1. Spirit Fanfics >
  2. Não Conte Nosso Segredo >
  3. Capítulo 09

História Não Conte Nosso Segredo - Capítulo 09


Escrita por: vauseman_damie

Notas do Autor


Boa noite!
Postarei dois hoje!
Boa leitura!

Capítulo 9 - Capítulo 09


 

CAPÍTULO 9

Não a vi na terça-feira. Ela não apareceu em seu armário nem na aula de Artes. Os cretinos, eu mesma deveria tê-los denunciado. A ausência dela me preocupava. E se ela nunca mais voltasse? E se eu nunca mais a visse? Naquela noite, folheei a lista telefônica procurando por “Vause”. Havia dúzias. Nomes demais para que eu pudesse ligar. E o que eu diria? “A Alex mora aí?” E se a resposta fosse “sim”? E se ela atendesse?

“Por favor”, eu diria. “Não vá embora. Volte e se submeta a mais agressões e assédios.”

Deus, e se ela se sentisse assim? Se estivesse se sentindo ameaçada? Fiquei acordada a noite inteira obcecada por isso. Por ela. Devo ter cochilado em algum momento, pois acordei com Mamãe chacoalhando meu ombro.

— Piper? Você vai se atrasar — ela disse. — O despertador não tocou?

Droga. Tinha esquecido de acertar o despertador.

A professora Arbuthnot parou no meio da frase quando me infiltrei na sala, quinze minutos atrasada. Mas eu tinha que ir me sentar ali, não é? Para ficar bem visível.

— Você está atrasada, Piper. — Ela me fez parar no meio do caminho.

Às vezes, precisamos dizer o óbvio. Virei-me para ela e sorri, dizendo:

— Desculpe, sra. Arbuthnot. Houve uma emergência na minha família esta manhã. Mas meu pai vai sobreviver. Os paramédicos conseguiram reverter a parada cardíaca a tempo.

Isso fez com que ela calasse a boca. Todos se calaram. Para as pessoas que encontrei no caminho até minha carteira, sussurrei “nããão”. Balancei a cabeça. E elas sufocaram o riso.

Arbuthnot murmurou um pedido de desculpas. Ao me acomodar na carteira, notei que ela parecia um pouco deslocada agora. Ótimo. Apenas fiz minha parte para inibir o abuso logo na fonte.

— Hã, cada um de vocês vai fazer uma descrição de Beowulf — Arbuthnot disse, perdendo-se em uma pilha de livros em sua mesa. — Concentrem-se no que acreditam ser os traços de personalidade mais marcantes dele. Analisem como e por que esses traços são importantes para seu desenvolvimento como guerreiro.

O rapaz à minha frente levantou a mão.

— Sim, Marcus — Arbuthnot falou, recompondo a postura.

— Podemos usar o fato de que Wulfie é gay?

Minha espinha congelou. As pessoas entortaram as cabeças embasbacadas na direção de Marcus. E se viraram de novo para acompanhar a reação de Arbuthnot.

Ela disse:

— E como foi que chegou a essa conclusão?

— A cena com ele e seus homens alegres, jogando água uns nos outros. Pra mim, parece bem fresco. — Ele gesticulou, quebrando um pulso.

Todos riram.

O rosto de Arbuthnot ficou roxo.

— Saia desta sala imediatamente — ela rosnou, apontando para a porta.

— Por quê? Eu só estava dizendo…

— Fora! — Ela gritou.

Marcus murmurou um palavrão, depois afastou a carteira e recolheu seus livros. Saiu desfilando e rebolando por todo o caminho. Os assobios o acompanharam até a porta.

Em qualquer outro momento, eu o teria achado ligeiramente divertido. Hoje, eu só queria ficar de pé e gritar: “O que é isso? Semana Nacional de Homofobia Prática?”. Mas eu não podia. Não conseguia convencer meus músculos a se moverem. Não conseguia sair da minha carteira. Não conseguia me pôr a fazer o que sabia ser o certo.

Ela não estava na aula de artes. Tinha ido embora para sempre, eu sabia. Quando cheguei em casa, depois do trabalho, me senti mal. Fisicamente mal. Durante o jantar, Mamãe me perguntou se eu estava bem e eu menti. Disse:

— Sim, estou bem.

Mamãe andava tão ocupada com a Hannah, que dava sinais de ter pego um resfriado e estava excepcionalmente mal-humorada, que nem continuou o assunto. Não insistiu. Neal falava ao telefone desde que nos sentamos para jantar, berrando com seu pai meio surdo do outro lado da linha, o que estava me deixando com dor de cabeça, além da dor de estômago. Revirei a comida no prato, depois pedi licença e marchei para o meu quarto.

Quantos tinham ali?, me perguntei. Quatro, doze, a escola inteira? Quando isso havia começado? Será que Southglenn sempre foi assim? Tão hostil? Tínhamos uma política forte contra o bullying, mas que diferença havia entre isso e abuso ou discriminação? Tudo tinha a ver com ódio. Deveria haver leis. Havia leis? É possível legislar contra o ódio? Por que não discutimos isso em nenhuma das aulas sobre política?

A pergunta da Alex queimava meu cérebro. Por que não havia mais gays assumidos? Ela pareceu sugerir, ou saber com certeza, que havia mais gays e lésbicas na nossa escola. Quem eram eles? Onde estavam se escondendo? Será que andavam pelos corredores temendo por suas vidas? Deus, eu nem sequer conseguia imaginar isso. Todos os dias precisando ser invisível para se proteger. Precisando aturar agressores e idiotas.

— Piper — Mamãe chamou. — Você tem visita.

Alex? Poderia ser ela?

Corri pelas escadas, subindo dois degraus de cada vez e irrompi pela sala.

— Lorna. Oi. — É claro que não era Alex. Ela nem sabia onde eu morava. Lorna estava sentada à beira da poltrona reclinável, fazendo Hannah dar pulinhos em seu colo.

— Nem posso acreditar em como ela cresceu. — Lorna abriu os braços da Hannah para brincar de bater palminha. — Faz poucas semanas que a vi pela última vez, não faz? — Ela perguntou para Mamãe, que dobrava roupinhas de bebê no sofá, perto do Neal. Algum reality show idiota passando na tevê mostrava um sujeito gordo, afivelando um cinto de bungee jumping em volta da cintura. — Eu estive aqui pouco depois do Natal. — Lorna disse.

— Elas crescem rápido. — Mamãe sorriu para mim. — Rápido demais.

— Sem brincadeira — Lorna falou. — O cabelo dela ficou mais escuro. E, além disso, ela ganhou uns dez quilos.

— Cinco desses são o cocô nas fraldas dela. — Abanei uma mão no ar.

— Uiii, Hannie. Foi banana amassada demais.

Mamãe jogou uma fralda para mim.

— Deixa que eu troco. — Lorna esticou a mão e eu passei a fralda para ela.

Conhecia Lorna praticamente a vida toda e podia dizer quando havia alguma coisa acontecendo. Ela não era louca por bebês, até porque tinha três irmãos pestinhas. Raramente passava na minha casa à noite depois da escola. Ela trabalhava e eu também, ou então eu tinha treino, ou tinha o Larry. Uma onda de remorso me percorreu. Eu nunca achava tempo para uma conversa profunda com Lorna.

Eu ia dizer: “Traz a Hannah pro meu quarto”, mas Lorna a deitou sobre o tapete para trocar a fralda. A secadora de roupas apitou no andar de baixo. Mamãe deu um tapa na perna do Neal e falou:

— Vamos lá, querido. Seja um marido exemplar e me ajude na lavanderia.

— Agora? — Neal choramingou. — Mas ele vai saltar do penhasco.

— Depois a Piperand conta pra você se ele sobreviveu. — Mamãe tirou Hannah do chão.

— Obrigada — sussurrei enquanto ela passava por mim. Neal seguiu atrás dela, resmungando.

Sentei de pernas cruzadas no chão, perto da Lorna.

— E aí?

Ela deu um longo suspiro.

— Conner terminou comigo.

— Ah, meu Deus — engasguei. Fiquei de joelhos e joguei meus braços ao redor de Lorna, esperando que ela se desfizesse em lágrimas, tivesse um colapso emocional, implodisse. Ela não fez nada disso. Não reagiu. Retrocedi.

— Não é nada que eu já não estivesse esperando — ela disse.

— E você estava? — Isso era novidade para mim. — Pensei que estivesse feliz da vida. — Isso era o que ela sempre dizia quando alguém perguntava: “Estamos felizes da vida. Se melhorar, estraga”.

Ela acariciou o dedo anular, que agora estava vazio.

— As coisas ficaram meio esquisitas depois do Natal. Mesmo antes disso, ele já não me mandava e-mails com tanta frequência. Nem telefonava. Eu acho que ele já queria ter terminado antes do Natal, só não teve coragem.

— Não teve colhões, você quer dizer. — Balancei a cabeça. — Meu Deus, Lorna. Você nunca me contou que havia alguma coisa errada.

Os olhos dela encontraram os meus.

— Eu achava que era coisa da minha cabeça. Você sabe como eu sou. Se alguém está de mau humor, eu já acho que é por alguma coisa que fiz ou falei.

Afaguei o braço dela.

— O que ele disse exatamente?

— Exatamente? — Ela inclinou a cabeça em um ângulo estranho. — As palavras exatas dele foram: estou libertando você.

Ah, não. Isso só podia significar…

— Ele conheceu outra pessoa, óbvio. — A cabeça da Lorna desabou.

— Babaca. Eu nunca gostei dele.

Lorna soltou um risinho.

— Foi o que minha mãe disse. Não que eu tenha contado a ela primeiro, ela simplesmente estava ali perto quando ele me ligou hoje à noite. Você é a primeira pessoa para quem estou contando isto.

Como se fizesse alguma diferença.

— Sua mãe está certa. Esse cara é um imbecil.

— Ontem, ele era um presente de Deus. Hoje, ele é um imbecil.

— Lorna…

— Tudo bem. Eu entendo. — Ela pegou um patinho de borracha caído no chão e apertou. — Foi melhor assim, de verdade. Não teria durado. Nós não tínhamos a mesma harmonia que você e o Larry. O fogo, sabe? A paixão. — Ela sorriu para mim.

A paixão. Certo. Gritos irromperam da tevê e eu a desliguei com o controle remoto.

— Então, o que você vai fazer? Ano que vem, quero dizer. Você estava tão entusiasmada em entrar pra Americorps.

— Só porque ele estava também. — Lorna deixou o patinho em cima de um pacote de fraldas. — Não sei. Lembra quando eu, você e a Polly falávamos de rachar um apartamento depois do ensino médio? Ir pra mesma universidade? Esse era o nosso sonho.

É, há uma centena de anos. A ideia do apartamento ainda parecia divertida.

— A Kirs tem falado em ir pra Western State. O primo dela estuda lá e ele adora. Talvez, eu me inscreva com ela. — Lorna se levantou e foi até a janela. Puxando as cortinas, ela observou a noite além da janela e acrescentou: — A Polly vai ter um ataque quando souber do Connor. — Lorna virou a cabeça para olhar para mim. — Ou talvez não. Acho que ela estava mais apaixonada por ele do que eu.

— A Polly estava apaixonada pelo dinheiro dele — murmurei. — Mas, até aí, eu também.

— E eu também — Lorna disse. Nós duas rimos. Ela soltou as cortinas e se virou, abraçando a si mesma. — Era bacana me arrumar e sair com ele. Todos aqueles bailes da alta sociedade e eventos filantrópicos com que a mãe dele estava envolvida…

— Não se esqueça das flores, do chocolate e tudo mais.

— Isso também. — Os olhos dela brilharam. O brilho se extinguiu quando ela acrescentou: — Mas, às vezes, eu me sentia como se ele estivesse me comprando. Por exemplo, ele sempre fazia questão de me contar quanto havia gastado pra que eu me sentisse obrigada a… — Ela parou.

Meu queixo caiu.

— Transar com ele?

— Não — ela disse rapidamente. — Não, não era bem assim. Ele nunca me forçou a nada. Provavelmente, eu só imaginei isso. — Ela balançou a cabeça. — Só estou furiosa com ele, só isso.

— Lorna, se você se sentiu dessa forma, isso foi real. Você tem todo o direito de estar furiosa. Vamos lá.

O rosto dela mudou.

— Tem razão. Especialmente se ele andava me traindo.

— Ah, Lorna. — Eu queria abraçá-la. Consolá-la. Eu a conhecia bem o bastante para saber que estava devastada. Ela havia feito todos aqueles planos, organizado a vida em torno dele. Antes que eu pudesse me levantar e ir até ela, ela se abaixou ao lado do sofá, com os cotovelos nos joelhos.

— O que você vai fazer ano que vem? — Ela perguntou. — Provavelmente vai pra universidade com o Larry, não é? Você não conseguiria convencê-lo a ir pra Western State, conseguiria?

Mamãe entrou depressa na sala.

— Você não pode estar falando sério — ela disse.

Há quanto tempo ela estava ali nos escutando? Odiava quando ela fazia isso.

Acomodando Hannah na cadeira de bebê ao meu lado, Mamãe falou:

— Vocês, garotas, precisam de sonhos maiores! De jeito nenhum que a Piper vai para uma universidade estadual. Sei que o Larry nunca sonharia com isso. E você também não deveria, Lorna. Seria um desperdício de talento.

— A menos que seu talento seja uma bosta, claro — murmurei.

Mamãe olhou para mim, e eu olhei para ela. Como ela podia saber o que o Larry sonhava?

Lorna me disse:

— Você já decidiu? O Larry me perguntou ontem se você tinha dito alguma coisa sobre isso.

— Meu Deus. — Levantei num impulso. — Por que será que as pessoas simplesmente não me deixam em paz? — Disparei na direção da cozinha, quase colidindo com o Neal. Desviamos um do outro, tomando cuidado para não nos tocarmos. Enquanto eu escancarava a porta da geladeira e pegava uma caixa de leite, senti que Lorna estava atrás de mim. Ela falou:

— Sinto muito, Piper. Eu não sabia que esse era um assunto doloroso.

Tomei um gole do leite e coloquei a caixa de volta na geladeira, depois pus meu sorriso de não-se-preocupe-com-isso.

— Ainda não decidi, ok? O Larry acredita que eu quero ir com ele, mas eu não sei o que quero.

— Tudo bem — Lorna falou. — Sem crise.

Sem crise. Certo. Então, por que será que eu estava à beira de explodir?

— Você quer vir comigo e contar à Polly sobre o Connor? — Lorna falou. — Não devíamos deixá-la de fora. Você sabe como ela fica.

Eu não estava a fim de ir. Já era tarde e eu não me sentia bem.

— Claro. Vou calçar os sapatos.

Fui em frente e dei um abraço na Lorna. Para que servem os amigos?

Na quinta-feira, Alex reapareceu, aconchegando-se na frente do seu armário com o café, os donuts, os fones de ouvido e o boné de beisebol na cabeça. Vestia uma camiseta que gritava: ASSUMIDA! E COM ORGULHO!

Eu estava tão contente em vê-la que as luzes do corredor até ficaram mais claras

Os olhos dela estavam fechados, mas ela os abriu quando me aproximei.

— Oi — sussurrei. Ela retirou os fones. Inclinando-se um pouco para a frente, esticou o braço e fechou a porta do armário.

Deixei cair minha mochila de natação.

— Ah, meu Deus. — Minhas duas mãos se levantaram para cobrir minha boca. — Meu Deus. — Alguém havia pichado por todo o armário dela: MORRE, SAPATÃO.

— Não é nenhuma obra de arte, não é? — Alex virou a cabeça para o alto. — Quero dizer, as letras estão todas emboladas. Não tem estilo nenhum. Muito amador. Pra não mencionar a total falta de originalidade.

Eu não conseguia respirar. Não conseguia falar. Não percebia que as lágrimas estavam correndo pelo meu rosto até que Alex gritasse:

— Não! — Ela veio correndo e me prendeu contra a porta do meu armário. — Não chore. Não deixe que eles vejam a gente chorando. — Os olhos dela se encheram de lágrimas.

Ela se afastou e recolheu suas coisas.

Permaneci congelada, atordoada. As palavras dela ecoaram nos meus ouvidos: Nós? O que quis dizer com nós? Ela debandou pelo corredor.

Observei, pasma, o armário dela. Como puderam fazer isso? A raiva borbulhava dentro de mim. Como puderam?

Logo descobri que ela não havia sido o único alvo. O armário da Brandi exibia a mesma mensagem, e os de três rapazes traziam pichações ainda piores: CAI FORA, VEADO.

Isso virou motivo para uma assembleia de urgência. O sr. Reynardi ameaçou todo o corpo estudantil com punições legais pelo que ele chamou de “um ato deliberado de vandalismo, um dano ao patrimônio da escola, uma brincadeira criminosa”.

Brincadeira criminosa? Ele fazia soar como uma pegadinha imbecil. Que tal destruição da vida de pessoas? Ou destruição da confiança que se pode ter nas outras pessoas?

Reynardi discursou longamente sobre instaurar um processo na máxima aplicação da lei blá-blá-blá. Ele queria nomes e os queria agora.

Cai na real. Como se alguém fosse levantar e confessar? Dedurar os amigos?

Depois da assembleia, eu estava tão irada que corri em direção ao meu armário. Alex estava lá. Os outros que haviam sido alvos também estavam presentes ao redor do armário dela. Um dos rapazes segurava uma câmera de vídeo e estava filmando-a, como se ela estrelasse um filme mudo — fazendo a descoberta da odiosa mensagem e arrancando os cabelos. Ela era engraçada. Me deu vontade de rir. Mas eu não conseguia rir. Estava irritada demais, entorpecida. Ouvi-a pedir uma cópia do vídeo, porque daria uma grande A.P.

O que é uma A.P.?, me perguntei.

Estava tão concentrada em assistir a encenação dela — deles — que não notei uma multidão se formando. Mais ou menos uma dúzia de pessoas haviam nos cercado e estavam fechando a roda em torno de Alex e dos outros. O rapaz com a câmera abaixou-a devagar. Houve esse instante prolongado de silêncio, uma tensão tão grande que deixava o ar denso. Ah, meu Deus, pensei. É uma multidão de linchamento. Eles vieram terminar o serviço. Diga alguma coisa, meu cérebro me ordenou. Fale!

— Queria dizer que sinto muito pelo que aconteceu com vocês — declarou uma voz, vinda de trás. Eu a reconheci. — Espero que vocês não pensem que nós somos todos assim — Lorna disse.

Houve um murmúrio geral de concordância. Alex e os outros não responderam. A maioria deles permanecia encolhida junto dos armários, com ar chocado. Eles olharam para Alex em busca de orientação. Ela bateu palmas uma vez e disse:

— Tudo bem. Vamos colocar isso no filme. Vocês podem ser figurantes. Quero ver indignação aqui, e fúria. Assim. — Ela agitou um punho para a multidão para demonstrar. — Alguém tem uma cerveja? A gente podia usar pra fazer uma boca espumando.

Uma onda de riso se infiltrou na multidão.

Alex dirigiu a câmera e os figurantes realmente entraram na brincadeira, dramatizando e azucrinando. Através do corredor, os olhos dela encontraram os meus. Eles falavam a verdade; ela não estava se divertindo com isso. Sentia-se humilhada. Ferida. Amedrontada. O temor dela era tão palpável que fazia meu sangue ferver. Eu queria encontrar quem tinha feito aquilo e matá-los.

 

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...