História Nunca quis te arranjar alguém... - Ao Resgate

O dia começou cedo. Precisava me levantar. A preguiça era minha maior companheira naquele momento. Katarina não havia chorado nem uma vez sequer naquela noite. Diane estava abraçada em meu peito enquanto deitava sua cabeça sobre meu braço.

Suspirei pensando a respeito do que meu pai havia perguntado sobre meu chefe, além de falar também que queria que eu me demitisse hoje mesmo.

Obviamente, neguei. Não iria largar um emprego tão bom como aquele.

Levantei ajeitando os travesseiros para que Diane pudesse dormir mais. Beijei sua testa e segui para o banheiro.

***

Não demorei tanto pra sair de casa. Hoje seria o tão esperado dia em que nosso chefe falaria com todos os funcionários. Não iriamos trabalhar, nem nada do tipo, haveria uma grande recepção em um dos melhores hotéis da cidade como comemoração para os funcionários.

A empresa completava 50 anos. Uma data um tanto marcante para a mesma. Vesti meu terno antigo e arrumei uma gravata qualquer no armário.

– Eu não falei pra você se demitir ? – ele apareceu na cozinha enquanto eu preparava o café.

– O que você tem com isso Ernesto ? – perguntei irritado – Se eu fosse um filho normal já teria te largado na rua e nunca teria te abrigado na minha casa e você ainda quer controlar a minha vida.

– Se você não se demitir eu farei com que seja demitido – ameaçou.

– Então tente Ernesto, tente e veja o que te acontece – ameacei de volta. Não era mais uma criança medrosa. Porém, eu realmente não entendia toda essa implicância dele com meu chefe que nem ao menos eu conhecia.

Peguei as chaves do carro que havia ganho em uma promoção maluca de aniversário da empresa e dirigi até o local.

***

Wall Place Palace, o hotel mais badalado da cidade. Deixei o carro com o manobrista e o cumprimentei antes de entrar. O local estava lotado. Logo encontrei meu grupo de amigos e me aproximei deles.

– Bom dia ! – Lucca falou animado me dando um abraço com algumas batidinhas nas minhas costas – Como as meninas estão ? – perguntou sorrindo.

– Deixei as duas dormindo. Pra que marcar uma festa tão cedo ? – indagou.

– Disseram que ele vai viajar hoje ainda para fechar alguns novos negócios e isso vai gerar novos lucros e aumentos para alguns funcionários – Paulo se prontificou a explicar.

Observei achando que aquilo seria muito bom para todos.

– Estou curioso mesmo é pra saber quem é o tão misterioso manda chuva – falou Gered.

– É bem curioso mesmo – falei observando um patamar alto de onde achei que ele viria – Ele não aparece nem nas mídias.

– Disseram que ele apareceu nos jornais ontem junto com outro homem.

– Sério ? – perguntei descobrindo como meu pai havia descoberto quem era ele antes de mim.

– Disseram que eles eram homens muito bonitos – Elis se meteu.

– São um casal ? – Lucca voltou a se interessar pelo papo.

– Não sei – falou a menina – mas pelo visto ambos são maiorais por aqui.

– Vamos deixar isso de lado e vamos comer ! – Fábio disse se metendo no assunto e cortando-o.

***

Pov. Gregory

Estava um pouco nervoso e era perceptível. Tomava banho junto de Diego e o maior fazia massagem em seus ombros.

– Relaxa pequeno – ele disse me virando para olhá-lo.

Beijei seus lábios e ele retribuiu afagando meus cabelos ao mesmo tempo.

Assim que terminei abracei seu corpo e ele fez o mesmo.

– O que acha que ele vai fazer quando ele descobrir ? – Diego me perguntou fazendo com que eu estreitasse meus lábios.

– Eu não sei – murmurei baixo.

***

Saímos do banho e Diego me ajudou com o nó da gravata.

– Você está lindo – ele disse sorrindo e me beijou de leve – Vamos ? – falou esticando a mão.

Peguei a mão dele e seguimos para o carro. Eu não quis dirigi então ele tomou o acento do motorista.

Antes de dar partida colocou sua mão em minha perna e sorriu.

– Vai dar tudo certo.

Fiz que sim com a cabeça e logo seguimos para o local.

***

Chegamos e ao em vez de seguir as ordens do organizador preferimos entrar pela porta da frente. Obviamente chamamos bastante atenção logo de cara. Primeiro por nunca terem nos visto em lugar algum, logo, ou éramos novos, ou éramos os chefes. Segundo pois estávamos de mãos dadas.

Cumprimentei a maioria com um sorriso assim como Diego. Querendo ou não éramos simpáticos.

Subimos e Diego segurou-me pela cintura enquanto fazíamos tal ação.

Assim que parei no local alto onde falaria para todos busquei Chris com os olhos. Não seria tão difícil achá-lo, né ?

– Relaxe – ouvi Diego murmurar – Ele está ali perto do bar – falou já sabendo o que eu procurava.

***

Pov. Escritora

Estava de costas quando o homem começou a falar e não se importou em virar rapidamente para olhá-lo. Terminou sua bebia e suas torradas com requeijão.

– Começou Chris ! – Lucca disse tocando o garoto que não se importou muito.

Virou-se ainda concentrado nas torradas, porém... Ao olhar pra cima... Seu coração parou. Sentiu o ar lhe faltar nos pulmões.

– Chris, você tá bem ? – Lucca falou vendo o menor ficar pálido e o apoiou para que não desmaiasse.

– Gregory... Diego... – murmurou sem nem ouvir o que seu amigo lhe perguntara.

Estava em estado de choque. Não conseguia nem ao menor ouvir o que Greg dizia sorrindo, porém era capaz de notar os olhos do maior fixos nos dele, desviando apenas as vezes.

Seu corpo estremeceu por um instante. Viu Diego agora descer as escadas e vim em sua direção.

– Deixa que eu cuido disso – falou tomando Chris em seus braços e sorrindo.

O menor não pôde evitar sorrir, mas estava um tanto nervoso.

– Nunca senti tanta falta de alguém como senti de você Chris – murmurou.

O estado de choque era tão grande que nem resposta teve para dar ao menino de olhos castanhos e barba cerrada que o encarava com toda a paixão de sempre.

– Vem – Diego disse por fim – Tem alguém lá em cima que quer senti-lo nos braços tanto quanto eu.

Os amigos de Chris o olhavam ser levado para longe sem entender nada. Boquiabertos e estranhando a situação toda.