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História Nada soa como você - VMIN - Viva la vida


Escrita por: taecurekim

Capítulo 9 - Viva la vida


Fanfic / Fanfiction Nada soa como você - VMIN - Viva la vida

“Não, você não precisa continuar sendo forte por mim e agindo como se não sentisse dor, você sabe que eu sei que você sente e você não pode entrar quando você está perdido em seu orgulho… mas você não tem nada a provar” 

— Defenceless, Louis Tomlinson

 

A companhia dele naquela noite havia sido melhor do que eu imaginei que seria, conheci mais de Taehyung do que ele de mim, ainda assim, me abri bastante. Eu só me sentia um pouco fora de órbita por ter absorvido informações demais. E apesar de já estar tarde, não pensava em deixar o quarto de Taehyung e também não me sentia cansado.

Quando "I told you so" da Kathryn Dean começou a tocar percebi que Taehyung havia dormido.

Olhei para ele por um tempo, para seu rosto limpo de toda aquela maquiagem que ele costumava usar e com apenas alguns rastros das poucas lágrimas que ele havia deixado cair. Sua respiração pesada e os lábios separados, reparei na pintinha que ele tinha na pontinha do nariz, e em como seu rosto parecia sereno.

Suspirei um pouco alto e me deitei de novo, olhei para o teto, prestando atenção na música.

"Não deveria ser novidade que ela quer ser importante para você então não banque o idiota"

Era o momento em que eu deveria ir embora? Mas como eu poderia ir embora se eu não queria sair dali, se eu havia encontrado em Taehyung uma angústia impossível de ser ignorada, e além disso, havia encontrado desesperança.

Eu me sentia triste por ele.

Diferente do que eu achei desde o começo, que ele fosse um ser implacável e que a sua forma de se expressar era apenas uma forma de chamar atenção, quando na verdade, é mais uma maneira de mostrar sua dor disfarçada. E agora, depois do que havia descoberto, de todas as coisas que havia percebido sobre ele e seus sentimentos escondidos, como caralhos eu poderia ir embora dali?

Ele não queria chamar a atenção apenas por ser divertido, Taehyung não queria ser esquecido quando ele morresse. Ele queria uma imortalidade nas mentes das pessoas, ser lembrado pelo exagerado era melhor do que não ser lembrado.

Mas o que me assustava em perceber isso também, era que ele planejava sua morte e que ela não estava distante, por isso ele sempre dizia que havia um prazo de validade.

Esse filho da puta pretendia se matar.

Voltei a encarar seu rosto, ele ainda dormia do mesmo jeito de antes. E eu quis acordar ele e dizer que não, que ele não podia fazer isso, que ele precisava tentar mais.

Que eu precisava que ele tentasse mais.

Mas quem eu era para precisar de algo?

Nem amigos somos.

Não nos conhecemos.

Tudo que aconteceu havia sido em dois dias, mas parecia tantos... que sentir que conhecia ele não era errado; eu me sentia mais perto dele do que já me senti com qualquer outra pessoa — com exceção de Jungkook e meu irmão.

Talvez se eu me tornasse seu amigo eu conseguiria o impedir?

Eu poderia tentar?

Eu deveria?

Essa era a motivação certa? Isso importava?

Eu não precisava me meter, mas como eu não faria isso se o vi chorar e meu coração havia se apertado com aquilo de uma forma que nunca aconteceu antes?

Eu prefiro muito mais seu sorriso quadrado, que eu estava começando a admirar, do que aquelas lágrimas e uma expressão de morbidez em seu rosto.

Porra, ele está vivo. Ele pode viver mais do que pretende.

Mas ele não quer.

Me sentei na cama, a música que tocava era triste então eu mudei, coloquei "Bat at love" porque eu realmente tinha um apreço grande pela discografia da Halsey.

A porta se abriu devagar, e o amigo de Taehyung, Hoseok, entrou. Já passava das duas da manhã, e quando ele me viu sentado ali ficou surpreso. Então, ele caminhou até Taehyung e olhou bem para o amigo.

— O que você fez com ele? — Hoseok perguntou em tom de acusação, mas falava baixinho.

— Nada. Ele dormiu enquanto ouvíamos músicas. — Meu tom foi rude, o olhar do outro era de repreensão mas logo mudou para confusão.

— Tae nunca dorme antes das quatro da manhã... ele não consegue — Então se virou e foi até sua própria cama. — Seja lá o que pretende fazer com ele, ou o que está fazendo, continue. — Hoseok falou ainda virado apenas para sua cama pegando umas roupas que estavam em cima dela — Mas, se você o machucar — Ele se virou para mim — Eu acabo com você. — Eu pisquei e ele sorriu abertamente, depois caminhou até o banheiro e ouvi quando ele abriu o chuveiro.

Olhei para Taehyung e me senti grato, de repente, por saber que apesar de toda dor que ele sente, ele não estava sozinho.

Hoseok estava ali por ele.

E eu percebi, ao sentir meu estômago se revirar com a conclusão que cheguei, que queria estar ali para ele também.

— Vou tornar você meu amigo... — Falei baixinho me deitando ao seu lado, sem encostar nele — E quando perceber que ser meu amigo é melhor do que morrer, vai desistir do que quer que esteja pensando. — Talvez isso soe um pouco convencido da minha parte, mas não me importo.

Ele se mexeu na cama, e eu abaixei o som da música, "The scientist" do Coldplay que tocava, deixando-me ainda mais melancólico e a tristeza em meu peito foi aumentando, em uma combustão que eu não tinha controle algum, e deixei que a primeira lágrima escapasse.

Continuei olhando Taehyung por um tempo e apertei minha mão em meu peito, tentando desesperadamente fazer com que aquela dor desconhecida sumisse.

— Talvez... quando tudo isso acabar... — Continuei falando, como se ele estivesse me ouvindo — Eu leve você e Jungkook para uma viagem comigo — Quis rir, mesmo que lágrimas estivessem saindo dos meus olhos em uma velocidade impressionante — Vamos fugir das nossas famílias, e vamos ser felizes longe daqui — Dessa vez eu sorri com a ideia absurda.

As lágrimas não cessaram, e a voz do vocalista se tornava ainda mais sofrida e calma ao final da música.

Então, eu a pausei.

Não entendia como minhas motivações pudessem mudar tão rápido, como minha mente havia encontrado uma razão.

Minha motivação: Taehyung. Meu objetivo: Mantê-lo vivo.

Antes dele eu não via o que eu poderia querer fazer com a minha vida, o que seria de mim depois que acabasse minha estadia ali no internato, agora, eu sabia o que eu queria.

Queria ir para algum lugar com Taehyung; queria mostrar para ele que a vida não era de todo uma merda. E mostrar que talvez, querer viver, pudesse ser uma coisa boa.

Não queria consertá-lo mas fazer ele enxergar a opção ficar.

Mesmo que seu coração esteja doendo muito agora, pode não doer no futuro?

Eu queria dar-lhe um pouco de esperança; talvez ele pudesse enxergar em mim um pouco de algo que ele ainda não encontrou. E, eu não sabia porque aquela necessidade havia nascido em mim, eu não costumo ser prestativo, mas Taehyung é diferente.

Ele é tão diferente em todos os sentidos dessa palavra. E talvez, eu goste disso.

Eu queria fazer ele ouvir músicas como "Paradise" do Coldplay e gostar, para que ele possa sentir que a esperança não é um problema, e que músicas que nos dão força para continuar é algo bom, não tosco.

Com o pensamento de que Taehyung pudesse viver mais do que pretendia eu me senti sonolento, me permitindo dormir, ao seu lado mas sem encostar nele.

Uma distância incomoda e ao mesmo tempo segura.

E na minha mente tudo que eu consegui visualizar foi seu sorriso bonito em uma campina florida com borboletas ao seu redor enquanto ele corria e seu abismo vocálico se transformava em risadas ainda mais profundas e felizes.

"Porra, Park Jimin" — pensei em algum momento quando acordei naquela noite, com a lembrança clara de Taehyung sorrindo na minha mente, naquela paisagem tão irreal que eu havia criado enquanto sonhava.

Mas mesmo assim, acabei sorrindo e deixei que meu sono me tomasse completamente mais uma vez, em um algum lugar da minha cabeça a melodia de "viva la vida" tocava.

 


Notas Finais


o jm :( sei q as coisas parecem estarem acontecendo muuuito rápido mas a) é uma long fic então não ta rápido, não caiam na pegadinha b) ambos são intensos e possuem sentimentos confusos é normal que se apeguem a sentimentos fortes logo de cara.


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