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História Nada é Clichê - Epílogo


Escrita por: Koha

Capítulo 37 - Epílogo


Eu não consigo parar de olhar ao redor, o que me dá a imagem de um noivo ansioso e idiota. Eu deveria ter parado de me importar com isso há um tempão, mas não posso evitar querer ver Sakura em cada rosto dos convidados que encontro, quando a única coisa que quero encontrar agora é minha quase esposa.

— Não precisa ficar nervoso. Ela já está a caminho. — Sai, ao meu lado, vestido com uma camisa branca com dois botões abertos, comenta comigo quase que casualmente.

Pelo menos, ele não está usando nenhuma de suas camisetas ridículas e seu cabelo está penteado para trás. Quando Sakura sugeriu — impôs — que nosso casamento fosse na praia, ao pôr do Sol, com nossos amigos e nossa família, eu achei a ideia meio simples e enjoada, mas até então o importante para mim era me casar com ela. Agora, vendo o quanto nossas vestimentas são casuais, eu gosto da ideia.

Estou vestido com uma camisa branca, bermuda jeans e sapatênis. Odeio esse tipo de calçado mas, tudo bem, eu vou poder tirá-lo quando estiver finalmente casado com a minha garota.

Parece que estamos num evento comum, e todos estão vestidos como se fosse um dia qualquer na praia. Não há decoração além das pétalas de alguma rosa azul jogadas no chão, os poucos bancos de madeiras para os nossos convidados se sentarem e a bancada de ouro a qual Sakura se certificou que fosse a única coisa realmente cara no nosso casamento. Os presentes de casamento? Ela fez todos os convidados doarem o valor para uma instituição que cuida de crianças carentes.

Minha quase esposa é maravilhosa, eu sei.

Itachi, que está ao lado de Ren e Mebiki, a mãe de Sakura, sorri para mim da primeira fileira de bancos. Seu cabelo solto e a bermuda preta que usa me faz lembrar da minha infância e de um irmão muito menos elegante do que estou acostumado nos dias atuais. Eu sorrio para ele, de volta, esperando que ele entenda o quanto é importante para mim. Então encaro minha sogra, que me olha com lágrimas nos olhos, sorrindo feito boba. Ren me encara com cuidado, como quem diz É melhor cuidar bem da minha irmã, ou eu te mato.

Eu sei que, mesmo que ele não admita, Ren sabe que Sakura é o meu bem mais importante.

Pensando nela de novo, eu respiro fundo, ansiosa por sua chegada.

— Sério, Sasuke, relaxa um pouco. Quem está vendo pode pensar que você está prestes a ser abandonado no altar.

— O que você está fazendo aqui, mesmo?

Ele abre um sorriso lento e convencido.

— Como o seu padrinho, é meu dever estar aqui. Preciso lembrar que foi você que me escolheu?

Ah, claro. Como eu pude escolhê-lo, mesmo? O casamento deve estar fazendo coisas com a minha cabeça, porque eu nunca me imaginaria fazendo essa escolha.

Foda-se. Se não calar a boca, eu vou esquecer que você é meu padrinho.

— E que eu sou seu primo, também? Caramba, que mau humor para quem está prestes a se casar com o amor da sua vida. — ele balança a cabeça com decepção.

— Ela pode desistir. — eu solto, e me arrependo no segundo em que Sai em encara com surpresa. Merda, acho que o casamento realmente me tornou num cara mole.

— O quê? Que ideia estúpida. — ele fala, então pisca várias vezes. — Você conhece a minha melhor amiga, por acaso? Ela nadaria num vulcão para casar com você.

— Talvez ela tenha se dado conta que eu sou a pior pessoa para assumir o cargo de companheiro dela pelo resto da vida. — eu começo a suar um pouco, muito tenso com essa ideia. — Merda.

— Pelo que conheço dela, ela deve estar sentada esperando você surtar, para resolver aparecer. O amor pode ter amaciado o coração sombrio de Sakura, mas ela ainda é uma mulher maligna.

Quando Sai fala assim, é bem fácil imaginar Sakura rindo à toa tomando um drink, enquanto eu estou aqui ansioso pela sua demora. Noivas se atrasam, eu me lembro, mas Sakura sempre gosta de dar um toque nas coisas, a sua maneira.

Pensando bem, é mais fácil imaginar ela fazendo isso, do que fugindo do nosso casamento.

Eu respiro, um pouco menos tenso. Quando encaro Sai, sorrio para ele.

— Me lembrei porque escolhi você como padrinho.

Sai me encara com um sorriso singelo e, quando está prestes a dizer alguma coisa, seus olhos negros desviam para algo atrás de mim. Eu me viro, encontrando Melanie, num vestido azul soltinho, andando pela faixa branca que fica no corredor entre as duas fileiras de bancos. Ela sorri tranquilamente, como se ninguém a estivesse olhando, enquanto caminha até nós.

— Ela ainda está aqui? — eu pergunto, quando ela para do meu lado esquerdo, contrário a Sai.

— Claro que está. — Mel fala, franzindo as sobrancelhas quando se inclina mais do meu lado e sussurra: — Ela estava uma pilha de nervos. Mas não conta que eu falei, senão ela vai me matar.

Eu sorrio, muito contente que minha quase esposa esteja tão ansiosa quanto eu para esse casamento. Meus olhos logo encontram Kit-Kat, que parece outro cachorro se comparado ao filhotinho que era quando eu o dei para Sakura. Ele está enorme e com um laço azul em sua coleira, e corre ansiosamente em minha direção, como se estivesse esperando para isso a vida toda.

— Ei, campeão. — eu aliso seu pelo, e ele lambe meu rosto. Ainda bem que Sakura o ama muito, senão ela odiaria me encontrar todo babado de cachorro. — Cadê a minha quase esposa, eim?

No momento em que pergunto isso ao nosso cachorro, como se ele pudesse mesmo me responder, Kit-Kat vira sua cabeça e olha para trás. Ele late uma vez antes de eu erguer minha cabeça na direção em que seus olhos cor de chocolate estão olhando. Quando a vejo, quase caio para trás.

 Sakura, bem no começo de seu caminho até a mim, com o braço dado ao seu pai, me encara com uma expressão de pura felicidade. Seu cabelo, agora bem curto, está caindo ao redor de seu rosto de uma forma desleixada, mas incrivelmente atraente. Ela está usando um vestido branco de alças, bem solto em seu corpo e eu quase solto uma gargalhada quando percebo que ela não está usando sapatos.

Sim, minha esposa em alguns minutos está caminhando até a mim sem sapatos. Isso não poderia ser menos ela.

Eu respiro fundo. — Linda. — digo e, pelo seu sorriso e a inclinada que ela dá com a cabeça para o lado, aposto que está pensando É claro, passei o dia todo para estar linda para você, idiota.

Eu quase quero rir disso. Sou a porra de um masoquista, mas tudo bem. É só por ela.

Nós não tivemos ensaios e nem preparativos esbanjados de casamento. Nós estávamos em período de provas e Sakura estava mais preocupada com a minha formatura, do que com os preparativos do casamento. Tudo o que queríamos éramos nos casar em Coney Island, pegar nosso voo para a Austrália e foder pra caralho.

Definitivamente, esse era o nosso plano. Marcar a data, casar e foder.

Quando Sakura solta a mão de Kizashi, que a encara tão confuso quanto todos os outros, eu sou uma exceção, porque não estou realmente surpreso quando ela corta a sincronia de seus passos com a música. Ela deixa de segurar o buquê de astromélia que tanto pediu e caminha meio andando, meio correndo, em minha direção.

Kizashi, provavelmente conhecendo a filha tanto quanto eu, sorri resignado e se senta ao lado do restante da família. Eu recebo a minha noiva com a mão estendida e um sorriso bem apaixonado.

— Os sapatos eram altos demais. — ela solta, rapidamente, um pouco culpada. — E eu sou impaciente demais para ficar olhando você aí, todo gostoso com essa camisa e essa bermuda, só me esperando, para andar tããão devagar.

Eu sorrio, mas não consigo falar nada quando a puxo para mim e colo meus lábios nos seus. Alguém coça a garganta em algum lugar, mas foda-se. Sakura está linda e beijável demais para eu me segurar logo hoje.

— Poxa, vocês estão estragando todo o casamento. — Sai fala, com um tom alto e irritado. Mel, ao seu lado, no entanto, está rindo resignada da situação.

— E isso é tão típico de vocês. Ei, Sakura, pode falar: você está louquinha para casar com o Sasuke, né?

— Cala a boca, sua vaca. — Sakura fala, mas suas bochechas estão rosadas, o que é fodidamente adorável. Quando ela encara o Juiz de Paz baixinho e calvo, que coça a garganta constrangido, sua expressão se torna culpada. — Desculpa. Poderia nos casar rápido, por favor? Eu esperei tanto por isso e quero muito ir para a minha Lua de Mel.

Em seguida, nossa cerimonia vira realmente um espetáculo e tanto. Em algum lugar, Ren reclama, enquanto tapa seus ouvidos quando Sakura sugere falar o que realmente ela quer fazer comigo. Kizashi e Mebuki riem, não sei se constrangidos ou resignados sobre a filha que tem; Sai nos encara feio, enquanto Mel parece querer explodir de tanto dar risada. Os poucos convidados, alguns dos nossos colegas e professores da faculdade, se encaram, provavelmente pensando que nunca viram um casamento desse jeito.

Pois é, somos realmente únicos.

Nossa cerimônia segue tranquilamente, com a nossa troca de votos e alianças. Estamos emocionados, mas Sakura só realmente chora quando finalmente nos tornamos marido e mulher.

— Eu sou sua esposa.

— E eu sou seu esposo. — eu a seguro pela cintura, encarando aqueles olhos enormes e cheios de lágrimas, que parecem ver tudo através de mim. Nesse momento, eles parecem mais com um billabong do que em qualquer outro.

Ela solta uma risada, toda felicidade e emoção antes de me beijar como se eu fosse água, depois de um dia inteiro no deserto. É apaixonante, me faz suspirar feito idiota e, porra, seu beijo é a melhor coisa que eu já provei no mundo.

— Droga, eu te amo tanto, Sasuke. — ela suspira, com a testa colada na minha.

— Eu te amo muito mais, senhora Uchiha. — ela sorri quando a chamo assim, seus lábios róseos me chamando para outro beijo. — E eu vou te amar por cada dia da minha vida, até o último dia dela e, quem sabe, depois disso também.

Ouço as palmas ao nosso redor, mas estou muito longe nesse momento, numa bolha fechada onde além de mim, só Sakura está. Essa cerimonia não é nada para mim, assim como não é para ela. As duas pessoas mais avessas a relacionamento, no fim, só se importavam em colocar a droga de um rótulo que as tornasse um do outro. Carma, é o nome. Dessa vez, no entanto, eu não poderia estar mais feliz, principalmente quando meu castigo vem em forma de um corpo esguio, uma língua afiada e um gênio do cão, que também pode ser intitulado amor da minha vida e Sakura Uchiha.

Caralho, Sakura realmente me amarrou. Foda-se, porque eu também amarrei ela. E quem sabe quantos clichês nós nos tornaremos depois daqui? Afinal de contas, a história entre a Garota Surtada e o Satã, está apenas começando.

 

 

FIM.


Notas Finais


Eu tive MUITOS altos e baixos com essa história. Muitos mesmo, tanto que eu quase desisti de escrever, não só essa história como também escrever na plataforma. Foi muuuito difícil mesmo chegar até o epílogo, mas graças a Deus, vocês e a minha determinação, finalizamos a história de Sasuke e Sakura, ou Garota Surtada e Satã. Vocês que sabem.

Realmente, muita coisa ainda vai acontecer entre esses dois, mas ALERTA SPOILER nada que consiga separá-los. Eu espero que vocês tenham gostado da história dessa mulher forte, empoderada e cheia de defeitos, mas com inúmeras qualidades. E também, desse cara marrento, boca suja e incrivelmente filho da puta ás vezes, mas que soube realmente se tornar alguém melhor quando encontrou ago tão precioso, na pessoa mais improvável.

Tá tudo bem ser clichê, ás vezes. Não tem problema algum e Sasuke e Sakura aprenderam isso da melhor forma possível.

Quem sabe não damos uma olhadinha no futuro, daqui um tempo, eim? HAHAHAHAHAH Será que aquele bebê veio, mesmo? HIHIHIHI

Bom, gente, obrigada mesmo por isso. Pelos comentários, pelo apoio, por não terem abandonado a fic e por acreditarem em mim. Mais uma história finalizada e eu tô só EMOÇÃO!

BEIJOOOOOS


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