- Vem - chamei, puxando-o para meu carro.
- Para onde vamos? - ele perguntou, atordoado.
- Para o hospital - respondi - Vem logo! E me da
have do seu carro.
Peeta me passou a chave sem resistência e corremos juntos até onde estava a confusão dos nossos amigos, eu na frente e Peeta me seguindo.
- Finnick - gritei e ele me olhou. Joguei a chave em sua direção, sem parar de correr e ele a pegou no ar - Estamos indo pro hospital. Leva o carro do Mellark, eu explico depois - continuei correndo até meu carro, destravando e montando rapidamente no lado do motorista - Entra Peeta - mandei e assim o loiro fez.
Comecei a dirigir como uma louca até o hospital e no caminho, nós dois ficamos calados.
Observei Peeta tremendo e muito pálido.
Quando chegamos, estacionei de qualquer jeito e descemos correndo, só tive tempo de trancar o carro e acionar o alarme.
Voltamos a correr até entrarmos no hospital.
Encontramos Michelle chorando, Chris falando com o médico e os irmãos de Peeta sentados ali. Courtney conversava com minha irmã e minha mãe veio até mim. Meu pai falava com alguém no telefone.
- Estávamos com eles quando aconteceu. O pobrezinho não via a hora de ver Peeta - ela falou.
- Não tinha como ele dirigir do jeito que estava. Finnick vai trazer o carro depois - informei.
O médico andou até nós.
- Peeta Mellark - o loiro mais jovem deu um passo - Seu avô pediu que queria vê-lo. Não posso deixá-lo lá muito tempo, mas não podia negar o pedido do seu avô.
"O último pedido" pensei, enquanto o observava andar até o leito de uma das pessoas mais importantes de sua vida.
POV Peeta.
Eu tremia da cabeça aos pés e o pânico invadia cada parte de mim.
Segui o médico até uma sala individual, onde funcionava uma UTI, não muito longe da sala de espera.
O médico me deu alguns tapinhas no ombro, incentivando em entrar no quarto e respirei fundo antes de abrir a porta.
Meu coração se apertou ao vê-lo, mas quando ele me olhou, forcei um sorriso, mesmo sentindo lágrimas querendo sair.
- E aí meu velho? - indaguei, me aproximando e ele fracamente estendeu sua mão para mim.
- Peeta... - ele sussurrou rouco, e era perceptível ver seu esforço.
Peguei sua mão e me sentei no banco ao lado de sua cama.
- Não se esforce vovô. Precisa de energia para melhorar - murmurei.
Ele sorriu e começou a tossir fracamente.
Ele estava muito pálido e fraco. Havia diversos fios o ligando a aparelhos e sua mão não parecia tão quente igual antes.
- Você sabe que estou morrendo, garoto. Não estou com medo. Vou estar com sua avó em breve - ele murmurou, ainda sorrindo e respirando com dificuldade.
Senti minha garganta se fechando e não conseguia responder.
- Não fala assim vovô. Você precisa ficar - insisti e ele negou com a cabeça.
- Minha missão aqui já acabou filho - ele falou. Ninguém vai precisar de mim agora.
- Eu vou vovô - murmurei, começando a chorar - Vou precisar de sua ajuda. Tem uma garota alegando que tem uma filha minha e eu sou apaixonado por uma cabeça dura que tá lá fora! - falei - Eu preciso de você.
- Não precisa não - ele insistiu - A garota que está lá fora precisa de você. Ela é especial Peeta e eu lamento que meu tempo seja tão curto e eu não possa ver o quanto você dois ainda serão felizes. Não feche os olhos para os detalhes importantes e cuidado - ele falou - Preciso te dar três conselhos.
Engoli o choro e assenti com a cabeça.
- Nunca prometa nada quando estiver feliz - ele falou, respirando fundo em seguida - Não responda nada quando estiver irritado - sua mão apertou a minha - Não decida nada quando estiver triste. Promete que irá segui-los?
Assenti.
- Prometo - murmurei, chorando - Prometo - repeti.
Ele sorriu tranquilo.
- Me prometa também que não vai desistir dela. Que não vai desistir de Katniss - ele pediu - Eu vejo o quanto ela gosta de você. Talvez o orgulho não a deixe enxergar, mas quando ela ver, vai perceber o quanto especial era o que vocês tinham.
- Eu prometo vovô - falei.
- Eu amo você e sempre que quiser me encontrar, poderá me achar no chalé do lago - ele falou - Eu sinto muito - ele murmurou, fechando os olhos e deixando a cabeça pender para o lado.
Sua mão desfez o aperto urgente que tinha até então e um dos aparelhos que estava conectado a ele informou a parada do coração.
Me desesperei.
- VÔ? VOVÔ? - gritei, chorando e indo até a porta correndo, gritando nos corredores - O MÉDICO POR FAVOR! É O MEU AVÔ! - berrei.
Vi médicos e enfermeiros correndo até o quarto e minha família e a família Everdeen vindo correndo até mim.
Localizei Katniss, um anjo que poderia acabar com todo esse sofrimento.
Lhe abracei com toda minha força e chorei como se não houvesse amanhã.
POV Katniss
Estava na sala de espera, sentada ao lado de Prim.
- Mamãe me contou que vocês estavam lá quando aconteceu - falei.
Ela remexeu as mãos no colo, nervosa.
- Todo mundo começou a gritar e foi um corre corre. Vê-lo sendo carregado para a ambulância pelos paramédicos foi horrível - ela murmurou.
- Sinto muito que você tenha presenciado isso - falei e segurei suas mãos entre as minhas.
Ela sorriu.
- Tudo bem. Espero que ele fique bem - ela falou e mordi o lábio inferior, nervosa.
- Eu também. Vou beber água, quer um pouco? - ofereci e ela negou com a cabeça.
Fui até o bebedouro e comecei a encher o copo de plástico, quando ouvimos o primeiro grito. Parei de encher na hora e todos que estavam sentados se levantaram e eu dei um passo em direção o corredor.
- O MÉDICO POR FAVOR! É O MEU AVÔ! - ele gritou de novo.
- Peeta - sussurrei, jogando o copo de água no chão e saindo correndo pelo corredor, atrás de médicos e enfermeiros.
- Katniss! - meu pai chamou, mas não parei de correr.
Os escutei atrás, mas não olhei para ter certeza.
O encontrei no meio do corredor, chorando e inconsolável.
Quando me viu, deu dois passos largos e me abraçou com força, começando a chorar como uma criança em seguida.
Observei enquanto médicos e enfermeiros tentaram reanimar Ryan.
- Ai meu Deus - sussurrei, acariciando a cabeça de Peeta.
Depois de um tempo, o médico saiu.
- Lamento - ele murmurou.
Michelle gritou e foi amparada pelo marido.
Jake abaixou a cabeça em sinal de respeito e Mike abraçou Courtney.
Meus pais abraçaram Prim e fui ainda mais apertada por Peeta.
Ele chorava de um modo que cortava o coração e senti suas lágrimas molhando meus ombros.
- Eu sinto muito - sussurrei - Eu sinto muito - repeti, percebendo que eu mesma estava chorando.
Vi os enfermeiros retirando os fios do corpo e cobrindo o mesmo com o lençol branco.
Michelle chorava desesperadamente e Peeta tentou sair do meu abraço.
O impedi. Se ele visse o corpo, talvez voltaria a chorar e isso me quebraria de vez.
- A gente tem que sair daqui Peet - murmurei, carinhosa - Vem, vamos.
Ele balançou a cabeça concordando e nos separamos.
Ele foi até a mãe e a abraçou e os gritos de dor dos dois poderiam emocionar até o mais insensível.
Fechei os olhos, coloquei a mão sobre a boca e não me permiti ver a cena, chorando muito.
Mike se aproximou.
- Tira meu irmão daqui Kat, pelo amor de Deus - ele pediu e eu afirmei com a cabeça.
Andei até Peeta e bati levemente em seu ombro.
Ele se separou de Michelle e me seguiu. Quando chegamos na sala de espera, ele me abraçou novamente e voltou a chorar.
Lhe dei um beijo na bochecha e o fiz se sentar.
Peguei um copo de água para o mesmo e me sentei ao seu lado.
- Eu preciso de você esta noite - ele murmurou, fungando.
- Não posso Peeta - murmurei.
- Por favor Katniss. Nunca te pedi nada e eu não sei o que fazer da minha vida agora - ele voltou a chorar e eu chorei junto, deitando minha cabeça cair sobre seu ombro.
- Vou deixar a janela aberta - prometi, enlaçando minha mão a sua, apertando-a levemente e logo sendo correspondida por um aperto que demonstravam toda a gratidão pela minha resposta.
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