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História O Capítulo Final - Meu mundo obscuro


Escrita por: LordeUnderworld

Notas do Autor


Gente, desculpem por esse desenho que não condiz nem um pouco com o quanto o Oswald é gato, mas tentei fazer duas vezes e como não ficou certinho desisti e mandei para vocês a melhor versão.

Agora, espero que gostem desse capítulo.
Lembrando que eu ainda estou em uma câmara junto dos meus amigos (e inimigo mortal), Liam está dentro da cabeça dele, e Jessie está de olho em Lucas!

Boa leitura! E nos vemos nos próximos capítulosss.

Capítulo 12 - Meu mundo obscuro


Fanfic / Fanfiction O Capítulo Final - Meu mundo obscuro

POV Liam

 

— Consegue andar? - perguntou Matador, me segurando para que eu me mantivesse em pé enquanto o Faz-Tudo nos observava, escorado na parede da caverna.

Tentei um passo, esperei que a dor excruciante viesse e eu desabasse no chão, mas isso não aconteceu. Um pé foi para frente, depois o outro, e acabei vendo que conseguia sim permanecer de pé. Mesmo que com dificuldade e mancando bastante no processo.

— Meus parabéns! - disse Faz-Tudo, batendo palmas ironicamente. - Agora você deixou de ser um inválido e se tornou só o manco do grupo mesmo.

— Não ligue para ele, posso cortar a garganta desse lesado se você quiser.

Faz-Tudo levantou o dedo do meio para o Matador e eu ri pelo olhar de sociopata que a minha personalidade serial killer lançou para a minha personalidade playboy. Precisava me acostumar a não achar aquilo tão esquisito.

— Vocês não se cansam de brigar, não é mesmo? - perguntei, arriscando mais alguns passos sem a ajuda do Matador e quase me desequilibrando em cima de uma pedra. - Meu subconsciente criou vocês diferentes demais um do outro, não sei como ainda não se mataram.

— Só porque você nunca deixou - exclareceu o Matador. - Sempre trazia ele para perto de nós quando inventava de se prostituir.

Era esquisito ver o quanto o Matador detestava falar sobre essa fase da minha vida. A voz dele até era engolida um pouco pelo orgulho, ele detestava que o nosso corpo (o meu corpo) tivesse tido esse tipo de experiências. Queria ter feito outras escolhas na minha vida, mas as coisas não podem ser concertadas depois que acontecem. A gente só tem que seguir em frente e pronto.

— Acho que já passamos tempo demais escondidos aqui - falou Matador, olhando para fora e vendo que parava de chover e a lua se tornava mais brilhante. - Temos que ir e seguir em frente para a saída da sua mente antes que o Destruidor nos encontre.

Concordei. Confesso que ouvir aquele nome me deu uma tremedeira momentânea.

A verdade era que eu sabia muito pouco sobre meu inimigo, e já sentia muito medo dele.

— Me conte mais sobre o Destruidor - quis saber, curioso.

Faz-Tudo e Matador se entreolharam antes de falar.

Esperei por uma resposta, até mesmo pressionando-os de certa maneira, e então a recebi do Faz-Tudo.

— Bem, digamos que essa personalidade que você criou não é tão popular quando o Matador e eu - começou, ajeitando a roupa antes de continuar. - Quanto mais sangue ela consegue, mais ela quer. É como um vampiro, só que sem a parte nojenta de beber sangue.

— O que o Faz-Tudo quer dizer é que o Destruidor é um assassino sem objetivos. Faz vítimas à torto e a direita e nunca está satisfeito em matar. Ele foi criado em um momento de raiva da sua vida, na verdade ele foi o primeiro de nós a ser criado…

Aquilo mexeu um pouco com as minhas lembranças. Estava confuso. Sempre acreditei que o Matador tinha sido a minha primeira personalidade.

— Como assim? Quando o Destruidor chegou então? Porque não lembro de uma fase da minha vida em que “ele” estivesse presente.

Os dois se entreolharam mais uma vez.

Aquilo não podia ser um bom sinal.

Comecei a pensar na trajetória da minha vida. Desde que comecei a ter personalidades até o momento em que virei esse ser lobotomizado que vive dentro da própria mente. Eu era uma criança quando sofri um acidente que me deixou com sequelas graves, depois disso o amigo do meu pai me levou uma médica que fudeu com a minha cabeça e me fez ficar louco a ponto de acreditar que eu devia obediência àquele cara. Fui estuprado, abusado, e no fim consegui me reerguer para dar o troco em quem me fez mal graças ao Felipe. Mas nunca matei à sangue frio. Bem, pelo menso não depois que aprendi a me controlar…

— Sei que você pensa que fui eu quem começou isso tudo - disse o Matador, se aproximando. - Mas pense bem, Liam. Quando que eu matei alguém que não quisesse te ferir, te fazer mal de verdade? Até mesmo o Felipe eu já ataquei uma vez, quando achava que ele estava nos fazendo mal. Jamais agi sem uma boa razão.

Aquela pergunta fez com que eu revesse todas as mortes que acompanhei.

No caminho para o Brasil deixamos um rastro de sangue, mas todas as pessoas que matamos ou queria me fazer mal ou representava um atraso na minha tarefa de reencontrar o Felipe. Fui para antes disso, quando matei o meu tutor. Aquilo eu não estava nem um pouco arrependido, e o Matador fez mais do que a sua obrigação em me livrar daquele monstro.

Então, o que sobrava?

Sobrava a morte dos meus pais.

Matador me olhou como se tivesse lido a minha mente (o que eu não sabia se era possível) e confirmou minhas suspeitas.

— Não! - falei, respirando forte. - Não pode ser. Os meus pais… Eles queriam me colocar em uma clínica psiquiátrica. Eles iam me prender lá para sempre por conta dos meus problemas. VOCÊ os matou por conta disso.

— Foi isso o que te dissemos para que esquecesse que o Destruidor existia. Para que ele não voltasse a se apossasse do seu corpo como está fazendo.

Coloquei a mão à boca e resolvi me sentar, sendo que o peso das minhas pernas pareceram aumentar.

Enxuguei o rosto de suor e fitei Matador mais uma vez.

— Se você soubesse que ele existia, isso podia acarretar no retorno dele - explicou Faz-Tudo. - O que fizemos foi lógico, precisávamos esconder isso de você.

— Pense bem, Liam - continuou o Matador. - Você nunca agiu comigo como se eu realmente tivesse matado seus pais, na verdade você sempre confiou em mim. Em todos os momentos. Isso porque no fundo sabia que não tinha sido eu, por isso nunca conversamos sobre isso e por isso você nunca jogou a culpa disso na minha cara. Caraca! Você me deixou viver no seu corpo por MESES. Juntos nós te ajudamos a se curar.

Aquilo tudo me fez ficar enjoado. Era um pouco demais para que meu cérebro processasse.

Então, as minhas próprias personalidade mentiram para mim durante anos. Claro que isso não mudava o fato que o Matador, Faz-Tudo e o Destruidor eram partes de mim. cada um deles eram a essência de alguém que eu fui no passado.

Tinha que me livrar do meu eu antigo se quisesse sobreviver.

Isso… Chegava a ser até um pouco filosófico, pensando bem.

— Venha, é melhor levantar agora, Liam. - disse o Matador, estendendo a mão para mim. - Temos um longo caminho lá fora, a floresta é cheia de perigos e monstros nos esperam em todos os lugares.

— Quando você diz monstros, significa que vou ter que enfrentar muito mais do que apenas o Destruidor, certo?

— Você não faz nem ideia.

Respirei fundo e me preparei para o que viria. Eu precisava daquilo, precisava encarar meus medos e os segredos que a minha mente escondia. Aquela selva era algo a mais, era coisas que eu tinha deixado para trás e escondido a minha vida inteira. Talvez fosse por isso que aquele lugar imaginário estava sempre rodeado pela escuridão.

A minha mente estava estragada. Sempre esteve.

Talvez agora eu tivesse alguma chance de concertá-la.

 

POV Jessie

 

Ouvi a história de Lucas enquanto ele tocava o galo que ganhou na cabeça, e depois esfregava o pulso dolorido por conta das algemas. Thomas tinha encontrado as chaves em uma das gavetas do Bernardo e assim que ficou livre, Lucas foi até a televisão, para ver as imagens do laboratório.

— Onde está o Christian? - perguntei, olhando para o laboratório na tela onde haviam câmaras com os nossos aliados bruxos presos. Bernardo andava de um lado para o outro e me assustei quando reparei que as câmaras estavam sendo preenchidas por água.

— Eu não sei, o Bernardo pegou ele de mim depois da festa do Lorde, foi assim que nos atraiu para cá.

— O Bernardo sozinho conseguiu capturar dois bruxos, prender nós dois, uma criança e ainda te colocar desacordado atrás do sofá da sala de estar? Como ele conseguiu isso?

— Aquele cara é o demônio.

Tinha que concordar.

Era estranho estar tão perto do Lucas e ainda por cima concordar com ele. Na maior parte do tempo nós brigávamos por conta da guarda do Christian, ele era insuportável de lidar, e sempre estava com os olhos vidrados em mim como se me detestasse sem nem ao menos me conhecer. Odiava aquilo na maior parte do tempo, mas agora era como se juntos pudéssemos colocar tudo no lugar e ajudarmos um ao outro.

Era estranho, mas a forma como Lucas olhava para a tela buscando algum sinal do Chris, a forma como ele colocou a mão na cintura e ficou concentrado… Aquilo fez com que eu me sentisse um pouco atraído por ele.

Fazia tempo que eu não me sentia assim. Geralmente eu via uma pessoa e não pensava muito no que me atraia nela; nem mesmo aqueles crushs que passam pela gente chamavam minha atenção. Acho que desde que Thiago se foi era difícil para mim olhar para outra pessoa.

Mas o Lucas parecia diferente...

— Talvez ele não esteja no laboratório - falei, pegando o controle remoto em cima do sofá e apontando para a TV. - Se conheço bem o Bernardo ele colocou câmeras em nossos quartos.

— Câmeras nos nossos quartos??? - falou Thomas, totalmente surpreso.

— Pois é, acho que por isso ele não ficou nada surpreso e nem fez nada contra você quando espalhei a notícia de que você estava batendo no Thiago. Ele já sabia que não era verdade, tinha acesso a imagens.

— Que filho da puta!

— É sério que esse cara é amigo de vocês? - perguntou Lucas, indignado.

— Na verdade ele é nosso chefe - contei, com um sorriso que não pude evitar por olhar para ele. - Vamos trocar de canal e ver se encontramos algo.

Passei as imagens até encontrar a visão do quarto de Thomas com a porta que tínhamos cedido, depois indo para imagens do corredor inundado, depois alguns quartos vazios.

— Não estou vendo ele em lugar nenhum - falei, passando as imagens uma atrás da outra até repetí-las.

— Para! - pediu Lucas, tirando o controle remoto da minha mão e voltando para uma das imagens. - Aqui, olhem só!

Ele apontou para um quarto vazio, chegou mais perto e mostrou a cama. Demorei para perceber o contorno de uma criança debaixo da cama. Lá estava ele!

— Eu o ensinei a se esconder debaixo da cama quando fomos prisioneiros do Damon - contou Lucas. - Sempre que a porta se abria o Chris ia para debaixo da cama e eu ficava tapando a visão de quem entrava para que não o vissem. Ficamos assim por meses, foi como eu consegui mantê-lo à salvo.

A revelação me deixou chocado. Eu sabia que os dois tinham sofrido bastante nas mãos do Damon. Todos nós, na verdade, tínhamos uma história conturbado com aquele diabo, mas o trauma daquela criança (do Chris) podia ser bem maior. Via isso naquela imagem do pequeno escondido nas sombras.

— Sei onde é esse quarto, fica ao lado do de Felipe. Podemos libertar os dois - falei, animado. - Thomas, você consegue mexer naquele painel? - perguntei, apontando para a mesa onde ficavam os computadores do Bernardo. - Fique aqui em cima, quero que nos ajude contra a Rachel. Ela não pode fazer nada enquanto você estiver na cobertura, e tenho certeza que o painel do Ben tem maior poder de controle do que ela.

— Aprendi uns truques de informática com o Nico - disse Thomas, piscando, e concordando com a tarefa. - Dou cobertura para vocês enquanto buscam os garotos, vou tentar descobrir onde é esse laboratório.

— Combinado!

Peguei a mão dele e o cumprimentei, num gesto de agradecimento por ter ficado junto comigo e me ajudado a chegar até ali. Thomas tinha ganhado alguns pontos comigo naquela nossa jornada.

Olhei para o Lucas e nós dois nos apressamos em sair dali. Seguimos para as escadas e começamos a correr, com o Chris na mente de nós dois.

— Ele é o bruxo mais poderoso do mundo e nem sabe disso - lamentou Lucas. - Se quisesse ele poderia destruir esse prédio inteiro com um único feitiço, mas ao invés disso se esconde debaixo da cama. Eu devia tê-lo ensinado melhor.

— Sei que fez o necessário para mantê-lo vivo.

— Ainda não terminei - ele disse, pegando fôlego e continuando a descida. - Chris é o meu aprendiz, ele ainda precisa da minha ajuda. Tenho que ensiná-lo a se defender e usar a magia para o bem.

— Não vou discordar disso agora - falei, não querendo entrar na questão da separação dos dois quando a guarda fosse para mim. - Por enquanto apenas torça para que o Bernardo não ponha as mãos nele, ou vou disparar dois tiros na cara daquele riquinho metido a vingador.

Lucas sorriu quando ouviu aquilo. Acho que é esse tipo de coisa que aproxima as pessoas. Um inimigo em comum sempre é bom para fazer novos aliados.

Mas se havia um inimigo que eu estava disposto a encontrar novamente, esse alguém não era o Bernardo.

A imagem do vídeo, o rosto do Damon… O cara que matou o meu marido estava próximo mais uma vez, e eu tinha que decidir o que fazer. Minha prioridade seria o Chris, mas se em algum momento eu ficasse frente a frente com o Damon eu ia querer que ele morresse. De uma forma lenta, dolorosa, e que fosse pelas minhas mãos.

Não sei o que aconteceria dali por diante, mas de uma coisa eu sabia: Bernardo iria apanhar por levar a minha criança e o Damon iria morrer por todas as pessoas a quem fez mal.

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado das revelações.
E logo, logo posto mais um pouquinho.
Abraçosss!


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