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História Notes (Lésbica) - Requeime.


Escrita por: Lesbicahfuturista

Notas do Autor


Alô, alô, sumida, mas não totalmente desaparecida, a tia voltou para mais um. Espero que gostem!

Capítulo 85 - Requeime.


Fanfic / Fanfiction Notes (Lésbica) - Requeime.

Capítulo Octogésimo Quinto.

 

As risadas das duas era um uníssono que poderia ser ouvido a metros de distância dali, Anna Lua e Alba estavam cercadas por árvores no sentadas em um trenó no alto de uma lombada. 

- Certeza? - Alba perguntou montada na garupa de Lua.

- Claro que sim! 

Começaram a descer e no fim Lua fez com que elas virassem com tudo para a esquerda, caíram praticamente paradas uma em cima da outra, Alba riu até tossir e se levantar.

- Você não tinha certeza!

- E apesar disso você veio. - Lua.

- Ainda está péssima no final.

- A culpa é da minha professora!

 

Alba pegou a corda do trenó e começou a puxá-lo, Lua ficou parada de pé admirando a cena. Poucos dias após o jantar já não se desgrudavam, passavam o dia inteiro juntas fazendo algo, a grande novidade da vez era um lugar especial que Alba gostava e que levou Lua para conhecer.

 

- Não vem? - Disse estendendo a mão para trás esperando a garota, Lua prontamente se pôs a andar e agarrou a mão que aguardava sua chegada, subiram toda a lombada e se sentaram no trenó novamente, desta vez lado a lado admirando a vista, Lua suspirou e começou a tiritar de frio.

 

- Voltamos? Está com muito frio? - Alba perguntou encarando seu rosto, Lua negou com a cabeça ajeitando mais o cachecol ao redor do pescoço e da cabeça.

- Minhas mãos parecem congeladas, mas não tenho vontade de ir a lugar nenhum. - respondeu.

- Então ficamos. - ela pegou a mão direita de Lua, e essa nem questionou, retirou a luva e fez o mesmo com a mão esquerda. Alba se levantou e abriu os dois zíperes de sua jaqueta, puxou Lua e fez menção de inserir as mãos de Lua dentro do tecido.

- Não! Estão frias! - Lua exclamou desviando das mãos da loira.

- Tudo está frio, e tenho suéteres e fleece. - disse pegando as mãos e colocando nas suas costas e abrigando as próprias mãos dentro dos bolsos da jaqueta em seguida. Estavam em uma espécie de abraço, grudadas.

 

Minutos depois o calor de Alba foi transferido para o corpo de Anna Lua, Lua retirou seu braço direito do mais perfeito alojamento e de maneira ágil capturou os fones de ouvido no bolso, colocou um lado no ouvido direito de Alba e o outro lado em seu ouvido esquerdo, deu play em The Wolves, Ben Howard, Abby sorriu e capturou a mão fugitiva, dessa vez colocando por debaixo de dois suéteres, apenas uma camada de lã separava a batida de seu coração do toque de Lua. Anna que tinha apenas os olhos amostra piscou condizente, Alba passou suas mãos para os bolsos da jaqueta de Lua. Continuaram sem se falar, apenas ouvindo atentamente a canção e encarando a vastidão de árvores dispostas tão perfeitamente ao redor delas, tudo parecia muito bem encaixado, inclusive seus corpos naquela posição, passados os 5:09 minutos de música ela voltou ao começo.

 

- Está em repetição. - Alba falou baixinho encarando mais intensamente os olhos castanhos de Anna Lua.

- Eu quero dizer como me sinto.

- Por meio da música? - Lua assentiu. - Eu odiaria uma interpretação errada, por que não tenta usar palavras? - Lua fechou os olhos e engoliu seco.

- Não sei se consigo.

- Tenta, quem sabe?

- Eu sinto como se estivesse perdida - pela primeira vez naquela viagem Lua gaguejou proferindo uma frase em espanhol - eu nunca sei o que estou procurando, eu sempre luto comigo mesma - fez uma pausa - como se eu precisasse saber mais do meu futuro do que viver meu presente - encaixou sua cabeça no ombro de Alba - mas durante esses dias não, durante esses dias eu só me preocupei com o agora, com o que estou vivendo no exato momento em que estou encaixada.

 

- E esses dias têm sido proveitosos para você?

- Como um sonho no qual sinto que não devo acordar.

- Você não precisa ter medo do futuro, ele é uma surpresa, surpresas são boas.

- Sempre são boas?

- Bom, isso aqui é uma boa surpresa. - Apertou a menina em seus braços e Lua saiu de seu ombro para encarar seu rosto.

 

Alba se sentiu entorpecida, ela era jovem, bonita, culta e sozinha, não conhecia o fervor da juventude espanhola, tinha um seleto grupo de amigos, vivia entre a casa do avô, a casa da família, e algumas vezes no ano se isolava no doce frio escocês, aquele inverno estava trazendo mais novidades do que ela estava acostumada. Anna Lua soube muito bem o que aconteceria ali, e pensou se valeria a pena, sabia que não havia compromisso nenhum entre ela e Elis, mas ela ainda se importava muito. então ponderou sobre por um pequeno instante, a música tocava alta, mas o ritmo do coração de Alba era o que tinha sua atenção.

 

Anna Lua caiu para frente como fez da primeira vez em que se encontraram, dessa vez propositalmente, seus cabelos roçavam pela cashmere que envolvia o pescoço de de Alba.

 

“And we lost faith in the arms of love”

“E nós perdemos a fé, nos braços do amor”

 

Alba retirou o cachecol que cobria metade do rosto de Anna Lua.

 

“Because we've been fighting lately, we've been fighting with the wolves.”

“Porque nós temos lutado ultimamente, estamos lutando com os lobos”

 

Lua se endireitou e posicionou seu rosto a poucos centímetros do de Alba, se inclinou e suas bocas finalmente se encaixaram. Encaixe pareceu uma palavra amena demais para descrever o que aconteceu, se encontraram, parecem feitas para a ocasião, Alba se envolveu com desejo no beijo assim como a morena, retirou rapidamente suas luvas e as guardou no bolso, subiu com os dedos acima do cós da calça de Lua, sentiu uma vontade ardente de tocar naquela pele e encontrou a textura que imaginou, macia e quente. Lua se arrepiou, mas tudo parecia queimar, poderiam estar em uma grande nevasca, não importava contanto que continuassem a se beijar tudo ficaria bem, Alba arrastou os dentes levemente pelo pescoço de Lua, que não aguentou e soltou um pequeno gemido acompanhado de um sorriso, revidou com uma mordida leve no lábio de Abby. Por dentro da jaqueta de Alba o tecido de seu suéter  torceu, enquanto a mão que antes se alojava em suas costas, agora fazia a nuca e seus fios de cabelo como reféns. A loira não desejava mais nada naquele momento, além de mais e mais, e Lua daria o que fosse preciso para extravasar aquele sentimento que trazia dentro de seu peito. Minutos depois elas se separaram, após uma troca constante de selinhos e pequenos beijos intercalados em sorrisos.  

As pernas de Alba fraquejaram um pouco e dessa vez, diferente das outras, quem a segurou foi Anna Lua,

- Inacreditável - Alba disse se escondendo no cachecol de Lua, a morena deu uma gargalhada, Abby agarrou sua cintura e a levantou rodopiando. - Acho que consegui sentir um pouco do que vive aí dentro - disse descendo-a e encarando seus olhos.

- Parece muito caótico?

- Parece agradável, mas só tive uma amostra, precisaria repetir para saber ao certo. - Lua a beijou novamente.


 

Três dias se passaram e Anna Lua  estava entrando em uma loja de discos com Téo, ela foi à loucura quando se deparou com tantos vinis e Téo daria de tudo para poder ver seus olhos brilharem daquele jeito. Mas foi um violão flamenco exposto na parede que a fez perder o juízo, ficou encantada, quando viu já estava encarando o instrumento a mais de 5 minutos. 

 

-Não é belo? - uma garota chegou ao seu lado perguntando.

- Sem dúvida alguma!

- Toca?

- Só guitarra elétrica.

- Estou diante de uma estrela do rock?

- Acredito que eu seja mais um potencial de celebridade indie. 

- Melhor ainda, indie sempre me agradou mais. - Lua riu. - Está com tempo?

- Com certeza. - A garota pegou o violão e puxou Lua para um canto da loja, se sentou e iniciou uma canção, Anna Lua encarou aquela figura com um violão no colo. Pensou em quem era aquela garota e quais sentimentos se escondiam ali. Alguns minutos depois a menina terminou.

 

- Eu nunca conheci alguém tão cúmplice de seu instrumento. - Lua disse com os olhos cheios d’água.

- Então gostou?

- Com toda certeza, é algo inesquecível, eu amei, obrigada.

- Vem, eu vou te mostrar uma sessão secreta de discos.

- E qual é seu nome?

- Sou Inês.

- E eu sou Lua.

- Como a do céu?

- Parece que sim.

- É bonito. - Anna Lua sorriu encarando as pintinhas no rosto da menina.

Então Téo se viu catalogando todos os títulos de álbuns com as duas jovens enquanto conversavam sobre os melhores instrumentos, as melhores faixas musicais e os namoros mais conturbados das estrelas do rock. Lua selecionou diversos discos que julgou essenciais para sua sobrevivência humana.

- Antes de você ir espera um pouco. - Inês disse entrando em uma porta atrás do caixa.  - Olha vou te dar algo, mas com uma condição.

- Pode falar. - Lua disse do outro lado do balcão.

- Quando você se tornar uma celebridade indie de fato, você precisa prometer me dar passe livre para todos os seus shows.

- Todos?

- Sim, todos! 

- Parece justo. - Inês então colocou uma paleta na palma da mão de Lua. - Ah não acredito! É linda! - Lua exclamou praticamente dando pulinhos.

- Não é nada grande, mas acho memorável.

- Podemos tirar uma foto nossa? Quero registrar esse dia.

- Vamos nessa! - Então Téo tirou fotos das duas na frente do balcão e outras onde Inês segurava o violão entre as duas.

 

Ao saírem pela calçada o vento soprou pelas suas bochechas e ela agarrou mais forte o braço de Téo.

- Téo? - Disse agarrando sua sacola.

- Diga lá, docinho.

- Você acha possível a gente sentir que pertence a mais de um lugar? - Ela perguntou e ele sorriu diminuindo o passo.

- Existem pessoas que são pertencentes ao mundo, docinho, não há possibilidade alguma delas se acharem em um único lugar.

- Faz sentido. - Concordou com a cabeça.

- Olha, lembra sempre disso que vou te falar agora, sim?

- Sim.

- A gente precisa sempre ter pelo menos um lugar de fuga, um destino de sonho que possa ser  tão confortável quanto um lar. Por isso você precisa rodar o mundo e achar seu pedaço perfeito, um segundo lar - ele disse consertando o gorro na cabeça dela.

 

Ela sorriu, e ele voltou a dar o braço para ela, então voltaram a caminhar. Anna Lua admirando a paisagem e as pessoas, Téo pensando e torcendo para que talvez Barcelona fosse tão dela em um futuro próximo quanto era dele naquele agora.

 


Notas Finais


Em breve venho com o próximo.


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