dessas noivas. Com a curiosidade satisfeita, ela entrou com Polly. Lá dentro, seguiram caminhos separados. Polly na frente do altar, enquanto Piper se posicionava entre os convidados. O casamento começou pouco tempo depois, e ambas começaram a fazer o que amavam: capturar momentos especiais através de suas lentes, com um misto de emoção e profissionalismo.

 

 

Nicole adentrou primeiro, envolta em um aura de exuberância. Seus cabelos loiros, levemente desgrenhados, pareciam capturar os raios de sol que atravessavam as janelas, enquanto seu sorriso transbordava alegria. Vestida em um terno feminino sob medida, sua estatura baixa não diminuía em nada sua presença marcante. Cada gesto, cada passo que ela dava até o altar, era impregnado de uma confiança tranquila, como se soubesse que estava exatamente onde deveria estar. Em seguida, Morello surgiu, uma visão de beleza etérea em seu vestido de noiva. Seus cabelos castanhos estavam habilmente presos em um elaborado penteado, acentuando a suavidade de suas feições. Seu olhar transmitia uma mistura de nervosismo e felicidade, enquanto caminhava ao lado de seu pai, com a graça de uma princesa que se encaminha para seu conto de fadas. A longa cauda do vestido de cetim seguia-a como um rastro de sonhos realizados, enquanto duas pequenas damas de honra a acompanhavam, acrescentando um toque de inocência e pureza à cena.

Piper, observando atentamente através de sua lente, capturou cada detalhe com precisão meticulosa. Ela não podia deixar de se maravilhar com a beleza e a serenidade das noivas, cada uma irradiando seu próprio tipo de encanto. Cada clique de sua câmera parecia congelar o momento, eternizando não apenas imagens, mas também as emoções e os sentimentos que permeavam o ambiente. Enquanto a cerimônia se desenrolava, Piper testemunhou a troca de olhares entre as noivas, tão cheios de amor e promessas para o futuro. Ela capturou os sorrisos, os suspiros, as lágrimas de felicidade que escorriam pelos rostos dos presentes. Cada palavra pronunciada, cada voto proferido, reverberava com uma sinceridade e uma intensidade que tocava o coração de todos os presentes. Era como se o amor estivesse tangível no ar, envolvendo a todos com sua magia e sua beleza indescritível. Piper sentiu uma profunda reverência pelo vínculo que compartilhavam. Ela desejou, do fundo do coração, que um dia também pudesse experimentar aquela mesma felicidade, aquela mesma conexão tão pura e sincera.

Quando a cerimônia chegou ao fim, e as noivas se voltaram uma para a outra, Piper soube que aquele era um momento que jamais esqueceria. Ela testemunhou a união de duas almas destinadas uma à outra, capturou a essência pura e intocada do amor verdadeiro. E enquanto as noivas se abraçavam com ternura, celebrando sua nova vida juntas, Piper sentiu-se grata por ter sido parte daquele momento mágico, mesmo que apenas como uma observadora silenciosa atrás de sua câmera.

 

 

O ambiente estava imbuído de uma aura mágica, distinta da ostentação comum em muitos outros casamentos que Piper havia testemunhado. Ali, a essência das noivas estava intrínseca em cada detalhe. Mesas e cadeiras eram dispostas de maneira aconchegante, enquanto um palco aguardava silenciosamente pela banda que em breve preencheria o ar com música. Algumas lâmpadas pendiam do teto, lançando uma luminosidade suave que conferia ao ambiente uma atmosfera calorosa e romântica. "Um autêntico Casamentos Chapman", murmurou a loira consigo mesma, reconhecendo o toque pessoal e cuidadoso de Cal e Neri na organização do evento.

Piper assumiu sua posição estratégica na entrada, observando os convidados com sua segunda câmera, pronta para capturar momentos espontâneos. Foi então que a viu.

O coração de Piper começou a bater descompassadamente, como se tivesse sido surpreendido por uma melodia desconhecida. Suas mãos começaram a ficar úmidas, e ela agradeceu silenciosamente pelo suporte firme da alça da câmera em torno de seu pescoço; caso contrário, sua preciosidade estaria agora no chão, fruto de seu repentino descontrole. Piper fitou o rosto da mulher, questionando-se por que não a havia notado durante a cerimônia. Seus cabelos negros, suavemente ondulados, caíam como uma cascata sobre os ombros, movendo-se em harmonia com o vento. Mas foram seus olhos que a prenderam, intensos e hipnotizantes, verdes como esmeraldas reluzentes. Enquanto Piper tentava desviar o olhar, foi inevitavelmente atraída por sua beleza cativante. Seu olhar desceu para os lábios rosados, dispostos em uma linha sem expressão aparente. Mas não pôde deixar de notar o quão convidativos eram. Quem dera, Chapman.

AA mulher estava deslumbrante em um vestido claro que realçava sua elegância natural, cada curva delicadamente acentuada. Sua pele branca e cremosa parecia incrivelmente suave, instigando em Piper a vontade de afundar seus dentes nela, explorando cada extensão delicada até perder-se em sua suavidade. A altura dos saltos que ela usava conferia-lhe uma postura elegante e confiante, apesar de sua aparência serena. Assim que Piper conseguiu desviar o olhar de seus olhos magnéticos, ela rapidamente pegou sua câmera, decidida a capturar a beleza única daquela mulher e preservá-la para sempre.

— Porque alguém como você, definitivamente merece ser imortalizada.— A loira pensou.

Enquanto Piper ajustava meticulosamente as configurações da câmera, ela sentiu um formigamento nervoso no estômago, uma mistura intensa de ansiedade e antecipação. Quando finalmente clicou no obturador, a mulher percebeu sua presença e direcionou seus perigosos e fascinantes olhos verdes diretamente para a câmera de Piper. Era como se, por um breve momento, compartilhassem um entendimento mútuo, uma conexão instantânea que transcendia as palavras. Os olhos esmeralda da mulher pareciam penetrar na alma de Piper, despertando uma torrente de emoções indescritíveis. Seu coração batia descompassado, uma dança frenética sincronizada com a pulsação do momento.

Diante da troca de olhares intensa, Piper deixou a câmera cair desajeitadamente, como se a máquina fosse incapaz de capturar a verdadeira essência daquele instante fugaz. Tentando disfarçar sua perturbação, ela sorriu timidamente para a mulher, desejando transmitir uma sensação de calma que ela mesma não sentia. A mulher, por sua vez, observou Piper por um breve instante, seus verdes se prendendo aos azuis da fotógrafa antes de desviar o olhar com suavidade.

Oh Deus, esses olhos verdes... Eu poderia passar minha vida olhando para eles. — Piper pensava sem parar, completamente absorvida.

A mulher percebeu que a fotógrafa estava ali para registrar os convidados com sua Canon e sorriu de volta, fazendo a expressão em seus olhos mudarem de suspeita para amigável. Ela tinha os olhos mais expressivos que Piper tinha visto. Em seguida, a mulher caminhou elegantemente até as mesas, deixando para a loira o sutil rastro de seu doce perfume. O aroma envolveu Piper como uma carícia delicada, fazendo seu coração disparar ainda mais em resposta à fragrância irresistível que pairava no ar. Naquele instante fugaz, o perfume da morena tornou-se uma memória sensorial, uma marca indelével que Piper sabia que a seguiria.

— Piper Chapman, você está totalmente perdida... — Sussurrou para si mesma, enquanto o desejo e a curiosidade se entrelaçavam em seu ser, criando uma teia complexa de emoções que ela mal conseguia compreender. Aquela troca de olhares e o rastro do perfume criaram uma ligação efêmera, mas profundamente significativa, que deixaria uma marca indelével em sua mente e em seu coração.


Notas Finais


E então, o que acharam? Devo continuar? Comentem! Estou louca para saber o que acharam. <3


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