1. Spirit Fanfics >
  2. Namorado Quase Perfeito >
  3. Na paz

História Namorado Quase Perfeito - Na paz


Escrita por: ORUMAITOU

Notas do Autor


OEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE VIADOSSSSSSSSSSSSSSS!!!!!!
COMO SEMPRE, ATÉ AS NOTAS FINAIS!
GOOD LEITURA~
Chumchu~

Capítulo 15 - Na paz


— E se, por acaso, eu receber mais alguma reclamação sua e deste jovem, terei que tomar devidas providências. – O síndico, depois de exatamente vinte minutos advertindo Jimin, deu as costas e caminhou de volta para o elevador. – E faça o favor de enxugar todo esse corredor, senhor Park. Vestido, de preferência.

Jimin encarou o próprio corpo, coberto somente pelo lençol, e logo depois lançou o olhar mais medonho que podia fazer para um Jungkook estático e assustado ao seu lado.

Como se não bastasse sua casa completamente molhada por toda aquela confusão, o corredor do andar onde morava também havia sofrido as consequências da “inundação” que Jungkook provocara. Obviamente, sua vizinha não tinha perdido a chance de ir reclamar com o síndico, afinal, parecia que todos os vizinhos do Park gostavam de vê-lo encrencado, e no fim, tivera que ouvir vinte minutos de pura reclamação e ameaças do síndico mal-humorado por uma coisa que nem tinha feito.

“Ou você controla esse menino, ou te expulsamos daqui!”.

Expulsem o Jungkook, não a mim.

Jimin colou mais ainda o lençol no próprio corpo e fuzilou Jungkook com os olhos. Maldita criança arteira.

— Você está completamente ferrado, pirralho. – rosnou. – VAI, CIRCULANDO! VAI PEGAR UM PANO E SECAR TODO O CORREDOR!

Antes que pudesse reclamar mais, a porta do apartamento foi aberta por um Yoongi sonolento, que fizera questão de voltar a dormir ao invés de ter que se meter em toda aquela confusão; Jimin já deveria estar acostumado com a esperteza e malandragem do amigo, então teve que resolver tudo sozinho enquanto observava Yoongi voltar a dormir, dizendo:

“Oxe, me mete não, problema teu”.

Aquele maldito...

— Vai com calma aí, Jimin. A culpa também foi sua. Não se pode dormir quando tem criança em casa, elas aprontam. – disse o ruivo, brincando. – Não que o Jungkook seja uma, mas... Ele é meio lerdão, cê tá ligado já.

— Disse o cara que há alguns minutos estava berrando e chamando-o de criança burra. – Jimin revirou os olhos e bufou – Some da minha frente antes que eu te soque e soque o Jungkook, Yoongi.

— Ei, na paz. – Yoongi riu, entrando na frente do garoto e defendendo-o – Na paz, Jimin.

— Hyung, v-vamos ver uma coisa positiva nisso! – Jungkook se pronunciou – Sua bunda é bonita e foi realmente agradável te ver deslizando pela água apenas de lençol. Você parecia aqueles deuses da Grécia que estudei na escola, mas claro que a sua bunda é mais fofinha que a del-

— Jungkook, querido, estou tentando te proteger e você não está colaborando. Assim tu me quebra. – Yoongi barrou Jimin quando o mesmo avançou para cima de Jungkook, que se encolheu atrás de ruivo.

— VAI SECAR TUDO, JUNGKOOK! TUDO, ATÉ O ÚLTIMO MILÍMETRO DE PISO MOLHADO! – Ele rosnava ao som da risada de Yoongi, entretido com o show.

— Será que vou pro inferno caso pense na cena engraçada de você quase nu, tentando desesperadamente desligar a banheira e salvar seus móveis? – O ruivo gargalhou alto, acompanhado de um comentário de Jungkook sobre a “bunda bonita” de seu hyung.

— SUA VAGA NO INFERNO JÁ ESTÁ RESERVADA DESDE QUE SUA MÃE DESCOBRIU QUE ESTAVA GRÁVIDA, YOONGI!

— Na paz. – Yoongi fez sinal da paz com as mãos, sem parar de rir. – E, de fato, o Diabo tá lá me esperando. Quem você acha que vai assumir o cargo depois da morte? O gostoso aqui.

 

Dai-me paciência, Deus. Se me der força, eu vou estourar esse prédio todo.

 

(...)

 

— Hyung... – Jungkook usou a voz mais triste e chateada que tinha, mostrando-se emburrado – Me desculpa.

Jimin estava sentado no sofá, encarando um livro qualquer, sem sequer desviar o olhar para o rosto choroso de Jungkook. Ainda estava bravo com toda a bagunça da inundação; um de seus enfeites favoritos tinha sumido durante a baderna, e aquilo era 99,9% imperdoável.

Yoongi tinha ido para o hotel onde ficaria até seu novo apartamento ficar pronto, alegou que os faria uma visita qualquer dia somente para que pegasse Jungkook e Jimin fazendo sexo de surpresa. Jimin o xingou e chutou aquele traseiro pálido para fora do seu apartamento ao som de mais algumas risadas do ruivo antes que ele saísse pela porta para voltar ao seu lar temporário.

Vou sentir falta das reclamações daquele idiota...

Mas do jeito que é, não dou nem uma semana para que ele apareça aqui de novo.

Ainda ignorando Jungkook, Jimin soltou um suspiro, pensando por um momento que teria que acordar cedo para ir à faculdade, e não estava com disposição para aquilo.

— Jungkook – chamou curto – Vá tomar banho e depois se prepare para dormir, amanhã você acorda cedo para ir à escola, lembra?

Jungkook bufou, tristonho, fazendo um bico de birra e levantando-se. Jimin estava pronto para dar as costas e ir dormir, tinha tido um dia suficientemente trabalhoso para querer desmaiar na cama e dormir até que lhe fosse permitido, entretanto, foi segurado pela mão firme de Jungkook.

Quando virou para xingá-lo, suas palavras não saíram; a feição adorável que o garoto fazia o tornou incapaz de reagir. Os olhos fofos de Jungkook cintilavam em uma mistura de sentimentos dentre os quais o arrependimento se sobressaía, causando em Jimin aquela típica vontade de abraçá-lo e pedir desculpas pelas grosserias que disse a ele. Era bizarro, mas Jungkook tinha esse poder sobre os outros.

— Hyung, desculpa por hoje cedo. Só queria ter preparado um banho para você depois de ter feito aquilo. – Era quase palpável como Jungkook ficava feliz ao lembrar-se do episódio no qual haviam se relacionado tão intimamente – Fiquei tão feliz por você ter deixado que eu te tocasse daquela forma que quis fazer algo legal, sabe? Como agradecimento. Desculpa por ter estragado tudo, hyung...

Tão fofo...

Tão... Tão lindo...

Seu coração pulou, como de costume. Gostaria de ter respondido mais uma vez com rispidez, mas não era como se conseguisse; Jimin estava completamente ciente de que acabaria cedendo hora ou outra, afinal, era de Jungkook que se tratava. Sua resistência e sua grosseria sumiram quase de imediato, dando lugar a uma expressão derretida e levemente arrependida.

— Kook-ah... – disse baixo – Você tem que aprender a fazer as coisas de maneira certa.

— Eu sei, peço perdão por ser atrapalhado...

— Tsc... – Jimin balançou a cabeça e deu risada, ergueu o pescoço e o pé antes de beijar suavemente a bochecha do menino – Não se preocupe, eu te desculpo. E sobre aquilo...

O rosto antes branco de Jimin foi aos poucos se transformando em algo vermelho e quente à medida que se recordava do que haviam passado. Era uma lembrança ainda fresquinha em sua mente, quase como se tivesse acontecido minutos atrás.

— Eu... Aquilo foi bem constrangedor, então peço para que tenha cuidado ao falar sobre, certo? Mas... – Brincou com os próprios dedos, envergonhado – F-Foi bom...

Jungkook quase não conseguia esconder o rosto feliz, bobo e alegre ao ouvir as palavras da pessoa que amava. Jimin sentia uma quentura no coração ao observar aquilo, e pouco depois, a mão do rapaz segurou carinhosamente a sua, acariciando-a.

— Eu te amo. – disse, sem nem sequer pestanejar. – Sempre farei meu melhor para que você se sinta bem, hyung. Sempre.

Por mais que fosse uma frase muito escutada vinda de Jungkook, Jimin precisava admitir o impacto que ela tinha nos seus sentimentos; a aceitação de que se importava com Jungkook, estar permitindo que ele se aproximasse tanto, aquilo tudo ainda era muito recente e ainda o deixava nervoso. Não era como se estivesse totalmente preparado para recebê-lo ou ouvir coisas tão lindas e fortes por parte dele.

Jimin se remexeu, inquieto, e tudo o que fez foi lançar um sorriso ao menino.

— Dormir, Kook-ah – advertiu – Você tem aula cedo amanhã.

Jungkook concordou com a cabeça; não era como se estivesse arrasado por não ouvir algo como um “eu te amo” de Jimin, afinal, compreendia os motivos do mais velhos. Ele precisava de algum tempo para digerir as coisas, visto o término e outras ocorrências ao longo da vida que fizeram com que criasse uma resistência a relacionamento.

Ainda assim, no fundo, bem no fundo, Jungkook desejava profundamente ouvir que era correspondido. Ficava fantasiando com o momento em que escutaria aquelas palavras que tanto dizia para Jimin, só que direcionadas a si. Queria saber se era especial, mesmo que fosse um pouco, apenas um pouquinho. Tudo que ele queria ouvir era que significava algo para Jimin, mas como de costume, o assunto foi desviado.

— Tudo bem – disse a si mesmo, observando o Park caminhar para outro cômodo – Não faz mal, eu estou aqui para fazê-lo feliz, e não para satisfazer a mim mesmo. Eu fui feito pra isso. Só quero o hyung bem.

Soltou um riso angustiado antes de entrar no quarto e passar mais uma noite pensando se algum dia realmente seria amado por Jimin. Por mais que não admitisse, aquilo o corroía pouco a pouco. Ao contrário do que acreditava Jimin em sua percepção de que Jungkook era somente um boneco, Jungkook também tinha vontades próprias.

Ele também queria ser amado.

Balançou a cabeça e repetiu mentalmente o de costume, que era nada além de “Jungkook, não fique assim. Pense no hyung”. Com aqueles últimos pensamentos, Jungkook se entregou ao sono mais uma vez, dizendo a si mesmo as palavras de sempre:

“Eu sou só quero ver o hyung feliz.

Mesmo que ele não me ame, estou aqui para ele e por ele.”

E adormeceu olhando para o rosto bonito do homem que amava.

 

(...)

 

— PARA AQUI! AQUI! – Jimin berrou ao taxista, apontando desesperadamente para a construção da escola de Jungkook.

— Senhor, entendo que esteja com pressa, mas só posso parar naquele ponto logo ali-

— ESSA ESCOLA É RÍGIDA E EU NÃO QUERO TER QUE RECEBER TELEFONEMAS CHATOS DO DIRETOR PERGUNTANDO DO ATRASO! FAÇA O FAVOR E PARE O CARRO AQUI! – O Park se alterou completamente, o que fez o taxista engolir em seco e obedecer aos comandos.

Jimin não sabia se reclamava do despertador – que, por azar, estava desativado devido ao fim de semana, e, por mais azar ainda, ele havia esquecido de reativar – ou do trânsito infernal que tiveram que passar. Em parte, agradecia ao congestionamento, pois os longos minutos parado na avenida, com Jungkook ao seu lado, fez com que percebesse que tinha colocado a camiseta do avesso.

Pressa... Ela pode causar constrangimento.

O menino, em contrapartida, parecia absolutamente calmo, observando o lado de fora do táxi pela janela, provavelmente viajando em seu mundo mental. Jimin não queria nem chamar atenção dele, estava imerso nos carros e nos sons das buzinas. Aquela era a primeira vez que Jungkook enfrentava uma movimentação tão grande de carros como aquela.

Deve estar todo fascinado.

O Park sorriu e observou um Jungkook de boca aberta, que adoravelmente tocava a janela com muita curiosidade e encarava os carros todos juntos do lado de fora.

— Senhor, senhor! – O taxista o chamava mais uma vez, rompendo com seu devaneio – Já pode descer.

Jimin então voltou a seu estado normal, abrindo a porta do carro e atirando Jungkook com todas suas forças para fora do carro.

— AI! – Jungkook gritou de dor ao atingir o asfalto – Hyung, onde está a paz? Vai “na paz”!

— Que paz o quê, Jungkook?! Para de aderir às frases do Yoongi e corre, o sinal ainda não bateu, dá tempo! – Jimin olhou em seu celular, verificando, e em seguida voltou a berrar – Corre menino, vai logo! E... — Parou por um momento, confuso. — Kook... Você... Cadê sua mochila?

— A minha mochila? – O menino questionou a si mesmo, ainda em choque por ter sido atirado do transporte – Eu esqueci.

Claro.

É o Jungkook, como eu poderia ter pensado que ele se lembraria?

— Aquela mochila é mais colorida que a bandeira LGBT e você a esqueceu?! Ela estava na sua cara, Jungkookie! Como você esqueceu?!

— Eu não me lembro, coloquei o uniforme, então espionei você se trocar, fui escovar os dentes, e então eu...

— Você?

Jungkook parecia pensativo.

— Ah, sim, então eu assisti ao último episódio dos Power Rangers e... A gente saiu de casa e você puxou minha orelha porque eu estava andando lento demais. Não deu para pegá-la, hyung, aliás, sua mão machucou minha orelh-

— POR QUE ASSISTIU POWER RANGERS AO INVÉS DE ME ESPERAR PARA IRMOS, HEIN?!

— Senhor. – O taxista, com uma expressão rígida, se pronunciou – Vou começar a dirigir, não podemos ficar aqui.

E então o carro começou a se mover.

— Espera, moço! Como ele vai estudar sem os materiais? – Jimin puxou os próprios cabelos, olhando para fora do carro e Jungkook ia se afastando cada vez mais.

— Ele se vira, senhor. Seu filho pode pedir emprestado para alguém.

— MAS ELE...! – O Park protestaria, mas ergueu uma sobrancelha e encarou o motorista – Espera, filho?

Ah, Deus, tudo o que me faltava era parecer com um pai preocupado com o filho! 

(...)

 

Quando o sinal tocou, Jungkook mal conseguia acreditar que as horas tinham corrido daquela maneira, e antes que pudesse perceber, os alunos pegavam as coisas e saiam apressados para fora da sala.

Óbvio que tinha tido problemas por esquecer o material e ouvido boas broncas por parte dos professores, mas como sempre, Mok estava ali para ajudá-lo e não tardou para que o garoto lhe desse folhas de caderno e canetas para as anotações, o que certamente salvou sua pele.

Mok é sempre muito gentil.

Entretanto, algo estava lhe incomodando no amigo; Mok estava mais quieto que o habitual, suas piadas e sorrisos não eram tão frequentes e seu rosto muitas vezes demonstrava uma expressão de frustação. Aquilo não era natural vindo dele, Jungkook sabia que algo estava errado, mas não sabia se era correto perguntar. Jimin havia lhe ensinado a não se meter muito na vida dos outros, contudo, aquele era um caso especial.

O que eu devo perguntar?

Fez um bico, discutindo internamente consigo mesmo enquanto se direcionava juntamente do amigo para fora da sala. Por um momento, Jungkook concluiu que talvez aquilo fosse coisa de sua cabeça, e que possivelmente, Mok não estivesse tão diferente assim; com aquele raciocínio, virou-se para puxar conversa com o adolescente.

— Mok, eu-

Interrompeu a si mesmo quando fitou a feição fechada que o amigo exibia, sem toda aquela euforia e todo aquele assunto que tinham comumente; o garoto estava simplesmente trancado, o rosto rígido como se estivesse tentando conter a si mesmo. E foi quando o menino olhou para Jungkook, os cabelos loiros dele estavam bagunçados, e abaixo de seus olhos as olheiras eram fundas.

Com o ritmo dos passos, já estavam chegando ao pátio principal, onde se localizava o portão da saída.

— Jungkook-ah... Você não notou mesmo?  Eu sou tão insignificante para você ao ponto de nem ter notado minha diferença de comportamento? – Mok abaixou a cabeça.

— E-Eu... – Jungkook abriu a boca, mas não sabia como lidar ou o que dizer. Nada saía. – Eu percebi, mas... Não achei que pudesse me intrometer nos seus assuntos.

— Nós somos amigos, não somos? Você tem todo o direito de me perguntar – respondeu ele, encarando Jungkook nos olhos.

— Eu... Posso?

— Deve.

— Por que está triste? – perguntou sem rodeios, encarando o maxilar de Mok se contrair com a pergunta – Não gosto quando meu amigo fica triste,  quero te ajudar. Pode me dizer quem te deixou triste e eu vou bater nessa pessoa até ela virar o cocô da Loha.

Mok suavizou a expressão dura para uma de riso; Jungkook ainda era o Jungkook, afinal.

— Você anda assistindo muito Power Rangers, Kookie-ah. – Riu fraco, daquela vez. Pararam de andar.

Já estavam no pátio, perto da saída, e este já estava consideravelmente vazio, pois a maioria dos alunos ia embora andando.

— Você não me respondeu. Por que está triste?

— Eu só... – O mais baixo engoliu em seco e fechou os olhos – Me promete que, se eu falar, não vai ficar bravo comigo?

— Tudo bem, na paz.

— Na paz?

— É uma expressão que o Yoongi-hyung me ensino-

— Certo, que seja. – Mok o cortou, respirando fundo e soltando a frase seguinte com todo seu ar – Eu gosto de você, Jungkook.

Jungkook o olhou, piscou, e então sorriu feito o bobo que era.

— Oh, eu também gosto de você.

Mok acariciou a testa, olhando para os lados com nervosismo, ao mesmo tempo e que Jungkook prosseguia com seu sorriso alegre e não compreendia muito bem o que o garoto queria dizer.

— Não é esse tipo de gostar, estou falando de outro. – O clima começou a ficar mais denso, os lábios de Mok se apertaram com força – O que eu quero dizer é que gosto de você de verdade.

A sobrancelha de Jungkook se arqueou em questionamento; ainda não era claro, seu cérebro avoado tentava calcular a situação.

— Eu também gosto de você de verdade, Mok. Mas por que está triste?

— Jungkook. – Os olhos do mais baixo penetraram fundo nos seus, e então Jungkook recuou um passo – Eu quero te beijar, quero ter momentos íntimos e andar de mãos dadas, está entendendo agora?

Jungkook encarou o além, tentando processar, até que finalmente se deu conta do verdadeiro significado das palavras de Mok. Abriu a boca em um “o” e soltou um grunhido de origem desconhecida, voltando a olhar para o amigo.

Não estava acostumado a escutar coisas daquele tipo, então simplesmente permaneceu de rosto paralisado enquanto forçava sua mente a achar uma resposta adequada para aquele tipo de declaração.

— Mok... Me desculpa. Eu não pensei que... – Embolou-se em meio às palavras – Eu... Eu sinto muito...

— Tudo bem. – O mais baixo sorriu, mas de maneira vazia – Eu pensei que essa fosse sua reação. Mas... Algo vem me deixando mais triste. Antes de ir embora, posso te perguntar uma coisa?

Jungkook assentiu com a cabeça, ainda em choque. Àquela altura do campeonato já se sentia como um monstro terrível e sem coração; ver Mok daquela maneira por sua causa o deixava aflito, e pela primeira vez, sentiu de fato o que era estar constrangido.

— Você e o Jimin... O que você dois têm? – Mok mordeu o lábio com receio – Quer dizer, depois daquele beijo... Meu coração se despedaçou, foi realmente estranho duas pessoas que eu achava serem amigos darem um beijo tão cheio de... De vontade e paixão.

O silêncio encheu o espaço entre os dois por um bom tempo.

Jungkook então entrou em colapso; devia falar? Jimin tinha dito para que não dissesse coisas sobre serem namorados, mas não era certo mentir para Mok, ainda mais depois do beijo, seria completamente ilógico.

O que eu e o hyung somos?

Bem, eu... Sou o namorado dele.

Mas a questão é... O hyung é o meu namorado?

Ele dá esse título a si mesmo? Posso falar que ele é meu?

 

— Eu e o hyung... Eu o amo, mas...

— Vocês não combinam. – Mok o interrompeu, já com rosto vermelho e elevando a voz – Quer dizer... Os dois... Isso não é certo, Kookie. Por que ele? Ele está sempre te dando broncas e... E...

Mok estava saindo do controle; completamente.

— Ele não ama você, Jungkook. – Bufou consigo mesmo – Pelo menos não é o que ele demonstra. E além do mais, você é um estudante e ele já está na faculdade... Eu sei que você já tem dezoito, mas ele já está em outro momento da vida. Você não precisa se apaixonar por mim, mas ao menos me diga por que o Jimin quando, no fim, ele não gosta de você e não te vê como um pretendente.

Jungkook estava estático. Era óbvio que tinha o que responder, pois havia diversos fatos para descrever as coisas que amava em Jimin, mas ouvir o que Mok tinha dito causou-lhe uma imensa vontade de chorar. Eram muitas informações vindo e Jungkook realmente não fazia ideia do que fazer perante aquilo; não sabia se ficava quieto, se falava sobre amar Jimin mais que tudo, se chorava e concordava com o fato de que Jimin não se importava com sua existência da mesma forma que se importava coma  dele

— Mok... – Jungkook inspirou e em seguida soltou o ar retido – Eu e o Jimin-hyung, nós... Eu o amo, de verdade. Tenho muitos motivos para isso, poderia citar todos sem me cansar nunca. Ele me deixa feliz estando feliz, eu desejo a felicidade dele acima de tudo e... Eu só quero estar com ele. Se eu estiver com o hyung, tenho a sensação de que a dor de não ser correspondido não se comparará a dor de ficar sem ele. Eu só preciso que ele fique ao meu lado.

Mok apertou os punhos e concordou, engolindo profundamente a vontade de chorar.

— E o que vocês são, afinal?

O coração apertado de Jungkook esgotou-se de tentar conter o que na verdade queria dizer a todos. Era como se desligar do resto das pessoas que estavam ali e deixar sua vontade falar em alto e bom tom. Ignorou as consequências e todo o resto, pois na realidade, estava cansado de sufocar-se com aquilo. Soltou-se, sem preocupações.

Eu vou dizer.

— Sou o namorado dele. – Jungkook, finalmente, sentiu a garganta soltar-se. Sabia que não tinham nada firmado, mas considerava a si memso como namorado do mais velho mesmo quando este não dava o título a si mesmo. – Jimin-hyung namora comigo! É isso!

Um sentimento de alívio percorreu seu corpo, como tirar um peso gigantesco de suas costas e deixar que tudo fosse levado pelo vento. Sorriu levemente, feliz consigo mesmo, e por um momento, apenas por um único momento, imaginou que ficaria tudo bem.

No mesmo instante em que disse aquilo, algumas poucas pessoas que passavam do lado encaravam estranho por aquela declaração alta e repentina, que obviamente, fez Mok cobrir o rosto de vergonha e tristeza.

Jungkook então desativou sua felicidade momentânea e notou a face angustiada de Mok; estava pronto para consolá-lo e falar o quanto ele era um bom amigo, agradecê-lo pela declaração mesmo quando não podia corresponder, mas antes que pudesse falar tudo o que queria, seu rosto foi atirado para o lado com um tapa.

Um tapa forte.

— JUNGKOOK! – A voz conhecida soou irritada – Que merda você está falando?!

Depois do choque do tapa, Jungkook abriu os olhos, fitando por segundos o rosto assustado de Mok, que olhava diretamente para...

Hyung...

— Jimin-hyung, eu-

— Por que está dizendo que somos namorados? O que eu disse sobre isso, Jungkook? – A voz contida do Park voltou rapidamente a berrar – Repete, Jungkook, o que eu disse sobre isso?!

— Que... Que eu devia ficar calado... – sussurrou fraco, sentindo o rosto queimar, e além do rosto...

Seu coração estava queimando ainda mais, só que daquela vez, por um fogo ruim.

— Senhor Park... Não foi culpa do Kookie, ele-

— Cala boca. – Jimin encarou Mok de maneira selvagem, voltando o olhar para a cabeça baixa de Kook e seu rosto vermelho – Você não tem noção das coisas, Jungkook? Tem noção do quão problemático é gritar que namoramos quando, para todos, somos só amigos? Ainda mais nesse tom em que você disse?

— Me desculpa, eu só queria dizer que você era meu, hyung... Eu só... Não sei mais. – o garoto fechou os olhos com força.

Não vou chorar.

Não posso chorar aqui.

Ter visto o rosto tão raivoso de Jimin fez Jungkook esquecer-se da felicidade que tinha sentido momentos atrás, onde estava, pela primeira vez, eliminando o peso de suas costas e deixando que as palavras que tanto queria dizer voassem por ali.

Mas tudo se dissipou; absolutamente toda aquela liberdade e euforia se encerraram ao ter visto o Park daquela maneira.

— Você nunca pensa nas consequências, NUNCA! – o Park tocou o braço do mais alto, o arrastando para fora dali – Vamos embora, temos que conversar sério em casa.

Jungkook permaneceu de rosto abaixado; não tinha coragem de encarar Jimin naquele momento, enquanto andavam pelas ruas e o Park sequer o olhava. Sabia que não devia ter dito sobre serem namorados, mas aquilo o sufocava; era um aperto pensar em Jimin e estar ciente de que ele não era seu.

Eu sou dele... Mas ele não é meu...

Cravou as unhas na própria coxa, tentando não demonstrar nenhuma reação com aquilo, assim como fazia em todas as vezes que Jimin dizia algo que o machucava.

— Você realmente não tem noção. – O mais velho se pronunciou, caminhando à sua frente e ainda sem olhar para trás – Por que dizer logo na escola, gritando ainda por cima?! Nós nunca firmamos nada. Eu já te disse para não falar essas coisas! As pessoas podem interpretar mal.

— Hyung, por favor, me perdoa... – Seu tom de voz ecoou fraco – Mok disse que gostava de mim... E então ele... Ele perguntou o que nós éramos, se estávamos juntos e... Simplesmente me veio na cabeça que eu sou seu namorado. Hyung, nós somos namorados... Não somos?

Jimin parou imediatamente de caminhar, o abdômen de Jungkook chocou-se contra suas costas. O Park virou para trás e arrastou sua visão pela expressão tristonha de Jungkook, questionando a si mesmo se eram namorados. E então se recordou de mais cedo, onde mais uma vez se perguntava se estava pronto para algo como aquilo.

Não sabia. Não sabia o que estava sentindo e nem se deveria estar sentido. Muitas foram suas decepções ao longo da vida, com todas as pessoas magoando-o repetidas vezes. Como poderia começar a amar Jungkook daquela forma? No fim de tudo, ele ainda tinha vindo de uma caixa; mesmo que fosse adorável e o fizesse bem... Jungkook era...

Ele era...

— Eu não sei... Eu não devia estar sentindo isso. – A voz de Jimin soava baixa, fraca. – Você é só um boneco...

O Park deixou que seus pensamentos falassem mais alto e sequer notou a gravidade do que havia falado; passara a tarde toda refletindo que Jungkook era um amor e sobre como ele fazia bem à sua vida. Também pensou sobre as coisas que Yoongi havia falado, para ignorar que ele era um boneco e simplesmente ser feliz, mas sua mente sempre voltava para o fato de que Jungkook tinha sido fabricado, que ele, apesar de tudo, não era uma pessoa.

Entretanto, no momento de impulso, não mediu as palavras; só notou quando, por fim, viu pela primeira vez, o rosto lisinho e bonito de Jungkook se apagar por completo e aquilo que menos esperava ocorrer. A boca de Jimin abriu-se para proferir algo, mas não conseguiu dizer absolutamente nada.

Podia escutar de longe seu coração bombear forte e duro. Estava doendo.

— Eu... Ah, meu Deus... Desculpa, Jungkook-ah. Eu... Eu não queria... – disse em um fio de voz, notando só naquele momento as reais consequências das suas palavras.

Suas desculpas, seu rosto arrependido; nada, nada ajudou, nada o fez voltar no tempo e evitar ter dito aquilo. Não tinha saída, Jimin era obrigado a admitir que tinha passado dos limites. Era tarde para se arrepender ou tentar contornar a situação, pois daquela vez, o rosto antes tão fofo e alegre de Jungkook foi preenchido tristemente por lágrimas que escorriam lentamente, libertas depois de muito tempo guardadas.

Foi quando o Park percebeu o quanto era, de fato, um monstro.

 


Notas Finais


LEVANTA A MÃO QUEM ACHA QUE O KOOK DEVIA DAR UM PÉ NA BUNDA DO JIMIN DEPOIS DESSA.
ALOOOOOOOOO, QUEM É VIVO SEMPRE APARECE~
*desviando das facas de vocês* Eu sei, eu sei que demorei, também sei que fui uma piranha, sei que sou uma puta etc etc, mas pra quem não leu meu jornal, vai no meu perfil e dá uma lida, lá eu explico tudo direitinho e assim não preciso ficar enchendo as notas com explicações!
MAS E ESSE CAPÍTULO, HEIN? Gente MIL desculpas, o cap fica bem dramatico nesse fim, e olha, eu realmente tenho dificuldades em escrever cenas onde envolve toda essa de sentimento... PERDÃO SE TIVER FICADO UMA BOSTA, DE VERDADE!
MAS E ESSES MIL CENTO E POUCOS FAVS MAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAANO
WHDEKJDEJEKJHDHKJED
DNDSJKSAJSIAKSA
AJISOAOAKAOA
GRITO, SÓ GRITOS, GRITOS ME DEFINEM. SÉRIO EU, NOSSA, EU TO SEM PALAVRAS EU TO SEM O QUE DIZER!
GENTE MIL CENTO E POUCAS PESSOAS É MUITA GENTE, SÉRIO, EU TO CHOCADA QUE ESSE TANTO DE PESSOA CURTE A MINHA FIC!
Olha, como sempre, tudo que tenho a dizer é MUITO OBRIGADA, TIPO MUITO MUITO MUITOOOOOOOO OBRIGADA MESMO, me perdoem se é só isso que eu tenho pra falar, mas é q eu realmente n sei como reagir, eu to MUITO feliz e, nossa cara, vcs são incriveis, de verdade, são sensacionais! OBRIGADA MESMO PQ SEM VCS EU SERIA PORRA NENHUMA, NOOOOOOOOSSA AODIJALKKSJKAJ SERIO EU TO SURTANDO!!!!!
MAS ENFIM GALERA, PARA DE ACHAR QUE SÓ PQ A FIC TA COM MIL FAVS EU VOIU DEIXAR DE LER OS COMENTS E MIMIMI, PAREM, VCS SABEM Q APESAR DA DEMORA EU SEMPRE RESPONDO E LEIO TODOS, OK? E CASO EU N RESPONDA RÁPIDO, VÃO LÁ NO TWITTER ME ENCHER, É @SUEITBAE
De verdade... muito obrigada de todo todo todo coração, gente, sério *^*
EU AMO VCS PUTA QUE PARIU!
Chumchu~


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...