História O alfa dos meus sonhos - Capítulo dezessete

― Pensei em uma coisa ― Sehun disse observando Kyungsoo sentado em sua mesinha lendo alguns contratos ― O que acha de irmos passar o final de semana naquela praia que você tem?

― Você quer ir a praia? ― Kyungsoo riu ainda olhando para os documentos ― Está doente?

― Talvez ― sorriu ― Sério, Soo. Podemos ir e chamar o JongIn.

― Nesse fim de semana ele tem compromisso com Soojung, lembra? ― Kyungsoo o olhou e o Oh bufou.

― Tinha esquecido ― murmurou ― Então podemos ir só nós dois, eu realmente não quero passar o final de semana aqui em casa.

― Tudo bem, vou ligar para o caseiro e pedir para que ele arrume tudo ― voltou sua atenção aos documentos ― Ah, vi que você foi um dos escolhidos para sair naquela revista de arte.

― Nem me lembre disso, não suporto ser entrevistado ― resmungou ― A maioria das perguntas é sempre sobre o nosso casamento, parece até que é um tema de relacionamentos e não arte.

― Por isso eu nunca falo com ninguém, podem me chamar de ignorante, mas sinceramente não perco meu tempo falando, por mais que eu saiba que os repórteres não tem culpa, ainda sim prefiro não falar ― assinou um dos papéis ― E o seu amigo, como está?

― Taeyong? JongIn me disse que foi uma semana louca, ele tem servido o café do Yuta e sempre sai de lá sendo xingado pelo alfa ― riu e Kyungsoo sorriu ― Acha que Yuta quer irritar?

― Lógico, pelo que me contou quando conversou com JongIn, Yuta ficou irritado porque o garoto o tratou com indiferença e sabemos que Yuta odeia não ser conhecido ― bocejou ― Estou com muito sono.

― JongIn comentou que você não tem ido vê-lo e nem ligou para ele ― Sehun disse como quem não quer nada ― Isso tem algo a ver com a nossa aproximação?

― Não, eu estou atolado de trabalho ― disse cansado ― E decidi não chamá-lo para sair e simplesmente dormir em vinte minutos de conversa. E mais, ele tem você, não fica sozinho. ― brincou e Sehun negou rindo ― Eu de fato estou muito ocupado.

― Ele disse que pode ser isso, mas ao menos liga para ele, ontem enquanto estávamos juntos ele ficou bem tristinho quando você mandou mensagem, e sabe, quem manda mensagem nesse relacionamento sou eu ― O Oh disse.

Kyungsoo sorriu, não porque Sehun falou sobre as mensagens, mas sim porque ele já estava se colocando no relacionamento.

[...]

JongIn estava no supermercado vendo qual dos pacotes de macarrão iria levar enquanto Soojung estava com as mãos cheias de pacotes de doces e largou tudo no carrinho.

― Plena quinta-feira e estamos aqui em supermercado ― a beta resmungou e JongIn largou quatro pacotes de macarrão no carrinho ― Só isso?

― Quero pegar de outros tipos ― respondeu ― E sim, estamos nessa quinta-feira no supermercado porque você esqueceu de fazer as compras.

― E eu sou obrigada? ― rebateu e JongIn a encarou ― Ah faça-me o favor.

― Faça-me você.

― Idiota ― Soojung saiu andando e JongIn riu.

― Vocês fazem um belo casal ― um senhor disse e JongIn o encarou confuso ― Você e sua namorada. ― sorriu e saiu andando.

― A vadia ali não é minha namorada não, credo ― JongIn resmungou e saiu andando ― Soojung, acredita que o senhorzinho achou que erámos namorados?

― Que merda ― ela fez uma careta ― O que precisamos levar?

― Faltam legumes, temperos, carnes...

― Frios? ― perguntou sorrindo ― Por favor, preciso de queijo.

― Parece um ratinho ― brincou ― Acho que podemos levar, esse mês nosso salário vai sair um pouco maior por causa das horas extras.

― Falando em trabalho, as coisas estão muito rápidas, não acha? ― Soojung perguntou enquanto caminhavam pelo corredor de temperos ― Essa semana apareceu vários contratos.

― Sim, Baekhyun disse que estão pensando em abrir uma filial na América ― disse pegando alguns potinhos de tempero ― Disse até que já sabe quem mandar para lá.

― Eu acho que pode ser o Joohong ― falou.

― Não, eu acho que pode ser a Somin, você viu que em uma das reuniões com os novos contratados que nós participamos naquele dia, ela foi uma das que comandou a reunião, e isso quase nunca acontece ― JongIn lembrou e a beta assentiu.

― E seus alfas, como estão?

― Kyungsoo está cheio de trabalho, e o Sehun tem as coisas para fazer, mas ignora ― riu ― Fica me mandando mensagem engraçadas.

― Você não negou ― Soojung riu.

― Negou o que?

― Quando eu perguntei sobre os seus alfas ― sorriu e foi para a sessão de frios.

[...]

Meses depois.

― Ok, sejamos claros aqui ― Soojung encarou o amigo que estava jogado no sofá comendo sorvete enquanto assistia um episodio de um desenho animado ― Você transa com o Kyungsoo, também já transou com o Sehun, ambos para você são deuses do sexo. Ótimo. Lindo. Mas o que eu me pergunto é: Por que você não chama isso de namoro?

― Porque eles não me pediram em namoro e eu também não os pedir ― resmungou não dando importância ― Tá bom assim, Soojung.

― Tá não, o dia dos namorados passou e você ficou choramingando que não tem namorado sendo que tem dois alfas, qual a logica?

― Sei lá ― olhou para a amiga ― Tá! Eu estou esperando eles falarem algo, eles são casados, você acha que eles vão namorar comigo? Assumir realmente algo?

― Quando foi que a sua mente ficou tão minúscula? ― Soojung bufou ― Caralho JongIn, é lógico que eles quere te assumir, você acha que eles estão te usando como um tipo de amante dos dois? Qual o sentido disso, Kim JongIn?

― Na minha cabeça faz sentido.

― Na tua cabeça só tem pau desenhado!

― Olha! ― desligou a tv e colocou o pacote do sorvete na mesa ― Me respeita fiozinho de calcinha comestível.

― Você não me ofenda assim ― cruzou os braços ― Eu não sou tão ruim como um fio de calcinha comestível.

― Olha Soojung, em nenhum momento eles falaram em namoro, só que temos um relacionamento, então eu levo para o principio de que sou a amante deles, vadia particular, vagabunda muito bem alimentada por eles ― sorriu e Soojung tentou não rir, mas não se aguentou ― Eu honestamente não me importo tanto assim em não ter um ‘’namoro’’, mas também não negaria se tivesse.

― Hm. ― ela bufou ― Ian me pediu em casamento.

― O que?! ― gritou e pulou do sofá ― E você aceitou?

― Sim ― disse e JongIn puxou as mãos da amiga ― Não, não estou usando, é bonito demais me dá até dó.

― Mas você tem certeza que quer casar?

― Eu pensei bem, e decidi aceitar, eu amo o Ian, ele me ama, e olha, ele te aguenta ― disse e JongIn revirou os olhos ― Se não der certo, nada que um divorcio não acerte.

― Credo Soojung ― resmungou e Soojung riu ― Fico feliz por você, você vai casar.

― Quem sabe sua vez não chega.

― Duvido, o alfa dos meus sonhos e o bônus que veio com ele são casados, eu só estou no meio ― riu. ― Eu só saio quando eles querem, eu só faço o que eles querem, eu só... Sou a pessoa que tá ali metida, não quer dizer que eu faço parte realmente de uma maneira fora do sexo gostoso e da companhia legal, eu acho que posso me caracterizar como puta de luxo.

― Kim JongIn, a puta de luxo ― Soojung brincou para tirar aquele clima um pouco pesado e o Kim riu.

― Jung Soojung a vadia aposentada.

― Ei! Não é porque eu vou casar que deixo meu posto de vadia ― resmungou e o ômega gargalhou.

[...]

― Bom dia Soojung ― Kyungsoo disse quando saiu do elevador, o alfa olhou para a mesa de JongIn ― JongIn não veio?

― Ele está no RH resolvendo alguns assuntos a mando do senhor Byun ― disse ― Se quiser entrar, o Byun está esperando.

― Obrigado.

― Ah, só um instante senhor Do ― chamou e o alfa a encarou ― Queria dar uma dica pequena, tipo assim, como quem não quer nada, mas quer tudo, entende? ― o alfa negou confuso ― Peçam JongIn em namoro porque eu não aguento aquele ômega reclamando e dizendo que não reclama. Obrigado, pode entrar na sala do Byun.

Kyungsoo assentiu um pouco atordoado, mas entrou na sala do amigo. Baekhyun estava atrás de sua mesa digitando algo e nem se deu o trabalho de levantar o olhar para o amigo, mas sabia que era Kyungsoo pelo cheiro.

― Ao que devo a honra? ― disse brincalhão e o Do sentou na cadeira em frente a mesa ― Mais alguma reclamação dos meus sistemas?

― Eu só reclamei de um ― resmungou e o Byun deu de ombros ― Não, eu vim aqui te pedir um favor.

― Diga ― olhou para o amigo.

― Poderia liberar JongIn por uma semana? ― sorriu sem jeito ― Juro que eu não queria pedir isso, e sei que vai negar, mas Sehun queria que eu viesse para saber.

― O que vocês estão tendo com o JongIn? ― perguntou sério ― Eu nunca me meti nas coisas de vocês, só sabia que tinham um relacionamento aberto e olha que eu descobri porque te vi beijando um cara, mas... Vocês não acham que colocar JongIn nisso seja errado?

― O JongIn sabe, o JongIn aceita e concorda em ter um relacionamento conosco ― disse sério ― Então não se preocupe.

― Claro que não irei me preocupar ― disse irônico ― E não, não posso liberá-lo, são cinco dias de trabalho perdidos que podem afetar o andamento da minha agenda e também do salário dele, e conhecendo-o, até ele se negaria a isso.

― Eu sei, mas Sehun não acredita que possa ser algo tão ruim ― bufou ― Ele quer que viajemos para a praia na Califórnia.

― Final de semana, podem ir na sexta a noite e voltam domingo, você tem um jatinho, Kyungsoo.

― Sehun acha pouco tempo ― sorriu se graça.

― JongIn está de acordo com essa viagem?

― Ele não sabe.

― Mais um motivo para repensar ― suspirou ― Vocês podem ser os alfas, serem casados e decidirem o que irão fazer, mas se o JongIn está fazendo parte disso como você disse, ele também tem voz ativa, não só os dois que são casados.

Kyungsoo ficou em silêncio e Baekhyun sorriu pequeno;

― Eu sou mais novo que você, às vezes você me puxa a orelha e eu recebo de bom grado seus conselhos e suas broncas, mas quando o assunto é Sehun e os desejos dele, você fica cego para mimá-lo. E eu digo meu amigo, é ótimo mimar e ser mimado por nossos parceiros, mas às vezes é bom colocar a mão na cabeça e pensar se vale ou não a pena fazer certas coisas só porque ele quer. ― aconselhou ― Se JongIn está com vocês, ele precisa opinar sobre as coisas que querem que ele participe, é um relacionamento, não é? Ou é um relacionamento de vocês dois e ele só enfiado no meio esperando ordens? Porque assim, de uma coisa eu tenho certeza, JongIn não gosta de receber ordens sem ser informado dos motivos para aquilo.

[...]

JongIn estava no carro de Kyungsoo e pela primeira vez se sentia deslocado, o Do não havia falado o puxado qualquer tipo de conversa e isso não era do feitio do alfa, era algo mais do Sehun então JongIn não estava nada animado.

― Chegamos ― Kyungsoo disse quando estacionou o carro na garagem de sua casa. JongIn aproveitou a deixa e saiu do carro rapidamente ― Pode entrar em casa, Sehun deve estar lá.

O ômega assentiu e foi até a porta, abriu devagar e entrou na casa dos alfas deixando sua bolsa perto do sofá, sorriu pequeno quando viu Sehun na cozinha sem camisa cortando alguma coisa na pia, o ômega se aproximou devagar e abraçou o alfa que nem se assustou.

― Odeio o fato de você não se assustar ― resmungou e beijou o pescoço do alfa que riu ― Sehun, o Kyungsoo tá bem?

― Como assim? ― perguntou no mesmo tom baixo que o ômega estava usando.

― Ele veio bem caladão no carro, fiquei até desconfortável ― disse e Sehun largou a faca e limpou suas mãos.

― Eu não sei de nada, ele estava ótimo de manhã ― virou e abraçou o ômega pela cintura ― Agora, por favor, me cumprimente de maneira decente.

― E que maneira seria essa, senhor Oh? ― rebateu sorrindo e o alfa fez um bico ― Ah, um beijinho ― selou os lábios do alfa rapidamente, mas ele negou ― Não beijinho?

― Um beijão, gosto de coisas no aumentativo ― brincou e o ômega riu deixando o alfa o beijasse como queria.

Kyungsoo entrou em casa e seguiu direto para o quarto batendo a porta com força, JongIn se assustou se afastando de Sehun;

― Ok, o que acha de lavar essas mãos e ir terminando de cortar esse tomate? ― Sehun perguntou e o ômega assentiu ― Volto já, querido.

Sehun seguiu para o seu quarto, abriu a porta devagar e viu o marido sentado na beira da cama com as pernas afastadas e as mãos na cabeça, o Oh entrou e fechou a porta atrás de si, se aproximou e ajoelhou em frente ao mais velho.

― Será que não estamos focando realmente no JongIn? ― Kyungsoo soltou e Sehun se assustou um pouco ― Digo, saímos com ele, o levamos para jantar, mas... É só o que a gente quer, a maneira que a gente acha que ele quer, mas e se ele não quiser? E se ele não quiser vir para cá ou sair nos fins de semana? E se estamos apenas o tratando como um convidado na nossa vida e não uma parte que nos completa?  

― Meu bem, você está me assustado ― Sehun disse perdido ― Pode me explicar, por favor, como chegou a esses questionamentos?

― Baekhyun me abriu os olhos e eu comecei a refletir enquanto estava vindo ― olhou para o marido ― Será que deixamos claro que o JongIn não é apenas um sexo entre nós e sim parceiro?

― Nunca o pedimos em namoro, digo, eu não ― Sehun disse fazendo uma careta ― Será que ele acha que não é parte de nós?

― Isso, esse é o meu questionamento, príncipe ― suspirou ― Eu estou realmente me sentindo um merda.

― Porra Soo, eu também estou me sentindo um bosta ― choramingou ― O que podemos fazer?

― Podemos o pedir em namoro, não acha? Depois do jantar fazemos o pedido e deixamos ainda mais claro que ele faz parte, que somos nós três e não só nós dois tendo sexo com ele ― disse e Sehun assentiu ― Eu comprei uma pulseira para ele, podemos usar como um presente de pedido?

― Acho que sim ― Sehun levantou ― Depois compramos um anel de compromisso.

― Ah, outra coisa, devemos perguntar o que ele quer fazer, para onde quer sair, entramos em uma rotina onde só falamos e buscamos ele ― disse sem graça.

― Somos dois alfas idiotas.

Enquanto isso na cozinha JongIn cortava os tomates pensando em como diria aos alfas que estava apaixonado e que talvez, só talvez, ele quisesse fazer parte deles e ser um namorado e não apenas o ômega que transa com eles.