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História Nocaute - 13. Beautiful


Escrita por: mackenzie-

Notas do Autor


O capítulo está bem curtinho, porém bem fofinho. Creio que irão gostar. A parte que está com a fonte itálico é porque Justin está relembrando os acontecimento. Beijos!

Capítulo 14 - 13. Beautiful


Justin Bieber

A casa estava submersa em um silêncio infernal quando descia as escadas. Olhei para a enorme parede de vidro, observando como o mar estava calmo esta manhã. As linhas tênues de sol refletia em cada canto do ambiente, dando-me uma sensação deliciosa de paz.

Na noite anterior, quase não consegui dormir. Após sair da praia, Bliss passou mal e acabou vomitando, então, para ter mais controle sob a situação, pedi para que ela dormisse no mesmo quarto que eu. Não negou, parecia cansada. E foi assim que passei o restante da noite, verificando se ela estava bem, se estava acomodada, e averiguar de acordá-la para tomar água a cada três horas. Depois de muito tempo, consegui pegar no sono, mesmo com as memórias e preocupações rodando minha mente.

Uma música vinha da cozinha, o que até então me pareceu estranho. Não costumo a acordar com agitação, pelo contrário, amaldiçoo a conversa paralela logo cedo, minhas empregadas sabem disso desde que começaram a trabalhar em meu apartamento.

— Now this is a story all ‘bout how my life got flipped-turned upside down, and i liked to take a minute just sit right there, I'll tell you how I became the prince of a town called Bel Air… — Bliss acompanhava o rap enquanto virava uma panqueca na frigideira.

Ela começa a dançar apenas com a cintura, reparo o qual solta ela é para isso. Os movimentos leves e sem esforço. Levou a espátula perto da boca, como se estivesse segurando um microfone, cantando alegremente cada rima. Bliss vestia uma blusa minha que ia até suas coxas, metade da calcinha aparecia atraindo minha atenção sigilosamente.

— Um maluco no pedaço? — perguntei, entrando na cozinha com a mão no rosto, evitando o contato do sol em meus olhos.

Ela virou o rosto, assustada. Rapidamente, soltou a mão do cabo da frigideira para pausar a música do seu celular.

— Foi o primeiro rap que eu aprendi — riu sem graça, por ter sido pega no flagra.

— O primeiro rap que você aprendeu foi a abertura de uma série? — indaguei, com um sorriso no rosto.

— Sim… — negou com a cabeça, rindo — Infantil, né?

— Na verdade não… — dei de ombros, pegando um morango de uma tigela — Nunca consegui acompanhar o Will Smith quando começava a cantar.

Ela ficou em silêncio. Olhei em volta, notando que Bliss havia feito praticamente um banquete de café da manhã. Os pratos ajeitados perfeitamente, ao lado os talheres embrulhados num tecido branco. Muitas frutas se encontravam no centro, pareciam deliciosas e frescas. Um arranjo de flores pequenas e rosadas enfeitavam a mesa.

— De onde tirou essas flores? — toquei em suas pétalas ao sentar na mesa.

— Ah… acordei mais cedo, dei uma andada na praia e encontrei um mini jardim. Acabei pegando, tem algum problema? — perguntou gentilmente, colocando a última panqueca feita num prato.

Neguei com a cabeça, pegando os talheres e colocando a toalha no colo. A morena se sentou a minha frente, começando a se servir de seus feitos. Podia sentir que ela estava envergonhada, somente pelo fato de não me olhar diretamente nos olhos. Bliss sempre conseguia me deixar calado quando fitava-me; desde pequeno costumo a pensar bem no que irei falar, mas com ela em especial, eu acabo tomando uma atenção especial.

Bliss está sempre me olhando, como se estivesse calculando minhas próximas palavras, assustando-me quando sempre tem palavras para tudo, e costuma a dizer isso sem papas na língua. Ela sabe brincar, conversar, e, principalmente, tirar sarro das coisas.

— Eu… não vou te deixar. — disse como se fosse algo normal.

Senti uma pontada, como se essas miseras palavras acabaram de me atingir.

— Desculpe? — finjo descaso.

— Como elas te deixaram? — perguntou, colocando um mamão na boca, esperando minha resposta. Não obtendo resposta, continuou: — as pessoas… como?

Pigarreei.

— Meu pai nunca me deu muita atenção, bem, ele sempre me tratou de igual para igual… — dei de ombros, cortando um pedaço do melão em meu prato — Em tarefas em campo, sempre fui muito cobrado. Caso fizesse algo errado, seria punido. Esse era o alvo das maiores discussões do meus pais. — contei, um ‘o’ se formou nos lábios de Bliss.

— Ele já te puniu? — fiz que sim com a cabeça, mastigando silenciosamente — Como?

— Estavamos em um plano, e estava bem escuro. Eu tinha apenas dezessete anos, conhecia bem pouco sobre esse mundo. Sem querer atirei na perna de um dos nossos. Ele ficou impossibilitado de terminar o que fazia, e quase fomos pegos — continuava a comer, como se isso não estivesse me doendo por dentro. Essa história está fresca na minha memória — Chegando em casa, meu pai atirou em minha perna.

Bliss engoliu em seco, virando o rosto, parecendo estar enjoada.

— Está louco, Jeremy? — gritou Pattie, da sala de estar — Ele tem apenas dezessete anos! Você não pode agir com ele desta maneira!

— O garoto tem que aprender. Não posso deixá-lo ser um marica! — falou no mesmo tom.

— Atirar na perna do seu filho não irá educá-lo. Não irá mostrar a ele o que é certo ou errado. Isso só o deixará receoso sobre as coisas. — apontou.

— Pattie, o crime não perdoa, a vida não perdoa. Estou mostrando a ele tudo o que aprendi, estou mostrando a ele o caminho que deve tomar e a conduta que deve seguir. Todo meu patrimônio será deixado para Justin administrar, e ele tem que aprender desde cedo sobre dar o sangue e ser fiel a tudo o que diz e o que acredita.

— Você ouviu o médico? Quase que essa bala pega em uma artéria importante de sua coxa. Justin poderia ficar paraplégico, está me ouvindo? — praticamente berrou, com lágrimas nos olhos. — Não bastou para você todas aquelas lutas pesadas? Aprender sobre como manusear uma arma? — permaneceu o mesmo timbre. Ao notar que meu pai agia com desdém, ela respira fundo, passa o dorso da mão em suas bochechas e conclui em voz alta — Pra mim já deu, Jeremy.

— O quê? — as sobrancelhas dele se juntaram.

— Estou indo embora. Com Justin e os bebês. — anunciou — Eu não aceito esse tipo de ação, e principalmente, a sua indiferença.

— Pattie, não. — puxou-a pelo braço, antes que pudesse subir as escadas. Era notável o desespero em seus olhos. Meu pai podia perder tudo: seu império, seus aliados, toda sua fortuna, mas a única coisa que ele não aceitava perder era Pattie.

— Faz dois meses que tive gêmeos, Jeremy… — suspirou, deixando duas gotas solitarias escorrer em seu rosto — É muita pressão para mim, é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo.

— Baby, por favor. — puxou-a para perto, encostando seu queixo no topo de sua cabeça — Prometo evitar trazer essas coisas para suas costas. Prometo, amor. — murmurou.

— Vá falar com ele. — falou.

— Eu vou. — se distanciou um pouco para segurar em seu rosto.

Jeremy suspirou, ele não queria conversar sobre isso.

— Isso não muda a minha partida dessa casa — afirmou.

— Não vá embora. — implorou.

— Vou embora da casa, e não de você, Jeremy. — olhou para os lados — Preciso de um lugar estável para morar com os bebês, e não um que está prestes a ser bombardeado — cessou, subindo, finalmente, as escadas.

Minutos mais tarde, recebi dois toques na minha porta. Lembro-me vagamente de suas palavras. Jeremy me olhava fundo nos olhos, dizendo da forma mais sincera e fria que já ouvi em todas minha vida. Foi a partir daquele dia que mudei. Comecei agir como ele.

— Dê o seu sangue pela equipe, morra por ela. Se tudo falhar, será sua culpa e não deles, pois você, Justin, é o líder. Você é o que manda na porra toda. — disse — Se alguém quebrar a perna, um braço, levar um tiro, ou até morrer, você sentirá o peso de tudo isso, está me entendendo? Porque você é o chefe, eles são seus empregados. Todos tem uma função importante neste mundo. Caso você perca alguém de determinado cargo, sentirá a gravidade do erro. Pois, se um funcionário morre, a empresa sai perdendo. E se a empresa sai perdendo, você perde.  

Jeremy segurou em meu rosto quando ameacei desviar o olhar.

— As pessoas te trairão se você for frouxo, se aproveitarão de você se for muito bom. Você sempre terá de sair por cima em tudo o que faz. Tenha a destreza de notar quem é a pessoa com má conduta em seu grupo, e elimine-a. Porque se não for ele, será você. — a frieza de suas palavras me arrepiaram — Você está nesse mundo desde criança, e terá de lidar com as consequências, portanto, não falhe.

Minha mãe se mudou para uma nova casa, e eu, bem, eu fiquei. Fiquei com meu pai, aprendendo cada lição que ele tinha a me mostrar, mesmo que isso pudesse tirar minha vida.

— Seus amigos podem morrer, portanto não se apegue a eles. Não se apegue a ninguém. Em geral, as pessoas que não são seus aliados, são seus inimigos. — repeti em voz alta, lembrando-me de cada expressão que Jeremy fez ao dizer esta frase, que guardei.

Todo o folêgo de Bliss se esvaiu, ela me observava sigelosamente, tentando destinguir qualquer feição que eu pudesse fazer. Seus olhos perdidos se focaram em mim, e toda a angustia tomou conta dela.

— Seu pai é um monstro… — proferiu.

— Um mestre — repliquei — É a partir dele que obtive todas as experiências que tenho hoje.

— Eu nem sei o que dizer… — negou de leve com a cabeça.

— Não sinta pena, sério. — adendei — Jeremy construiu tudo o que sou hoje, e me dou muito bem na máfia por conta dele.

— Ele que te colocou nas lutas? — perguntou.

— Sempre amei lutar. Corpo a corpo, descontar minha raiva, e coisas do gênero — expliquei — Jeremy reparou que sempre me dei bem nos ringues, detonava vários caras. Então, ele começou a fazer lutas ilegais. No começo era bem pequeno, mas foi aumentando, trazendo clientela. — dei uma pausa para engolir o que eu comia — Mas agora é grande, temos mais de quatro pontos de luta ilegal, e eu administro tudo. Costumo a participar de algumas, mas não são em todas.

Bliss permanecia quieta, apoiando seu rosto nas mãos, esperando eu dizer tudo o que tinha a falar. Seus olhos azul cristal se focaram exclusivamente em mim, e, por um momento, me senti confortável por ter toda essa atenção vinda dela.

— Obrigado… — disse, de repente — Por cuidar de mim.

— Sempre estarei cuidando de você. — travei o maxilar, como forma de amparo.

Notei a sua vergonha, e um sorriso discreto se formou em seus lábios. Ela se levanta, pega o prato da mesa, indo em direção a pia. Faço o mesmo.

— Temos o almoço na casa dos seus pais. — mencionou, escorando as costas na bancada.

— Recebi uma mensagem da minha mãe. Parece que seus pais já estão prestes a chegar lá. — respondi, analisando atenciosamente cada detalhe seu.

Bliss ficava mais linda ainda com a luz do sol em seu rosto, todos seus traços se destacavam, sua beleza gritava para mim. Me sinto impossibilitado de não apreciar a mulher que está apaixonada por mim, e juro que se eu passar mais semanas longe dela, irei surtar. Estar com a Bliss é confuso. Sinto vontade de fazer coisas que nunca imaginei, dizer coisas que penso de ultima hora.

Meu pai costuma a falar para mim sobre fidelidade a sua esposa. Você sempre tem de ser um cavalheiro e nunca, em hipótese nenhuma, magoar uma mulher para subir o seu ego. Bem, eu costumava a fazer isso, costumava a frequentar baladas, encher a cara e pegar várias garotas, mas, com o tempo passando e todo o poder da máfia em minhas mãos, foder mulheres me pareceu irrelevante. Minha frieza sobressaiu ao desejo, e eu me afastei. Mas, diante a ela. Deus, eu me sinto tão fraco.

Em anos nunca consegui expressar o que sentia. Não consigo proferir em palavras tudo o que penso, por vezes, quero falar tudo para Bliss, tudinho, mas simplesmente não sai. Quero mostrar que posso ser tão expressivo quanto ela. Que posso ser um cara bom para ela, para quem sabe, Bliss não me deixe.

— Por que você está me olhando assim? — riu amarelo, colocando uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.

— Você é a mulher mais linda que já conheci em toda minha vida. — me aproximei, segurando em seu rosto.

— O quê?

Deslizei uma das minhas mãos para sua cintura, colocando-a em cima da bancada. Fico entre suas pernas, e ela enlaça seus braços entorno do meu pescoço. Me permito beijar sua bochecha, seu pescoço, sentir seu cheiro. Como senti falta disso. 

Preciso dizer a ela tudo o que penso sobre nós, preciso dizer o que ando pensando, e como me sinto. Nem que isso custe nossa relação. Esse sentimento persiste dentro de mim e implora para que seja dito em qualquer ocasião que pareça necessário. 

— O que foi, Justin? — riu, acariciando minha nuca com as pontas dos dedos.

— Eu vou me casar com você. — falei o que sentia.

Seus olhos brilharam de modo mais intensificador. Suas mãos fraquejaram, e jurei que ela diria algo, mas nada saiu. Apenas um sorriso frutífero.

— Se casar comigo?

Não pude evitar de beijar seus lábios, pedindo passagem. Ela não nega, apenas me puxa para mais perto. Bliss conseguiu tirar meu fôlego com apenas um beijo, fazendo-me relembrar de como é sentir algo por alguém. Ao nos distanciar, ainda permaneci próximo de seu rosto, conseguindo dizer finalmente:

— Pode demorar anos. Você pode ir para Seattle. Mas, Bliss, nós vamos nos casar. Nem que demore uma vida inteira.  


Notas Finais


ME PERDOEM PELO CAPÍTULO PEQUENO! Não queria deixá-las sem capítulo novo, e eu senti falta de escrever capítulos fofos entre os dois.
Por favor, não esqueçam de comentar o que acharam. Espero que tenham gostado, de verdade.


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