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História Nada é Clichê - O Solo Australiano


Escrita por: Koha

Capítulo 26 - O Solo Australiano


Estou com tanto sono, que mal consigo pensar direito. Há uma música tocando no carro enquanto somos levados por uma estrada vazia que poderia muito bem ser o cenário perfeito para um filme de terror, agora que é noite.

Ah, a música é do Paramore, Now.


Parece que estou despertando dos mortos e todos estiveram esperando por mim

Pelo menos agora, eu nunca terei que me perguntar como é dormir por um ano

Não éramos indestrutíveis? Eu pensei que nós poderíamos enfrentar tudo

Eu nunca pensei que o que me levaria estava escondido


Que o Sasuke têm bom gosto para música, ninguém pode negar. Mas não estamos sozinhos no carro, eu me lembro, à medida com que vejo Itachi batucar os dedos no volante do carro que está do lado oposto ao que usamos na América. Que estranho. Estou no banco detrás, porque passei boa parte das quase trinta horas de viagem dormindo.

Minha impressão sobre a Austrália não está sendo das melhores.

Pela janela fosca do carro, vejo o outro lado da estrada passar rapidamente. Cantarolo a música nova, do Link Park, enquanto tento pensar em algo. Meu celular vibra, e quando olho para a tela, é uma mensagem de Sai.

Sai: Por favor, não seja comida por um canguru.

Rolo os olhos cansados, mas solto uma baixa risada.

Eu: Cangurus não comem pessoas, besta.

Sai: Mas pessoas australianas comem cangurus, sabia? Coitados.

Franzo as sobrancelhas, meio enojada, muito embora isso seja relativo e meio hipócrita; gosto de carne de boi, por exemplo.

Mas é quase como comer a carne de um cachorro dócil.

Ao me lembrar de cachorros, a imagem triste de Kit-Kat me vem a cabeça.

Eu: Pare de pensar em cangurus e, por favor, cuide bem do meu cachorro. Não se esqueça que ele detesta barulhos, se for transar com alguém, deixe ele no quarto do Sasuke.

Sai: Você é uma mamãe coruja 😵

Solto uma risadinha, mas franzo as sobrancelhas quando ele começa a digitar de novo e me envia outra mensagem.

Sai: Espero que essa viagem e tudo o que está fazendo valha a pena. Mesmo que eu deteste a ideia de você namorar com o meu primo, não quero que você sofra por tomar essas decisões.

Eu suspiro, sentindo aquela dor estranha de nervosismo como várias abelhas zunindo no meu estômago de novo. Tenho sentido bastante isso desde que tomei a decisão de ver o outro lado da história de Sasuke, o lado mais bagunçado e caótico. Por fim, agradeço Sai com uma mensagem rápida de um “eu te amo, valeu.” e vários emojis de corações, porque não quero arrastar isso além do necessário.

Eu mesma ainda não tenho uma ideia do que estou fazendo, embora pareça que estou no comando da situação.

No momento em que Sasuke me contou sobre o que fez, de fato, na Austrália, quis muito bater nele como na primeira vez que o vi. Contudo, embora não soubesse sobre o que ele tinha feito, sempre tive consciência de que Sasuke era um cretino e não podia realmente cobrar algo dele quando ele deixou claro, no inicio de nosso envolvimento, que éramos apenas pessoas que fodiam bem fodendo juntas.

Eu era um jogo, tal como Hayley. Contudo, diferente de Hayley, o jogo de Sasuke comigo não saiu exatamente como ele queria.

A verdade nua e crua é que eu gosto de Sasuke. Olho para sua cabeça tombada no banco do passageiro e meu coração se enche de certezas, ao mesmo tempo em que é uma bagunça de dúvidas. Tudo muito agridoce... meio caótico e triste... para não se levar em consideração.

É a primeira vez, de fato, que eu sinto isso desde Hidan.

Percebo que o que eu senti por Naruto era muito superficial. Estava cansada de lutar contra a maré, queria ter o sentimento de proteção e amor de novo, como achava que sentia antes.

Agora eu entendo como é gostar de alguém e ter alguém que goste de você na mesma proporção, por que não iria querer tentar entender a situação?

— Estamos chegando. — ouço a voz de Itachi e quando inclino a cabeça para cima, vejo seus olhos escuros pelo retrovisor, dirigindo estranhamente pelo lado esquerdo. Não me acostumo com isso. — Prometo que você terá uma cama quentinha para dormir quando chegar.

— Obrigada. — digo, sorrindo quando ele mesmo me oferece um sorriso.

Diferente de alguns dias atrás, quando ele soube toda a história por trás das maldades que Sasuke fez na Austrália. Como eu, Itachi estava mais surpreso por Sasuke ter chegado a noivar do que qualquer outra coisa.

Só que, diferente de mim, Itachi conhecia o irmão o suficiente para entender que aquilo era exatamente o tipo de coisa que ele faria, enquanto eu ainda me sentia enjoada toda vez que pensava em Sasuke com a mãe de sua noiva.

Hana.

Uma mistura de repulsa e raiva me tomam quando penso nessa mulher. Como alguém pode trair a própria filha? Odeio um pouco Sasuke por ter chegado a tanto, mas odeio mil vezes essa mulher por ter se deixado fazer algo tão ruim com a filha, quando seu amor materno deveria tê-la impedido.

Ainda quer que Sasuke se case com Hayley! Que... podre!

Odeio Hana.

— Até que fim. — ouço a voz de Sasuke, meio rouca, falar quando o carro vira em uma estrada bem feita, num caminho com árvores ao redor.

Tenho certeza que a luz do dia esse lugar deve ser mais lindo, mas estou embasbacada com o lugar. As árvores estão alinhadas pelo caminho, que nos leva até uma casa enorme e pintada de um creme bem claro.

Isso só pode ser brincadeira!

— Caramba, essa é a casa de vocês? — murmuro, com a cabeça para fora da janela agora aberta como um cachorrinho.

Quando volto ao meu lugar, percebo que Sasuke está com a cabeça virada em minha direção, me encarando. Deve haver algo muito engraçado no meu rosto, porque ele ri e encolhe os ombros, como se não fosse um maldito rico dos infernos.

— E vocês brigando sobre quem ficaria com o quarto de hospedes do Sai. É sério?

Ambos soltam risadinhas, lembrando do dia em que tiveram uma breve discussão, pois Sasuke não queria que Itachi ficasse no apartamento de Sai.

Essa casa deve ter, no mínimo, uns trezentos quartos.

Quando Itachi para o carro, sou a primeira a saltar para fora, enquanto Sasuke sai e anda até o porta-malas. Fico feito uma idiota observando a casa enorme e bem arquitetada, com a boca aberta e quase babando.

— Quer um babador? — pergunta Sasuke, meio divertido, quando para ao meu lado.

— Eu sabia que você era rico, mas... nossa, essa casa é tão linda.

— Foi o maior orgulho da nossa mãe planejá-la. — Itachi diz, ao passar por mim, com um semblante cheio de nostalgia e amor. — Ela era uma ótima arquiteta. Tenho certeza que Sasuke será tão bom quanto ela.

Quando encaro Sasuke, meio surpresa por saber só agora que sua mãe era uma arquiteta, me deparo com seu rosto meio constrangido e emburrado, daquela forma que ele faz quando está se expondo demais.

— Não sabia que sua mãe era uma arquiteta. Foi por isso que escolheu esse curso?

Ele fecha o porta-malas, então respira e começa a caminhar em direção a casa grande e maravilhosa. Uma casa de filmes, meu cérebro apita. Então ele para, segurando minha mala numa mão e a sua própria na outra.

— Você vem ou não?

Respiro fundo, então caminho até ele e até a casa. As portas francesas se abrem antes que Itachi toque a campainha ou bata na porta. Uau! Um casal de senhores estão um de cada lado da porta, com semblantes dóceis e receptivos, não zangados ou cansados por estarem de pé às quatro da manhã.

— Senhores Uchiha e senhora...

Pisco, sorrindo para a senhora alta e bem disposta com um sotaque australiano. Ela deve ter uns quarenta anos, e têm um cabelo preto enorme preso numa trança embutida.

— Sakura. Meu nome é Sakura. — ela parece um pouco surpresa quando eu estico a mão para cumprimentá-la, mas a pega mesmo assim. — Prazer, mas não vou falar meu sobrenome, porque sou capaz de arrancar sua jugular caso você me chame de senhora de novo.

Ela pisca, meio surpresa, então alguém solta um riso baixinho. É o outro senhor, que está do outro lado da porta. Eu encolho os ombros, meio constrangida, até que a mulher também sorria de uma maneira  estranha.

— Sou a Charlotte e esse é meu irmão, Charles.

Charles e Charlotte. Bem... combinado, para dizer o mínimo.

— Muito prazer. — sorrio para Charles, que só acena a cabeça com um sorriso. — Eu ficaria para um bate papo, mas estou morta. Obrigada pela recepção, duble Char.

Charles ri de novo, enquanto Charlotte franze as sobrancelhas conforme eu ando em direção ao meu namorado, que me aguarda no começo de uma enorme escada em caracol.

— Eles são legais.

— Você provavelmente os assustou. — Sasuke ri, subindo pelos degraus que são cobertos por um tipo de carpete azul marinho.

Nas paredes, conforme subimos, há vários quadros de diversas pinturas diferentes. Uma, em especial, é da própria casa de filme. Eu paro, observando-a por um segundo, até que Sasuke me chame de novo.

— Hã, esse é o meu quarto. — ele diz, depois que chegamos até o fim do enorme corredor cheio de portas. — Seu quarto é o da frente, então...

Eu olho para a porta em frente, de madeira cor de bege, igual todas as outras. Depois olho ao redor, percebendo que Itachi não está próximo de nós. Sasuke parece nervoso ou qualquer outra coisa que não é típico de sua personalidade.

— Nós não podemos dormir juntos?

Ele pisca, me encarando como se eu fosse algum tipo de extraterrestre.

— Você quer dormir comigo?

— Essa não é a ideia? — junto as sobrancelhas, passando por ele e abrindo a porta do quarto.

Me deparo com um quarto enorme em cores de branco e bege, com uma cama no centro. Há alguns livros didáticos uma prateleira presa à parede, tal como uma mesa de estudos extremamente organizada abaixo dela; uma tevê na parede, um sofá bege em frente a uma mesa de sinuca e uma estante cheio de discos de músicas.

— Você realmente tem bom gosto pra música. — digo, me aproximando da estante repleta de vários e vários discos. — Gostei do seu quarto.

— Eu não cheguei a conhecer o seu quarto. — ele diz, deixando as nossas malas no chão e se aproximando o suficiente para que eu sinta seu perfume. — Digo, nós ficamos o tempo inteiro no quarto de hóspedes.

— Teremos tempo para isso depois. — digo, evitando olhá-lo, pois sei que ele está confuso com a minha afirmação. — Na verdade, eu só quero um banho e uma boa noite... ou dia... de sono agora.

Depois de tomar um banho, eu me visto com uma de suas camisetas e deito em sua cama que, além espaçosa, é bem confortável. A porta do banheiro está entreaberta, enquanto Sasuke toma banho, mas eu forço minha mente a relaxar e aproveito o cansaço para dormir rápido.

Ainda sinto o corpo de Sasuke entrando pelas cobertas, me abraçando pela cintura e colocando o rosto contra os fios do meu cabelo. A sensação que tenho é boa e me ajuda a relaxar ainda mais, até que seus dedos começam a esfregar minha barriga.

Não, esse não é exatamente o problema, tenho certeza. Foi algo entre sua voz chamando meu nome e as palavras que vieram depois disso.

— Sakura... — sua voz é tão baixa que, se fosse em qualquer outro momento, mesmo carregada de aflição e algum tipo de dor, eu certamente não ouviria. — Eu te amo.

Em algum momento, muito tempo depois que Sasuke disse essas palavras, eu acordo. Minha cabeça está doendo, meus olhos pesados e minha boca seca. A primeira coisa que percebo é que já está claro lá fora, pela janela grande logo acima, mas Sasuke não está na cama.

Talvez eu tenha sonhado, no fim.

Coloco um shorts seu que está jogado no sofá e que fica muito folgado em mim, torcendo para que ninguém além de eu esteja acordado. São sete horas da manhã, todos provavelmente estão dormindo, com exceção de Sasuke que pode estar em qualquer lugar dessa enorme casa.

Eu só preciso de um copo d'água e uma aspirina e talvez um soco na cara para dormir.

Mas no momento em que abro a porta do quarto, percebo que algo está errado. Esfrego os olhos, arrastando meus pés descalços em direção ao fim do corredor, ao invés de voltar para o quarto.

Talvez eu tivesse me poupado da imagem que tenho do topo da escada, me socando o estômago e me petrificando no mesmo lugar, quase sem ar.

— Senti tanto a sua falta, quando soube que tinha voltado... — a garota que fala isso é alta, cabelos escuros na altura do ombro e parece ter o tipo de corpo que qualquer pessoa sonharia em ter. — Ah! Fiquei tão feliz, Sasukezinho.

Sasukezinho? Que merda é essa?

Eu até sentiria inveja, caso ela não tivesse com as mãos ao redor do pescoço do meu namorado e os lábios colados nos dele.

Foda-se que isso foi um beijo rápido... tudo bem, selinho ou qualquer merda do tipo... eu desço as escadas com sangue nos olhos.

Os olhos da garota são azuis, percebo isso porque eles estão em mim agora.

— Oh, essa é a Sakura? Não fui avisada de que ela estaria aqui. — ela me encara, de cima de seus saltos enormes, com certo desdém. — Talvez eles não tenham achado que seria importante avisar. Eu entendo.

Quando Sasuke me encara, posso ver cansaço em seu rosto. Ele provavelmente está pensando que isso faz parte de seu castigo divino, mas ele não viu nada ainda.

— Também não fui avisada que você estaria aqui, tão cedo. — digo, com um sorriso congelado, estendendo a mão em sua direção. — Muito prazer, você deve ser a Hayley, certo?

Ela pisca, então percebo que ela é muito bonita, mas sua maquiagem pesada logo de manhã, os cílios de alongamento e o preenchimento nos lábios e em algumas linhas que deveriam ser de expressão, tornam sua beleza um pouco cansativa.

— Oh! Então ela sabe sobre mim? Interessante. — ela carrega um sotaque bem pesado e australiano, diferente da mãe. Então, muito bem disposta até, ela aperta a minha mão. — Você sabe que Sasuke e eu vamos nos casar na próxima semana, também?

Meu sorriso congelado se desfaz, então encaro Sasuke, que aperta a ponte do nariz com força, como se estivesse a um passo de explodir.

— Que... legal. — que porra, era o que eu ia dizer, mas prefiro manter o decoro. — Com certeza será um casamento interessante, já que Sasuke têm uma namorada. Eu nunca fiz parte de um trisal antes, mas não posso dizer que não tenho minhas curiosidades.

Hayley me encara, sem sorriso ou ironia, piscando com seus cílios longos e falsos. Sasuke, ao seu lado, me encara com um divertimento que nasce aos poucos, conforme eu solto uma risadinha.

— É brincadeirinha.

Hayley pisca, soltando uma risada nervosa, que fica mais forte.

— Ah! Sim, claro. Que belo senso de humor você têm, Sakura.

— Até porque... — nós duas rimos juntas, de uma maneira forçada. — Esse casamento com certeza não acontecerá.

Então, as risadas se acabam, dando inicio a uma briga que eu com certeza não farei parte de uma maneira ativa.

— Mas não pense que estou querendo brigar pelo Sasuke. — digo, rapidamente, balançando as mãos em frente ao corpo. — Na verdade, vim até a Austrália especialmente para falar com você.

— Pra falar comigo? — é claro que ela está surpresa pelo que digo, pois se afasta de Sasuke o suficiente para que ele respire de novo.

— Sakura... — e ainda tente me fazer voltar atrás, mesmo depois de eu ter pego um avião disposta a falar com essa mulher.

Hayley o encara, claramente confusa, então me encara de novo. Ela parece estar ponderando, porque provavelmente é o tipo de garota que não sabe como agir quando não está no comando.

— Eu não tenho absolutamente nada para conversar com você. — ela optou pela protetiva agressiva, é claro.

— Muito pelo contrário, Hayley. — sorrio, mas de uma forma amena e sincera. — Nós temos muito o que conversar e, querendo ou não, nós faremos isso em algum momento.

— Mas por hora, você precisa ir embora, Hayley. — é Itachi quem fala, aparecendo do além para apartar o conflito. — É sério, você precisa parar de ameaçar meus seguranças com essa ladainha do seu pai.

— Você sabe muito bem que não é uma ladainha. — ela diz, então sua voz fica um pouco mais ameaçadora do que a garota apaixonada que vi alguns minutos atrás. — De qualquer forma, apenas vim confirmar se meu noivo estava em casa.

Eu prendo a respiração, quando ela me lança um olhar cheio de veneno e avisos num brilho maldoso. Hayley sorri, então, como se fosse fácil demais voltar a ser a garota boba e apaixonada.

— Até mais, Sasukezinho.

Seus saltos ecoam quando batem no chão e eu só respiro de novo quando o barulho deles somem. Aperto os olhos com força, como se fazer isso fosse tornar esse confronto em um sonho, apenas.

Merda, mas não. Foi real.

— Sakura!

Ouço Sasuke logo atrás de mim, quando caminho em direção às escadas em passos rápidos. Quero correr, mas seria humilhante demais, por isso não tenho tempo para trancar a porta antes que ele entre no quarto.

— Não faz isso. — pede, se aproximando de mim.

— Fazer o quê, Sasukezinho? — sorrio, com a voz baixa, mas isso parece ter tido o efeito de um soco no seu estômago.

— É por isso que eu não queria que você a conhecesse. — ele fala, com raiva contida em sua voz. — Você não entende.

— O que eu não entendo? Que você noivou com uma louca mimada e manipuladora? — ele pisca, surpreso pela minha percepção. — Pelo amor de Deus! Uma pessoa tem que ser muito ingênua pra não perceber isso.

Ele parece aliviado, mas eu ainda não acabei.

— De qualquer forma, ela é uma vítima e eu ainda quero falar com ela. — respiro, tentando controlar a minha raiva. — Mas eu juro que se você deixar ela encostar em você mais uma vez, eu vou embora daqui e não volto nunca mais.

Eu respiro, andando de um lado para o outro, então paro.

— Quer dizer, eu vou embora, mas só depois de quebrar o seu nariz, idiota!

Estou com tanta raiva, tanta irritação, tanto ciúmes! Sim, nossa, estou com ciúmes de Sasuke com aquela garota. E, aparentemente, não sou a única que percebi isso, pois Sasuke está sorrindo daquela sua maneira cretina.

O cretino está rindo!

— É melhor você parar de rir se ainda quiser ostentar seus dentes bonitos. — sua risada só cresce a medida com que ele se inclina para a frente, mas quando eu me aproximo pronta para cumprir a minha ameaça, ele me segura pelos pulsos e me joga deitada na cama.

— O quê? Sas-

— Você fica tão linda enciumada e vestida com as minhas roupas. — ele segura meus pulsos acima da minha cabeça, com o rosto bem próximo do meu. — É quase tão linda, que eu deixaria você me bater à vontade desde que eu pudesse vê-la assim para sempre.

— Bem, eu posso te dar alguns segundos disso desde que possa esmurrar esse seu rosto idiota. — desajustada em minha raiva, tento acertá-lo entre as pernas, mas ele prende as minhas pernas com as suas. — Droga, Sasuke, me solta!

— Mas sabe, é ridículo que você pense que eu possa querer beijar outra boca que não seja a sua. — ele murmura, ignorando meu pedido e minhas tentativas falhas de me soltar dele mexendo meu corpo. — Afinal de contas, eu não estava brincando quando disse que te amo, idiota.

Eu paro de me mover, sentindo meus olhos ficarem maiores conforme encaro o rosto inabalável de Sasuke sob o meu, quase como se ele não tivesse dito essas palavras.

— O que você disse?

— Que eu te amo, idiota.

Eu abro a boca, sentindo que não consigo respirar direito, mas meio pasma pelas palavras que se repetem na minha cabeça com um sotaque pesado e australiano.

— Eu achei que... que eu tivesse sonhado. — digo, cheia de confusão e com a boca seca, porque não bebi água como queria. — Por quê?

— O quê?

— Por que você me ama? Não faz sentido algum.

— E desde quando o amor precisa fazer algum sentido? — ele pergunta, com a voz suave, como se dizer isso o tivesse relaxado por completo. — Eu poderia dizer várias coisas melosas e falsas aqui, mas eu só te amo e percebi isso quando pensei na possibilidade de te perder. Não quero que meus sentimentos pesem no seu julgamento, mas eu quero que você saiba que eu não me imagino mais sem você.

Porra, como eu não poderia pesar os sentimentos dele, quando ele diz algo dessa forma?

Quero fugir, de verdade. Não sei como reagir às declarações do Sasuke, com a certeza cada vez mais real de que esse cara não só gosta de mim, como me ama.

Será que eu amo ele? Não sei dizer, tudo é tão confuso...

— Estou mentalmente preparado para a sua fuga típica, se quer saber. — ele me solta, se levantando da cama. — O quarto da frente ainda está pronto para você, se precisa fugir de mim nesse momento.

— Não vou fugir. — digo, para minha surpresa e a dele. — Só estou confusa, não esperava que você fosse dizer... isso.

— Que eu te amo? — ele repete, como se quisesse me torturar, dando de ombros. — Você se acostuma.

— Sasuke, eu...

— Eu sei, relaxa. — ele sorri, dando um peteleco na minha testa com dois dedos. Esfrego o local, olhando feio para ele. — Não estou pedindo que me diga o mesmo, até porque não seria você se dissesse. Prefiro esperar.

— E se eu não te amar nunca?

A pergunta é tão desesperadora e ridícula, que eu me arrependo assim que a faço. Sasuke pondera, com uma careta, mas dá de ombros.

— Vou me esforçar todos os dias para que isso não aconteça. Mas, só pra você saber, é impossível que você não me ame um dia. — é claro que, sendo o Sasuke, eu não poderia exigir tanto romantismo para um dia só.

Mas de alguma forma, era exatamente disso que eu precisava.


Notas Finais


Primeiro confronto SxH e eu já quero outros hahahahahah
Sasuke disse que ama a Sakura AAAAAAAAAAAAA
Esses dois na Austrália vai ser muito dedo no cy e gritaria


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