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História O amor abençoado pelo Nilo - Fazendo as coisas de um jeito normal (ou tentando)


Escrita por: kagome95ingrid

Notas do Autor


demorou mas saiu! \o/

Capítulo 23 - Fazendo as coisas de um jeito normal (ou tentando)


O chão do quarto estava repleto de pedaços de madeira dos mais diferentes formatos e tamanhos, parafusos e porcas e ferramentas como martelo, chave de fenda e até uma parafusadeira. O chão do quarto tão carinhosamente decorado com unicórnios e arco íris parecia quase uma pista de obstáculos. Afinal, esses objetos se espalhavam pelo chão dividindo o espaço com um armário de cor creme, com uma cadeira que provavelmente havia sido roubada temporariamente de alguma mesa com computador e com Anúbis que sentava no chão.

Na cadeira retirada do computador que ficava no quarto deles, Sadie se sentava segurando em suas mãos o manual de montagem do berço que estava completamente desmontado aos seus pés. Perto dela, Anúbis analisava parte das peças que provavelmente fariam parte do sistema de proteção do berço. Ficava a cargo dele tentar montar o berço enquanto ela lia o manual. Ela até havia insistido em ajudar a montar, mas ele não quis aceitar tanta ajuda apesar de ter certas reclamações quanto ao sistema de montagem que envolviam totalmente a falta de magia nele.

- Sabe que seria simplesmente mais fácil montar o berço com magia né? - dizia Anúbis soltando um suspiro enquanto olhava o tanto de peça que ainda estava fora do lugar.

- Você ainda está muito viciado em ter tudo num piscar de olhos. - disse Sadie - Vamos montar esse berço sem magia alguma e aí, quando terminarmos e tivermos certeza de que está tudo ok, podemos fazer umas magias para ficar tudo melhor do que ele já é.

- Vamos facilmente gastar o dia inteiro aqui. - disse Anúbis - Lembre que...

- Eu sei… eu sei… Não pretendo montar tudo hoje. - disse Sadie dando um suspiro e abaixando o manual por um instante - Queria aproveitar ao menos esse comecinho de dia para fingir que somos uma família normal esperando um bebê e que não vai provavelmente fazer uma magia maluca para achar uma solução para evitar que deuses estranhos façam mal ao nosso bebê.

Sentindo a tristeza na voz de Sadie, Anúbis deixou escapar um suspiro pesado e triste também. Preocupado com o bem estar emocional dela, ele diminuiu a distância que os separava e, ajoelhado diante dela, pegou gentilmente uma de suas mãos e depositou um doce beijo no dorso de sua mão. 

- Está bem. - disse ele - Sem nenhuma menção sobre qualquer coisa mágica ao menos até às 17h. 

- Seria nosso recorde. - disse Sadie rindo - Digno de entrar no Guiness Book.

Delicadamente ele soltou a mão dela e aproveitou a pouca distância entre os dois para acariciar gentilmente a barriga dela. Ele gentilmente deu um beijo na barriga da esposa mesmo que estivesse coberta pelo pijama e então simplesmente juntou o ouvido à barriga tentando ouvir alguma coisa interessante enquanto Sadie, com um sorriso doce e tranquilo, acariciava os cabelos dele.

- Vai ficar aí até levar um chute na cara? - brincou Sadie com uma risada.

- Se levar, vai ter valido a pena. - disse Anúbis.

- Então….? - disse Sadie aproveitando que ele provavelmente não iria sair dali até realmente levar um chute na cara - Conseguiu pensar em novos nomes para tentar me convencer dessa vez?

- Você é muito difícil de convencer. - defendeu-se Anúbis.

- Você que só vem com nome estranho. - disse Sadie - Eu até concordei em aumentar pra ser um nome de até 9 letras!

- Bem… ahm… O que você me diz então de Nefertari? - perguntou Anúbis.

- Não. - disse Sadie mal pensando por dois segundos - E nem venha sugerir de novo Nefertiti.

- Keminub? - tentou Anúbis.

- Cruzes! Nefertari tava menos ruim. - disse Sadie sem conseguir segurar uma risada - Vocês só tinham nomes estranhos? Talvez por isso os gregos simplesmente saíram trocando o nome de todos os deuses também, não acha, Inpw?

- O conceito de estranho é relativo. - disse Anúbis sempre achando levemente engraçado quando ela decidia simplesmente usar o nome egípcio dele ao invés do grego que era mais comum - Khuit? 

- Parece nome de homem. - rebateu Sadie.

- Takhat? Khensa? Aya? - tentava ele fechando os olhos aproveitando o momento com um simples sorriso no rosto enquanto tentava praticamente desenterrar das areias do Saara os nomes egípcios femininos.

- Admito que deu uma leve melhorada. - disse Sadie começando lentamente a ficar pensativa.

-  Shadya? Satiah? Merneith? - tentou ele novamente.

- O terceiro é um ‘não’ mas… esses dois primeiros soam quase a mesma coisa. - disse ela.

- São diferentes. Satiah era mais comum do que Shadya. - disse ele - Inclusive, conheci duas Shadya’s uma vez que eram mãe e filha. Bem, por mais que o nome da filha fosse Shadya Sat.

- “Sat” não significa “filha”? - quis confirmar Sadie - O nome da filha era então, de certa forma, “Shadya Filha”?

- Sim, b- - Anúbis parou a fala dele abruptamente ao sentir o que ele provavelmente considerou como um chute - Acho que foi um chute.

- Eu também senti - disse Sadie rindo.

A conversa foi então interrompida totalmente enquanto Anúbis ficava ali, agora com as mãos sobre a barriga, sentindo cada pequeno movimento que suas palmas fossem capazes de detectar. Alguns movimentos eram quase imperceptíveis, outros, ainda os mais raros, eram fortes. Ao notar o olhar brilhante de Anúbis, Sadie não conseguiu evitar ficar com os olhos mareados. “Malditos hormônios”, pensou ela quando sentiu uma lágrima teimosa rolar por sua face.

Ao ouvir o leve fungado vindo de Sadie, Anúbis desviou sua atenção da barriga para os olhos da esposa. Se levantando, ele gentilmente limpou a lágrima que rolava pelo rosto de Sadie e então depositou um doce beijo na cabeça dela.

- E não venha falar que eu tô emotiva, são os hormônios. - disse Sadie respirando profundamente.

- Eu não disse nada. - defendeu-se Anúbis.

- Tem mais algum nome para sugerir? - perguntou Sadie querendo voltar ao assunto anterior - Você evoluiu muito desde Nefertiti e Hatshepsut.

- Tenho certeza que nunca sugeri Hatshepsut já que você menciona esse desde antes de descobrirmos que era menina. - disse Anúbis - Vai ver que, no fundo, você quer chamar ela de Hatshepsut.

- Não mesmo. - disse Sadie rindo - Takhat não é exatamente feio, mas não consigo imaginá-lo num bebê. Talvez seja exótico. E Aya estava até legal. Teve um que você mencionou antes de ontem também que ficou na minha cabeça… acho que era Tiaa? Mas quero ouvir mais opções. Não chegou lá ainda mas tá quase.

 - Hum… - disse Anúbis parando um pouco para pensar em outros enquanto cruzava os braços.

- Não tinha uma rainha aí com um nome pequeno com T? Taya? Tiye? Tiya? Tuya? Algo assim...

- Tem a Tiye e tem a Tuya também. - disse Anúbis - Tiye foi a mãe do Akhenaton e Tuya foi a mãe do Ramsés II. Não escolheria Tiye se fosse você. Akhenaton não é… alguém que os outros deuses gostam muito de lembrar até hoje. Sem falar que ‘Tiye’ não é um nome egípcio. Ela era Mitani.

- Não é pra menos que a linhagem foi amaldiçoada então… - disse Sadie lembrando por um momento de Walt e se perguntando se teria mais alguém por aí que compartilhasse da linhagem de Akhenaton - Mitani… onde era isso?

- Ahm… - disse Anúbis pensando um pouco na configuração do mapa atual - Partes da Síria, Turquia e do Iraque. Embaixo dos hititas, em cima dos Assírios.

- Cruzes. Parece que todos os seus vizinhos e inimigos moravam mais ou menos no mesmo lugar. - comentou Sadie.

- Sempre foi uma área de muita briga por território e tudo mais. - comentou Anúbis - Morar no meio do deserto tem seus lados bons também. Não que não acabassemos envolvidos em guerras também, mas talvez um pouco menos e um pouco depois só. O deserto sempre foi uma boa barreira contra invasões.

- Chega de aula de história. Estou quase me sentindo o Carter. - disse Sadie suspirando - Outras sugestões então? Eu não gosto de Tuya.

- Iaret? Ineni? - sugeriu Anúbis se perguntando até quando conseguiria desenterrar da história nomes pequenos.

- Interessante… - disse Sadie - Gostei mais desses. Principalmente Ineni. Tá empatado com Aya talvez. Teve alguma pessoa famosa com esses nomes ou algo assim?

 - Ambos já foram nomes de rainhas mas elas não são tão conhecidas hoje em dia. Até onde eu sei ao menos. - disse Anúbis dando de ombros - 13ª dinastia para ambas.

- Acho que estou entre esses dois no momento… - disse Sadie pensativa - Não queria ter que decidir agora. É uma decisão grande. Vou ficar pensando enquanto montamos o berço. Acha que podemos ficar entre esses dois por enquanto? Ao menos até surgir opções interessantes? Também quero ver direito significados desses nomes… 

- Eu gosto desses também. - disse Anúbis - Minha maior preocupação é não pegar um nome que acabem por inventar alguma piada ou algo do tipo para ela. Imagino que nomes bem diferentes possam ser complicados para crianças.

- Ainda assim sugeriu um monte bem estranho. - disse Sadie rindo de leve.

- Minhas definições de ‘estranho’ ainda estão bem desatualizadas. - justificou Anúbis.

- Vou ficar pensando nos nomes. Vamos montar o berço agora. - disse Sadie abrindo o manual mais uma vez - Estou ansiosa para ver esse quarto ganhar vida.

Sadie olhou para o manual tentando achar onde eles haviam parado. Queria ficar pensando só sobe os nomes mas, montar o berço era algo muito importante. Assim, com muita calma, a jovem lia o manual do berço sabendo que tudo tinha que estar perfeito. Havia sido muito difícil escolher o melhor berço considerando todos os perigos que poderiam acontecer com um bebê que, assim como qualquer outro, não tem a mínima noção do perigo. E quando sua filha aprendesse a ficar em pé? O que impediria ela de escalar a grade do berço? E a grade do berço era segura mesmo? Eram tantas perguntas tantas preocupações e suas tentativas anteriores de pesquisar por dicas de escolhas de berço só havia a deixado mais preocupada. Se preocupar com o material que as coisas eram feitas, com a posição que o bebê está dormindo… e até com a posição que estava agora em sua barriga.

Tantas preocupações encheram sua cabeça de medos. Como se não bastasse todo o medo que as loucuras mágicas lhe traziam, as coisas normais de bebês também eram preocupantes. Eram preocupações demais, informações demais. Mas, naquele breve instante, Sadie se permitiu respirar fundo e se concentrar apenas na montagem do berço. Além do mais, decidiu que aquilo também era uma atividade boa para relaxar a cabeça.

Assim, por horas eles ficaram montando o berço com calma e tirando também alguma diversão daquilo. Sadie lia o manual e quebrava a cabeça junto com Anúbis sobre qual parafuso devia ir em qual lugar e qual pedaço de madeira se juntava com o outro. Quando era hora de usar a furadeira, ela saía do quarto para atacar a geladeira para evitar a poeira e, quando voltava, tudo estava num estado tão organizadinho de limpeza e perfeição, que ela duvidava que ele tinha usado de fato a furadeira e não havia recorrido à magia. Contudo, ele garantia que tinha usado métodos normais para aparafusar o berço. A falta de barulho não era um sinal do contrário já que eles tinham feito uma barreira mágica ao redor do quarto para impedir que o barulhento instrumento atrapalhasse o dia dos outros que moravam no Nomo Britânico e também dos vizinhos. 

Montar o berço nem demorou tanto quanto eles achavam que iria demorar. Antes das 17 horas eles já haviam terminado a montagem do berço e Sadie decidiu simplesmente parar do lado do berço e admirar o trabalho completo. Ainda faltava botar lençol, travesseirinho, protetores da grade e coisas do tipo, mas ela já estava maravilhada o suficiente. Gentilmente, Anúbis se aproximou e envolveu lentamente a cintura dela num abraço e depositou um beijo doce em sua bochecha.

- Tá ficando com cara de quarto agora. - disse Sadie com um sorriso.

- Sim. - concordou Anúbis - Como anda sua lista de coisas para comprar ainda.

- Ah, anda bem grande. Se tudo der certo hoje mais tarde com a magia e tal, a gente pode fazer um final de semana inteiro de compras. - disse Sadie - E Annabeth disse que comprou umas fraudas de presente. Imagino que vá ser o que a gente mais vai precisar.

- Acho que nossa tentativa de recorde de ficar sem falar sobre coisas mágicas até 17 horas não está indo muito bem. - disse Anúbis.

- Não. - concordou Sadie rindo - Vamos chamar Bastet e nos livrar dessa preocupação mágica logo.

E assim, os dois foram atrás da deusa gata que provavelmente estava em algum lugar ficando de olho na segurança do Nomo Britânico. Como, depois de mais do que algumas tentativas, aparentemente tinham desistido de tentar algo quando os dois estavam dentro do Nomo totalmente protegidos, encontraram Bastet brincando com um gato de rua. Os três entraram de novo no Nomo e foram direto para o quarto do casal para começar a preparar as coisas para a magia louca que tinham pensado.

As preparações envolviam, primeiramente, preparar um confortável encosto feito de travesseiros na cama. No chão ao lado da cama, várias folhas cheias de hieróglifos escritos se espalhavam pelo chão. Algumas delas incluíam impressões de papiros antigos ou inscrições em pedras. De cócoras, Bastet lia calma e seriamente cada um deles ao lado de Hannah que, curiosa com a magia que seria feita ali, não resistiu a dar uma olhada.

- Será que vai dar certo? - perguntou Hannah.

- A magia em si, creio que sim. - disse Bastet - Que Hórus não tenha notado, mas pedi pra Thoth olhar e ele deu vários avisos e fez várias anotações. Na pior das hipóteses, só teremos feito essa magia complicadíssima para nada.

- Ao menos é uma coisa útil para se saber. - disse Sadie sentando-se na cama.

- Se conseguiram pedir para Thoth olhar esse feitiço, ele não teria também algum feitiço para que os inimigos não percebam o bebê e coisas do tipo? - perguntou Hannah.

- Tem alguns feitiços por aí mas… não tão eficientes para semideuses. - disse Anúbis - Por isso é tão estranho e diferente o que seja lá o que Ptah fez para Imhotep.

- Bem… não que ele “fez” mas que ele arranjou. - disse Sadie.

- Quem será que você acha que fez esse feitiço para ele? - perguntou Bastet olhando para Anúbis enquanto largava uma folha e se erguia de braços cruzados - Sekhmet não foi. Certeza. Acha que foi Nefertem?

- Não. - disse Anúbis achando a ideia sem sentido - Uma magia que Ptah não conseguia fazer por conta própria e para durar anos sem ninguém perceber? Sem Hórus perceber, sem Shu perceber, sem Thoth perceber? Tem que ter sido um deus muito forte e importante. Tipo…

- Tipo Rá, ou Nu, ou Ma’at… - ponderou Bastet surpresa de olhos arregalados - Será?

Sadie e Hannah ficaram só olhando eles tentando descobrir quem havia ajudado Ptah enquanto, ao ouvir o chute de Bastet, Anúbis parou para pensar um pouco e acabou por dar de ombros sem saber muito bem o que achar.

- Não sei… Os três seriam fortes o suficiente para isso, sem dúvida. - disse Anúbis - Principalmente Nu. Os três também sempre ficaram mais afastados então… não sei.

- Ficar tentando chutar quem fez não vai ajudar muito a gente no momento. Ainda mais com as opções focadas em deuses que mal interagem com ninguém. - disse Sadie se arrumando no encosto feito de travesseiros da cama - Vamos logo. Quero esfregar na cara do Carter que vi ao vivo o Egito Antigo no começo de seus momentos de glória. Se é que dá pra chamar de rever memórias de “ao vivo”.

 


Notas Finais


espero q tenham gostado <3 comentem! <3 ansiosos pro prox cap?


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