KAROL ON
Na manhã seguinte eu acordei com o barulho de uma mochila caindo no chão. Olhei para cima e era o Carl me olhando irônico.
Eu: Fez de propósito?! – Falei sarcástica enquanto me levantava.
Carl: Eu?! Claro que não. – Repetiu o meu sarcasmo.
Rick: Karol, vamos? – Ele pareceu ansioso até demais para chegar no Reino.
Eu: Vamos. – Peguei a minha mochila e comecei a andar.
Era estranho não tomar banho ou escovar os dentes quando acorda, mas isso vai mudar quando chegarmos no Reino.
1 hora depois.
Estávamos cansados por andar uma hora inteira sem parar, mas sabíamos que tínhamos que fazer o possível para chegar lá logo, afinal, não sabemos quantas outras comunidades podemos encontrar daqui até lá.
Finalmente chegamos, eu ficaria feliz de ver aquele muro de ônibus e cercas de metal, se eu não tivesse ouvido barulhos de tiro, e os portões estavam completamente abertos.
Eu: Mas que merda. – Corri para dentro da comunidade.
Não sei o que está acontecendo, mas coisa boa não é, estava tendo um tiroteio e carros com pessoas desconhecidas usando uma roupa preta com um símbolo no capacete. (Símbolo: capa do cap).
XxxX: PARADA. – Um homem estranho apontou uma arma para mim.
Eu ia me render, mas na mesma hora Shiva pulou em cima do homem mordendo o seu pescoço o matando.
Eu: Shiva. – Corri e abracei ela.
Tara: Karol o que está acontec... Uou, isso é tigre. – Ela pareceu mais surpresa com a Shiva do que com o tiroteio que estava acontecendo.
Eu: Me ajudem rápido. – Tirei minha arma do bolso e comecei á atirar.
Rick: É para atirarmos em quem? – Ele perguntou confuso pegando a arma.
Eu: Em quem estiver com esse símbolo no capacete. – Apontei para o capacete do homem morto por Shiva.
Começamos a nos espalhar para não sermos atingidos pelas balas. Não conseguia entender o que estava acontecendo aqui, até onde eu sei nós não temos rixas com nenhuma outra comunidade.
Me escondi atrás de uma das placas de metal que usamos para complementar o muro.
Ezekiel: Karol. – Ele correu até mim e me abraçou apertado. – O que está fazendo aqui?
Eu: Eu e o meu grupo fomos expulsos de Alexandria, precisamos de um lugar para ficar, mas quem são essas pessoas? – Gritei já que o barulho de tiro era predominante ali.
Ezekiel: Não tenho tempo para explicar agora, tenho que ajudar o meu povo. – Ele se levantou atirando. – Você vai ficar bem?
Eu: Pode deixar, eu vou sim. – Assenti e dei um sorriso para que ele não ficasse preocupado.
Ezekiel saiu atirando e eu continuei com o meu trabalho, estava com pouca munição e andar até a escola para pegar mais seria suicídio. Vi algumas das flechas do Daryl atacando o pessoal, é sinal de que eles também estão ajudando.
XxxX: AE GALERA, O LÍDER TA CHAMANDO DE VOLTA, TODO MUNDO PRA FORA. – Um dos caras desconhecidos grita e todos eles entram nos carros e vão embora.
Quando o último carro deles ultrapassou o portão indo sabe-se lá para onde, nós começamos a sair de nossos esconderijos.
Carl: Você está bem? – Correu até mim e me abraçou.
Eu: Estou, mas precisamos saber o que está acontecendo aqui. – Dei um beijo na sua bochecha e fui até o meu pai.
Ezekiel: Querida, você se machucou? – Ele estava vindo até mim, mas parou assim que o Rick e seu grupo ficaram atrás de mim. – Quem são eles? – Ele falou zangado.
Mateus: São estranhos, ela trouxe estranhos para a nossa comunidade. – Um dos guardas, que sempre implicava com tudo, falou zangado, mas logo se calou quando a Shiva rugiu para ele enquanto se sentava do meu lado.
Eu: Eles são boas pessoas, nos ajudaram aqui. – Tente convencê-los.
XxxX: Ela tem razão, o ruivo me salvou. – Uma das garotas falou e outros balançaram a cabeça concordando.
Ezekiel: Eu pretendo aceitá-los na comunidade, já que nos ajudaram, alguém tem alguma coisa contra? – Ele perguntou á comunidade que fazia uma ronda em volta de nós.
Todos ficaram calados, uma coisa que eu sempre admirei aqui é que nós damos chances ás pessoas que vêm até nós, mas é claro que se elas pisam na bola a gente acaba com tudo.
Ezekiel: Pois bem, eles ficam, daremos uma chance. – Ele se aproximou e estendeu a mão para o Rick que logo apertou.
Mateus: Eu quero ficar de guarda deles. – Se pronunciou.
Ezekiel: Está bem. – Ele sabia que o Mateus não ia ficar quieto enquanto a gente não aceitasse. – Rick, o protocolo com pessoas novas é ficarmos de olho por um tempo, tem algum problema com isso?
Rick: Não, de jeito nenhum.
Mateus: Ótimo, vou acompanhá-los até as suas barracas. – Começou a andar. – Aqui no Reino dormimos fora da escola no verão e dentro no inverno, como é verão a gente dorme em barracas.
Andamos até uma pequena área no canto da comunidade onde tinham algumas sacolas de barracas no chão, próximas á algumas árvores.
Mateus: Podem ficar aqui, não vou incomodar, apenas observar de longe algumas vezes. – Ele falou ainda sério e saiu.
Ezekiel: Estão bem acomodados? – Perguntou vindo até nós.
Eu: Sim, que bom que não se feriu. – O abracei.
Ezekiel: Hahaha, Está tudo bem comigo, o seu velho ainda agüenta o tranco, e a Shiva também. – Me abraçou de volta.
Daryl: Então... Você é o dono disso tudo aqui? – Ele tentou puxar assunto para conhecer mais.
Ezekiel: Os donos são todos que moram aqui, eu apenas comando, podem me chamar de Rei Ezekiel.
Rick: “Rei”?! – Repetiu um pouco sarcástico.
Ezekiel: Um bom termo para hoje em dia, digamos que a sociedade de uma volta no tempo, quando haviam feras perigosas á solta e o ser humano tinha que se unir.
Abraham: Realmente vocês estavam bem unidos com aquele outro pessoal. – Fez graça e Rosita lhe deu uma cotovelada.
Eu: Quem eram eles pai? – Perguntei curiosa, não podia imaginar o Reino tendo problemas com outras comunidades.
Ezekiel: Já estão por essa região á muitos anos, são estranhos, atacam e levam poucas coisas, é quase como se fosse... Diversão. – Ele suspirou. – Onde o mundo vai parar, não é mesmo?!
Maggie: E como conseguiram entrar?
Ezekiel: Quebraram o portão, mas não se preocupe, conseguimos consertar isso em poucas horas, o dia acabou de amanhecer. – Ele deu um sorriso simpático. – Quer dar uma volta? – Perguntou para mim.
Eu: Claro. – Me virei para o Rick. – Vocês só precisam montar as barracas e fiquem á vontade. – Ele assentiu.
Começamos a andar para a parte de trás do Reino, na frente ficavam as barracas e atrás tinham um espaço maior caso viesse mais gente, era cheio de árvores e flores, parecia um bosque.
Ezekiel: Você gosta daqui? – Perguntou enquanto estava de mãos dadas comigo.
Eu: Eu amo, é a melhor parte do Reino, é quase como se o mundo não tivesse acabado e nós estivéssemos caminhando num parque normal.
Ezekiel: O que te impede de pensar que isso é um parque normal?! – Ele olhou o céu. – Tem árvores, um céu azul, tem o seu pai, o que te faz ficar na realidade?
Eu: Hum, quem sabe o fato de eu estar ouvindo os grunhidos dos zumbis lá fora. – Falei sarcástica fazendo ele rir. – Ou quem sabe o fato de eu estar segurando a coleira de um tigre.
Ezekiel: Antigamente eu passeava com ela. – Deu de ombros.
Eu: Dentro de um zoológico quando estava tudo fechado, não dentro de uma comunidade pós-apocalíptica. – O encarei rindo.
Ezekiel: Então ta bom, argh. – Ele se sentou com um meio gemido de dor. – Estou ficando velho.
Eu: Hahaha Como era mesmo a frase?! “O seu velho ainda agüenta o tranco”. – Repeti o que ele disse agora á pouco.
Ele riu da minha frase e eu me sentei ao seu lado fazendo carinho na Shiva que se deitou próximo de nós.
Ezekiel: Sabe, eu nunca vou me arrepender de ter desobedecido minhas próprias ordens e ter andado na floresta sozinho aquele dia.
Eu: Que dia? – Perguntei confusa, mas não dei muita atenção ao que ele estava falando já que eu fiquei entretida em ver a Shiva colocando a cabeça e as patas na minha perna.
Ezekiel: O dia que te conheci. – Ele olhou para mim acariciando o meu rosto. – Você é a melhor coisa que já aconteceu na minha vida, eu te amo filha.
Eu: Eu também te amo pai. – Apoiei a minha cabeça no seu ombro e ficamos apenas observando a paisagem.
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