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História O Canto da Sereia. - Cante para mim.


Escrita por: sadperson

Notas do Autor


AVISO:
Sem lemon, para não compreensão, lêem as notas finais.
Boa leitura.

Capítulo 1 - Cante para mim.


 

Ouvia o som do canto vindo do mar, enchendo seus ouvidos da bela melodia que alguém cantava.

Ele sabia quem era. Conseguia reconhecer a voz a quilômetros de distância, independentemente onde estivesse. Porém, sabia que não poderia ouvir. Sabia que isso era proibido e que nunca, em hipótese alguma, deveria se aproximar da beira da praia nessas alturas, em que a voz ressoava no ar. Porém, quando criança, e por um descuido seu, acabou por se sentir atraído por aquela voz e somente se viu à frente de uma pequena criança que o olhava sorrindo. Não sabia quem era nem nunca o tinha visto nas redondezas, e o que mais o deixava intrigado era o facto de o pequeno garoto não ter pézinhos, tal como ele, e sim escamas que iam até à sua cintura, como os peixes que o pai costumava pescar e levar para casa.

Ele ficou chocado, é claro. Nunca tinha visto algo assim na sua vida, até porque estava numa tenra idade, mas mesmo que achasse aquilo assustador, tinha uma ponta de fantasia e admiração preso no brilho dos seus olhos. Se sentou ao lado do ser misterioso e começaram falando. E isso começou virando rotina. Sempre que o tritão – como o garoto lhe tinha dito que era –, cantasse, ele estaria o esperando para conversarem.

E então, todos os dias perto do entardecer, o pequeno pescador ouvia o seu amigo cantar e corria para a praia, lhe contando as novidades, o que tinha feito na escola, lhe mostrando seus desenhos e lhe prometendo que um dia, ele iria conseguir fazer que o tritão tivesse pernas e ficasse consigo para sempre. Mas esse sonhos utópico foram destruídos quando o pai descobriu tais encontros e proibiu aquilo, dizendo ao filho que nunca, em hipótese alguma, ele poderia ir ter com aquele ser enquanto estava cantando, pois era perigoso. E ele cumpriu. Cumpriu aquilo até aquele momento.

Oh Sehun era um belo garoto. Másculo, alto, com o rosto inexpressivo e com a frieza no olhar, porém, com um coração quente e caloroso. Estava beirando os dezoito anos, os ia fazer naquela primavera amena, e toda a sua família e amigos estavam ansiosos pela comemoração do seu aniversário. Afinal, para um homem do mar, como Sehun era, ter dezoito anos significa já poder constituir uma família, ter sua própria casa, seus filhos seguindo seus passos e uma bela e amorosa esposa o esperando em casa para comerem as refeições juntos. Porém, Sehun não queria aquilo. Estava bem longe de o querer.

Ele queria poder viajar pelo mundo, descobrir novas coisas, sentir outros ventos batendo no seu rosto enquanto navegava pelos mares ainda desconhecidos. Ele queria ser reconhecido como o valente marinheiro que tinha descoberto novas terras e novos povos. Novas espécies de flores, folhas, animais, seres. E para isso, ele não podia ter uma família à espera. Até porque, ele queria cumprir a promessa que tinha feito ao ser que cantava naquele momento. Promessa essa, de dez anos atrás.

Seus pés se mexeram sozinhos, guiando seu corpo até à praia estranhamente calma, dando um breve sorriso ao ver o ser que abanava sua barbatana no mar. Ele estava lindo. Ele ou ela, Sehun já não sabia bem. Tinha estudado que, a partir de uma certa idade, os tritões começavam a ganhar ovários e todas aquelas transformações que Sehun desconhecia. Era possível ver algum volume nos seios, porém estes estavam cobertos pelos longos cabelos que agora tinha. Mas o rosto estava o mesmo. Os mesmos olhos, o mesmo tom de pele, a mesma delicadeza a cada sorriso e a cada gesto.

Acabou por adentrar no mar, sorrindo ao ver que esta se aproximava de si.

"Baekhyun!" Falou contente, tocando na face branca e imaculada de Baek, nunca carícia silenciosa e no fundo, amorosa. Sehun tinha saudades de Baekhyun. Durante todos os anos afastados, sempre ouviu o canto dele, como um chamamento para ir ter consigo e conforme o tempo, acabou por saber o perigo que corria ao estar perto de um ser do mar. Mas Sehun era corajoso, e sabia que nunca, nunca na vida, Baekhyun lhe faria mal.

"Sehun, eu pensava que nunca mais iria voltar te ver." Comentou com um pequeno bico nos lábios, o que arrecadou um selar na testa. "Você viu? Agora eu estou uma bela e formosa sereia. Você gostou?"

" Eu amei Baekhyun. Você está lindo. Quer dizer, linda." Gargalhou baixinho, logo lhe olhando sério. "Sua voz cada vez está melhor. Ela desde sempre me atraiu."

Baekhyun sorriu e passou seus braços pelo pescoço alheio, logo juntando os lábios num selar singelo. Sehun não sabia o que tal beijo significava ou os sentimentos que estava tentando mostrar, porém, somente se entregou. Após algum tempo naquele toque casto, se separaram, ficando com as testas juntas.

"Sehun, eu sei os seus desejos. Eu sei o que você quer, eu sei o que você é capaz, eu sei os seus sentimentos. Junto a mim, você poderia ser tudo aquilo que você sempre quis e quer ser. Se junte a mim Sehun! Fique comigo para sempre, tal como na nossa promessa de dez anos atrás. Seja meu, e eu te entregarei toda a minha alma e o meu corpo para te fazer feliz."

Oh sabia bem que Baekhyun não poderia fazer aquilo que lhe prometia. Pelo menos, no que tinha estudado, nunca tinha visto tal situação ou tais suspeitas. Mas ele não conseguia resistir àquela face, àqueles olhos, àquele pedido. Porém, se perguntava: será que ele poderia abrir a mão de tudo para ficar ao lado de Baekhyun? O que poderia acontecer se fizesse tal coisa? Porém, se lembrou da promessa de dez anos. Sabia que Baekhyun nunca ganharia pernas para ficar ao seu lado para sempre, então Oh ficaria ao lado da agora, tão bela, sereia.

"Você promete Baekhyun?" Tudo o que viu foi um acenar de cabeça, e logo roubou um selar, sorrindo. "Cante Baekhyun. Minha sereia, cante. Cante e avise ao mundo que eu agora, irei dominar novos lugares. Cante para falar que eu sou seu. Cante como cantou à dez anos atrás, me chamando para perto de ti. Me faça seu enquanto canta."

E após um beijo longo e cheio de sentimento, a última coisa que viu foi os olhos de Baekhyun cheios de lágrimas e o canto desta sendo ouvido pelo mundo. Enquanto se despedia do mundo mundano, poderia perceber a tristeza na voz da sua amada. Será que ela também estava triste? Mas não tinha o porquê de estar, agora ambos iam ficar juntos para sempre, pensava Sehun. 

Mas ele sabia que não era bem assim. Sehun não pensava nas consequências nos seus atos. Não sabia a tamanha tristeza que podia causar nos outros, até ouvir os gritos vindo da praia. Se ele pudesse, ele riria. 

Eu estou bem, pensava, agora eu vou ser um grande aventureiro e ficar para sempre  com o meu amor.

Ele conseguia ver Baekhyun enquanto se afundava cada vez mais. Mas fechou os olhos. Sabia que lá em baixo, estaria em encontro com ele. E então, se deixou ir. Enquanto era embalado pela voz de Baekhyun.

Baekhyun estava cantando para ele, e como à dez anos atrás, traçou o seu destino.

Porém Sehun nunca se arrependeria do destino que a sua amada lhe estava dando. Pois ele não se arrependia, nenhuma única vez, de ter dado ouvidos ao canto da sereia. 


 


Notas Finais


Se chegaram até aqui, muito obrigado!

Esta fic é bem bobinha e bem despojada, mas se caso tiver algum erro gramatical, me digam, por favor. Se gostaram favoritem, comentem, me dêem amor e carinho e tudo o mais, ok?

Não irei me alongar aqui pois eu acabei de postar um jornal e gostaria que lessem ele, ok? E já agora, aquilo da fic do tritão criar óvulos é verdade, ok? Procurem na net. E por causa disso, não achei necessário mudar o nome de Baekhyun. Não que eu ache que sereias existem, maaaaaaas.

Beijo beijo beijo.

https://socialspirit.com.br/perfil/bonie111/jornal/desanimo-projectos-e-mil-tretas-5286424


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