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História Não Diga Não - Não diga que atrapalho


Escrita por: EXODUSCRACK

Notas do Autor


Quem é vivo sempre aparece. Olá, meus queridos. Eu sumi né. Ah, me desculpem por isso, mas sabem como é, final de ano, passa ou não passa, fica ou não fica de recuperação. Felizmente passei ;u; e hoje venho aqui postar. Eu já deveria ter postado o capítulo faz tempo mas estava sem Internet. Me perdoem, amorinhas.

Eu já estou de volta e pretendo não demorar horrores pra postar de novo.

Enfim, agora apreciem o capítulo 3 de NDN. Boa leitura.

Capítulo 3 - Não diga que atrapalho


 Algo estava errado. Muito errado. Kyungsoo já começava a ficar desconfiado. Até o momento sua noite permanecia tranquila. Seu celular não tocou uma única vez enquanto saboreava de uma taça de Manhattan no bar da boate que sempre frequentava quando não estava quase morrendo de cansaço. A bebida descia por sua garganta deixando um rastro quente, assim como seu receio aumentando a cada gole. Tudo estava indo tão calmamente, sem interrupções, sem Jongin ligando de minuto a minuto, sem pretendentes fugindo de si com alguma desculpa esfarrapada – não que ele tivesse tido algum até o momento. Tudo de alguma forma parecia errado, estranho. O motivo poderia ser o costume que o alvo já havia adquirido de sempre ter suas saídas interrompidas por Jongin. Não era falta o que sentia, longe disso, até poderia louvar aos deuses por aquele milagre, mas sua mente ficava dando voltas e voltas e ainda não entrava em sua cabeça que o Kim não tivesse se manifestado.

 

 

Logo o menor ficava preocupado achando que algo poderia ter acontecido com seu dongsaeng, porque vejam bem, Kim Jongin não era um exemplo de pessoa independente. O medo de Kyungsoo era que o moreno tivesse morrido no apartamento deles devido a algum acidente na cozinha ou em algum outro cômodo da casa. Podia ser paranoia sua, mas sempre uma opção, não descartaria essa hipótese.

 

Por fim, o Do resolveu parar tanto de pensar naquele moreno de cabelos grisalhos e ir se divertir como pretendia. Antes, contudo, terminaria de beber sua Manhattan. Levava a taça aos lábios sem pressa, observando as pessoas dançando um pouco afastadas em um lugar próprio para isso. Reparou bem quando um moço, muito bonitinho vale ressaltar, sentou na cadeira vazia ao seu lado e pediu uma bebida qualquer para o barman que Kyungsoo já tinha até feito amizade. O jovem olhou para a mesma direção de Kyungsoo enquanto esperava sua bebida ficar pronta e toda aquela coisa que acontece em filmes clichês. Resumindo, meia hora depois os dois já estavam rindo de alguma coisa que não tinha graça nenhuma, levando em consideração que nenhum deles estava bêbado. O jovem chinês, que Kyungsoo descobriu minutos depois se chamar Lu Han tagarelava sobre algumas bebidas que ele teve o desprazer de conhecer e, por saber que Kyungsoo nunca tinha pedido outra coisa que não fosse Manhattan, pedia algumas bebidas muito boas para o menor saborear.

 

“Reza a lenda que um homem não está completo antes de beber mais de quatro tipos de bebida alcoólica”, Kyungsoo como um bom ator fingiu que acreditava na possibilidade daquela ser uma lenda verdadeira apenas para poder aproveitar e encher a cara até não se lembrar de seu nome. Naquela noite podia não ter um pretendente, mas tinha Luhan como uma boa companhia e mesmo que seu coração doesse de tanto desapontamento por não conseguir beijar alguém, ficava feliz em poder conversar com o chinês.

 

Cerca de uma hora depois Kyungsoo ainda estava sóbrio, um pouco tonto, mas não o suficiente para sair por aí caindo no chão ou vomitando horrores, estava controlado. Por outro lado Luhan estava mais na merda do que ele, o chinês chorava porque sua namorada havia terminado com ele e agora murmurava que “o ser humano não merece sofrer por amor assim!”. No meio de tanto chororô o baixinho se perguntava onde foi amarrar seu burro.

 

Estava decidindo entre ficar ali com Luhan mais um pouco para confortá-lo ou dar no pé e fingir que nunca esteve ali, porém a última opção lhe pareceu um pouco cruel da sua parte. Foi com muito resto de dignidade que o alvo ficou ali bebericando de um copo d’água – já que havia alegado que bebera demais durante a noite – e olhando em volta. Luhan estava com o corpo praticamente jogado em si e com a cabeça apoiada em seu ombro esquerdo. O problema, na verdade, talvez fosse o chinês fungando no seu cangote e causando arrepios na pele exposta do pescoço de Kyungsoo. Era agoniante e Kyungsoo até mesmo preparou-se para bater no mais velho, entretanto seus olhos viram uma cena que lhe deixou pasmo. Pouco a frente estava um moreno muito bonito na pista de dança, com uma camisa social um pouco aberta e uma jaqueta em tom claro por cima, o cabelo pintado de grisalho em um perfeito topete para o lado... Kyungsoo quase cuspiu a água que bebia ao reconhecer Jongin no meio daquelas pessoas. Bem que desconfiara, sua noite estava boa demais para ser verdade.

 

- Kyungie~ – O chinês em seu encalço o chamou manhosamente por conta da bebida e o alvo teve que desviar o olhar de Jongin para ele – Tá olhando pra onde? – Sua voz saiu embargada enquanto os olhos de Luhan miravam o lugar que seu companheiro da noite olhava, então sorriu meio abestalhado. – Que... Bela visão. Acho que vou até lá-

 

- Não se atreva! – Kyungsoo alertou mudando o tom de voz. – Luhan, eu corto seu pinto. Você não era hetero, seu porra?

 

- Não só de xanaina viverás o homem. – Endireitou-se na cadeira, mantendo seu olhar preso no Kim que dançava sensualmente com algumas garotas. – Ah, que pena, ele já tem companhia...

 

E foi só depois de ver o biquinho de Luhan que Kyungsoo voltou a olhar para onde o moreno dançava. Se arrependendo de ter olhado naquela direção, o alvo se perguntava que tipo de pouca vergonha estava acontecendo na frente de seus olhos. Apenas para confirmar, tirou seus óculos de grau do bolso e os colocou em seu rosto. Pasmo com todas aquelas mãos tocando o corpo de Jongin, o mais baixo foi invadido pela indignação. Quer dizer que Jongin podia se divertir e ele não? Kyungsoo não deixaria barato.

 

Foi com muito esforço que se levantou e passou por um aglomerado de pessoas até chegar naquele moreno ridículo.

 

Jongin dançava com o maior prazer do mundo sem se incomodar com algumas garotas que se esfregavam em seu corpo, a música alta preenchia cada parte de seu corpo, tanto que seus olhos fecharam por breves segundos para senti-la. Foi quando os abriu e se deparou com Kyungsoo o encarando de forma acusatória. Ele parou de dançar assim que se sentiu ser arrastado para longe dali pelo menor que segurava em seu braço. Seu sorriso não poderia ter se mostrado tão largo como naquele momento.

 

- Oi, Soo. Você por aqui... – Comentou casualmente soltando uma risada quando Kyungsoo apertou mais a mão em seu braço. – Aigoo, isso dói.

 

- Que porra você tá fazendo aqui? E ainda por cima se esfregando com aqueles protótipos de Mia Khalifah.

 

Kyungsoo se sentia estranho, no seu mais profundo âmago imaginava que não tinha o direito de ter tirado o moreno daquela pista de dança e muito menos ficar com raiva dele. O grande “porém” é que uma parte sua relembrava todas as vezes que Jongin era uma pedra no seu sapato, então deixou a estranheza de lado e levou o moreno para onde ele e Luhan estavam sentados inicialmente.

 

Um pouco tonto e com mais um copo de vodca nas mãos, o novo amigo chinês de Kyungsoo sorriu enquanto admirava o moreno a sua frente, observando a conversa que se passava.

 

- Eu vim me divertir, Soo. Assim como você está se divertindo... – Sua voz saiu desgostosa ao encontrar o par de olhos daquele jovem que Kyungsoo conversava anteriormente.

 

Obviamente, Jongin estava vigiando aqueles dois fazia um tempo. Nem em seus pesadelos deixaria Kyungsoo livre para sair por aí e beijar as pessoas. De fato, não imaginou que o baixinho pudesse ter acreditado naquele papo furado de “pode ir, não vou fazer nada”. Kim Jongin não era Kim Jongin ao fazer uma coisa dessas, Kyungsoo deveria saber. Então, quase uma hora depois de o menor sair, Jongin foi para o seu quarto e se arrumou para ficar o mais bonito possível e ir atrás daquela corujinha.

 

Não eram só os ciúmes que o incentivava a ser tão idiota. Era só que na primeira vez que Kyungsoo esteve naquela boate foi com ele, e foi um pouco depois de terem terminado o namoro, e lembrava-se muito bem do alvo ter ficado completamente bêbado, então o moreno decidiu leva-lo para casa, mas antes passou no banheiro e quando voltou, Kyungsoo chorava feito uma criança. Zitao, o barman, contou o que houve. Ele o disse que um rapaz tinha se aproximado do alvo e pelo o que tinha visto, e o que Kyungsoo contou enquanto soluçava, aquele rapaz estranho havia beijado o baixinho a força. Kyungsoo por sua vez havia empurrado o outro garoto e por estar bêbado demais, desequilibrou-se e caiu no chão, chamando a atenção das pessoas que acharam estar tendo uma briga. Zitao chamou os seguranças para tirar o desconhecido da boate e colocou o mais baixo sentado em uma cadeira em frente ao bar lá de dentro.

 

Apesar de não ter sido algo de muito grave e o alvo não ter se machucado gravemente, ele começou a chorar depois de ser afastado daquela multidão. O menor só queria chorar por causa do susto que levou e de como não conseguia ter uma reação rápida, ou como seu corpo havia paralisado. Kyungsoo apenas chorou, e quando Jongin apareceu, vendo-o e ficando preocupado na mesma hora consigo, ele chorou mais ainda ironicamente porque não queria preocupa-lo.

 

Desde aquele dia Jongin não deixava o mais velho em paz quando o próprio ia para aquela boate. Porque Kyungsoo não se lembrava de nada, estava muito bêbado para se lembrar no dia seguinte o porquê de suas costas doerem um pouco, sua cabeça latejar e Jongin estar dormindo em seu quarto. Ele não poderia se lembrar do moreno ter o levado para casa e o ter colocado para dormir em seus braços, onde ele estaria protegido de toda a ruindade do mundo.

 

O problema era que o Kim não contou nada para o menor, inventou alguma coisa para ter ido dormir com ele e a partir dali Jongin se tornou o ex-namorado ciumento que não o deixava se divertir. Mas claro que Kyungsoo não precisava relembrar daquele dia ruim. Ele teria Jongin sempre por perto para atrapalhar suas idas até aquela boate e impedir que coisas ruins acontecessem – e, claro, para ficar de olho nos possíveis pretendentes do baixo.

 

Por esses esquecimentos e outros motivos que o alvo estava ali de cara emburrada e o fuzilando por mais uma vez estragar sua noite.

 

- Tinha que vir justamente aqui?

 

O baixinho não obteve resposta, Jongin o encarava sorrindo de lado e de maneira quase intensa. Luhan começou a se sentir desconfortável no meio dos dois. Na sua mente, não queria segurar vela do “casal”.

 

- Vocês... namoram, é? – Luhan quebrou o silêncio entre os dois a sua frente por estar em dúvida de que merda acontecia ali então Kyungsoo respondeu rapidamente que não, deixando o chinês desconfiado. – Parecem. Por que outro motivo... você me impediria de falar com essa... beldade? – Apontou para Jongin enquanto via as bochechas do menor corar. – Ah, você não queria que ele soubesse... Descul-

 

As mãos de Kyungsoo tamparam a boca de matraca do chinês, fazendo com que ele resmungasse de forma abafada. – Luge... cala a boca. Cacete!

 

O mais alto entre aqueles dois passou a observá-los, por algum motivo não sentia ciúmes de vê-lo conversando com Luhan, pelo menos durante aquele momento e somente nele. Vendo que foi esquecido pelo baixinho de olhos grandes, pediu a Zitao um copo de água e bebeu um pouco dela.

 

- Kyungsoo – o moreno chamou com tédio –, vamos pra casa.

 

O garoto parou sua conversa com Luhan e olhou para Jongin, indignado.

 

- Por que eu iria?

 

Kyungsoo arqueou uma sobrancelha, levando o que Jongin disse como uma ordem, e o menor odiava receber ordens. Mas o moreno não estava com muita paciência para lidar com aquilo, e por impulso ele jogou a água que havia em seu copo em Kyungsoo, que arregalou os olhos em perplexidade, pronto para xingá-lo.

 

- Porque sua roupa está molhada e você não pode ficar doente. – Disse com simplicidade.

 

Luhan ficou boquiaberto com a audácia daquele moreno e segurou um riso após ver a cara de extremo ódio que seu novo companheiro de bebidas demonstrou. Kyungsoo estava furioso e olhava para a sua blusa encharcada, era o cúmulo. Ele iria brigar com o moreno se não tivesse se lembrado de um detalhe importante que rondou sua mente até antes da chegada de Jongin.

 

- Luhan, como você vai voltar pra casa?

 

Porque pelo o que havia reparado Luhan não conseguiria nem ao menos andar direito sem esbarrar em alguma coisa ou cair no chão. Sua mente funcionava um pouco ainda, mas sua coordenação motora foi para o buraco depois de cinco copos de tequila. Kyungsoo não poderia ficar despreocupado, seu lado Omma não conseguia ficar controlado.

 

A pergunta, no entanto, não foi respondida, pois Luhan ficou processando-a durante algum tempo antes de soltar um “o quê?” que deixou o baixinho com seu instinto protetor em alerta. Por isso mesmo virou-se para Jongin com olhos grandes demais e principalmente pidões demais. O moreno estranhou.

 

- O que foi, Soo? – O baixinho alternou seu olhar entre o chinês e Jongin umas duas vezes e parou deixando-o sem entender. Até que uma luz piscou na sua cabeça quando Kyungsoo abriu a boca e dela saiu um “o Luhan pode...”, que Jongin prontamente fez questão de interromper. – Não! Você tá louco?!

 

- Mas ele não pode ficar aqui sozinho!

 

- É só pedir um táxi pra levar ele pra casa dele! – Pontuou a última palavra.

 

O baixinho cruzou os braços e inflou as bochechas de modo aborrecido, e se o clima não estivesse com brigas, Jongin certamente teria achado seu jeito fofo, mas ele não podia dar o braço a torcer. Ele nem ao menos conhecia Luhan, não podia confiar em alguém que viu em menos de duas horas. É só que isso parecia não querer entrar na cabeça de Kyungsoo.

 

- Ele nem deve se lembrar de onde mora, Jongin! – Bateu os pés no chão em uma atitude infantil e Jongin já estava perdendo sua paciência quando o mais baixo aliviou sua expressão e pediu com uma voz fodidamente meiga – Por favor, Nini...

 

Porque chamá-lo por aquele apelido era um golpe fatal. O moreno tentou não voltar atrás com sua palavra, mas Kyungsoo estava tão estupidamente lindo com aquela expressão de criança que quer doce que Jongin nunca iria negar nada a ele enquanto o mesmo fizesse aquela carinha e o chamasse daquele jeito.

 

Foi com um suspiro que o moreno se rendeu e concordou em levar Luhan para o apartamento deles para que o chinês pudesse passar a noite lá e não jogado em algum beco escuro como um saco de lixo.

 

O Kim pediu um táxi um pouco depois de ter concordado com o menor. Além disso, ainda teve que carregar Luhan até o carro já que o mesmo não conseguia firmar seus pés no chão por muito tempo e a saída da boate não era tão perto assim de onde eles estavam – mais ao fundo. De toda forma, uma vez que foi jogado dentro do táxi, o chinês dormiu durante a viagem toda até o apartamento dos outros dois.

 

Ao chegarem, o problema foi maior já que Luhan estava dormindo de tão bêbado e foi difícil acordá-lo para que as coisas facilitassem um pouco. E o chinês ficava se apoiando em Kyungsoo, respirando o mesmo ar que o baixinho, colado demais em seu corpo. Jongin apenas observava esses fatos enquanto abria a porta do apartamento para que Kyungsoo e Luhan passassem. E sinceramente não estava gostando nada daquele tipo de contato. Por céus, já odiava até quando Baekhyun, que era amigo dos dois, ficava perto demais do mais velho, imagine quando a situação envolvia um indivíduo que os dois mal conheciam. Era tudo o que Jongin precisava para tentar ao máximo manter Luhan afastado daquele cabeça dura.

 

Quando Luhan foi posto no sofá do apartamento, quase cochilando novamente e de boca aberta, uma pequena dúvida preencheu os pensamentos de Jongin. O chinês iria dormir em seu apartamento, mas a perguntava que ficava era: onde. Onde Luhan iria dormir? Essa dúvida passava pela cabeça do mais alto e em todas às vezes ele fazia o possível para ignorar certa possibilidade que sua mente insana havia criado. Havia apenas dois quartos na casa, o seu e o de Kyungsoo. Jongin odiava que qualquer pessoa dormisse em seu quarto, claro que sempre houve uma exceção para Kyungsoo, e sabia também que o mais velho seria incapaz de deixar alguma visita dormir no sofá – embora isso não se aplicasse quando o caso envolvia algum de seus amigos –, porque seu tique nervoso não permitiria que seus convidados sentissem dor nas costas quando acordassem. Logo, a única opção seria o quarto de Kyungsoo, e ele não via problema nesse tipo de coisa. Mas Jongin sim. E ele se importava bastante com aquilo. Só de pensar que um estranho dividiria quarto com seu pequeno, sua cabeça começava a ferver. O único lado bom era que havia um colchonete reserva em algum cômodo da casa, mas apenas isso não bastava para levantar as esperanças de Jongin porque Kyungsoo de certo não deixaria Luhan dormir sozinho na sala, mesmo com o colchonete.

 

Ficou na sala vigiando o jovem chinês enquanto Kyungsoo saía em busca do colchonete reserva como Jongin bem havia pensado inicialmente. Luhan, de fato, não parecia ser o tipo de pessoa que faria mal a outra, mas como a Omma do moreno sempre havia o dito para não confiar nas pessoas tendo como base apenas a sua aparência, a semente da desconfiança dentro de seu corpo só crescia a cada ronco que o chinês soltava.

 

Batendo os pés freneticamente no chão, Jongin se perguntava por que diabos o mais velho estava demorando tanto para voltar com aquele colchonete. Em um pensamento rápido, decidiu que iria atrás de Kyungsoo, já que o baixo poderia ter encontrado dificuldade para encontrar o colchonete. Mas seus atos foram interrompidos antes mesmo de começarem quando Kyungsoo surgiu na sala com um sorriso sem graça no rosto, usando uma camisa seca – já que Jongin havia molhado a que ele estava usando –, e, estranhamente, estava sem o colchonete em mãos.

 

- Huh? Não encontrou? – Jongin perguntou observando as mãos vazias do olhudo.

 

O baixinho mexeu a cabeça levemente meio inquieta, se aproximando do sofá e cutucando Luhan para que ele acordasse, mas, o tempo todo, seus olhos mantinham foco em Jongin, que ficava confuso com as pequenas atitudes estranhas de seu hyung.

 

- Encontrei... Ah, mas já coloquei no meu quarto, então... não se preocupe... – Sussurrou, em seguida deu uma tapa no chinês no sofá, fazendo com que este acordasse. Logo depois, pediu que ele levantasse e se apoiasse em seu corpo para que ele conseguisse arrastar Luhan até o seu quarto e eles pudessem dormir. – B-Boa noite, Jongin.

 

- Boa... – Algo estava errado. Kyungsoo gaguejou. Ele só gaguejava quando fazia alguma merda ou ficava envergonhado, isso era um fato. Deixando a desconfiança um pouco de lado, Jongin observava o esforço que o olhudo fazia para carregar Luhan até o quarto, então deu um passo à frente pronto para ir ajuda-lo. – Eu o carrego até-

 

- Não precisa! – Kyungsoo gritou um pouco exasperado.

 

Jongin parou. Não porque o mais velho gritou, mas por causa do jeito como ele estava nervoso quando o fez e de como suas bochechas ficaram rubras após perceber o que havia feito. Aquilo estava estranho demais e o moreno iria perguntar o que estava acontecendo, mas Kyungsoo foi mais rápido e sumiu com Luhan para seu quarto, pedindo desculpas e desejando uma boa noite de sono para Jongin. Não, definitivamente Kyungsoo tinha feito alguma merda e não queria que ele soubesse, era a única explicação para aquele tipo de atitude.

 

Entretanto, o moreno não iria tirar as devidas satisfações àquela hora da noite, até porque estava cansado e precisava dormir, e era isso que faria. Se fosse por ele não teria nem saído de casa, estaria dormindo desde que chegara da faculdade, mas o baixinho era sua maior prioridade. Porque Kyungsoo ainda era muito importante para o Kim.

 

 

 

Quando acordou logo pela manhã, Jongin quase pulou da cama com medo de ter dormido demais e se atrasado para seu trabalho na cafeteria dos Wu, então se lembrou de que hoje era a sua folga e ainda por cima, não teria aula, logo não iria precisar se preocupar com nada. Porém, buscou os acontecimentos da noite passada em sua mente e Luhan apareceu neles, então bufou pegando uma toalha para tomar seu banho matinal. Fez o possível para ignorar os fatos que podia deixa-lo irritado naquele dia, como por exemplo, o fato de que Kyungsoo gostava de dormir apenas com a parte de cima do pijama e que na noite anterior não seria diferente.

 

O moreno tentou, lutou bravamente para não ficar irritado logo pela manhã, de verdade, mas fracassou quando chegou à cozinha e viu Luhan e Kyungsoo conversando como se fossem velhos amigos, com um chinês apoiando suas mãos nas coxas do baixinho de olhos grandes e vestindo algumas roupas que Jongin tinha certeza de que eram de seu hyung. Mesmo assim, Jongin não disse nada e ignorou a presença dos dois amigos, pegando uma maçã na fruteira e já indo se retirar da cozinha quando Luhan se virou para ele sorrindo:

 

- Ah, bom dia, Jongin, certo? E obrigado por não ter me impedido de dormir aqui.

 

Mas o moreno permaneceu em silêncio e mordeu sua maçã, dando de ombros como se não fosse nada demais e saiu do local, deixando um Luhan confuso. Foi então que Kyungsoo percebeu que Jongin estava com raiva, só esperava que não tivesse sido por causa do pequeno erro de cálculo de sua parte. Sinceramente torcia que fosse apenas uma besteira porque não queria entrar em uma discussão com o Kim caso ele descobrisse sobre sua mentira, o que achava improvável.

 

Improvável ou não, o carinha lá de cima resolveu mostrar que mentir é uma coisa muito feia e que gera consequências muito obscuras. Porque as batidas na sua porta eram insistentes demais e quando saiu da cozinha para ver quem era o ser que incomodava as pessoas logo de manhã cedo, Jongin já estava lá acompanhado de um Baekhyun todo sorridente. Em suas costas havia a mochila azulada com o colchonete que Kyungsoo conhecia tão fodidamente bem. Naquele momento começou a suar frio.

 

- Espero não ter acordado ninguém. – Baekhyun adentrou a casa como se fosse um dos moradores, dando alguns tapinhas no ombro de Jongin que estava parado segurando a porta, observando a cena que se desenrolava diante de seus olhos. – Ah, obrigado por me emprestar esse colchonete, Kyung. – Em seguida o Byun deixou um beijinho em um lado do rosto de Kyungsoo e depois de largar a mochila azulada em cima do sofá da sala, saiu saltitando em direção à cozinha.

 

Jongin estava incrédulo com a audácia que aquele projeto de pinguim teve ao mentir para si assim, na cara dura. A força que usou para fechar a porta foi claramente exagerada, o baque forte foi o suficiente para fazer com que Kyungsoo acordasse do seu transe e se acuasse com o olhar de repreensão que Jongin mantinha sobre si. Sua voz não queria sair e quando veio, soou fraca e quebradiça:

 

- Jongin...

 

- Como você encontrou o colchonete... – fez uma pausa para olhar o mais velho nos olhos –... que estava na casa de outra pessoa?

 

A decepção estampada nos olhos de Jongin fez com que Kyungsoo abaixasse a cabeça por vergonha. Em nenhum momento imaginou que uma pequena mentira faria com que o moreno ficasse daquela forma. Mas não conseguia entender o motivo daquilo tudo, por mais que tentasse. De toda forma teria que enfrentar uma possível discussão àquele horário e se tinha algo que estressava o Do era o modo como Jongin o tratava quando eles brigavam. Porque o moreno era orgulhoso e se estivesse ou não errado, demorava em perdoá-lo, por isso Kyungsoo sempre o comprava com alguma coisa. Quando namoravam, por exemplo, Kyungsoo o comprava com carinhos, porque sabia que o moreno gostava.

 

Pensando sobre isso, o baixinho sorriu minimamente. Ah, relembrar o passado de alguma maneira aquecia seu coração, o fazendo esquecer-se da bronca que levaria de seu amigo barra ex-namorado. Tão complicado.

 

- Kyung! – Ouviu Baekhyun o chamando da cozinha e foi até lá. – Como você deixa uma visita largada e sozinha assim? Não te ensinei nada?

 

O baixinho riu com as brincadeiras do Byun e percebeu que Luhan sorria também, pelo menos o chinês não parecia incomodado de ter ficado sozinho por alguns minutos. Por via das dúvidas, Kyungsoo se desculpou, mas Luhan deu de ombros e voltou a tomar o café que o mais novo havia servido a ele minutos atrás.

 

- Ah – Baekhyun esbravejou – onde está o Kai?

 

O olhudo congelou novamente suspirando em seguida. Teria que urgentemente ir conversar com o moreno antes que a raiva do mesmo aumentasse e as coisas se tornassem um pouco mais difíceis. Mas ele tratou de explicar a Baekhyun o que tinha acontecido, já que não escondia nada dele, de quebra Luhan também ouviu e deu risada.

 

- Desculpe por te causar tantos problemas com seu namorado, Kyungie. – O baixinho de olhos grandes não conseguiria saber se Luhan tinha falado aquilo de propósito ou não, sua feição não o denunciava, mas fez com que Baekhyun soltasse uma calorosa gargalhada.

 

- Ele não é... – Kyungsoo parou de falar ao perceber o rosto carregado de malícia de Luhan e Baekhyun e então revirou os olhos dando as costas para os dois na mesa. – Ah, vão se foder.

 

Nada mais fez que sair da cozinha, precisava logo resolver sua pendência com o moreno, aliás, preferia mil vezes encarar um Jongin irritado do que insinuações daqueles dois. Onde já se viu achar que Jongin e ele ainda tinham alguma coisa.

 

Mas pensando nisso, uma perguntava surgiu em sua cabecinha nervosa: “Por que todos achavam isso?”. Com “todos”, ele se referia a qualquer pessoa que já tenha convivido com ele e o moreno ou os visto de longe. Ele nunca tinha se perguntado isso até o momento, porém, agora a indagação persistia em parasitar na sua mente enquanto caminhava para o quarto de Jongin, onde provavelmente ele tinha se enfiado.

 

Com os pensamentos a mil, Kyungsoo parou em frente à porta amadeirada, com aquela nova dúvida martelando em sua cabeça. Deixando-a de lado, ele bateu na porta, uma, duas, três vezes, quatro... Tantas vezes que a marca da sua mão já estava sendo grafada na porta. Ignorar Kyungsoo não era uma das melhores coisas que Jongin poderia ter feito, mas sentia que o garoto merecia aquilo.

 

Então, deitado em sua cama enquanto jogava um daqueles joguinhos que vinha no celular, Jongin se permitia rir da insistência de seu ex. Porque não havia nada melhor do que irritar Do Kyungsoo.

 

 

 

 

 E o moreno era perito nisso.


Notas Finais


Tururu... Quem achou que o Kai iria atrapalhar a noite do Soo estava certíssimo. Mas vejam também o motivo do Nini ser tão chato com isso u.u Ele está certo ou errado?

Voto nos dois porque sim. Minto.

Espero que vocês tenham gostado do capitulo, minhas amoras U3U Titia Soo não quer decepcionar vocês. E me desculpem se houver algum errinho, eu revisarei o quanto antes.

É isto. Até o próximo capítulo com muito bafafá -q Beijos doces U3U


P.S.: Na vida eu sou o Baek torcendo pelo OTP.


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