História Uma Nova Versão De Você - Mentiras

“- Ford... -Ele fica sério ao ver minha expressão. – Preciso saber... O que você sabe sobre o reino da Luz e do Fogo?”

- ... Como você sabe conhece esses nomes?

- Você sabe da maldição da minha família? -Insisto, sem responder a sua pergunta. O mais velho suspira e desiste.

- ... Sim

- PORQUE VOCÊ NÃO ME CONTOU? -Grito irritado.

- Eu tentei cuidar de você para que eu conseguisse achar uma solução.

- Sou eu quem deveria decidir isso!

- ...

- Quem mais sabe?

- Só eu, sua tia e seu tio. Ela foi entregue a mim quando tinha sete anos, nós já tínhamos vinte na época. Stan e eu já estávamos separados, então eu cuidei dela e foi aí que ela me contou sua história. Eu soube que meu irmão mais novo ia se casar com uma moça que apareceu de repente. Ela dizia ser de outro mundo, claro que não acreditei no início, mas quando os vi passarem por um portal quase infartei. Aquela foi a última vez que vi seu avô. – Ele faz uma pausa, mas volta a falar pouco depois. – Eu ia te contar...

- Mas não falou e agora... -Paro de falar, baixando a cabeça e Ford completa o que eu ia dizer, baixo, mas eu consigo escutar.

- A maldição será passada para seu bebê.

Me arrepiei, então ele sabe até disso? Respiro fundo para me acalmar e pergunto.

- Você conseguiu alguma pista?

- Apenas que o reino da Luz parece saber alguma coisa.

Levanto a cabeça com um olhar de “Meu Deus”

- Deve ser sobre isso que o pai do Bill ia contar. -Olho para Ford novamente. – Você não pode contar para ele sobre isso, ainda não. Provavelmente ele ia fazer alguma loucura.

Ford fica com a expressão mais séria e preocupada.

- O que foi?

- Eu contei...

- QUE? Porque você contou pra ele e não contou pra mim que é quem tem a maldição??? -Pergunto furioso.

- Fui eu quem descobri que você estava grávido, então percebi que não tinha muito tempo para ajudar vocês, então SIM! Eu contei pra ele!

- Droga... -Me levanto, fazendo com que Ford vá ao meu lado rapidamente, preocupado.

- Você não pode andar ainda! -Fala o mais velho nervoso, tentando me impedir.

- Ele vai ser morto ou usado! Por favor, me ajude. Eu não posso perder o Bill de novo! -Digo a última parte mais alto, mas não berrando.

- ... Tá, eu te ajudo. -Ele põe meu braço ao redor do seu pescoço, me ajudando a andar.

- Obrigado.

Como estávamos no primeiro andar, no meu quarto que agora já estava pronto, foi mais fácil ir até a sala, que não tinha ninguém. Demos uma pausa e ouvimos um barulho de louça e água corrente, me fazendo me soltar de Ford e entrar na cozinha.

- Bill! Bill! -Ando me segurando nas paredes pela fraqueza. Meu corpo estava pesado e paro ao passar um pouco da entrada da cozinha.

- Porque está de pé Dipper?! -Pergunta Stan depois de cuspir a cerveja que tomava enquanto lavava a louça ao ficar surpreso quando me vê.

- Cadê o Bill? -Pergunto me encostando na parede, com dificuldade para permanecer em pé.

-  Ele saiu, Mabel e Pacifica também.

- Eles foram juntos? -O mais velho estranha a pergunta, mas a responde mesmo assim.  

- Ele foi ao mercado a uma hora, elas saíram atrás dele a uns quinze minutos.

- Não, não, não, não, não, NÃO! – Eu estava tendo um ataque de pânico. Caio no chão respirando com dificuldade, com a mão no peito. Ford e Stan vieram até mim preocupados.

- Respira Dipper! -Fala Ford.

- Calma, tampinha! Tá me assustando! – Fala Stan.

Eu não conseguia mais respirar, estava quente e tonto. Eu estava desesperado, até que Bill entra na casa e ao me ver naquela situação se põe em minha frente, tacando a sacola que estava em sua mão para o lado.

- DIPPER! Eu to aqui! Se acalma! -Diz o maior em seguida me abraçando e aos poucos minha respiração vai voltando ao normal.

- Bill... -Começo a chorar o abraçando também. – Você está bem... -O aperto fortemente.

- Sim, é claro. Já você... -Ele se separa do abraço, dando um sorriso caloroso ao me olhar e une nossas testas, me fazendo parar de chorar e o olhar. – Eu vou estar sempre com você.

O loiro se separa novamente e pega a sacola que estava com o mesmo antes e a abriu, tirando de dentro um pequeno macacãozinho de bebê branquinho, com um bolsinho e um ursinho sorrindo, que estava estampada no canto do peito. Ele a pega e a coloca em cima da minha barriga. - Essa é a primeira roupinha do nosso bebê.

Me inclino um pouco para frente e lhe dou um selinho longo, como nunca havia tomado a iniciativa de beijá-lo em público acabo o deixando surpreso, mas ele fica preocupado ao ver que quando me separei fico com uma expressão diferente olhando para minha barriga e colocando minha mão sobre a mesma.

- O que foi? -Pergunta Bill já apavorado.

- E-ele chutou.

- Owwwwww! -Gritaram Mabel e Pacifica pulando em minha frente querendo sentir o bebê também.

- Que fofo! -Disse Mabel acariciando minha barriga com os olhos brilhando.

- Tão pequeninho.

Bill fica sério e fala as duas.

- Posso sentir o meu filho?

As duas suam frio ao ver a reação de Bill e respondem ao mesmo tempo.

- C-claro...

Ele olha para mim e depois para minha barriga.

- Posso?

- Não... -Ele se assusta com minha resposta. - É claro que sim, seu idiota. -Digo rindo para cara de “que?” que ele fez.

Bill ficou acariciando minha barriga por uns quinze minutos com um sorriso de orelha a orelha. 

- Dipper, se você nem tem um mês ainda como podemos sentir o bebê chutar? -Pergunta Mabel curiosa e Bill a responde. 

- Em nosso mundo a formação de um bebê é diferente, como também o período de gestação. 

- Pera, então quando vai nascer? -Pergunto preocupado. 

- Humm... Daqui a uns cinco meses? Sendo bem honesto não prestei tanta atenção nessa parte nos meus estudos... 

- Quem não sabe o tempo de gestação de um bebê??? 

- Você não sabe também! -Se defende.

- Sei o normal do mundo em que cresci! -Mabel rebate.

- ... Foi só um errinho bobo... -Riu de sua reação. 

 - Éééé... Vocês não querem ir para um lugar mais confortável? -Pergunta Stan.

- Ainda bem, não aguentava mais ficar sentado. -Falo fazendo todo mundo rir e em seguida vamos para a sala. 

- Dipper. -Mabel me chama antes de me levantar.

- O que foi?

- Já decidiram os nomes do bebê? Não podemos chamá-lo de bebê para sempre.

Bill e eu nos olhamos.

- Menina! / Menino! -Falamos ao mesmo tempo em competição.

- É menina. -Digo

- É menino. – Fala Bill em seguida, sorrindo.

- Vamos fazer assim, se for menina você vence. Se for menino eu venço.

- E o perdedor? -Pergunto curioso.

- Gente, vocês não vão apostar né? -Pergunta Pacifica preocupada.

- Sim! -Falamos em uníssono. Olho para Bill esperando a resposta.

- Quem perder vai ter que fazer tudo que o outro quiser por uma semana!

- Feito.

- Gente! Dá pra me escutar? -Pergunta Pacifica já vermelha de raiva.

-  Não. -Respondemos juntos.

- O Dipper tá grávido, mas você não Bill!

Pacifica começa a bater em Bill, fraco, e o mesmo começa a correr da mesma, se divertindo. Estava tudo tão divertido que já tinha me esquecido dos problemas. 

...