História Narcotic Man - Hurricane

Estava de noite quando resolveu que já era hora de dar satisfações á única pessoa que deveria estar procurando por ele. O Monster levantou devagar, sentindo as pernas dormentes, respirou fundo e olhou as ligações perdidas na tela do celular, fitou a paisagem do rio mais uma vez, os olhos ardiam um pouco, mas podia dizer que tinha se acalmado. Virou-se para ir, só que não esperava vê-lo tão subitamente então ficou travado.

-Pensei que não faria mais isso...

A sua cara estava muito séria, o mesmo olhar frio que recebeu quando se conheceram estava ali, o traficante ficou na dúvida se por acaso o seu chefe já sabia de alguma coisa apesar de ser impossível. Ficou nervoso e um pouco perdido, abriu a boca umas duas vezes, mas era difícil raciocinar.

-Eu tive que usar o rastreador, pensei que algo tinha acontecido com você, seu filho da puta!

Suga xingou sem nem pensar duas vezes, estava irritado, já tinha avisado para ele não sumir assim e ele ainda fazia novamente, como poderia não se sentir chateado?

-Como eu posso contar contigo, se nem consigo te achar, cara? ‘Cê nem tem noção de como eu fiquei quando saí de lá, eu precisava de você!

Diante do silêncio dele, continuou expondo a confusão que estava dentro de si, então. Ainda não se acostumou com a ideia de ter só três meses com Yoogeun, nem de encarar que não poderia fazer nada por quem fez tanto por si.

-Eu pensei que dessa vez ia ser melhor, que dessa vez eu tinha-

-Me desculpa Hyung, me desculpa, por favor...

O chefe foi interrompido quando estava prestes á derramar algumas lágrimas teimosas. O maior simplesmente correu para perto e o abraçou com força, como se nunca quisesse soltá-lo. Foi um choque de início, mas logo sentiu o mundo inteiro diminuindo o ritmo, o barulho lentamente desaparecendo, o coração se acalmando, a respiração ficou profunda e regular.

-Eu não queria ter feito isso. Não queria ter te deixado.

Parecia que só podia ouvir a voz do dongsaeng e mais nada, aquele calor sutil do abraço agora parecia passear envolta de si, como ondas confortáveis que o faziam sentir uma calma absoluta e algum conforto. O Hyung fechou os olhos devagar, as lágrimas passearam pelas bochechas, uma, duas, três... Logo chorava em silêncio, era extremamente raro deixar os seus sentimentos aflorarem, porém ali era como se tivesse sido descoberto.

Yoongi sentiu que naquele momento, Namjoon havia chegado aonde ninguém nunca chegou antes. Ele havia chegado ao seu coração.

Depois disso só mais alguns minutos até ele se acalmar. O chefe empurrou o dongsaeng tão forte que ele quase caiu para trás, virou-se de costas e passou a mão no rosto, enxugando as lágrimas.

-Hyung, é sério, eu não queria ter saído, mas é que... É que...

-Cala a boca e vamos ‘pra casa, estou com dor de cabeça.

O coração do Suga estava acelerado era difícil até respirar com calma, não queria olhar para o Monster porque o que estava acontecendo naquele exato momento era perigoso e muito estranho, como uma pequena guerra de pensamentos e opiniões divididas.

---X---

O caminho foi silencioso, á todo o tempo o traficante virava o rosto para encarar o seu chefe, tinha uma enorme e pesada dor no seu coração, porém sabia que o seu problema não era maior do que o dele. Em casa, o baixinho entrou e ia direto ao quarto, se antes quis companhia, agora queria ficar sozinho. Mas antes de alcançar a porta, o seu dongsaeng o segurou pelo braço.

-Eu quero ir dormir cara, me lar-

-Yoongi.

Ouviu o Namjoon chama-lo com uma voz firme, aquela a era a primeira vez que o chamava pelo nome, porém ele não fez ideia na hora do que causou dentro do menor, cujo parecia á ponto de explodir sentindo aquele frio na barriga como se estivesse prestes a cair de uma altura considerável.

-Fala o que aconteceu, ‘tô com você agora, não vá ficar sozinho...

Levantou a cabeça e finalmente teve a coragem de encará-lo, mesmo sentindo-se daquele modo. Fez um sinal positivo e precisou de só isso para o mais novo puxá-lo para o sofá e ligar a TV, num volume baixo.

Suga o encarou enquanto ele escolhia um canal qualquer, queria aquele instante só para poder pensar mais um pouco, queria que ele não parasse de passar os canais por enquanto e ficasse concentrado lá para então se acertar com aquele pequeno furacão que estava dentro de si.