Narrador:
Em um lugar bem longe da Terra se encontrava Myung-Soo, preso em contenção máxima por saber o que sabe e vigiado vinte e nove horas por dia, sim, vinte e nove horas já que o tempo daquela dimensão era diferente.
Havia um castelo acima do chão onde “viviam” vários outros prisioneiros perigosos, e talvez, até mais poderosos e amedrontadores do que o anjo da travessia. Soo-ah se encontrava entediado enquanto fazia pequenos desenhos na parede da cela, ele ouvia os passos dos guardas lá fora enquanto conversavam sobre o prisioneiro da cela número 4 que tinha tentado escapar pela terceira vez essa semana. Estavam muito distraídos para darem atenção a ele e seus rabiscos.
- Mittere nuntium ad Dong Woo – Sussurrava repetidas vezes enquanto passava a mão pelo desenho. - Mittere nuntium ad Dong Woo!
Os rabiscos começaram a brilhar, uma luz azul e cintilante, até que aos poucos a parede voltou ao normal, como se nada nunca tivesse sido escrito.
- Novato, ouvi alguma coisa vindo de sua cela, o que estava fazendo? – Perguntou um dos vigilantes.
- Não foi nada, só estava divagando. – O outro não pareceu muito convencido, mas mesmo assim concordou e voltou para seu posto.
Enquanto isso o anjo suspirou aliviado, se voltou para a pequena janela com grades e observou a imensidão rosa daquele lugar.
- Se apresse, não temos tempo. – Disse para si mesmo, ou talvez não.
?? Ponto de Vista:
O trabalho estava difícil, muitas almas atravessavam a ponte e muitas almas precisavam ser colhidas e separadas, trabalho demais para um anjo e seu mais novo companheiro, um calouro.
- Ok, senhores, preciso que façam uma fila, vamos determinar seu destino, mas cada um de uma vez. – Falei esperando que se organizassem, logo que fizeram a primeira na fila era uma senhorazinha. – Seu nome por favor.
- Alice, Alice Ross. – Disse.
Olhei para sua fixa, no geral ela era uma pessoa boa e pareceu ter sido aprovada pelo nosso criador.
- A senhora pode subir. – Ela pareceu feliz ao saber da notícia, dei um sorriso simpático e abri espaço para que passasse. – Descanse em paz!
- Quem é o próximo? – Meu colega perguntou.
- Sou eu. – Um homem disse. – Meu nome é Abenzio.
- Abenzio? – Dei uma olhada e parecia que seu caso ainda estava sendo avaliado, isso só podia querer dizer uma coisa. – Senhor, você pode ir reto.
- Reto? – Perguntou abismado. – O que isso quer dizer?
- Seu caso ainda está aberto. – Falei. – Em outras palavras, você precisa enfrentar o purgatório.
- O que? Eu não entendo!
- Sinto muito, mas o senhor precisa ir agora. – Ele não parecia ter gostado daquela ideia, mas mesmo assim fez o que foi dito.
Olhei desanimado para a fila a minha frente, talvez se ele estivesse aqui isso andaria mais rápido.
- Já pegou os documentos novos com o conselho? – Perguntei ao novato.
- Sim, os da pasta azul né?
- Pasta azul? Eu falei pega a amarela! – Aquilo só não podia estar acontecendo, como vamos separar toda essa gente sem os documentos?
- Amarela? Achei que fosse a azul!
- Você achou? Fala sério, agora como vamos resolver isso? – Apontei para as almas que estavam passando.
- Posso ir lá buscar elas.
- Isso não é uma boa ideia. – Outra voz se fez presente. – Parece que estão com um probleminha aqui?
- Anjo da morte? O que quer?
- Eu tenho um nome que é Sam, e respondendo sua pergunta vim trazer o novo carregamento de almas.
- O que? Mas já?
- Sim, foi um incêndio, ou algo do tipo. – Suspirou.
- Que ótimo! – Bufei. – Não estamos com a pasta amarela então não sei como vamos encaminha-los.
- Então é verdade, esse lugar está uma bagunça sem Myung-Soo. – Sorriu debochado.
- Feliz? – Fui sarcástico.
- Não, isso está dificultando meu trabalho. – Começou a brincar com sua foice. – É melhor darem um jeito nisso.
- Eu já sei está bem! Shin, encaminhe o resto das almas dessa lista enquanto eu penso em alguma coisa e você, Sam, vá fazer o seu trabalho.
Sai para pensar como havia dito, sentia falta de Soo-ah, precisava admitir, e não saber onde ele está piorava tudo.
Ao olhar para o nada percebi um pequeno brilho se aproximando, estranhei e acabei chegando mais perto para ver o que era. Um pequeno bilhete pousou na minha mão, as palavras estavam criptografadas, mas eu entendia o significado de cada uma.
Sem pensar muito sai correndo após terminar de ler, ouvi meu colega de longe, mas não dei atenção, precisava agir, e rápido.
Dong-Woo
Fui levado preso pois o conselho decidiu não ouvir a voz da razão, preciso que me ajude a fugir de Sky castle o mais rápido possível se não o que temíamos pode acabar acontecendo.
Myung-Soo
Narrador:
Enquanto isso, no Sky castle, os guardas começaram a checar se todos os prisioneiros estavam se preparando para tomarem os comprimidos que impediam o uso de seus poderes.
Muitos olhavam torto para aquela capsula azul e alguns nem ligavam mais e só engoliam de uma vez.
- É sua vez. – Falou um deles com um copinho na mão, Myung-Soo olhava para o comprimido sem fazer menção de sem mexer. – Vamos logo novato, não temos o dia todo.
- Não.
- O que disse.
- Eu não vou tomar isso. – Sorriu de lado
- Ora seu... – O vigilante já estava pronto para sacar sua arma para fora, mas foi impedido por um soco.
- Opa, foi mal. – Havia uma figura na porta. – Licença. – Falou ao roubar as chaves do bolso dele.
- Você demorou, Dong-Woo. – Myung-Soo se levantou caminhando em direção a ele.
- Foi mal, mas tive que chamar reforço. – Apontou para a figura feminina que estava vindo correndo.
- Trouxe a Hyuna? – Perguntou incrédulo.
- O que? Sabe que minha irmã é boa de briga.
- Soo! – A menina gritou. – Você está bem?
- Melhor o impossível. – Riu. – Mas preciso dar o fora daqui.
- Você vai mesmo atrás da velha?
- É claro, ela é única que tem as respostas que eu preciso. – Pegou uma capa que estava na mão de Hyuna e vestiu, cobrindo o seu rosto para que ninguém o reconhecesse.
- Eu vou com você! – Diz a garota.
- Obrigada Hyuna, mas você não pode ir.
- Ele tem razão irmãzinha, é melhor só nós dois irmos. – Zombou da irmã a deixando emburrada.
- Você também não vai, Dong-Woo. – Disse Myung-Soo, o que fez o outro o olhar descrente e a menina rir.
- Como assim? Vai sozinho?
- Isso é algo que somente eu posso fazer, sinto muito. – Movimentou as mãos provocando o aparecimento de um portal. – Vejo vocês depois.
- Boa sorte. – Hyuna disse.
- É, se cuida seu otário, e tente não ser morto ou preso.
- Valeu meu amigo. – Sorriu – Até.
Com isso entrou naquele vácuo preto, deixando somente a poeira para trás.
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