1. Spirit Fanfics >
  2. No choices - Imagine Kim TaeHyung >
  3. I miss you

História No choices - Imagine Kim TaeHyung - I miss you


Escrita por: TwinArmy

Notas do Autor


Boa madrugada pessoal!

Venho com mais um capitulo!
Boa leitura a todos vocês e espero que gostem.

Beijos. :*****

Ignorem os erros, pois a correção ficou para depois Haha' Vi em alguns comentários que estavam ansiosas, então decidi postar sem corrigir XD

Capítulo 11 - I miss you


Fanfic / Fanfiction No choices - Imagine Kim TaeHyung - I miss you

 

Ayame lia bastante livros desde a sua adolescência, adorava passar o tempo assim, se fosse preciso ficaria lendo o tempo todo e já tinha perdido as contas de quantos livros já lera em seus vinte e três anos de vida. E mesmo depois de casada, não seria diferente, assim que chegou da faculdade pegou um livro da biblioteca e ficou ali no sofá.

Yona entrou para avisá-la de que Taehyung havia chegado, mas ela não quis subir. Os dois não podiam ficar sozinhos que começavam a discutir. Mas o que a deixou intrigada foi que a mulher não só disse que ele havia chegado como também estava nervoso e parecia transtornado com alguma coisa.

Junghyun havia ligado mais cedo e contado a filha de que estava unindo boa parte da empresa com os Kim, e isso podia ser o motivo do nervosismo de Taehyung, então esperaria ele dormir para depois ir para o quarto, tinha chance do garoto descontar seu ódio nela e a última coisa que Ayame queria fazer, era brigar novamente.

-Senhorita... - Yona apareceu na porta novamente. - Precisa de alguma coisa?

Ayame fechou o livro e sorriu para mulher.

-Não. - Respondeu. - Pode ir para casa, já está tarde.

Yona sorriu com a gentileza da garota e saiu andando. Aya colocou o livro na estante e caminhou em direção à escada, o grande relógio da sala já marcava onze horas e Taehyung com certeza já havia dormido. Subiu para o quarto deles e entrou devagar, não queria acorda-lo de maneira nenhuma.

Já tinha tomado seu banho, então só escovou os dentes e foi para a cama. O quarto estava um pouco claro, Taehyung tinha deixado às cortinas abertas e com isso a claridade da lua entrava facilmente. Arrumou-se em baixo dos cobertores e encarou o teto, ele tinha muitos detalhes e era extremamente luxuoso, Ayame sentia falta do seu quarto e queria muito estar em casa.

-Lee...

Ouviu Taehyung resmungar do seu lado, ela virou a cabeça e o viu franzindo suas sobrancelhas. Estava dormindo, ou melhor, parecia estar tendo um pesadelo. Olhou para o teto novamente e tentou ignorá-lo.

-Ele fala dormindo? - Perguntou a si mesma baixo.

Lee? Quem era Lee? Virou de costas para o garoto e fechou os olhos, Taehyung com certeza conhecia muitas pessoas, e tem muito problemas, ter pesadelos com isso era muito normal para ela.

“Leehyuk, irmão mais velho de Taehyung.” - A voz de seu pai ecoou em sua cabeça. Ayame arregalou os olhos e olhou para ele novamente, estava sonhando com o seu irmão. Taehyung ainda mexia sua cabeça e franzia sua testa, ela não conseguia imaginar o que ele estava sentindo, mas tinha noção de que deveria ser doloroso demais perder alguém importante.

-Você não tem nada a ver com isso Ayame. - Se encolheu mais um pouco.

Fechou seus olhos e sentiu ele se mexer um pouco.

“Ele estava um pouco transtornado.” - Dessa vez a voz de Yona ecoou em seus pensamentos. O motivo não era a união das empresas, ele devia estar com saudade do irmão. Abriu os olhos e o encarou novamente, sua franja estava caída para o lado, parecia outra pessoa quando estava dormindo.

Perdeu a noção do seu corpo e só voltou à realidade quando estava bem próxima a ele. O que está fazendo Ayame? Fechou os olhos e respirou fundo, não sabia por que, mas queria que ele parasse de sonhar com aquilo. Levou sua mão em cima da dele que estava ao lado do corpo e a segurou. Taehyung não acordou com o gesto, mas fechou seus dedos rapidamente sobre os delas, Ayame arregalou os olhos minimamente e encarou o rapaz, ele estava dormindo e tinha parado de mexer a cabeça.

Sentia como sua mão era pequena perto da dele e como elas estranhamente se encaixavam. Virou o corpo e voltou a encarar o teto, iria ficar ali até ele voltar a dormir normalmente e depois puxaria sua mão de volta antes que ele percebesse o que ela acabara de fazer.

 

...

 

Taehyung abriu os olhos e rapidamente os fechou para impedir que a claridade do sol queimassem suas retinas. Passou a mão no cabelo e olhou para o lado, Ayame dormia encolhida e estava bem perto dele, fechou os olhos e suspirou, essa não era a primeira vez que a garota invadia o seu espaço.

Olhou para o outro lado e pegou o seu celular, eram seis horas da manhã ainda. Levantou o corpo lentamente e sentou, quando foi tirar o braço dos cobertores notou que Ayame segurava o seu pulso esquerdo.

Levantou uma sobrancelha e encarou o gesto, sua mão era pequena, não conseguia fechar os dedos em tornou dos punhos dele. Tirou o braço do aperto dela lentamente e jogou as pernas para o lado ficando em pé.

Ayame virou o corpo e enterrou seu rosto no travesseiro. Taehyung caminhou até o banheiro e fez sua higiene matinal, trocou de roupa e voltou para o quarto. Ela ainda dormia profundamente, o garoto abaixou a cabeça e encarou o próprio pulso, porque Ayame estava segundando o seu braço?

A garota se mexeu em cima do colchão e ele caminhou apressadamente para fora do quarto. Ayame se sentou lentamente na cama e conseguiu ver a tempo seu marido bater a porta do quarto. Ela levou sua mão até os cabelos e os jogou para trás, esticou seu braços para cima e alongou seu corpo, olhou para o lado e a noite passada lhe veio à mente. Encarou a mão que segurou a de Taehyung e tentou lembrar se havia soltado a mão dele antes de cair no sono profundo.

-Droga... - Ela exclamou. - Eu não lembro...

Ela entortou os lábios e forçou mais um pouco sua memória, e nada, apenas suspirou e saiu dali. Se continuasse com aquela paranoia iria perder as primeiras aulas. Foi para o banheiro, realizou sua higiene e voltou para o quarto se arrumar. Abriu a porta da varanda e sentiu o vento gelado entrar, o tempo andava um pouco bipolar, às vezes estava frio e às vezes um calor absurdo.

E hoje fazia frio.

Foi até o seu guarda roupa e optou por uma calça jeans, sua mãe não morava mais com ela e no fundo se sentia livre para usar as roupas que quisesse. Colocou uma camisa social branca e prendeu a frente dela no cós da sua calça, enrolou no pescoço um cachecol fino vermelho e calçou sua sapatilha na mesma cor para combinar. Penteou os cabelos e saiu, havia deixado sua bolsa na biblioteca e teria que passar lá para pegar.

-Bom dia senhora Kim. - Yona a cumprimentou do final da escada.

Ayame não deixou de sorrir quando notou que a mais velha não havia curvado seu corpo, agora só precisava acostuma-la a chama-la de Ayame ou Aya.

-Bom dia. - Respondeu com um sorriso.

A garota continuou descendo a escada e parou no meio dela quando viu Taehyung virar o corredor e começar a subir. O coração dela acelerou, afinal, Yona ainda estava ali e se ambos passassem um ao lado do outro sem ao menos se cumprimentarem, certamente a mais velha desconfiaria de algo.

Taehyung saia mais cedo para ir trabalhar, por isso Ayame havia ficado aliviada em relação aos cumprimentos deles pela manhã, mas o garoto ainda estava na casa. Ela encarou Taehyung, porém o mesmo encarava os degraus pelo qual subia, e felizmente ele levantou seu rosto e olhou para ela. Aya soltou o ar aliviada e deu um pequeno sinal para ele, o garoto enrugou o meio das suas sobrancelhas sem entender nada e novamente ela deu outro sinal indicando Yona em pé no final da escada.

Taehyung olhou para baixo despercebidamente e finalmente conseguiu entender o olhar preocupado nos olhos de Ayame, ele não parou de subir e quando chegou ao mesmo degrau que ela, pegou na mão dela e inclinou seu corpo para baixo. Selou a têmpora da menina rapidamente.

-Bom dia. - Falou e continuou a subir as escadas.

-B-bom dia. - Ela respondeu.

Ayame respirou fundo e continuou descendo, seu coração batia aceleradamente, mas não podia demostrar o nervosismo em frente a Yona.

-Vai tomar o café senhora? - Yona perguntou gentilmente.

Ela estava até pensando em tomar sim, porém mudou de ideia, queria sair dali e soltar o arfar que prendeu surpresa quando o garoto beijou sua cabeça.

-Não, preciso chegar mais cedo, obrigada Yona. - Respondeu indo em direção à biblioteca.

Pegou sua bolsa do sofá e saiu da casa, caminhou até o carro e entrou.

-Bom Dia senhora - Yuta a cumprimentou olhando pelo retrovisor.

-Ayame... Me chame de Ayame, Yuta. - Ela falou colocando o cinto de segurança. - Bom dia. - Sorriu quando se arrumou no banco.

O homem sorriu com a gentileza e partiu sem dizer nada. Ayame tinha apresentação hoje e queria muito chegar cedo para dar uma última olhada em seu relatório.

 

...

 

Taehyung estacionou o carro em frente à empresa e rapidamente o manobrista apareceu pegando as chaves de sua mão.

-Bom dia Senhor. - Falou curvando seu corpo.

Taehyung contornou o carro e andou até o outro lado da avenida, tinha visto Jin ali assim que chegara. Estava de terno, e encarava o garoto com um sorriso no rosto.

-O que faz aqui? - Perguntou a ele quando se aproximou.

-Meu deus, de longe você é idêntico ao Hyuk. - Jin respirou fundo.

Taehyung colocou suas mãos nos bolsos da calça e encarou o amigo. Jin era melhor amigo de Leehyuk e quando o mesmo falava do seu irmão mais velho não se sentia tão mal como quando outras pessoas falavam.

- Não deveria estar na empresa? - Taehyung perguntou.

Jin suspirou e encostou-se à parede, estava encarando a empresa Kim de longe. O vento estava gelado essa manhã, mas não incomodava a nenhum dos dois.

-Eu não consigo mais entrar ali, sabia? - Perguntou sério.

Taehyung respirou fundo e olhou para o mesmo lugar que ele. Sabia muito bem disso, Jin não conseguia mais estar no mesmo lugar em que praticamente viveu com Leehyuk, não tinha ideia de como ele se sentia estando ao lado do seu irmão mais novo.

-Deveria esquecer isso. - Falou.

-Eu sei, mas você esqueceu? - Perguntou olhando para ele.

Taehyung fechou seus olhos e suspirou, estava estampado no rosto dele que pensava em Hyuk o tempo todo e não conseguia aceitar que seu irmão se matou, não conseguia entender por que ele cometeu tal atrocidade.

-Eu só não penso mais. - Respondeu.

Jin foi embora para a Itália assim que Hyuk se foi, lógico que eles teriam essa conversa mais cedo ou mais tarde.

-Nunca soube mentir para gente né. - Jin sorriu e bagunçou o cabelo do mais novo.

Taehyung fechou a cara e se afastou do gesto, Hyuk e Jin sempre faziam isso com ele, desde quando tinha seus quinze anos e sempre odiou o gesto.

-Desculpa. - Jin sorriu novamente. - Hyuk iria adorar vê-lo agora.

Aquele assunto já estava começando a ficar desconfortável para Taehyung, sonhou com seu irmão noite passada e não conseguiu tomar o café direito, e se ficasse conversando sobre isso com Jin não iria conseguir trabalhar hoje.

-Jin eu preciso ir. - Falou olhando para a empresa.

-Tudo bem. - Sorriu mais uma vez. - Vê se topa sair com os meninos um pouco, vai surtar de tanto trabalhar.

Taehyung revirou seus olhos e saiu andando. Jin queria contar a ele que Hyuk estaria orgulhoso dele, e que seja a onde estiver está torcendo para ele. Encarou as costas do irmão mais novo de seu melhor amigo e respirou fundo mais uma vez.

-Ele mudou muito Hyuk. - Falou baixo. - Mas eu vejo nos olhos dele o quanto sente sua falta.

Taehyung entrou na empresa e caminhou direto para o seu elevador, antes que pudesse entrar um homem apareceu do seu lado.

-Senhor, estamos esvaziando o departamento de registros. - Falou. - São arquivos e contratos antigos, nos livramos de tudo? - Perguntou.

O garoto encarou o homem.

-Por que estão esvaziando o departamento? - Perguntou.

-São contratos antigos, há coisas com assinaturas do seu pai. - Respondeu receoso. - Estamos liberando espaços para os novos.

Taehyung apertou o botão do elevador.

-Jogue somente o necessário. - Falou. - Pode ter contratos sem vencer ainda.

O homem não conseguiu responder nada, a porta se fechou e Taehyung subiu para o seu escritório. Kang ficou em pé rapidamente quando o viu passar.

-Bom dia Senhor. - Falou de cabeça baixa.

O garoto entrou em sua sala e fechou a porta. A conversa com Jin não saia de sua cabeça, só queria focar em seu trabalho e esquecer.

 

...

 

-Terrível, eu fui terrível. - Ayame exclamou de cabeça baixa.

Sua apresentação não tinha sido as das melhores, não conseguiu se lembrar de nada que estudou e optou por improvisar. Estava se odiando por isso, Suly passava a mão em suas costas na intenção de confortar sua amiga.

-Não foi tão ruim assim Ayame. - Falou.

-Como não? - Perguntou olhando para ela. - Eu troquei jurídico por judaico.

Suly pressionou os lábios e se segurou para não rir. Ayame notou a expressão da sua amiga e abaixou sua cabeça novamente resmungando.

-Ah, eu sabia. - Falou. - Eu vou no mínimo receber um cinco.

Suly sentou ao lado dela e puxou seu cabelo para trás.

-Não exagere também. - Falou. - Você pode ter trocado a palavra, mas todos entenderam o que estava querendo dizer, para com isso, você foi bem.

Ayame endireitou seu corpo e respirou fundo, se preparou para isso antes mesmo de se casar, mas toda essa situação com a sua vida a fez esquecer completamente de tudo.

-É só eu tirar um dez na próxima. - Falou. - Vou superar.

Suly sorriu com isso e passou seu braço pelos ombros da amiga.

-Isso, agora vamos que metade da turma já saiu.

Ayame olhou em volta e percebeu que só restaram as duas na sala de aula. Pegou sua bolsa do lado e apoiou em seu ombro.

-Vamos. - Falou.

Saíram andando pelo corredor e de longe Ayame viu Hobi sorrindo com um amigo, ele tinha um sorriso lindo a seu ver, queria estar no lugar daquele garoto para ter aquele sorriso de volta para ela. Abaixou a cabeça e suspirou.

-O que foi? - Suly perguntou ao lado.

-Eu sinto falta dele. - Respondeu. - Mas ele me pediu um tempo.

Suly olhou para onde Hobi se encontrava e não deixou de notar o mesmo sorriso por qual estava apaixonada há dois anos.

-Vai falar com ele boba. - Falou. - Age normal, ele que lute.

Ayame sorriu com aquela frase e empurrou Suly para o lado. Queria muito fazer isso, mas iria respeitar o tempo dele, o que importava era que ele voltasse a ser como antes em relação a eles. As duas olharam na direção do garoto e travaram no lugar quando viram que ele encarava Ayame sem piscar.

Ayame levantou a mão e acenou para ele, Hoseok sorriu com aquilo e copiou o gesto, o garoto que estava com ele passou o braço pelo o seu ombro e saíram andando juntos para fora do prédio.

-Bom, acho que ele não me odeia. - Aya suspirou.

-Ele jamais te odiaria Ayame. - Suly falou passando seu braço pelo o dela.

Saíram do prédio e se despediram ali mesmo, Ayame caminhou até carro e encontrou Yuta sorrindo.

-Boa tarde S...

-Pode parar. - Ayame o cortou levantando sua mão. - Nada de senhora Yuta, eu tenho vinte e três anos, pareço uma senhora?

O homem inclinou sua cabeça confuso e logo negou em um gesto lento.

-Senhorita? - Perguntou.

-Ayame, eu sou Ayame. - Falou. - Eu quero que me chame pelo nome, é uma ordem.

Yuta sorriu e curvou seu corpo.

-Tudo bem A-Ayame. - Falou.

-Ótimo. - Aya sorriu com aquilo e entrou no carro.

Sentou no banco de trás e arrumou o cinto. Iria revisar todo o seu trabalho quando chegasse em casa, estava se sentindo incompetente por ter esquecido quase tudo quando foi fazer sua apresentação. Yuta sentou no banco da frente e deu partida no carro, ainda estava frio e aquilo deixava Ayame um pouco animada, adorava o frio.

Quando foi abaixar o vidro de trás sentiu seu celular vibrar.

-Alô. - Levou ao seu ouvido rapidamente.

“Filha” - Reconheceu a voz de sua mãe do outro lado. - “Onde você está?” - Perguntou logo em seguida.

Ayame olhou no relógio, esse marcava meio dia, Sakura sabia muito bem que ela tinha acabado de sair da faculdade.

-Estou indo para casa mãe. - Respondeu.

“Vem aqui antes, quero falar com você.” - A mulher falou firme.

Ayeme fechou os olhos e respirou fundo, sabia que essa ‘conversa’ não seria para perguntar como estava sua vida, seu estudo, se estava bem. Olhou para o Yuta.

-Yuta, mudança de rota, me leve para a minha antiga casa. - Falou ao homem.

-Sim senhorita. - Ele respondeu virando uma rua rapidamente.

-Ayame, Yuta, Ayame. - Exclamou.

-Oh, me desculpe. - Ele falou perdido.

“Ayame?” - Sakura exclamou do outro lado. - “Ele tem que te tratar como superior dele, como ousa te chamar pelo nome?”.

Aya encostou sua cabeça no banco e fechou seus olhos. Quando estaria livre de sua mãe se até mesmo casada a mesma não parava de dar suas ordens?

-Mãe, eu decidi isso. - Ela falou um pouco nervosa. - Logo estarei ai.

Desligou o telefone antes dela dizer mais alguma coisa e jogou o aparelho dentro de sua bolsa.

 

...

 

Taehyung além de perfeccionista, não gostava de coisas fora do lugar como se encontrava sua mesa nesse momento. O departamento de registro estava sendo esvaziado e muitos contratos sem vencer tinham ido parar ali para ele mesmo analisar.

-Senhor. - Kang bateu na porta.

Ele suspirou e esperou ela entrar, iria enlouquecer se ela estivesse com mais papéis em sua mão.

-O que foi agora? - Perguntou.

-Essa caixa. - Falou assim que entrou na sala. - O que fazemos com ela?

Kang segurava uma caixa azul em seus braços, era um pouco maior que uma caixa de sapato e estava suja de tão antiga que estava. Taehyung fez sinal com a mão para que ela se aproximasse da mesa e pegou a caixa na mão.

Era leve.

- O que tem aqui dentro? - Perguntou.

-Não abrimos. - Ela respondeu abaixando a cabeça.

Taehyung sorriu soprado e encarou a mulher. Não era possível que tudo iria ficar para ele? Do que adiantava tantos funcionários se todos eles corressem pedindo a ajuda dele?

-E por que não abriram?- Perguntou nervoso. - Eu não posso cuidar de tudo e muito menos responder o que fazer com ela.

Kang olhou para o homem e juntou suas mãos em frente ao corpo.

-Era do seu irmão, tem o nome dele na frente. - Falou.

Sabia muito bem que esse era um assunto muito delicado para Taehyung e ficou com medo de chegar falando isso a ele. Taehyung parou de se mexer e arregalou seus olhos minimamente.

-O que disse? - Perguntou.

-Tem o nome dele, por isso ninguém abriu senhor. - Ela respondeu.

Taehyung olhou para a caixa em suas mãos e reconheceu a caligrafia do seu Hyung, o nome estava escrito torto, uma saudade imensa invadiu seu corpo.

-Saia daqui Kang. - Ele falou ainda encarando o objeto.

A mulher saiu da sala rapidamente, Taehyung voltou a sentar na cadeira e colocou a caixa em suas pernas, não queria abrir, não queria trazer memórias que tentava esquecer desesperadamente. Abaixou sua cabeça e apoiou a testa ali.

-Por que você fez isso? - Perguntou baixo.

Fechou suas mãos em punhos e sentiu seus dedos tremerem, eles haviam perfurado a caixa. Leehyunk era um garoto alegre, amoroso, sorria por qualquer coisa, estava noivo com uma garota maravilhosa, por quê? Por que ele se matou? Taehyung enlouquecia quando começava a pensar essas coisas.

Inclinou seu corpo e colocou a caixa em baixo de sua mesa, não iria abrir, não estava pronto para isso. Passou a mão em seus cabelos e ficou em pé.

-Kang. - Falou alto.

Kang passou pela porta rapidamente e olhou em volta, estava procurando a caixa. Tinha medo dele enlouquecer, já tinha visto isso uma vez e estava com medo de ter causado isso de novo a ele entregando a caixa.

-Sim?- Ela falou olhando para ele.

-Eu vou sair mais cedo. - Falou. - Procure o Senhor Min, pede para ele analisar esses contratos para mim. - Falou e saiu andando.

Sim, o pai de seu amigo era um dos homens que ele mais confiava ali dentro. Caminhou até o elevador e tirou o celular do bolso.

-Vamos beber. - Falou quando Jimin atendeu no primeiro toque.

-Sabe que são quatro horas da tarde não sabe? - Jimin perguntou sorrindo.

Taehyung raramente ligava para eles e estava animado com aquela ligação.

-E isso importa? - Ele perguntou saindo do prédio.

O manobrista entregou a chave nas mãos dele e sorriu como sempre.

-Boa tarde senhor. - Falou.

Taehyung entrou no carro, deu a partida e saiu. Precisava esfriar a cabeça, desde que demitiu aquela funcionaria, seu irmão não parava de aparecer.

-Sabe que não. - Jimin respondeu. - Vou avisar os meninos, mesmo lugar de sempre.                 

Desligou o celular e jogou para o banco do lado, pisou no acelerador e correu mais do que era acostumado, levou a mão em sua gravata e afrouxou o aperto. Não importava a hora, o lugar que eram acostumados a se encontrarem sempre estava aberto.

 

...

 

-Mãe, claro que não. - Ayame exclamou ficando em pé.

-Não é você quem decide isso. - Sakura revidou pegando sua taça de vinho.

Ayame sorriu soprado e olhou para o lado. Sakura estava organizando uma festa para comemorar a união das empresas, estava chamando todas as emissoras e queria mostrar para o mundo como as empresas Choi e Kim estavam crescendo com o casamento deles.

-Olha, sabe que Taehyung jamais aceitará isso. - Tentou.

Sabia que sua mãe conhecia o gênio do menino então usaria isso ao seu favor. Sakura olhou para sua filha e sorriu de lado.

-Até mesmo o senhor Kim está nos ajudando. - Falou. - Então vai acontecer e quero deixar bem avisado, precisam ser o casal mais apaixonados do mundo.

Ayame apenas balançou a cabeça e saiu andando, não adiantaria nada discutir com ela. Caminhou em direção à escada e subiu, queria ver o seu quarto, não teve tempo de se despedir do lugar. Assim que chegou na frente, passou a mão na porta e abriu .

Estava do mesmo jeito, suas almofadas, sua cortina, o tapete. Sentiu seus olhos arderem, caminhou até a cama e sentou, toda a sua infância e adolescência foram ali, era doloroso ficar longe.

-Filha. - Junghyun apareceu na porta. - Pensei ter imaginado coisa. - Sorriu.

-Oi pai. - Ela levantou rapidamente e o abraçou.

Não tinha visto o pai desde que ele saiu da mansão que compraram para ela e para o Taehyung.

-Estou sabendo da festa. - Falou assim que se separou dos braços dele.

-Eu sei, sua mãe não para. - Falou suspirando.

Ayame voltou até a cama e sentou novamente.

-Não consegue tirar isso da cabeça dela? - Perguntou.

Junghyun negou com a cabeça e sentou ao lado da menina. Estava com saudade de vê-la lendo, estudando, dormindo. Nunca pensou que seria um vazio tão grande quando ela saísse de casa. E quando passou pela porta e a viu sentada na cama pensou ter visto coisas, estava muito feliz por ela estar ali.

- Ela quer mostrar...

-Estou sabendo também. - Ayame o cortou escorando sua cabeça no ombro do seu pai.

O homem pegou a mão de sua filha e a trouxe para o colo, queria muito fazer alguma coisa, mas não conseguia nada quando ficava contra a sua mulher.

-Fique para jantar. - Falou. - Faz tempo que não comemos juntos.

Ayame não tinha almoçado, assim que chegou na casa, Dona Sakura ficou falando sobre a festa por quase três horas e seu estômago implorava por algo.

-Tudo bem. - Falou.

Junghyun sorriu com isso e desceram juntos, Sakura ainda estava no sofá e lia alguma coisa. Levantou seu olhar quando viu os dois e voltou sua atenção no livro.

-Ayame vai jantar com a gente querida. - Falou.

-Ela deveria estar jantando com o marido dela, que tipo de esposa é essa? - Falou sem olhar para eles.

Ayame prendeu a respiração e sentiu seus olhos arderem, não queria se sentir assim, sabia que sua mãe era desse jeito. Mas ela não era de pedra e se machucava fácil com as palavras.

-Tudo bem pai, eu vou indo. - Falou com a voz amarga.

Sakura sequer levantou a cabeça, virou a página do livro e continuou sua leitura. Junghyun balançou a cabeça e se aproximou dela.

-Não, come antes. - Falou.

-Não, estou sem fome mesmo. - Sorriu. - Eu preciso ir, afinal, meu marido pode chegar a qualquer momento. - Terminou de falar olhando para sua mãe.

Mas a mulher continuou ignorando o assuntou. Ayame pressionou os lábios e sorriu para o pai que estava em sua frente.

-Até mais pai. - Falou e olhou para sua mãe. - Tchau mãe.

Sakura apenas abanou sua mão no ar e virou outra página do livro. Ayame fechou suas mãos em punhos e saiu andando, não iria dar esse gostinho de chorar na frente dela. Abriu a porta e correu em direção ao carro.

-Filha. - Junghyun apareceu na porta.

-Tudo bem pai. - Forçou outro sorriso. - Tchau.

Yuta deu partida no carro e saíram do condomínio, Ayame abaixou a cabeça e sentiu uma lágrima escorrer, sua mãe já havia tratado ela muito pior, não estava entendendo por que aquilo machucou demais. Levou a mão até o rosto e passou o dedo para secar as lágrimas que continuavam caindo.

-Yuta, não quero ir para casa. - Falou. - Vamos dar uma volta.

O homem já tinha percebido que a menina estava chorando, apenas concordou em silêncio e começou a andar sem rumo pela cidade. As luzes dos prédios prenderam a atenção de Ayame, o vento, o cheiro do ar, tudo era agradável para ela. Não queria chegar em casa no estado em que se encontrava, lógico que Taehyung não daria a mínima, mas Yona iria perguntar muita coisa se entrasse chorando.

Fechou os olhos e se permitiu sentir mais um pouco daquele vento e acabou adormecendo daquele jeito. Abriu os olhos assustada e viu que ainda estavam na avenida.

-Meu Deus Yuta, ainda estamos andando? - Perguntou.

O homem virou um pouco assustado.

-Sim, eu deixei que dormisse mais um pouco. - Respondeu. - Podemos ir para casa?

-Lógico. - Ela respondeu assustada.

Ayame abriu sua bolsa e pegou o celular, arregalou os olhos quando viu que era uma hora da manhã. Yuta estacionou o carro e ela desceu correndo, acordaria cedo amanhã e ainda não tinha comido nada.

-Olá senhora. - Yona apareceu.

-O que faz aqui ainda Yona? - Ela perguntou tirando o cachecol.

-Senhor Taehyung também não chegou ainda, eu não queria deixar a casa sem nenhum de vocês. - Respondeu.

Ayame olhou em volta e notou a casa totalmente silenciosa, onde ele estaria? Bom, não que ela se importava com isso. Sorriu para Yona a sua frente.

-Estamos juntos, ele ainda pegando suas coisas no carro. - Mentiu. - Pode ir.

Certamente seria estranho para a mulher se eles não estivessem juntos a esse horário, então pensou rápido e ficou satisfeita com a sua desculpa.

-Tudo bem. - Yona sorriu. - Eu vou indo então.

A mulher passou por ela e saiu, Ayame tirou suas sapatilhas ali mesmo e subiu correndo. Entrou no quarto e foi direto tomar um banho, colocou um pijama quente e desceu. Precisava muito comer alguma coisa. Abriu a geladeira e fez um lanche improvisado, comeu e lavou o prato, não era justo deixar para Yona.

Saiu andando em direção a escada e quando estava na metade dela ouviu a porta abrir. Virou o corpo e viu Taehyung passar, ainda vestia a mesma roupa que saiu de manhã. Ele tirou seu casaco e pendurou junto com o cachecol dela.

Quando foi andar em direção a escada ele a viu em pé no meio o encarando.

-Er. - Ela falou. - Eu estava comendo e não te esperando. - Falou.

Ele apenas começou a caminhar e por alguma razão Ayame continuou parada, ele estava muito quieto. Quando se aproximou o suficiente notou os olhos dele vermelho.

-O que aconteceu? - Perguntou sem seu consentimento.

Ele parou de andar e a encarou sério. Sua gravata estava solta no pescoço e o cabelo um pouco bagunçado, poderia dizer que estava bêbado, mas sabia que não. Ele estava com o mesmo olhar e bem firme para estar bêbado.

-Não precisamos dar satisfações, precisamos? - Perguntou frio.

Ayame fechou os olhos e respirou fundo.

-Eu não estou pedindo que se explique. - Falou. - Credo.

Ela virou e continuou subindo.

-Preciso citar as regras de novo? - Ele perguntou e ela parou de andar.

-Oi? - Virou para encara-lo nos olhos.

Taehyung colocou suas mãos nos bolsos e subiu até ficar um degrau abaixo do dela e Ayame não deixou de notar que estavam da mesma altura.

-Invadiu meu espaço essa noite. - Falou.

Ela sorriu soprado e olhou para o lado. Claro que era isso, sabia que não deveria ter se aproximado noite passada.

-Eu não invadi o seu espaço. - Falou. - Eu só estava...

-Segurando o meu pulso?- Perguntou.

Ayame arregalou os olhos minimamente e agradeceu em silêncio por estar com as mãos no pulso dele e não a mão quando foi dormir.

-Olha, eu não invadi o seu espaço. - Falou novamente. - Eu... Você estava... Ai meu Deus, você estava tendo um pesadelo, acho que estava sonhando com o seu...

Taehyung se aproximou dela e a encostou na parede rapidamente, Ayame não sentiu dor, mas o susto a fez gritar um pouco. Ela levantou o braço e o encarou assustada.

-Não termine a frase. - Falou sério. - Você não sabe nada sobre mim, como pode deduzir o que eu estava sonhando?

Ele estava com as mãos nos braços dela e ainda no degrau de baixo, a segurava contra a parede. Mas não usava força para machucá-la.

-Me solta...

- Ninguém é como você, mimada pelos pais, com essa vida perfeita. - Falou. - Então não pense que vai entender a minha.

Ayame fechou suas mãos em punhos e sentiu seus olhos arderem. Ela estava longe de ter uma vida perfeita como ele disse.

-Não sabe o que está dizendo. - Falou. - Você não me conhece.

Taehyung se afastou um pouco e a encarou nos olhos, eles eram pretos como a noite e notara isso desde a primeira vez que a viu.

- Só fique longe de mim. - Falou baixo.

Ayame sorriu com aquilo e saiu andando, assim que virou o corpo Taehyung sentiu novamente o cheiro do seu cabelo e ficou assustado quando sentiu vontade de abraça-la para poder sentir um pouco mais daquilo. De alguma forma, aquele cheiro o fazia se esquecer de tudo como fez noite passada.

Taehyung não pensou duas vezes, viu sua mão se movimentar sozinha e puxar a garota de volta. Ayame ficou surpresa quando se desequilibrou e chocou suas costas com o peito dele, sentiu o braço de Taehyung passar pelo os seus ombros e segura-la ali.

-O que... - Ayame começou a falar.

-Um minuto. - O garoto pediu enterrando o rosto nos cabelos dela.

Taehyung estava se odiando, pois nem mesmo a bebida o havia feito esquecer do seu irmão e aquele maldito aroma conseguiu fazê-lo dormir noite passada.

 


Notas Finais


É isso!!

Espero mesmo que estejam gostando.
Comentem o que acharam ^^

Beijos e até o próximo! :****


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...