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História Nobody sees - Clace (HIATUS) - Não somos pássaros


Escrita por: sherdalx_lissa

Notas do Autor


⚠️gatilhos obre suicídio e automutilação nesse cap, se você se sente desconfortável sobre isso, não leia, esta autora não ficará chateada⚠️

Capítulo 28 - Não somos pássaros


Fanfic / Fanfiction Nobody sees - Clace (HIATUS) - Não somos pássaros


Clary só parou de correr quando chegou aos banheiros abandonados no campus. Lá era nojento, escuro e úmido, mas no momento era o único lugar em que conseguiria paz. E aceitou isso. Cambaleou até a última cabine que tinha uma das portas quebradas e se recostou ali, se escondendo por trás da madeira podre pintada de azul.

A respiração de Clary estava tão rápida que ela se sentia nauseada. Seu café voltou em sua garganta e ela engoliu o bile. Se forçando a se acalmar pelo menos um pouco. Encostou sua cabeça contra a parede com força, e respirou fundo várias vezes.

Não funcionou. Ainda continuava nervosa e trêmula. Suas mãos tremiam com violência e seu estômago não conseguia parar quieto.

As lágrimas caiam desde que Clary saíra correndo do campus da frente da escola na multidão.

Ela não soluçava, não era um choro alto nem algo que ela não conseguia controlar. As lágrimas apenas caiam, molhando seu rosto e sua mochila, a qual Clary estava abraçada.

A ruiva mordeu os lábios com força. Com muita força, querendo sentir dor. Querendo ser capaz de suportar alguma coisa. Dor era sua válvula de escape. Ela enterrou as unhas nas mãos e os dentes no lábio ainda mais forte. Mas nada de sangue. Só uma dor dilacerante.

Clary ofegou e se endireitou antes de abrir um dos compartimentos da mochila e tirar de lá um lâmina ainda embalada. Era nova. Clary lembrava de tê-la posto ali um dia quando estava escondendo de sua mãe, que quase viu.

Sua mão tremia levemente agora. Sentir o peso da lâmina em sua mão era quase relaxante.

Ao arregaçar a manga da camisa, viu as duas borboletas desenhadas ali. Jocelyn e Jace. Os olhos de Clary se inundaram novamente e mais lágrimas desceram dela. Clary começou a abrir a lâmina do papel, olhando suas cicatrizes. Algumas brancas, algumas rosadas e outra bem vermelhas. Recentes.

Congelou quando ouviu passos rápidos e então a invasão ao banheiro.

Quando viu Jace parado ali, ela começou a chorar desesperamente. Seus ombros convulsionaram e sua garganta apertou o nó já feito. Seu soluço podia ser ouvido há metros dali.

-- Clary... - Jace correu até ela, se agachando a sua frente, pegando a lâmina de suas mãos paralisadas e guardando no bolso. Clary tremia violentamente e chorava. Jace nunca a viu tão despedaçada.

Queria saber lidar com tudo isso mas não sabia. Então apenas sentou ao lado dela e a pegou no colo. A abraçando com força. Clary retribui, apertando-o quase dolorosamente. Seu choro ficou ainda mais intenso e mais forte. Seus soluços eram sucessivos agora.

-- Me desculpa me desculpa e-e-eu s-sou um mons-tro... - As palavras saiam sem muito nexo com a voz de Clary. Seu rosto cortorcido na mais quebrada expressão que Jace já viu. O verde em seus olhos nunca esteve tão apagado. Clary nunca pareceu estar tão perdida e em pedaços.

-- Shhh... - Jace segurou a cabeça de Clary e a encostou contra o ombro. Ela chorou ainda mais. Suas mãos se contorcendo no suéter dele. - Tá tudo bem, tá?

-- Eu ia matar você. - Ela o olhou. - Ia matar sua borboleta. Como eu... como eu... pude? - Ela olhou a próprias mãos com horror. - Não vê? Eu sou um monstro! Eu sou tóxica e tudo que há de ruim, Jace! Eu tô te trazendo pro inferno que é minha vida mas eu tinha que lidar com isso sozinha. Sozinha! - Ela fungou, porém lágrimas insistiam em sair de seus lindos olhos tristes.

-- Clary, tudo bem. - Ele segurou as mãos da ruiva, que ainda tremiam levemente. - Tudo bem, meu amor. Fica tranquila. Você tá em um momento muito delicado, eu entendo você e não to chateado.

-- Você tá mentindo.

-- Não tô.

-- Tá falando isso para para me deixar melhor. Mas eu sei a pessoa horrível e egoísta que eu sou Jace eu...

O loiro colocou um dedo em seus lábios.

-- Eu não aguento ver e ouvir você falar essas mentiras horrorosas sobre si mesma que acha verdade por uma doença. - Clary engoliu em seco. Não queria ter essa conversa com Jace. Não de novo. E não em um momento tão delicado. - Mas eu estou aqui, entendeu? Eu jamais menti pra você, Clary. - Ainda bem que ele mudou de assunto. - E eu estou te dizendo agora: Eu. Não. Estou. Chateado. - Olhou-a ainda mais profundamente no fundo dos olhos. - Não estou. Acredita em mim?

-- Eu ia quebrar o acordo.

-- Não quebrou.

-- Mas ia.

-- Você queria?

-- É tudo que eu mais penso. - Confessou. - Mas eu não queria. Eu não queria de verdade. Eu não estava pensando eu...

-- É isso que me importa. - Disse ele. - Apenas isso.

Clary engoliu em seco. E secou o rosto. Porém lágrimas continuavam vindo.

O silêncio se fez ensurdecedor.

-- Eu não fui no velório da Dotty. E nem no enterro... Eu... - Clary engoliu em seco e sentiu uma lágrima percorrer sua bochecha e pingar entre ela e Jace. Logo duas outras lágrimas fizeram o mesmo caminho. - Eu nunca visitei seu túmulo... - Sussurrou. - Não... Não dá... é muito... muito pra mim.

-- Tá tudo bem. - Jace pegou suas mãos e as beijou. O olhar carinhoso que ele tinha sobre Clary a fazia querer chorar ainda mais.

-- Ela se jogou do prédio. - Disse ela. - Só... caiu.

-- Eu sei.

-- Ela não era um pássaro. Ela não podia voar.

-- Não somos pássaros. E infelizmente não podemos voar quando caímos. Nós só caimos.

-- Ela queria queria cair.

-- Eu sinto muito.

Clary apenas sou para baixo, chorando baixinho e em silêncio.

-- Você viu quando ela...?

-- Não. - Jace balançou a cabeça. - Eu cheguei uns segundos depois, quando ela já tava no chão. Eu não olhei, não consegui...

-- Eu também não. - Clary engoliu em seco. - Eu sou tão egoísta...

-- Não é, amor... Não é... - Ele afagou o ombro de Clary e beijou sua testa. - Você tem limites. E eles precisam ser respeitados. Pelos outros, mas principalmente por você.

Clary apenas ficou silêncio. Fungou e limpou o rosto, por mais que soubesse que não adiantaria nada, pois continuava chorando.

Sem mais nenhuma palavra ser dita, Jace levou Clary para sua casa. Tendo certeza que os pais não estavam lá dessa vez.

-- Seus pais... - Clary engoliu em seco.

-- Meu pai levou minha mãe para aquela clínica pública de novo... Ela está piorando...

-- Eu sinto muito. - Clary queria dizer mais. Mas não sabia o que. Aquelas palavras pareciam vazias ditas por ela. - De verdade.

Jace apenas assentiu.

-- Posso falar para minha mãe ver a sua de novo se quiser... - Clary começou.

-- Não... - A voz de Jace fraquejou. - Eu não sei se adiantaria...

A ruiva abaixou a cabeça e olhou para as mãos.

Jace e ela se acomodaram na cama de solteiro do loiro. Não era uma cama espaçosa, mas era muito confortável. Mas talvez fosse só Jace.

Ele adormeceu rapidamente abraçado com ela. Clary enfiou a mão em um de seus bolsos e pescou a lâmina de volta. Se sentia culpada, era como uma traição. Mas não conseguiu.

Então guardou sua lâmina de volta em seu jeans, e dormiu.

📰🖌📰


No dia seguinte Jace tinha faltado novamente na escola para trabalhar. Estava de novo atrás do balcão da vendinha. Trocou mensagens rápidas com seu pai, que informou que voltaria apenas de noite. E sozinho.

O coração de Jace se afundou no peito. Era horrível de se suportar aquilo. Sua mãe estava tão bem e... se definhou novamente para aquele estado horrível. E dessa vez, seu pai avisou que sua mãe ficaria internada até ela melhorar. Para Jace isso significava para sempre.

Seu humor não estava um dos melhores.

Até que o sininho da porta da frente tocou, e o pior pesadelo de Jace aconteceu. Colegas de escola entraram na vendinha, e viram Jace.


Notas Finais


Desculpem estar tão desanimada meus amores, não é nada com vocês é só... um momento ruim
Mas não estamos aqui para falar de mim

Espero q vcs não se importem pelo capítulo, foi oq eu consegui forçar de mim até agr sobre automutilação e suicídio, tals... Então se vcs queriam coisas mais explícitas por algum motivo, me desculpem, ainda não é o momento e eu não consegui

Espero que estejam bem 💜


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