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História Not Today - Imagine BTS - Vensly não é uma prostituta, Tae


Escrita por: venslybrr

Capítulo 4 - Vensly não é uma prostituta, Tae


Fanfic / Fanfiction Not Today - Imagine BTS - Vensly não é uma prostituta, Tae

Kah

           

Entrava correndo dentro do meu quarto. As pisadas dele se aproximavam cada vez mais, enquanto meu coração batia mais rápido. Minhas mãos estavam suadas, minha respiração ofegante, e tentava trancar a porta. Meus dedos deslizaram e fez a chave cair. Peguei rapidamente, e coloquei de volta, trancando.

   Escuto uma pancada em minha porta, que me fez pular. Era meu pai batendo na porta com a sua enorme força, que havia feito a mesma meu olho roxo. Tremi, mas ainda bem que já havia trancado. Segurei a maçaneta com força enquanto chorava.

   — Você tem dez minutos para sair daí — falou ele, o que me fez gelar da cabeça aos pés.

   Procurei, tonta pelo murro que meu pai havia me dado, meu celular. Não conseguia achar por causa da bagunça, assim como minha vida estava. Minha vida foi bem difícil ao longo de todos os anos de minha existência.

   Sou irmã do famoso J-Hope do BTS, mesmo não lembrando seu rosto, pois a última vez que o vira, tinha 5 anos. Minha mãe era coreana e meu pai brasileiro. Quando eles se divorciaram, ela foi para a Coreia com ele, e meu pai escolheu ficar comigo.

   Ter a figura de um pai e não de uma mãe para se espelhar já era bem difícil. Ele viajava muito, dizia ele que era por trabalho. Me deixava na casa da vizinha, que eu tinha muito medo.

   Algumas vezes ele saía para beber, voltava, e me batia por qualquer coisa que acontecesse. Eu aguentava calda, afinal, pelo ou menos ele não me abandonou como minha mãe. Em um certo dia, ele viajou por um mês e me deixou na vizinha.

   Ele não voltou por três meses. Ele simplesmente não me queria mais, até que a minha vizinha entrou em contato com a justiça, e fez ele ficar comigo. Me senti muito mal por isso. Não sabia o porquê, e tudo se respondeu quando ele estava assistindo uma entrevista do BTS na tv, e falou para mim que deveria ter ficado com o Hoseok.

   Aquilo me magoou de verdade. Chorei baixinho, mas ele ouviu, e foi a primeira vez que me dera um murro que fez meu rosto sangrar. Depois daquele, se tornou rotina. Todos os dias ele me bate.

   Uma vez, ele me bateu tanto, que desmaiei, e fui levada ao hospital, com ele dando a desculpa que eu havia caído da escada. A enfermeira olhou para mim e perguntou se era verdade, e eu simplesmente respondi que sim com a cabeça.

   A minha vida pode ter sido assim, mas eu também tive ótimos momentos, e todos eles foram com minhas amigas, que eu tenho orgulho de chamar de família. Elas me tiraram do fundo do poço quando eu mais precisei, e sempre estavam lá para fazer as loucuras e me alegrar todas as vezes que eu estava triste. Nunca me arrependi de ter conhecido elas.

   Morava em Nova York depois que a gente terminou o colégio, então decidirmos nos separar. Mas ainda morava perto de Bela. Nós duas decidimos voltar ao Brasil, e continuar nossa vida aqui.

   Me tornei uma Designer, e ela treinadora de golfinhos, que trabalhava num aquário perto onde morava. Morava apenas alguns quilômetros longe dela e, nesse exato momento, ela deveria estar fechando tudo no trabalho.

   Me deitei do chão perto da minha janela, e chorei. Uma angustia surgiu dentro de mim, e a saudade do tempo que passara. Eu era feliz, mas disso não sabia. Queria que minha vida fizesse mais sentido, o que nunca iria acontecer.

   Achei meu celular, que estava debaixo do meu criado mudo, para meu pai não encontrar, abri, mesmo com os olhos repletos de lágrimas, e entrei no twitter para falar com Hoseok. 

   Nós poderíamos ter nos separados, mas nunca perdemos o contato. Falava com ele diariamente, e contava meus problemas. Percebi que faltavam apenas alguns minutos para meu pai voltar e me bater de novo, então tomei uma decisão drástica.

   Abri o chat, e falei para Hoseok, que não estava on-line: “Sabe aquele dinheiro que eu venho guardando? Está na hora de usar. Te encontro em Seul”.

   De todas as decisões que já tomei em minha vida, aquela certamente era a mais louca, e a mais certa ao mesmo tempo. Chovia e relampeava, não sabia como iria fazer aquilo, mas tinha que fazer.

   Cinco minutos eram o que restava para meu pai chegar. Abri rapidamente meu closet, e consegui ver algumas roupas. Peguei minha mala, mochila, coloquei tudo que vi na minha frente dentro.

   Quatro minutos para meu pai chegar. Olhei para minha cama, e lembrei que era lá que eu guardava todo o meu dinheiro. Fazia tempos que Hoseok e minha mãe me mandavam dinheiro para conseguir pagar todas as minhas necessidades, porém, nada era o que eu queria.

   Três minutos para meu pai chegar. Fiquei pensando em como eu ia fazer, e como eu iria. Então lembrei da insatisfação de Bela, e pensei que seria ótimo se ela fosse comigo. Ela provavelmente não iria aceitar, mas não custava tentar.

   Dois minutos para meu pai chegar. Peguei tudo, e abri a minha janela de vidro. Com um pé do lado de fora e um dentro, olhei para todo o lugar. Era hora de dar adeus, e eu tinha certeza que era a hora certa.

   Pulei, e fugi, enquanto escutava minha porta se abrindo. Tinha certeza onde deveria ir.

Bela

 

— Você não está cumprindo com as suas horas de trabalho Bela! — Gritava meu chefe, que já estava sem paciência, o que me deixava nervosa.

   — Me desculpe, por favor, me desculpe.

   — Você chegou atrasada, dormiu durante o trabalho e esqueceu de alimentar um golfinho.

   — Em briga de saci, qualquer chute é uma voadora — falei, baixinho.

   — O que você disse?

   — Nada! — Falei, meio sem graça e quase rindo.

   — Você acha engraçado, não é? Na próxima falha, você está demitida.

   Ele saiu pela porta de vidro, pois já ia embora. Estava só eu, a água, e os golfinhos naquele aquário. Tinha de fechar tudo, ir para casa, e provavelmente dormir. Sim, provavelmente, já que nem todas as noites conseguia.

   Depois que saí de Nova York, minha vida estava muito conturbada, o que me deixava sem muitas opções para aproveitar a vida. Tudo o que eu queria, era sair por aí, sem rumo, e aproveitar.

   De repente ouvi um barulho, que me deixou assustada. Saí de dentro da sala de vidro, e fui direto para as piscinas principais. Olhei ao redor, e estava escuro. Sobrava apenas o reflexo da água no meu corpo.

   Escutei outro barulho vindo de trás de mim. Olhei, e não era ninguém. Aquilo já estava me deixando realmente assustada, e me deixava pensar se era um ladrão. Se sim, ele havia acabado de roubar minha dignidade. Olhei para frente de novo, e tomei o maior susto de minha vida.

   — BU! — Era Kah, que ria do grito mais horrível que eu já tinha dado. Peguei no meu coração, tentando recuperar o fôlego que eu havia perdido.

   — Kah! Você me assustou.

   — Jura? — Perguntou ela, indo para trás de mim. Acompanhei.

   — O que você quer aqui essa hora da noite?

   — Comprei duas passagens para São Paulo, e depois vamos para Seul — falou, o que me deixou chocada.

   — O que você está falando?

   — Ando guardando minhas economias debaixo da minha cama.

   — Você quer ir para São Paulo e Seul com apenas os seus super dois reais?

   — Guardei todo meu dinheiro em um banco em SP.

   — O que? — Perguntei, abismada.

   — A questão é: Não aguento mais apanhar do meu pai, tenho que ver Hoseok, pegar o dinheiro, e construir minha vida em Seul. Sinto que ela está lá.

   — Ok — respondi. Não tinha mais nada a perder, e a situação estava difícil.

   — Como? — Perguntou Kah, de olhos arregalados.

   — Eu vou.

   — Achei que ia ser mais difícil, mas tudo bem. Pegue suas coisas, nós embarcamos no último voo para SP.

 

Vensly

 

Los Angeles continuava ensolarada do mesmo jeito que a visitei da última vez. O vento batia no meu rosto no carro sem teto com Simon dirigindo, mesmo não gostando muito do sol no meu rosto, amava a cidade dos Anjos, e sentia que algo muito bom iria sair dela.

   Os coqueiros que ficavam nas calçadas estavam cada vez mais verdes, as flores ao seu redor já estavam caindo, mas ainda assim declaravam a sua beleza para a cidade mais apaixonante do universo.

   Olhava sobre os grandes montes verdes, e conseguia ver nitidamente os letreiros com o nome de Hollywood. Nunca aquela cidade estava tão linda, e estava tão animada, e tão lerda, que nem ouvira Simon chamando meu nome.

   — Vensly! — Gritou Simon, e não parecia ser a primeira vez.

   — O que?

   — O que você está achando? — Perguntou, rindo.

   — O que eu estou achando?

   Com os cabelos no rosto, animação subindo para minha cabeça, fiquei em pé na cadeira, e então comecei a gritar mesmo com tudo de ruim que estava acontecendo, conseguia ver felicidade onde não tinha.

   Alguns minutos depois, chegamos no hotel onde íamos encontrar a banda misteriosa, e conversar com os líderes. Estava ansiosa para saber qual era. Simon estacionou em frente ao hotel, saímos e havia dois agentes do FBI de LA nos esperando.

   — Lá vem a falsidade — sussurrou Simon para mim, enquanto eles se aproximavam.

   — Bem-vindos agentes! — Gritava a mulher, levantando o braço, ela parecia ser bem simpática. Era loira, alta, magra e tinha os olhos azuis como o mar. Sua pele era levemente bronzeada. — Sou a agente Callie, e esse é o meu parceiro Philip.

   — Obrigada, sou a agente Vensly e esse é o meu parceiro Simon — falei, cumprimentando com a cabeça.

   A banda está no último andar. Vão levar suas malas para um quarto, e você irão diretamente conhecer os líderes da banda. Logo após, vocês podem aproveitar Los Angeles, e logo partiremos para Seul.

   — Obrigado, agente — falou Simon, virando a cara.

   — Venham conosco — falou Philip, e nós o seguimos.

   Olhei ao redor e vi o grande hotel. Ele tinha vários andares repletos de vidro ao redor, e a sua cor refletia um cinza que combinava perfeitamente com a cidade. Era simplesmente magnífico.

   Entramos na recepção, e tudo parecia bem organizado, não tinha nenhum ar rústico, pois era muito modernizado. Havia algumas mesas ao lado esquerdo, e as pessoas conversavam bastante.

   No balcão, a recepcionista atendia o telefone, e em cima, havia um grande desenho feito inteiramente de vidro e pedras que me pareciam rubis. Fiquei maravilhada com o tão lindo que ele era. Diferente de NY, LA tinha o ambiente mais iluminado e cheio de vida, o que me deixou boquiaberta.

  — Algum mosquito pode pousar na sua boca, idiota — falou Simon, o que me fez fecha-la.

   Fomos até o elevador, que ficava um pouco depois das grandes escadas, Philip clicou no botão, e ele rapidamente se abriu. Entramos, e Simon estava do meu lado, enquanto eu estava na ponta. A cara de raiva e nojo do Simon ao se encostar em Callie, foi a melhor do dia.

    Demorou um pouco para chegarmos no último andar, que era restrito. Pessoas entravam e encaravam nossos uniformes, impressionados pela diferença que tinha entre nós e eles.

   Enquanto Callie tinha aquela aparência, eu era meio alta, mas pequena na sua frente, cabelos lisos e cor castanha, rosto afilado, lábios inferiores grossos e superiores pequenos, dentes alinhados (graças ao aparelho dental que usei na adolescência) e olhos da cor do cabelo. Minha pele era com toda certeza muito bronzeada, por morar a minha vida toda no estado do sol, e tinha o corpo bem alinhado.

   Simon era bem diferente de Philip. Ele tinha a pele muito mais clara, por ter morado a vida inteira em Nova York, barba feita, magro, enquanto Philip era negro e bem musculoso, que parecia um surfista.

   A diferença poderia ser grande, mas nada impedia de sermos competentes. Lutei por aquilo, consegui meu trabalho por grande esforço, e consegui chegar ao topo. Nada iria me deter, e eu estava pronta para mostrar o que eu sabia fazer.

   — Chegamos — disse Philip. Não olhei o ambiente, tirei meu boné do FBI, e saí acompanhando eles.

   Passamos por vários lugares até chegar em uma sala específica. A porta se abriu, então Callie começou a falar.

   — Boa tarde, pessoal. Esses são os agentes Nova Iorquinos Vensly e Simon.

   Levantei a minha cabeça para ver que banda é essa que todos eles estavam falando, e que deixaram mistério sobre qual era. Havia dois garotos sentados em uma cadeira, enquanto a outra estava vazia. 

   Fiquei completamente chocada quando vi que a “banda” que eles tanto falavam era simplesmente o BTS. Meu coração palpitou bem rápido ao ver Nanjoom de cabelo roxo sentado ao lado de um garoto de cabelo rosa claro... Meu Deus! Era o Jimin.

   A expressão de Jimin era a melhor de todas, pois ele estava de boca aberta, abismado ao ver a bêbada do bar que foi expulsa na sua frente, com o uniforme do FBI.

   Não sabia como estava minha cara. Minha expressão estava rindo, e ao mesmo tempo tentando me recuperar do choque. Acho que a cena estava engraçada e ao mesmo tempo confusa, ao julgar pela cara dos agentes.

   — Eu não acredito — falei, ainda com a mesma expressão.

   — Vensly? — Pergunta Jimin, com a mesma expressão.

   — JIMIN! — Falei, enquanto ria.

   — A meu Deus — disse Jimin, pegando na cabeça. Nanjoom olhava confuso.

   — Eu não acredito que você está realmente aqui! — Falei, quase gritando, enquanto ele ria.

   — Não me diga que você estava falando sério quando disse que era do FBI — perguntou ele, balançando a cabeça.

   — Sim, eu estava! Uou, chupaaa! — Gritei, enquanto os agentes arregalavam os olhos para mim.

   — Não acredito que eu estou te vendo de novo! — Gritou Jimin, e se levantou.

   Fui na sua direção, estendi os braços e nos abraçamos, enquanto eu ria, e ele ria. Nanjoom não entendia nada, Simon estava de boca aberta, e os dois agentes estavam envergonhados.

   — Que bom te ver! O que veio fazer aqui? — Perguntou, enquanto voltava a sentar.

   — Vou voltar com vocês para Seul.

   — Sério que nossa segurança contra mafiosos está nas mãos dela? — Perguntou Jimin.

   — Ela é uma das melhores agentes, senhor. Mas se quiser, podemos trocar — falou Callie, que me deixou indignada ao mesmo tempo. Simon tinha razão.

   — Não, não! Claro que ela vai — falou Jimin, ainda rindo.

   — Ok, podemos começar? — Perguntei, sentando na cadeira e Nanjoom respondeu.

   — Não, falta você conhecer outro integrante — falou Nanjoom.

   — Acho que... — começou Jimin, mas não terminou pois foi interrompido pelo barulho da porta abrindo.  

   — Desculpe a demora — essa voz me parecia familiar.

   Era Suga. Eu nunca poderia esquecer essa voz em toda minha vida. Ele continuava lindo, mas tinha mudado a cor do cabelo. Dessa vez, ele estava preto azulado. Ele estava vestindo uma camisa branca e calças marrom.

   Ao olhar para ele, levantei-me devagar, enquanto ele, parado, estava com a boca aberta, ainda com a mão na maçaneta. Seu rosto era sereno, e naquele momento, senti algo tão arrebatador que me arrepiava da cabeça aos pés. Aquela sensação de frio na barriga me consumiu, e eu não poderia conter a felicidade.

   — Yoongi? — Gritei, e todos da sala olharam, mas Jimin estava contendo o riso. — Não acredito.

   — Jimin? — Perguntou Yoongi, olhando para Jimin.

   — Dessa vez não tenho nada a ver com isso — disse Jimin, rindo. Yoongi tornou a olhar para mim, enquanto eu não tirava os olhos dele.

   — Porque ela está com o uniforme do FBI? — Perguntou Yoongi, assustado. — Jimin, não me diga que você deu uma fantasia para ela.

   — Lembra quando eu falei que era do FBI? Não estava mentindo — respondi, indo em direção a ele. Com o nervosismo, nem percebi que pisara no pé de Yoongi.

   — Ai! — Gritou ele, pegando no pé, e pulando.

   — Desculpa, me desculpa — falei, meio sem graça.

   Jimin levantou-se e foi ajudar Yoongi, enquanto eu tentava de alguma maneira, fazer algo. Nanjoom olhava com atenção, enquanto Simon ria de mim.

   — Perdão pelo inconveniente, senhor Yoongi — falou Philip, sem fazer nada.

   — Tudo bem, tudo bem — falou Yoongi com dificuldade, enquanto eu e Jimin ajudávamos ele a se sentar.

   — Me desculpa Yoongi, me desculpa.

   — Que sapatos são esses que você está usando? — Perguntou Yoongi, sentindo dor.

   — Na verdade são botas — ele me encarou, com raiva.

   — Me desculpe, senhor Nanjoom, isso nunca aconteceu antes — disse Callie.

   — AAAA, isso deve ter acontecido uma vez sequer — falei, e ela me encarava com todo o ódio que conseguia.

   — Desculpe pela agente, isso não acontecerá de novo com sua banda — falou Callie.

   — É grupo — eu e Yoongi falamos ao mesmo tempo. Soltei-o, e fui para o lado de Simon, enquanto Callie e Philip conversavam com Nanjoom.

   — Não acredito que isso aconteceu — falou Simon, contendo o riso.

   — Me desculpe, Simon. Vamos ser demitidos por minha causa.

   Callie andou em minha direção junto com Philip, ambos pareciam com raiva. Yoongi ainda pegava no seu pé, que certamente doía. Jimin ria sem parar, enquanto certamente contava toda a história para Nanjoom, que balançava a cabeça.

   — Moura — falou Callie. — Você iria ser despedida, porém os integrantes gostaram de você, e querem vocês dois em Seul.

   — AEEE! — Eu e Simon gritamos, e nos abraçamos, enquanto os três olhavam para nós. — Desculpe — falei, baixando a cabeça, enquanto os agentes saíam, e Nanjoom e Jimin levantaram para sair. — Vai na frente, Simon. Já te encontro.

   Fui em direção aos meninos, que estavam falando com Yoongi, que com toda certeza estava sentindo dor. Ele fazia expressões faciais que estavam me fazendo me sentir mal.

   — Posso te levar para seu quarto? — Perguntei para Yoongi.

   — Não precisa —falou, tentando se levantar, falhando pela dor.

   — Não vai me custar nada.

   — Eles me ajudam.

   — Por favor — falei, aproximando meu rosto do dele. — Você já salvou minha vida. Deixe eu salvar a sua também.

   Ele me encarou por algum momento, do mesmo jeito que me encarava no carro. Aquilo me lembrou daquela noite. Jimin e Nanjoom observavam com atenção.

   — Tudo bem — disse Yoongi, e eu o ajudei a levantar, com esforço.

   — Yoongi vai lhe guiar até o quarto — disse Nanjoom, suspirando.

   Saímos pela porta, com Yoongi ainda mancando. Carregava seu braço sobre meus ombros, e ele parecia chateado com a situação.

   — Novamente, desculpa.

   — Foi engraçado — disse ele, que me deixou surpresa. Olhei para seu rosto, e de repente apareceu, o seu sorriso doce, que me fez quase cair.

   — Fo...foi? — Gaguejei, sem graça. Ele continuava rindo.

   — Nunca havia conhecido uma pessoa tão desastrada como você — disse ele. — Acho que se outra pessoa pisasse no meu pé, iria horar o dia inteiro. Você, está me levando ao meu quarto — falou ele, o que fez me sentir melhor, enquanto ele me indicava o caminho para o quarto.

   — Devo dizer obrigado? — Perguntei, rindo.

   — Você é mesmo uma boa agente? — Perguntou ele, meio sério.

   — Pode levar em conta que eu arrumo meu apartamento quase todos os dias? — Perguntei.

   — É.. Ouvindo isso de uma garota que eu encontrei bêbada, pode ser.

   — Bem, quase todos os dias quer dizer... quase toda segunda, quase toda terça...

   — Ah, não! — Falou ele rindo.

   — Te falei.

   — Mas sério. Você é mesmo uma boa agente? — Perguntou ele, sem sorriso no rosto.

   — Depende do ponto de vista de quem vê.

   — E do seu ponto de vista?

   — Faço o meu melhor — falei, e ele pediu para parar em frente a uma porta. Bati, e logo atenderam.

   Era o V. Ele estava com o celular na mão, e arregalou os olhos quando me viu com Yoongi. Não acreditava que estava mesmo vendo o V na minha frente, que sempre foi um dos meus favoritos do grupo.

   — Yoongi? — Perguntou V, sem tirar os olhos de mim.

   — Longa história Tae — respondeu ele, andando mais para frente, o que acompanhei.

   Entrei dentro do quarto, enquanto Tae fechava a porta trás de mim. Fitei o lugar, que era bem grande, mas bem fechado. Havia apenas duas camas, e Yoongi me pediu para deixar ele na segunda, que seria certamente a dele. O deitei na cama, tirei os seus sapatos enquanto Tae me olhava de olhos arregalados.

   — Não, eu não sou uma prostituta! Pare de me olhar assim! — Gritei, e Yoongi não conteve o riso.

   — Não, eu não estava... mentira, eu pensava isso mesmo — falou Tae, sentando na poltrona. — Mas e aí, o que você faz aqui, garota? — Perguntou Tae.

   — Longa história — respondi, examinado o pé do Yoongi, que estava meio roxo.

   — Está muito ruim? — Perguntou Yoongi.

   — Só um pouco — respondi.

   — Sério, o que tinha nas suas botas?

   — Ferro, faz parte do uniforme, se ficarmos desarmados.

   — Significa que pelo ou menos você é prevenida — falou, e Tae arregalou os olhos novamente, olhando para mim.

   — Tae! — Gritei. — Vai pegar uma bolsa de gelo.

   — Tá! Tudo bem! — Respondeu, e levantou, enquanto eu sentava na cama mais perto de Yoongi.

   — Hoje foi você que me salvou — disse Yoongi, que me deixou arrepiada.

   — Estou me sentido orgulhosa agora — falei, e ri.

   — Eu pensei que nunca mais ia ver a nova iorquina bêbada.

   — Não sou nova iorquina — falei, e ele franziu a testa.

   — Então você é o que?

   — Sou brasileira.

   — Está tudo explicado agora — rimos.

   — Por que? — Perguntei.

   — Os brasileiros são as pessoas mais engraçadas que eu já vi.

   — Eu sou a Vensly, naturalmente tento ser engraçada. Às vezes sai ruim, e eu pareço uma boba.

   — Uma boba linda — falou ele, que me deixou corada.

   — A, eu peguei o gelo — falou Tae, com a bolsa de gelo na mão. – Trouxe água também.

   — Obrigada — falei, pegando a bolsa de gelo, enquanto ele sentava e olhava o celular. Yoongi pegou o copo de água para beber. 

   -- Vensly – falou Yoongi, que me fez olhar para ele antes de beber água.

   -- Oi – perguntei.

   -- Eu te odeio – falou ele, já engolindo a água.

   -- E eu te amo – respondi, sem pensar, o que fez ele cuspir a água toda.

   -- O que você disse.

   -- O que?

   -- O que você falou?

   -- O que eu falei?

   -- Esquece.

   Me afastei um pouco e pus a bolsa de gelo no pé do Yoongi, que parecia porcelana de tão macio. Sentia que ele me fitava, então não levantei meus olhos para vê-lo. Ouvi a porta batendo, e Tae foi atender, parecendo entediado. Era Nanjoom. Ele falou algo com Tae, que olhou para mim. Ele veio em minha direção.

   — Nanjoom quer falar com você. Vensly, não é? — Perguntou Tae.

   — Sim, sim, eu já vou — falei, levantando. Olhei para Yoongi. — Tchau.

   — Tchau, Vensly.

   Andei pelo quarto e saí para o corredor, onde Nanjoom estava. Fechei a porta atrás de mim, e o olhei. Ele estava com os braços cruzados e parecia preocupado. Olhou para mim, e começou a falar.

   — Olá, agente Moura. Fiquei sabendo do que aconteceu com Jimin e Yoongi em Nova York e fui falar com seu parceiro, Simon. Você está aqui por causa de uma amiga, não é? — Aquilo me tocou. Engoli em seco, pois ainda estava em negação em relação à Jenny, que estava em risco de vida. Não queria visitá-la, pois sabia que não iria aguentar. Mas tinha que fazer isso.

   — Sim. Ela está correndo risco de vida.

   — Do que ela precisa?

   — Uma medula — falei. — Não tem nenhuma compatível. Se ela não receber rápido, o pior pode acontecer — falei, tentando aguentar o choro.

   — Eu tenho a solução — falou, que fez meu coração palpitar. — Bem, pelo ou menos vamos tentar.

    — Do que você está falando?

   — Nós, do BTS, vamos para o hospital onde sua amiga está, e vamos ver se um dos nossos integrantes tem a medula compatível — após ele dizer isso, dei um grito, e ligeiramente o abracei.

   — Obrigado, obrigado, obrigado! — Falei. — Não sei como vou te agradecer.

   — Apenas pise no pé do Yoongi mais vezes.

 



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