História My Only One - Miss you

- Harper White. Pov. On. –

- Uma hora (e muita choradeira) depois... –

Havia colocado o Justin em uma chamada de vídeo comigo, sem a mínima preocupação de ele me ver super descabelada e com o nariz vermelho de tanto chorar. Eu estava em pânico, caralho! Morta de medo de alguém descobrir e erro e então, eu estaria totalmente fodida!

- É isso aí. Eu tô morta, cara. – Limpei as lágrimas, segurando o celular. – Minha vida tá acabada, Bieber!

- Segura esse drama, Harper White.

- DRAMA?! – Rosnei, raivosa. – Fácil pra você falar, seu insensível! Você tem sua vida toda estruturada, faz os seus trambiques criminosos e horríveis, e tá cada dia mais rico com tudo isso. Eu não posso perder uma oportunidade incrível dessas, Justin Bieber! Esse estágio pode mudar a minha vida, tá me entendendo?! – Chacoalhei o celular, puta da cara.

- Se tu parar de surtar assim, ninguém vai descobrir, cacete. Só para de chorar desse jeito e se recompõe, porra! – Ele dizia, como se fosse meu pai. – Guarda esse segredo e enterra ele contigo. Se tu não abrir a boca, ninguém vai saber. É simples, Harper! – Justin completou.

- SIMPLES UM CARALHO!

- Harper, não começa de novo, por favor... – Justin passou as mãos pelo rosto, exausto.

A cena seria cômica se não fosse trágica!

- Eu não vou conseguir conviver com isso. Vou me sentir culpada. Eu posso...posso estar roubando o sonho de outra pessoa, se tiverem trocado os nossos nomes! Eu não vou conseguir conviver com a culpa de ter prejudicado alguém assim! – Confessei, limpando minhas lágrimas.

- Gente boa que nem tu só se fode na vida, Harper. Me escuta. Pensa em ti em primeiro lugar, tá? Foda-se se foi um erro! Tu tá lá dentro e pronto. É isso que importa. – Justin argumentou.

- Não posso fazer isso, Bieber...seria muita falta de caráter! Não dá! – Suspirei, decidida.

- Tu pode sim, só não quer.

- Tenta me entender, pelo amor de Deus, Justin! – Rosnei, puta da cara.

- Faz assim. Eu tô te pedindo uma semana pra tu pensar melhor antes de fazer uma merda de que pode se arrepender pra sempre. Final de semana a gente se encontra e aí tu decide o que vai fazer. Mas, antes disso, fica quieta e finge que tá tudo numa boa, fechou? – Bieber disse.

- ...Ok. – Respondi, ainda chorosa. – Mas, se eu não conseguir aguentar isso, vou contar tudo!

- Já entendi, Harper White. Agora vai dormir, ou amanhã vai estar com uma cara inchada pra caralho por ter chorado tanto. – Ele zombou, rindo. – Só relaxa e pensa em outras coisas, tá?

- Tudo bem. – O encarei pelo visor. – Obrigada, Justin. Você foi muito gentil! De verdade...

Justin deu uma piscadinha e me mandou beijos pela chamada de vídeo, até no auge de uma crise esse babaca aí consegue resgatar o meu humor. Isso é algo raro.

Não conheço alguém que consiga me fazer rir do jeito que o Bieber consegue!

- Tchau, Justin. – Acenei, rindo nasalar.

Encerrei a ligação e fui direto pro sofá, me jogando nele. Merda.

E agora? O que eu faço?!

XXX

- Três dias depois... –

 

Cara, eu fiz um esforço inacreditável pra não surtar e contar a verdade sobre o “erro” do meu estágio, e até que estou conseguindo. Mesmo convivendo com a culpa, tenho medo de colocar tudo à perder! Eu quis tanto isso, mas tanto!

Eu...simplesmente não posso deixar essa chance escapar de mim!

- Amores! – A professora Miles chamou nossa atenção na sala. – Para organizar melhor o processo para o estágio no Seattle Times, nossa equipe optou por separar vocês em grupo. Sendo assim, aqui vai a lista. – Terminou, se virando para o quadro negro.

Ela escrevia os nomes dos componentes dos grupos aleatoriamente, e percebi que seriam grupos de três pessoas. Quando meu nome foi escrito embaixo do da Amanda, já respirei aliviada!

Deus me livre cair com um idiota ou com alguém que eu tenho 0% de afinidade, né?!

- Garota, vamos ficar juntinhas! – Amanda sorriu, satisfeita. Sorri de volta.

Observamos o próximo nome ser escrito. Eric Davis. Eita porra...

Ele era gato, mas não se misturava muito. E eu, tímida e caipira do jeito que sou, nunca nem me arrisquei à falar oi pra ele. Eric era amigo da sala B de jornalismo, no andar de cima. Já o vi algumas vezes...mas, nada de muito revelador, sabe?

- Caralho, caímos com um gato. É bom demais pra ser real. – Amanda riu, animada! – Estamos no céu, Harper. Olha isso, é coisa de Deus! – Completou, me fazendo rir.

- Você já tá toda animadinha, né?

- E quem não estaria? – Ela rebateu, sorrindo. – É uma pena que você namore! Porque, pelo jeito, a nossa jornada pra conhecermos homem gostoso só está começando.... – Nós duas rimos.

- Ei! Eu estou muito feliz com o meu loiro, ok? – Brinquei. – Não trocaria ele por ninguém!

- Vocês não tem fotos juntos no Instagram... – Amanda me encarou. – Eu stalkei você, Harper.

- Psicopata do caralho. – Retruquei, a escutando rir. – É que ele é bem...reservado. Não tem redes sociais. E também, a gente prefere ser mais discreto. – Inventei uma desculpa qualquer.

- Ui. Que cara misterioso. Já curti. – Amanda piscou.

A aula seguiu e a professora Miles nos deu algumas dicas (um tanto quanto grosseiras) de como nos portarmos no período de estágio. Do tipo: Não falar se eles não falarem com a gente, mantermos o olho aberto o tempo todo, estarmos sempre dispostos à mostrar serviço e, principalmente, não nos intrometermos no trabalho alheio. Esses jornalistas de alto padrão geralmente tendem à ser mais arrogantes mesmo, infelizmente. Então, de qualquer maneira, nós precisamos estar preparados para vermos, ouvirmos e aprendermos de tudo!

Anotava as dicas em um post-it amarelo, e colei na capa do fichário.

- Alguém tem dúvida, pessoal? – Miles perguntou.

- O que a gente deve vestir, professora? Algo mais formal, ou não? – Bianca, a loira que senta sempre nos fundos, indagou.

Tá ai uma boa pergunta. Porra, o que vestir num lugar assim?!

- Eu indico jeans e algo mais social para complementar. Por enquanto, aconselho que vocês sejam discretos e lembrem-se: As estrelas ali são eles. Se prestarem atenção direito, logo serão vocês. Hoje são estagiários, mas amanhã, podem ser diretores, redatores, âncoras. Jornalismo é a maior arte da comunicação global. Se fizerem direito, o céu é o limite. – Ela sorriu.

- Inspirador... – Amanda comentou, sorrindo de lado. Concordei.

XXX

 

Durante o intervalo, Amanda e eu optamos por encontrar logo o Eric e combinarmos como isso ia rolar. Eu sou extremamente organizada e detesto não ter as coisas sob controle, então, acho bom ele colaborar!

Depois de vasculharmos o segundo andar todo, avistamos o bonito pela janela. Eric estava lá fora, conversando com uns outros caras. Entre eles, Cameron Price e seu pessoal do time.

- A gente se fodendo e o abençoado lá, numa boa! Já tô me estressando! – Rosnei.

- Isso vai ser tão divertido... – Amanda brincou.

Descemos as escadas e andamos rápido até acharmos Eric Davis. Amanda cutucou ele e o mesmo se virou, com um olhar desconfiado. Porém, quando nos reconheceu, a expressão dele se suavizou.

- Vocês são Amanda e Harper. Acertei? – Eric perguntou, com um sorriso amigável.

- Na mosca, meu amigo. – A japonesa sorriu de volta. – Você é nosso parceiro de estágio. E, como já deve saber, precisamos nos organizar. O que acha de nos reunirmos qualquer dia?

- Por mim, ótimo. – Ele respondeu. – Estão livres hoje, garotas?

- Eu estou sempre, fica a dica... – Amanda não perde tempo! – E você, Harper?

- Estou. – Sorri, sem graça.

- Fechado! Hoje à noite, 20h. Casa da Harper White. – Amanda sorriu. Como é que é?!

- O quê? Mas por que na MINHA casa? – Comecei à rir. – Não podemos ir só tomar um café ou algo assim? Tá tudo bagunçado ainda, gente! Acabei de me mudar! – Comentei, tentando fazê-los mudar de ideia.

- Você mora no centro, num apartamentão da avenida. É super fácil de encontrar. E, além do mais, eu quero conhecer o seu Gregory. – Ela disse, simples. – E aí? Combinados?

- Fechado. – Eric concordou.

- E eu tenho alguma escolha? – Perguntei, vendo todo mundo rir. – Certo. 20h então.

Eric e mais dois garotos logo se afastaram, em direção ao refeitório. Ficamos só eu, Cameron, Amanda e o Benson ali, perto do gramado. Sorri para os dois, simpática. Price sorriu de volta.

- Também estou convidado para conhecer o seu apê novinho, Harper? – O jogador piscou.

- Você não faz estágio comigo, Price.

- Merda. Devia ter me inscrito... – Ele brincou, me fazendo rir. – Por favor, vai? Não vou atrapalhar em nada, e, além do mais, posso levar a pizza. Comida eu sei que você não nega!

- Droga. Ele nos ofereceu comida. Você vai ter que aceitar, Harper! – Amanda sorriu, toda interesseira.

- Acho bom ser uma bem cara e gostosa! Senão, eu te toco pra fora! – Retruquei.

Nós rimos outra vez, e então, Amanda saiu para cumprimentar uma amiga. Cameron recebeu uma ligação e nos pediu licença pra ir atender. Ficamos só eu e Benson ali, nos olhando e sem saber o que falar ou fazer. Minha vida é resumida nisso. Momentos de vergonha e improviso!

- Harper, posso te perguntar uma coisa? – O loiro perguntou, meio sem graça.

- À vontade. – Respondi.

- Na verdade, eu tenho duas perguntas pra você. – Ele riu. – Você está namorando o Justin, certo?

- Isso aí.

- Ok. Só queria saber se não era boato mesmo... – Nós dois rimos. – Mas, ele parece ser um cara legal, apesar de tudo. – Sabia que ele estava falando sobre o “trabalho” do Bieber. Pelo jeito, todo mundo aqui já sabe! – E, a outra pergunta é: tem alguma ideia do que a Samantha gostaria de fazer num segundo encontro? Algo novo? Queria impressionar, sabe? – Benson riu.

- Ok. Vamos por partes, cara. – Comentei, de bum-humor. – Primeiro: O Justin é um cara realmente legal. A cara de mal dele é só um disfarce, e ele não é tudo isso o que falam por aí. É uma pena que poucas pessoas saibam disso. E também, não acredite em tudo que você escuta sobre ele e os garotos por aí. Bieber é muito mais do que esses boatos idiotas. Muito mais.

Benson concordou com um aceno de cabeça, seguido de um sorriso.

- E, sobre a Samantha, ela gosta de novidades, Benson. Então, faça algo que surpreenda ela. Leve ela pra um passeio diferente, seja romântico, mas não demais. Ela detesta melosidade! Eu apostaria num belo restaurante árabe, porque ela adora esse tipo de comida. E depois, seja bastante criativo. Algo estilo...flores e uma surpresa numa dessas coberturas de prédio da cidade. Se você fizer tudo certinho, seu terceiro encontro estará garantido! – Sorri. – Você gostou mesmo dela, né?

- A Samantha é muito divertida, Harper. Eu ri tanto no nosso encontro que pensei que fosse morrer! – Nós rimos. – Ela é toda de bem com a vida e é tão autoconfiante que me deixa inseguro às vezes. Sei lá, vai que ela se interessa por um cara mais legal que eu... – Ele sorriu.

- Relaxa. Isso aí não vai acontecer. Ela realmente está afim de você, cara. – Assegurei.

Me virei pra sair dali e ir para a minha próxima aula, mas Benson me chamou.

- Por que me ajudou se não está conversando com a Sam? – Benson perguntou, em tom curioso. – Não esperava que você fosse querer saber dela depois daquela...discussão de vocês. 

Ok. Então ela contou sobre a nossa briga ridícula e desnecessária pra ele. É tão a cara dela, puta merda!

- E por que eu não ajudaria? – O encarei. - Não é porque estamos brigadas que eu vou prejudica-la ou deixar de ajudar em algo que envolva ela. Eu sei separar as coisas, Benson. - Completei, em tom de bom-humor.

- Você é demais, Harper, sério mesmo. Espero que se resolvam logo. A Samantha anda pirando pra caralho sem você...

Sorri, negando com a cabeça. Deixei o Benson lá, porque eu não sabia o que responder diante aquilo. Eu não estava mais com tanta raiva dela assim, mas a mágoa ainda estava aqui, bem viva. Detesto ser menosprezada! Já faço isso muito bem sozinha, Samantha Murray.

Não preciso da sua ajuda nessa área, definitivamente.

XXX

- Mais tarde. –

Cheguei e já tomei um bom banho. Sequei o desastre ambiental que eu cham de cabelo e deixei os cachos ficarem do jeito que eles bem quisessem! Eu não gostava de vestidos, mas o calor de Seattle pedia por um! Encontrei um floridinho, no fundo das caixas. Presente da Holly.

- É tu mesmo, meu querido. – Sorri, vestindo ele.

Liguei o ar condicionado, já que agora eu tenho até ar condicionado! Voa, Harper White!

Liguei a música no meu celular e conectei com a caixinha de som que eu tinha. Aumentei o Remix de Selena Gomez e Tory Lanez, em Trust Nobody. Essa música nunca sai de moda... Vesti minhas maravilhosas pantufas e era isso. Mais pronta, impossível!

Escutei o barulho do interfone e já sabia que era a Amanda. Dito e feito. Olhei pela câmera e era a bonita mesmo. Autorizei a entrada dela e, menos de dois minutos depois, chegou o Eric.

- Meu Deus, Harper White de vestido é uma coisa que pensei que nunca fosse presenciar! – Ela brincou, me abraçando.

- Eu trouxe cerveja, meninas. Espero que vocês gostem de beber, senão fodeu... – Eric ergueu as garrafas, que estavam na sacola. Ri, nasalar.

- Fiquem à vontade, pessoal. Só não coloquem fogo na minha casa, fechou?

Fui para a cozinha e coloquei as cervejas de Eric lá no congelador, pra trincar mesmo. Amanda se atracou com o Greg no meu sofá, enchendo ele de beijos e abraços. E não é que o safado gostou? Estava cheio de lambidas pro lado da japa! Tô te vendo, Gregory!

Tô te vendo...

- Garota, morar sozinha deve ser um sonho, hein? – Ela comentou, jogada no sofá. – Olha isso! Essa vista! O chão desse lugar! Parece aqueles apartamentos de gente rica e famosa... – Amanda riu.

- Harper, você deve ser milionária pra morar num lugar foda assim, na moral. – Eric me encarou, curioso.

- Nem de longe, amigão... – Ri também. – Mais endividada que eu, impossível!

- Então, o que fez pra morar num lugar assim, dona Harper? – Amanda indagou, curiosa. - Conta pra gente, vai...

Merda! Como é que eu vou explicar issoaqui ?! Vou contar que o apartamento é parte do pagamento do Justin pela mentira descarada que eu topei participar com ele? Que tipo de gente DOIDA faz isso, porra? O que eles vão pensar de mim quando souberem disso?!

- Na verdade, esse apartamento é...é do meu namorado! – Disse, suspirando. Que desculpa horrorosa, Harper. – É isso.

Prefiro pagar de sustentada pelo Justin do que de maluca, mentirosa e mercenária, né não?! Pesos e medidas!

- Cara, eu tô cada dia mais ansiosa pra conhecer esse seu homem! – Amanda riu. – Ele tem irmãos? Só por curiosidade sabe?

- Se controla, garota! – Rosnei, vendo ela rir mais ainda. – Como os meus pais se mudaram pra Baltimore, eu ia ficar muito sozinha na nossa antiga casa. E também não era lá muito seguro, né? Então, o Justin me deixou ficar aqui. – E lá foi mais uma mentira. – Entenderam?

- Isso explica tudo. Soube que seu namorado é o Justin, o cara da Associates Company, né? – Eric me perguntou, enquanto abria uma cerveja pra ele e outra pra mim. – Ele deve ter muita grana, com certeza. E qualquer namorado iria querer o melhor pra namorada. - Sorrimos.

- Como descobriu que meu namorado é o Justin? - Perguntei, porque não me lembrava de ter contado isso pra ele.

- O Benson me contou. O Cameron contou pra ele. Então, meio que todo mundo já sabe. Tipo assim, Seattle toda. – Rimos. - Ele tem umas ações de empresas grandes da cidade, por isso é bem conhecido. Bom, mas é óbvio que isso você já sabe... – Completou, bebendo a cerveja.

Não. Eu não sabia.

- Claro! Que tipo de namorada não sabe dos negócios do próprio namorado?! – Ri, nasalar.

- Pois é... - Eric pareceu cair na minha lábia barata, menos mal.

A campainha tocou e eu já fui correndo pra atender e fugir daquele assunto constragedor que estava rolando ali. Era o Cameron Price. Ele estava com uma duas caixas de pizza nas mãos e o sorriso mais cara de pau que eu já vi! É o típico penetra sem-vergonha mesmo!

- Tá atrasado, engraçadinho. – Dei passagem pra ele entrar.

- Vocês que estão adiantados!

Price riu e entrou no apartamento. Amanda já foi atacar a pizza, aquela morta de fome! Peguei uma cerveja para o Cameron e nós fomos conversar na sala. A gente sentou em frente às janelas e ficamos jogando conversa fora. Eric devorou metade da pizza de queijo sozinho e eu me contentei com um pedaço só, por mais incrível que pareça! Harper dispensando pizza é novidade...

Depois, Amanda, Eric e eu debatemos mais um pouco sobre o nosso estágio, mas nada de muito relevante. Todo mundo aqui está com medo do Seattle Times, né? É o tipo de coisa que realmente transforma a nossa carreira. É o empurrão que todo jornalista iniciante precisa!

- E aí, Harper White. – Cameron me encarou, sempre fazendo questão de me chamar por nome sobrenome. – O que você vai fazer nesse fim de semana?

- Bom, na sexta eu estou livre. No sábado, o Justin vai chegar pra me visitar. – Sorri, simples. - Por que? 

Nunca pensei que fosse dizer isso mas, que saudade que eu tô daquele doido varrido!

Sei lá, na nossa viagem para Maryland, depois aquela noite em Atlanta...alguma coisa aconteceu entre nós, sabe? Agora, eu acho que consigo enxergar um Justin que eu não via antes. Uma parte que Bieber deixou transparecer pra mim nesse nosso fim de semana. Por dentro, ele é um homem que surpreendentemente “combina” comigo.

Meu Deus do céu, cala essa boca, Harper! Garota, acorda pra vida!

Isso é coisa de se COGITAR? Justin não é pra ninguém não!

- Quer sair na sexta à noite? Ir pra um bar, sei lá. Conheço um ótimo aqui na cidade. Pode ser? – Price perguntou, sem pestanejar.

- Ah...legal! Mas, vai só nós dois ou, vamos chamar mais alguém também? – Devolvi outra pergunta, meio desconfiada.

Vai que né?

- Se você quiser uma saída à dois, por mim tudo bem! Mas, podemos chamar uma galera pra ir com a gente, se estiver com medo de se apaixonar por mim, claro. – Cameron sorriu, completamente sacana. Eu mereço!

- Caralho. Esse daí é rápido no bote, viu? Misericórdia. – Amanda nos encarou, bem-humorada.

- Nem me fale. Tenho que ter umas aulas com o Price. – Eric debochou também.

Ah pronto!

- Eu tenho um namorado! E você sabe muito bem disso, garoto. – Enfatizei para o jogador. – Vê se sossega, homem!

- Hoje você tem, amanhã pode não ter mais... - E lá vem ele com esse argumentozinho de novo...eu desisto.

Tratei logo de mudar de assunto, antes que aquilo virasse um verdadeiro caos de risadas e vergonha pro meu lado. Os garotos saíram pra fumar na sacada pouco tempo depois e eu e Amanda ficamos de boa no sofá, assistindo uma série nova da Netflix chamada Emily em Paris.

- Caralho, eu tô quase mudando a rota de Londres pra algum jornal de Paris, Harper. Olha que cidade perfeita, cara! – Ela disse, com outro pedaço de pizza na mão. – Se existe uma cidade mais linda que essa, eu duvido muito, viu?

- Pra ser sincera, eu acho que é uma cidade romântica demais. – Fiz uma careta. – Não é a muito a minha cara não...

- Por que? Deixa de ser boba! Pede pro seu namorado uma viagem pra lá, poxa! Se eu tivesse um namorado super rico, ia obrigar ele à me pagar tudo, na boa mesmo. Nunca mais ia pagar passagem econômica nessa vida, Harper White! – Ela sorriu, maldosa.

- Ele não é rico, Amanda! – A encarei e ela me devolveu um olhar feio. – Ele é...não pobre... - Oi?

Nós ficamos uns dois segundos em completo silêncio, então começamos à rir feito duas idiotas!

Puta que me pariu! Não sei de onde eu tiro essas merdas, sinceramente!

- Mas, falando sério agora. Eu não iria conseguir conviver com isso, Amanda. Ser 100% sustentada por um namorado ou marido, não ia darn ão! Ia me sentir presa à ele e não quero isso pra mim. – Respondi.

- Você tem razão, garota. – Ela fez um biquinho engraçado. – Depender de homem deve ser péssimo!

- Deve mesmo... – Concordei.

Escutei o barulho do interfone, mais uma vez. Franzi a testa, mas me levantei pra ir até a porta. Quem seria à essa hora? Não estou esperando por mais ninguém!  Fiquei uns cinco segundos parada e então me levantei, indo até a porta. Quando olhei pelo visor da câmera, ao lado da porta, eu quase caí pra trás!

MAS NEM FODENDO!

- O que?!EU NÃO ACREDITO. – Gritei, dando uns pulinhos ridículos de alegria! A vergonha, meu pai. 

Girei a chave e abri aquela maldita porta, toda atrapalhada! Esperei o ser descarado sair do elevador e já pulei no pescoço dele, no impulso mesmo! Eu nem sei porque fiquei tão animada com a chegada dele, gente! Meu coração batia até mais forte, talvez fosse pela surpresa de vê-lo mais cedo que o esperado ou, pela...saudade. Porque, afinal, nós passamos bastante tempo juntos durante aquela semana!

Eu me acostumei com o estresse que é ter esse chato do cacete comigo, confesso...

- Isso tudo é saudade de mim, Harper White? Olha que eu me acostumo, hein? – Justin zombou de mim, trouxa como sempre.

 Esse aí adora tirar uma com a minha cara mesmo. É mais forte do que ele.

- Caralho, garoto! O que você está fazendo aqui? Tu não vinha só no sábado à noite?! – O soltei, ainda em êxtase!

Ele ia responder, mas eu não deixei. Agarrei o pescoço dele e dei logo um beijão no loiro. Meu senhor Jesus, que saudade da boca desse homem. Da voz. Do corpo. Do rosto. Da maluquice dele. De tudo isso! Senti suas mãos envolverem a minha cintura com mais força e as minhas o abraçaram pelo pescoço. Bieber pediu (quase atropelou) passagem com a sua língua e é óbvio que eu cedi, né? Beijar Justin de língua é uma das coisas mais viciantes que eu já experimentei nessa vida, com toda certeza...

- Agora eu entendi tudo! – Ouvimos a voz alta de Amanda, que ria. – Que homem lindo, amiga! Parabéns! Nota 10. 

- Não elogia esse traste não, ele já é metido demais sem isso... - Brinquei, me afastando do Bieber. Pegos no flagra.

O loiro estava com uma calça jeans preta, com rasgos nos joelhos, camiseta branca e lisa e boné pra trás, preto. Pelo que eu notei, o cabelo dele estava quase em seu tom natural, perto do loiro escuro. Vi as correntes de ouro no pescoço e o Rolex cravejado no pulso. Perfeito. Ah, que inferno de homem mais estiloso! Observei Eric e Cameron parados na porta, ao lado de Amanda, sem pararem mais de nos encarar. Eric sorria de um jeito amigável e Price parecia não estar tão feliz assim, mas ele disfarçou com um leve sorriso.

- Gente, esse aqui é o Justin. O meu namorado! – Disse, com naturalidade. - E Justin, esses são Eric, Amanda e...o Price, que você jà conhece. - Ri, mas era de puro desespero mesmo. Só espero que Bieber não dê um outro vexame com o coitado do Cameron, apenas!

Justin me encarou por breves segundos e olhou pra eles. Acho que até ele estranhou tanta naturalidade da minha parte.

- Fala meu mano, é um prazer te conhecer pessoalmente! – Eric veio até nós e o cumprimentou, estendendo sua mão.

Bieber apertou a mão dele, com um sorriso nada verdadeiro no rosto. Eu conheço esse daí, mais falso que não sei o quê!

- Aquele ali eu já conheço. – Bieber se dirigiu ao Price. – E aí, menino de ouro? Tudo na boa contigo? - Riu, debochado.

- Bieber... – Rosnei, em tom de aviso. – Não começa!

- Relaxa, Harper. Não tem problema. É só o jeito do seu namorado tentar ser legal, né? – Cameron pareceu levar na esportiva. – Tudo certo, Justin. E com você?

- Agora eu tô ótimo! Mas também, com uma mulher linda dessas, que cara não estaria? – O loiro me puxou pela cintura e me deu um selinho um tanto quanto possessivo, pra logo depois voltar à sorrir para o Price. Olha aí, o vexame já tá começando...

Meu Deus...isso tudo é ciúme?! Eu não tô crendo não!

- Realmente, você tem muita sorte de ser namorado de uma garota como a Harper. Ela é maravilhosa, com certeza. – O jogador disse, olhando diretamente pra mim. Juro que senti minhas bochechas corando. Ele é um cara incrível mesmo!

- Obrigada, Price. É muito gentil me dizer isso. – Sorri, toda sem jeito.

Chamei o Justin pra entrar e, em menos de cinco minutos, todo mundo já começou à inventar desculpas pra ir embora e nos deixar à sós. A Amanda inventou uma história maluca de que tinha que dar comida para o pássaro dela, o Eric falou que estava com uma dor de cabeça que começou do nada e o Cameron, bom...só me disse que queria nos dar privacidade mesmo. Ele é sempre sincero. Acompanhei os três até o elevador, enquanto Bieber conhecia melhor o meu novo apartamento. Me despedi de todos com um abraço e um beijo no rosto.

- Você tá linda hoje. Esqueci de dizer isso quando cheguei. – Price sussurrou no meu ouvido.

- Eu tô linda todo dia, cara. Você que não percebe! – Ri, nasalar.

- Boba é você de achar que eu não percebo, Harper White. – Ele piscou, entrando no elevador.

As portas de ferro se fecharam e senti um arrepio estranho percorrer minha espinha. Jesus, éramos literalmente só nos dois agora e meu corpo já sentia o peso de uma verdadeira eternidade longe desse homem. Entrei no apartamento e já tranquei a porta, mal intencionada. Estava tudo bem silencioso ali. Silencioso até demais!

- Bieber? – O chamei. – Ei? Aonde você tá?

Mãos grandes e fortes agarraram o meu corpo e eu dei um pulo de susto! Mas que cacete! Ele quer me matar do coração?!

- JUSTIN! Eu quase morri, seu otário! - Reclamei, tentando me desvencilhar dele. 

- Tá chorona pra caralho, hein? - Bieber sorriu e me sacaneou, pra logo depois me girar pela cintura e me beijar.

Ok. Eu perdi o controle da minha vida depois que olhei pro Justin! A gente se beijava, explorava as partes do corpo um do outro e sem mais nem menos fomos parar no sofá! Pernas e braços pra todos os lados, enquanto eu tentava me arrumar embaixo dele e Justin já estava tirando a camiseta. Ah, essas tatuagens me deixam em outro universo...perco até meu ar. Ele é muito gostoso. Muito. Muito. Muito.

Subi minhas mãos por seu peitoral maravilhoso e cheguei até seus ombros largos, o trazendo pra mim. Meu corpo todo implorava por um único toque dele.... Ai, merda! Eu acho que estou me tornando dependente até demais dos beijos e dos toques de Justin Bieber. E ISSO NEM DE LONGE É UMA COISA BOA, ACREDITEM.

- Que pressa, Harperzinha... – Bieber riu, baixo. – Calma, vamos aproveitar o nosso momento.

- Aproveitar um cacete! Para de enrolar, garoto!

Já fui tirando sua calça e escutando a gargalhada gostosa dele ecoando pela sala. É só o que me faltava, uma hora dessas e o bonito querer fazer graça! Joguei Justin no sofá e subi em cima dele, tentando tomar o controle. Suas mãos subiram pelas minhas coxas, até o quadril. Bieber me apertava, sem nenhum pudor. E nem eu queria que existisse algum pudor aqui!

- Porra. O que foi que eu fiz com você, urh? – Ele zombou. – Não faz nem um mês que eu tirei sua virgindade e já está assim?! Imagina depois que esse acordo terminar! – Justin riu, maldoso.

- Você não tirou a minha virgindade. Eu decidi perder ela com você. Tem diferença. – Rebati, enquanto tirava meu vestido num puxão. Bieber mordeu seu lábio inferior, sexy pra caralho.

- Não tenta me enganar, Harper White. Você se amarra na ideia de ser minha. – Ele sorriu.

Justin se levantou do sofá e me ajeitei no seu colo. Ele levou suas mãos até o meu sutiã e o tirou, sem esforço algum. Senti sua ereção na minha coxa e sorri, maliciosa.

- Não. Você que se amarra na ideia de eu ser sua. Tem diferença. – Repeti, rindo.

- Sempre essas respostinhas decoradas na ponta da língua, né?

- Eu falo a verdade. Doa à quem doer. – Dei de ombros, me divertindo com sua expressão de indignação no rosto dele.

Bieber apertou a minha pele com seus dedos e sua boca quente rodeou um dos meus seios, tudo ao mesmo tempo. Meu corpo todo se aqueceu, como se isso ainda fosse possível! Sua língua fazia uma coisa de outro mundo ali, e quando ele chupava com mais força, eu sentia que chegava ao céu. Ele brincou comigo até se cansar e descer sua mão vagarosamente pela minha cintura, até esbarrar na minha calcinha. Justin gosta desses joguinhos. Esse homem gosta de me provocar.

Ele adora de ter o controle. De ser o cara que me faz ter prazer. Eu vejo isso nos olhos dele.

Seu polegar fazia movimentos circulares no meu ponto máximo de prazer, conforme ele beijava o meu pescoço, dando umas mordidas na pele sensível. Eu só conseguia apertar seus ombros e suspirar alto com aquilo. Era totalmente involuntário e, quando eu percebi, estava rebolando contra a mão dele. Justin riu, num tom perverso. Ele sempre conseguia o que queria. Eu só não queria ser mais uma. Mais uma coisa que ele quis e conseguiu. E depois, se cansou.

E eu não vou ser. Nem que eu tenha que tomar medidas drásticas pra isso.

- Quarto, Justin! – Disse, entre suspiros e respirações mais fortes.

Eu já estava quase lá...sentia a excitação escorrer por minhas pernas e meu corpo entrar em combustão!

- Não. Aqui. – Bieber murmurou. – Depois no chuveiro. Na sacada. Na cozinha. E então, quem sabe eu não te deixo escolher? – Ele terminou, com um sorrisinho cretino estampado no rosto!

E foi ali, olhando no fundo dos olhos cor de mel dele, que eu percebi tudo que estava bem debaixo do meu nariz até agora.

Justin Bieber era maior problema que eu já arrumei em toda a minha vida.

Puta merda.