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História New World - Revelations


Escrita por: Yhui

Notas do Autor


Olá meus amores <333
Sinto muitíssimo por ter demorado :cc
Esse capítulo foi beeem complicado e cansativo de escrever :c
Espero que gostem :3

Só peço que leiam as notas finais :3
PS: Quando a empreada diz: "O Doutor", ela está se referindo ao dono da mansão :v

Boa leitura <333

Capítulo 21 - Revelations


 

 

 

Após sairmos banheiro, corremos para o portão de entrada da escola. Iriamos tentar fugir para então, irmos para a casa de Taehyung, pois o mesmo alegou que teria algumas coisas para pegar lá, que poderia ser útil caso acontecesse algo conosco na mansão.

Eu não entendi muito bem o que ele quis dizer, mas não quis lhe questionar nada. Quando chegamos perto do portão, olhamos em volta para ver se algum funcionário estava por perto. Por sorte, não havia ninguém, então corremos o mais rápido que pudemos e pulamos o portão de ferro pintado de preto. Ao contrário de Taehyung que caiu graciosamente em pé, assim que puis meus pés no chão, desequilibrei e caí de bruços sobre o asfalto, só não batendo o rosto pois consegui levar minhas mãos a tempo para frente de meu rosto, protegendo-o.

Escutei a gargalhada rouca de   Taehyung soar alta pelas ruas quase desertas, bufei alto e xinguei o garoto mentalmente, enquanto tentava me levantar, mas parei ao senti uma dor aguda em meus dois joelhos, sendo seguida por uma forte ardência. Resmunguei de dor.

Taehyung ao perceber, se aproximou de mim e agarrou minha cintura, me virando de barriga para cima -estava me sentindo um boneco, por ter sido virado tão facilmente-, logo depois, passou um braço por debaixo de minhas pernas, e outro por minhas costas, erguendo-me.

Tomei um susto ao de repente ser erguido pelo mais velho, levando meus braços para seu pescoço e apertando ali, numa tentativa de me manter seguro, consequentemente aproximando meu rosto do seu. Ele sorriu ao se virar e me olhar nos olhos; senti minhas bochechas queimarem em vergonha. Antes que eu fizesse qualquer movimento, Taehyung selou seus lábios aos meus.

Um selar simples, sem aprofundamento. Quando separou, levou consigo meu lábio inferior, e antes de soltar, apertou um pouco seus dentes naquela região, me fazendo gemer baixinho de dor.

Ele sorriu e me colocou no chão, mas estava com uma mão em minha cintura para que eu não desequilibrasse.

-“Você está bem?” –perguntou baixinho, rente ao meu ouvido.

-“Você não precisava ter me segurado no braço.” –murmurei sentindo minhas bochechas pegarem fogo.

-“Claro que precisava!” –ele circulou os dois braços em minha cintura, me abraçando forte; escondeu o rosto na curvatura de meu pescoço. Sua respiração estava me arrepiando.

-“Taehyung...” –sussurrei.

-“Hum?”

-“Me solta. Estamos na rua. Precisamos ir na sua casa.” –murmurei desconcertado.

-“Você falando assim não me deixa ter bons pensamentos sobre ir em minha casa.” –ele sussurrou contra meu pescoço, logo me soltando e começando a andar em minha frente.

-“Como  assim?” –perguntei confuso.

-“Deixa ‘pra lá, pequeno.” –ele falou, sem virar para me olhar.

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Assim que chegamos em sua casa, Taehyung avisou que tomaria um banho rápido, pois estava se sentindo agoniado com roda aquela roupa escolar. Ele também me falou que se eu quisesse, eu poderia tomar um no banheiro ao lado de seu quarto; falou que me emprestaria alguma vestimenta.

Eu concordei. Segui ele até seu quarto, onde ele me deu uma toalha, roupas e uma boxer –que ele disse nunca tê-la usado. Após isso, saí de seu quarto e fui para o banheiro, retirei minha farda e liguei o registro de água; esperei um pouco para que ele passasse de fria para morna e então entrei, relaxando os ombros com o contado do líquido em minha pele.

Alguns minutos depois, saí do box e peguei a toalha, me enxugando; contornei-a em meu pescoço e peguei a boxer de cor violeta, logo depois peguei a calça jeans preta de Taehyung. Foi um pouco difícil colocar ela, pois a mesma era um pouco apertada -acho que por Taehyung ter as pernas mais finas que as minhas-, mas mesmo demorando um pouco, eu consegui colocar ela. Por último, peguei a camisa de cor vermelho sangue e a coloquei; ela tinha um corte proposital no ombro, e era um pouco folgada.

Com a toalha, enxuguei meus cabelos rapidamente, deixando eles quase úmidos e saí do banheiro, dando de cara com Taehyung com a mão levantada; provavelmente ele iria bater naquela hora na porta para me chamar. Dei um sorriso sem graça e acompanhei ele me olhar de cima a baixo. Um sorrisinho meio safado brincou em seus lábios assim que ele parou em minhas coxas, fazendo com que eu me sentisse deveras envergonhado e pigarreasse, chamando sua atenção.

-“V-vamos?” –falei baixinho.

-“Espera.” –Taehyung sussurrou enquanto se aproximava lentamente. Levou uma de suas mãos até minha nuca, me puxando para mais perto e então colando nossos lábios.

Ele deslizou sua língua para fora segundos depois de ter colado seus lábios aos meus. Assim que sua língua me tocou, entreabri minha boca, permitindo que ele a invadisse; iniciamos um beijo lento, pude sentir um forte gosto de pasta de dente de morango em sua boca, o que me fez sorrir entre o beijo, pois a segunda comida que eu mais amava, era morango.

Sentia seu músculo explorar cada canto de minha boca, ora esfregando em minha semelhante. Nos separamos por causa do ar que se fez faltoso; demorei um pouco a abrir meus olhos, ainda sentindo como se estivéssemos nos beijando.

Abri meus olhos ao sentir uma de suas mãos pousar em minha bochecha, acariciando ali.

-“Vamos?” –ele perguntou, tirando sua mão de meu rosto e levando à minha mão, entrelaçando nossos dedos.

 

Concordei com a cabeça e me deixei ser levado. Estranhei quando, ao invés de irmos para a porta de entrada, fomos para a parte de trás da casa, antes pegando em um pequena cômoda no corredor, um par de luvas pretas. Iria lhe questionar o motivo de ele ter me levado para uma espécie de deposito, e o motivo para ele ter pego as luvas, mas arregalei os olhos ao ver Taehyung puxar de uma caixinha, uma arma. Uma pistola calibre 50.

Ele a guardou por dentro da cós de sua calça e cobriu com a camisa larga, semelhante a minha mas de cor marrom, mas antes, checou para ver se a mesma estava carregada; se virou para mim e deu um sorrisinho ao notar meu espanto. Se aproximou e selou nossos lábios em um selinho, provavelmente tentando me passar confiança.

 

-“Não se preocupa.” –ele sorriu e entrelaçou nossos dedos.

-“Por que essa arma? Como não me preocupar? Você pode ser preso ao verem você com isso!” –falei desesperado, fazendo com que o mais velho sorrisse.

-“Está preocupado comigo?” –ele perguntou.

 

-“Mas é claro!” –falei meio sem pensar.

-“Ownnt!” –ele apertou minhas bochechas.

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Suspirei assim que paramos em frente ao portão por onde meses atrás, eu havia fugido. Eu estava inseguro quanto a entrar na mansão; tudo poderia acontecer comigo ali dentro. Memorias me vinham a mente me deixando meio zonzo. Balancei a cabeça de um lado a outro, espantando tudo o que estava me atormentando e então, abri o portão.

Taehyung foi na frente; até então tudo estava calmo, sem sinal nenhum de algum segurança ou empregada. Demos a volta pela casa e paramos na porta dos fundos, esta que daria na cozinha. Chequei a hora em meu celular, normalmente naquele horário Sanhye estava preparando algo na cozinha.

Entramos silenciosamente, eu coloquei a cabeça mais para dentro, a fim de ver se ela estava mesmo ali, sorrindo ao vê-la cortando alguns pedaços de carne coreana para preparar o almoço. Chamei Taehyung com a mão e me aproximei dela, tocando seu ombro.

Ela se virou vagamente, arregalando os olhos e pondo as mãos na boca, em pleno sinal de surpresa ao me ver ali.

 

-“Meu Jesus! Jungkook, meu querido!” –ela tocou meu rosto com as duas mãos, seus olhos estavam cheios de lágrimas, e um pequeno sorriso moldava seus finos lábios um pouco enrugados.

-“Olá.” –murmurei meio sem graça.

-“Por onde andou?” –ela perguntou, mas assim que abri minha boca para responde-la, ela lançou uma outra perguntas: -“Por que voltou?”

-“Voltei... porque eu precisava fazer algumas perguntas à senhora.” –murmurei, tocando suas mãos.

Ela olhou por cima de meus ombros, notando Taehyung ali. Seus novamente se arregalaram e ela passou por mim, agarrando o mais velho em um forte abraço.

-“TaeTae... quanto tempo, meu querido!” –ela falou com uma voz chorosa.

-“Já faz algum tempo, não?” –ele falou sem graça.

-“Quase quatorze anos.” –ela sussurrou.

-“Então...” –me pronunciei depois de alguns segundos.

-“Eu acho que já sei do que vocês querem falar.” –ela comentou se soltando de Taehyung e se virando para mim. –“Sentem-se.” –apontou para a mesa no centro da cozinha.

-“Posso começar?” -perguntei.

-“Claro.” –ela respondeu.

Suspirei alto, sentindo a mão de Taehyung pousar em minha coxa, passando-me confiança.

 

-“Por que nossa mãe teve um caso?”–perguntei incerto.

-“Bem, meu querido...” –ela começou. –“A mãe de vocês quando era pequena, lá para seus dezesseis anos, perdeu os pais dela. Ela não tinha dinheiro nenhum, então a única opção que teve, foi morar com uma desconhecida, em um bairro onde só existia prostitutas. No início, ela odiava fazer sexo com velhos nojentos, mas quanto mais o tempo passava, mais ela ia se acostumando, acabando por gostar de passar o fim de tarde e à noite em motéis com todos os tipos de homens.” –ela pausou para respirar um pouco. Eu sentia minhas mãos suarem frio e um aperto em meu peito crescer a cada palavra que Sanhye dizia. Depois de alguns segundos, ela continuou: -“Perto de seu aniversário de vinte e dois anos, enquanto ela marcava ponto em uma sexta feita a noite, o seu pai, Taehyung, parou o carro ao lado dela e lhe ofereceu o dobro do que ela cobrava para passar uma noite com ela, fazendo tudo o que ele quisesse, sem reclamar. Depois daquele dia, ele ia todos os dias se encontrar com ela, oferecendo sempre o dobro do que ela pedia para tê-la por uma noite inteira. Dois anos depois, ele a pediu em casamento, prometendo que não faltaria nada para ela e que ela não precisaria mais trabalhar como uma prostituta para se sustentar. Ela aceitou de prontidão, pois já estava apaixonada por ele.” –pausou novamente, mas por breves segundos. –“um mês depois de terem se casado, ela engravidou de Taehyung. Ambos ficaram muito felizes, e cheios de expectativa para quando o bebê nascesse. Acreditem, naquela época, o Doutor era uma pessoa muito alegre.”

 

-“E onde que o Choi Ray entra nessa história?” –perguntei nervoso.

-“Alguns meses depois do nascimento, a mãe de vocês pedia para o marido fazer amor com ela, pois ela sentia falta do sexo, já que havia se acostumado por conta de muitos anos vendendo o corpo, mas ele sempre negava, dizendo que ela deveria se preocupar com o filho dela, e não com seus desejos carnais, pelo menos por enquanto. Em agosto, quatro meses antes de Taehyung completar um ano de vida, o Doutor havia contratado o seu pai, Jungkook, como segurança particular dele. A mãe de vocês, ao pôr os olhos nele, se sentiu extremamente atraída, então começou a seduzir ele, para ganhar algumas horinhas de sexo. Depois de muita insistência dela, ele acabou cedendo, e então eles transaram no quarto do casal, enquanto o Doutor estava em uma reunião extremamente importante em sua empresa.” –suspirou.

 

-“Com isso, ela acabou engravidando acidentalmente.” –concluí.

 

-“Isso.” –ela concordou. –“Sua mãe conseguiu esconder que havia feito sexo com o segurança por bastante tempo, até sua barriga começar a crescer e ela não conseguir mais esconder. O Doutor ficou irado! Passou a noite discutindo com ela e com Choi Ray. Ele estava a ponto de agredir os dois!” –ela se levantou e se direcionou ao balcão, onde continuou a cortar a carne. –“Desde aquele dia, o Doutor nunca mais foi o mesmo. Vivia tomando suas mais caras bebidas alcoólicas, a fim de esquecer tudo, mas nunca conseguia, e acabava por jogar as garrafas na parede, sujando tudo de vidro e cortando os pés ao sair do local por cima dos cacos. Eu nunca soube o motivo de ele não ter demitido o segurança ou se divorciado da mulher.”

 

-“E qual o motivo de eu ter sido praticamente abandonado?” –Taehyung perguntou.

-“O Doutor estava em seu momento de fama, por ter conseguido fazer com que sua empresa conseguisse muita, mais muita fama, então muitos fotógrafos, stalkers, estavam o vigiando. Ninguém sabia da existência do Jungkook, então ele tinha medo de ter seu nome manchado na mídia por ter sido traído, então ele te tirou de casa e alterou o seu nome para o de Jungkook nos documentos de família. Depois de um tempo, era notável o arrependimento de ele ter trocado você por Jungkook, um filho que não era dele. Ele começou a descontar seu arrependimento e frustração em Jeon, espancando-o e tentando mata-lo.” –ela falou para Taehyung.

 

-“Então era ele quem vinha com facas para cima de mim quando eu era pequeno!” –falei alto, sentindo todos os meus pelos se arrepiarem em medo. Eu comecei a me sentir apavorado. O rosto na qual eu não me recordava, começou a surgir em minha mente, em rápidos flashbacks.

-“Isso mesmo, meu querido.”

 

-“Por que minha mãe nunca tentava o parar?” –perguntei depois de algum tempo tentando digerir tudo aquilo.

-“No início, ela tentava. Mas quando isso ocorria, ela apanhava do Doutor, chegando a sangrar algumas vezes, então quando você apanhava, ela sempre saia de perto para não ver a cena, e quando tinha que estar presente, ela se segurava ao máximo. Ela sempre chorava por conta das agressões.” –ela falou em um tom triste, sem se virar para mim.

 

-“Entendo.” –falei cabisbaixo.

-“Pequeno, se está sendo desconfortável, podemos não fazer mais perguntas e ir embora.” –Taehyung falou, acariciando minha coxa.

-“Não! Eu quero continuar.” –forcei um sorriso para ele. –“Uma vez, Choi Ray gemeu o nome de Taehyung enquanto me... me... você sabe. Por que?”

 

-“Ele nunca foi uma boa pessoa, Jungkook.” –ela suspirou. –“Já estuprou muitas e muitas crianças. Já matou muitas pessoas, várias delas a mando de seu pai, Taehyung.” –dessa vez ela parou o que fazia e nos olhou seriamente. –“Taehyung foi a criança na qual ele não conseguiu tomar a inocência. Por conta disso, ele criou uma obsessão em observar e ter seus pensamentos imundos com o filho de seu chefe, mas como ele não podia estupra-lo, pois se isso ocorresse, ele poderia ser demitido e preso, por causa de que o Doutor adorava o TaeTae, ele começou a te estuprar, Kook. Acredito que ele imaginava ser Taehyung ali.”

 

-“Eu... eu me sinto sujo.” –sussurrei encolhendo os ombros.

 

Estava sendo muito doloroso saber de uma vez só, toda a minha história. Saber que meu próprio pai me abusava sexualmente imaginando ser uma outra pessoa ali, era horrendo! Eu não desejaria isso para ninguém!

Só tinha um sentimento que eu estava sentindo de mim e daquele segurança: Nojo.

 

-“Eu sei, meu querido.”

 

-“Você disse que ele matou muitas pessoas à mando de meu pai. Como assim?” –Taehyung perguntou após alguns segundos de silêncio.

-“Com o passar dos meses, pessoas foram descobrindo a verdade, foram descobrindo que havia um bastardo na família e que o filho biológico havia sido abandonado. O Doutor com medo de que a fama dele fosse embora e que ele chegasse a falência, mandava Choi Ray ir atrás dessas pessoas, ele as sequestrava e as trazia aqui para a mansão.” –ela explicou.

-“Isso me explica aquela sala de tortura e aqueles corpos apodrecidos!” –falei arregalando os olhos.

 

-“Exatamente. Ele mandava o segurança torturar lentamente aquelas pessoas. Para ele, ele estava ensinando aquelas pessoas que nunca deveriam ter se metido na história dele, e então depois de algumas horas de tortura, ele mandava mata-las. Aqueles corpos, o Doutor guarda na salinha como se fossem troféus, por ele ter conseguido impedir que as pessoas espalhassem sobre ele para a Coreia inteira. Ele se tornou um psicopata.”

 

-“Meu Deus.” –Taehyung murmurou surpreso.

-“Ele ia atrás de você, Jungkook, depois que você fugiu, porque ele temia que você espalhasse tudo o que sabia para as pessoas. Por isso também, que você nunca saía de casa. Ele só se importa com a fama e o dinheiro dele.”

 

-“Enquanto um tentava me estuprar, outro tentava me matar.” –murmurei baixinho.

-“Há mais alguma coisa que queira saber?” –perguntou Taehyung e eu neguei com a cabeça.

-“Acho que já é o suficiente. Nenhuma pergunta mais me vem em mente e já passamos tempo demais aqui.” –falei.

 

-“Jesus! Meninos, vocês têm que ir! O Doutor já irá chegar e se ver vocês aqui, não será nada bom!” –ela falou assustada, empurrando-nos levemente com as mãos para que levantássemos.

 

Nos despedimos dela e nos direcionamos para a sala. Taehyung queria sair pela frente, já que o pai não estava em casa e poderíamos sair por lá. Mas foi assim que chegamos na sala, que me senti sem chão. Com certeza eu fiquei cem vezes mais pálido do que já sou.

O pai de Taehyung, junto ao meu pai, estava de braços cruzados e sorrisos cínicos, parados no meio da sala, perto da porta de entrada, olhando para nós dois.

 

-“Ora, ora. O que temos aqui?!” –falou o pai de Taehyung.

-“O que pretendem?” –Taehyung rosnou. Pude ver ele levar sua mão para onde a pistola estava escondida. Ele iria sacá-la.

-“Já descobriram o necessário, não?” –perguntou o velho novamente. –“Acho que não poderão mais sair daqui depois disso.”

 

E foi nessa hora, que eu vi Taehyung levantar sua camisa e sacar a arma, apontando para os dois velhos que ainda tinham aqueles horríveis sorrisos cínicos brincando em seus lábios enrugados.

O segurança descruzou os braços e deu dois passos para frente, desmanchando o sorriso e adquirindo um semblante sério.

 

-“Não ouse dar mais nenhum passo!” –Taehyung ameaçou, apertando a arma em suas mãos e alternando a mora entre os dois à nossa frente.

-“Querido, você irá mesmo ficar apontando essa arma para o seu velho pai?” –perguntou o pai de Taehyung, com falsa indignação, logo gargalhando alto. Após de recuperar, sua expressão mudou para sombria, me fazendo estremecer ao lembrar de todas as vezes em que ele me olhava daquele jeito. –“Solte agora essa arma, moleque!”

Vi quando o segurança olhou ao redor e parou seus olhos em um vaso de planas que estava ao lado do sofá, um pouco perto de onde eles estavam; ele olhou para Taehyung e se moveu para o lado lentamente.

-“Não se mexa!” –Taehyung gritou, mas foi ignorado.

Choi Ray pegou o jarro com as duas mãos e voltou para onde estava segundos atrás, suspirou e deu um sorrisinho malicioso com aqueles dentes amarelados e nojentos. Só consegui raciocinar depois que percebi o jarro de flores viando em minha direção.

 

Taehyung percebeu que eu não iria me mover, então me empurrou para o lado e se jogou para o outro. Segundos depois, o único barulho que escutei foi do meu corpo caindo de um lado, o de Taehyung do outro, e o jarro caindo no local onde estávamos. Depois disso, escutei o som de dois pares de sapato correndo pela sala, e quando percebi, estava sendo imobilizado por meu pai. Minhas costas estavam coladas em sua enorme barriga e um de seus braços segurava os meus dois atrás do meu corpo, e seu outro braço estava em meu pescoço.

Quando olhei para quem havia me empurrado, vi que ele estava apontando a arma para o seu pai, que estava há uns três metros longe dele, e seus olhos transbordavam raiva e... medo.

 

Ele por um segundo olhou para mim, mas voltou a olhar para o velho a sua frente assim que eu arregalei meus olhos e ele percebeu que o que eu queria dizer era que o pai dele havia se aproximado dele.

-“Vamos, criança! Solte essa arma.” – velho falou sem paciência.

-“CALE SUA BOCA!” –Taehyung gritou firme.

 

A expressão do homem se tornou novamente sombria, assim que ele ameaçou ir para cima de Taehyung para pegar a arma, o garoto levantou um pouco a mira e um disparo pôde ser ouvido.

Meus ouvidos doeram e eu fechei meus olhos com o susto. Segundos depois, ouvi um corpo caindo sobre o chão. Abri meus olhos para ver o que tinha acontecido e pude ver que o pai de Taehyung estava estirado no chão de barriga para baixo; sua cabeça estava virada para mim, e eu pude ver que do meio de sua testa, sangue escorria rapidamente para o chão, criando rapidamente uma enorme poça vermelha, quase preta, ali.

 

Mesmo eu já dento visto coisa pior quando era mais novo por conta do quarto de tortura, não deixei de me sentir extremamente apavorado por ter visto aquele homem estirado no chão, com sangue manchando sua vestimenta e colorindo aquele chão extremamente branco.

Senti o braço em torno de meu pescoço apertar ainda mais, me deixando sem ar. Reproduzi um som estranho, chamando a atenção de Taehyung, que estava observando o morto com uma expressão inexplicável. Talvez estivesse satisfeito por ter matado o próprio pai? Não sei.

 

Taehyung olhou para mim rapidamente e apontou a arma para mim.

-“Solte ele, seu desgraçado!” –Taehyung esbravejou.

-“Largue essa arma, Kim Taehyung! Você irá se arrepender se não me obedecer.” –escutei a voz do segurança soar grossa e autoritária demais.

-“Vá se foder, seu filho de uma puta!” –Taehyung rangeu os dentes. –“SOLTE ELE AGORA, CARALHO!”

 

-“Quem você pensa que é para me chamar assim, seu merdinha?” –o homem atrás de mim rangeu os dentes também, me apertando ainda mais.

Sentia o clima ficar cada vez mais pesado, o que estava me deixando apavorado demais, junto a falta de ar que estava sentindo por conta do aperto em minha garganta e a dor que estava sentindo por causa de que o segurança estava levantando meus braços dobrados para trás. Sentia que poderiam quebrar a qualquer momento.

 

-“E QUEM VOCÊ É PARA ACHAR QUE PODE MANDAR EM MIM, EM, SEU FILHO DA PUTA?” –Taehyung gritou novamente.

 

-“CALE AGORA ESSA BOCA E ABAIXE ESSA ARMA!” –gritou o segurança. –“VAMOS, ABAIXE, CARALHO!”

 

-“SOLTE. O. MEU. GAROTO. AGORA!” –gritou Taehyung pausadamente. Demorei um pouco para raciocinar, mas quando o fiz, arregalei os olhos e senti borboletas em meu estômago. Me sentia feliz por Taehyung ter me chamado de seu.

 

Escutei a risada ridícula do homem atrás de mim, logo seguindo de tosses frenéticas.

 

-“Seu garoto?” –falou em deboche. –“Desde quando essa criatura aqui pertence a você?”

-“Desde a primeira vez em que nos beijamos.” –Taehyung falou com um sorriso cínico brincando em seus lábios. –“Na verdade, bem antes disso.” –desmanchou o sorriso. –“Agora solte-o, seu desgraçado!”

-“Você é quem deveria me obedecer, criança imprestável.”

 

-“Pequeno.” –Taehyung me olhou. –“Me desculpe por isso.”

Eu não entendi o que ele quis dizer, mas não conseguia falar nada para poder questioná-lo. Observei ele descer a mira da arma para meu peito, arregalei os olhos ao imaginar o que ele faria, mas antes que pudesse emitir qualquer sim, outro disparo pôde ser ouvido e segundos depois, uma dor tremenda se fez presente centímetros acima de meu coração, quase no ombro.

 

Logo o aperto em meu pescoço se afrouxou e meus braços foram libertos; o segurança fira atingido.

Escutei seu corpo cair sobre o chão; dei um passo para frente e caí na cerâmica lisa com a mão na minha ferida. Olhei para trás e vi o homem imóvel, uma poça de sangue ao seu redor se tornado cada vez maior.

Olhei para Taehyung, ele correu e se abaixou ao meu lado, analisando a ferida e suspirando aliviado pois não chegou muito perto e meu coração. Olhei para o seu rosto e estava tudo começando a ficar embasado, se tornando escuro. Pude ver o vulto de Taehyung largar a arma em qualquer canto e sacar seu celular do bolso detrás da calça jeans.

 

Escutei ele desbloqueando o celular, mas o som dos três dígitos para uma ligação, me vieram aos ouvidos em som muito, muito baixo. Minha visão se tornou totalmente escura e eu não tinha mais forças para nada.

 

As últimas palavras que escutei foram:

 

 

 

-“Eu preciso de uma ambulância! Urgente!” –sendo proferidas com muito desespero.

 

 

 

 

 


Notas Finais


Beeeeeeem, não sei o que dizer sobre o capítulo e.e

Vamos ao que quero dizer para vocês:

Como poucas pessoas já sabem (umas três), New World está chegando ao fim :c
Ira ter muitos capítulos pela frente, mas com isso que ocorreu neste aqui, tudo que tinha planejado foi embora, e um novo jeito de acabar a fic me veio e eu optei por ele :)
Irá ter no máximo, mais quatro capítulos, mas pode ser que tenha apenas um, não sei...
Calma que ainda vai ter lemon sauhsuahsua vou me esforçar o máximo para fazer algo muito bom para vocês, okay?? <33
Obrigada se chegou até aqui, até mais ver <333


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